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PROPEDÊUTICA EM COLOPROCTOLOGIA - CLÍNICA CIRÚRGICA

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CLÍNICA CIRÚRGICA 
PROPEDÊUTICA EM COLOPROCTOLOGIA 
Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina UFES 
 
A coloproctologia é uma especialidade que trata as doenças do reto, cólon e 
ânus. Além disso, algumas doenças inflamatórias que acometem o intestino 
delgado podem ser tratadas nessa especialidade. 
É importante ter em mente que muitos pacientes terão dificuldades em 
descrever as suas queixas retais. 
As principais doenças do reto e canal anal são: 
- Doenças orificiais; 
- Câncer de Canal Anal; 
- CCR; 
As principais doenças do cólon e intestino delgado são: 
- Pólipos; 
- CCR; 
- Doença diverticular; 
- DII; 
 
Principais sinais e sintomas das doenças anorretais: 
- Sangramento: importante identificar se o sangramento é de origem 
orificial (vermelho vivo, geralmente associado a evacuação, costuma 
pingar no vaso) ou mais alta (geralmente vem misturado nas fezes). 
- Dor anal: sintoma muito comum em pacientes com constipação 
crônica. Importante caracterizar a dor. Exemplos de causas de dor 
anal: fissura anal, hemorroida trombosada, abscesso em formação. 
- Prolapso: obs: a doença hemorroidária é classificada levando em 
consideração o nível de prolapso do coxim hemorroidal. 
- Prurido: geralmente está associada a quase todas as doenças reto 
cólicas. 
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- Tumefações: muito comum em trombose hemorroidal. 
- Escapes; 
- Incontinência; 
- Tenesmo; 
 
EXAME PROCTOLÓGICO COMPLETO: 
O exame deve conter a inspeção, palpação e toque retal, anuscopia e 
retosigmoidoscopia. 
 
Principais sinais e sintomas das doenças cólicas: 
- Alterações do ritmo intestinal (diarreia e constipação); 
- Dor abdominal: muito comum em doença diverticular e inflamatória. 
- Sangramento: pode-se manifestar através de uma anemia, e sangue 
oculto nas fezes. 
- Emagrecimento; 
- Anorexia; 
Principais doenças cólicas: 
- Constipação Funcional e Orgânica; 
- Doença diverticular; 
- Pólipos; 
- Síndromes polipoides (HNPCC e FAP); 
- CCR; 
 
PROPEDÊUTICA – INTESTINO GROSSO E DELGADO 
- Exames endoscópicos (colonoscopia). 
- Exames de imagem do intestino delgado e intestino grosso. 
 
Exame proctológico dinâmica do exame 
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É importante o ambiente adequado para a realização do exame. Deve-se 
conversar com o paciente antes de leva-lo para a sala de exame. Deixá-lo 
seguro que não vai sentir dor. É de fundamental importância que o paciente 
relaxe no momento em que for iniciar o exame, avisando antecipadamente 
cada etapa do exame. O paciente não deve ser exposto. 
 
POSIÇÃO DO EXAME PROCTOLÓGICO 
Posição de Sims: 
 
 
Posição Genupeitoral: é a melhor posição para se realizar o exame. Porém, 
é a mais desconfortável para o paciente. Portanto, a mesma deve ser evitada, 
sendo reservada para contextos mais específicos. 
 
 
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INSPEÇÃO 
Condições dermatológicas da pele: 
É uma região que geralmente é mal ventilada, com alto calor e umidade, além 
da contaminação das fezes. Portanto, é importante orientar o paciente quanto 
á higiene da região anal e perianal. 
 
Figura 1. Região anal normal, sem afecções dermatológicas, sem processos inflamatórios. 
 
 
Figura 2. Região anal anormal, com vermelhidão, hipertrofia do pregueamento marginal. 
 
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Figura 3. Dermatite perianal, associada com Candidíase. Relacionado ao uso de papel higiênico. 
 
Inspeção: Avaliar o Tônus 
É pedido ao paciente que “aperte” o ânus. Geralmente, ocorre uma perda de 
tônus na região anterior. 
Obs: o paciente as vezes tem dificuldade de descrever tal quadro. Muitas das 
vezes, ele vai se queixar de prurido no ânus. 
 
Inspeção – Hemorroidas externas 
 
Figura 4. À esquerda, um plicoma vazio. À direita, uma trombose hemorroidária. 
 
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Figura 5. Hemorroidas externas. Na manobra de valsalva, é possível observar hemorroidas internas. 
 
 
Figura 6. Fissura anal. Na parte inferior da foto, há uma solução de continuidade. 
 
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Figura 7. Fissura anal atípica, com edema, processo inflamatório. 
Nesse contexto de fissura anal atípica, deve-se investigar pelo retoscópio, 
processos inflamatórios no reto, pois é bem provável que esta inflamação 
interna esteja refletindo externamente. 
 
 
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Figura 8. Dois orifícios, um do lado esquerdo e outro do esquerdo. Ao realizar a palpação, percebe-se que 
a secreção sai no interior do ânus, sugerindo a presença de fístulas. 
 
 
Figura 9. Fistulização complexa, mais de uma fístula. 
 
Inspeção dinâmica: serve para classificar a hemorroida interna. A 
hemorroida externa é classificada em complicada e não complicada, apenas. 
A classificação da hemorroida interna é feita levando em consideração o 
retorno da protusão após a manobra de Valsalva. 
- 1° grau: não ocorre prolapso. 
- 2° grau: ocorre prolapso durante a manobra de Valsalva, mas retorna 
espontaneamente. 
- 3° grau: ocorre prolapso durante a manobra de Valsalva, mas não 
retorna espontaneamente, é preciso que o paciente ou alguém retorne 
ela para posição com digitopressão. É comum paciente relatarem 
- 4° grau: o prolapso não retorna sob nenhuma hipótese. 
 
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TOQUE RETAL: 
É feito pelo indicador, sempre com duas luvas. É importante avisar ao 
paciente sempre os procedimentos que serão realizados e que ele esteja 
relaxado. 
Deve ser feito: 
- Palpação prévia externa da margem anal; 
- Avaliar tonicidade de esfíncteres (com e sem esforço): ao realizar o 
toco, deve-se pedir ao paciente para “apertar” o seu dedo. 
- Avaliar mucosa: a mucosa normal deve ser lisa e regular. 
- Presença de massas/sangue: 
- Homem – próstata; 
- Mulher – Útero, colo e reflexão fundo de saco. 
 
 
 
 
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ANUSCOPIA: 
É a melhor maneira para examinar as doenças do canal anal. Tratar as 
doenças anais e do canal anal. 
 
Deve ser feita a avaliação do reto inferior (mucosa), da doença hemorroidária 
interna e tratamento das doenças do canal anal. 
 
Retosigmoidoscopia: 
É o exame do reto e da transição do reto com sigmoide. 
Indicações: 
 
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Diagnóstico diferencial: 
- Fissura anal; 
- Absecsso anal; 
- Fístula anal; 
- Condilomas; 
- Pólipos; 
- Câncer do reto; 
O exame proctológico completo em todos os pacientes; 
Colonoscopia para pacientes acima de 45 anos para risco médio para 
pacientes com fatores de risco alto para CCR.

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