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FARMACOLOGIA II Aspectos gerais 1929: Flemming descobre a penicilina, através do Penicillium notatum. 1939: iniciou-se o uso clínico na 2° Guerra Mundial. 1940: Howard Florey e Ernst Chain produção em escala industrial. “A era dos antibióticos.” aparecimento de resistência. 1956: Jawetz reconhece os problemas causados pela atração dos antibióticos e propaganda da indústria farmacêutica. Lister- antisséptico eficiente; fenol. Ehrlich-“salvarsan”; sífilis. diminuiu a mortalidade Microrganismos: vírus, parasitas, fungos, bactérias. Bactérias segundo a OMS, 4° causa de óbitos Antibióticos Antibacterianos Ligantes receptores (proteínas microbianas) Componentes essenciais reações BQ Interferência com os processos fisiológicos: destruição Ex: síntese parede celular, membrana plasmática, ribossomos. na classe e o espectro de microrganismos que ele destrói. nos processos bioquímicos com os quais interfere,. na estrutura química do seu farmacóforo mecanismo de ação: Inibição da síntese da parede celular; Inibição da síntese de proteínas; Inibição da síntese de DNA/RNA; Inibição da síntese de ácido fólico. Entrada ATM compartimentos: Patógeno x órgão específico administração local, distante do foco de infecção. escolher ATM adequado: chega ao local infecção. barreiras físicas: molécula precisa atravessar (epitélio, endotélio, junções celulares). propriedades químicas molécula (coeficiente de partição octanol/água) transportadores: glicoproteína-P SNC: protegido BHE infecções: menor integridade. Moléculas polares não atravessam facilmente a BHE. Substâncias naturais ou sintéticas que agem sobre microrganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição. Bacteriostáticos: inibem o crescimento celular. A resolução do processo de infecção depende das defesas orgânicas (fagocitose, imunidade do paciente). Nunca utilizável em paciente imunossupremidos. Bactericidas: destroem o microrganismo invasor. Independe das defesas do organismo. A maioria dos utilizados em odontologia. Espectro de ação: refere-se ao nº de espécies de MO que o ATM age. Estreito: grupo único ou limitado de MO Estendido: MO gram+ e gram- Amplo: variedade de MO Bactericida + bacteriostático: efeito antagônico Bactericida + bactericida: efeito sinérgico Toxicidade seletiva: alvo específico Infecções agudas surgem rapidamente e podem facilmente se espalhar para os planos das fáscias, muitas vezes são eliminadas com incisão e drenagem juntamente com a terapia com antibióticos. Exemplos: Periodontite, pericoronarite, abscessos periodontais, gengivite ulcerativa necrotizante, abscessos periapicais, ou celulite com ou sem extensão para os espaços orbitais submandibulares. Escolha do antimicrobiano Identificação do microrganismo. Tratamento empírico antes da identificação local da infecção e anamnese; qual a causa da infecção? Determinação da suscetibilidade antimicrobiana bacteriostático x bactericida. Efeito do local de infecção no tratamento BHE: lipossolubilidade, massa molecular (baixa: fácil SNC), ligação as proteínas plasmáticas (alta: limita). farmacocinética e farmacodinâmica, sinergismo ou antagonismo, toxicidade, interação medicamentosa. Vias de administração: nível ambulatorial –VO; graves: IV. Intervalo das doses, duração do tratamento (7-10 dias). Doses prescritas devem prover concentrações plasmáticas de acordo com o CIM (concentração inibitória mínima; ex diminuem esta: cepas resistentes, ingestão com alimento). Associação só quando ter mecanismos de ação diferente e ser todos bacteriostático ou bactericidas (sem associação conjunta dos dois). Características do paciente: Idade Gestante, situação de risco, comorbidades Terapia prévia com ATM Sistema imune Disfunção renal: ajuste da dose Disfunção hepática: biotransformação Má perfusão: ATM não chega no sítio de ação Segurança e custo Resistência microbiana Defesas bacterianas. Resistente: quando seu crescimento não é inibido pela maior concentração do ATM tolerado pelo organismo. acesso reduzido do antibiótico ao patógeno. aumento da eliminação do antibiótico (bombas de efluxo). liberação de enzimas microbianas que destroem o antibiótico. alterações das proteínas microbianas (proteínas-alvos). desenvolvimento de vias metabólicas alternativas às que foram suprimidas pelo antibiótico. mutação, ausência ou perda de canal de porina (entrada de ATMA; ex: moléculas pequenas e hidrofílicas). o número e o tamanho dos poros da membrana externa variam entre diferentes bactérias gram-, fornecendo maior ou menor acesso para os antibióticos ao local de ação. incapaz de alcançar o local de ação em concentração suficiente para levar MO. sistema de efluxo: Tetraciclinas e β-lactâmicos. Obs: as bombas de efluxo atuam removendo o ATM do seu local de ação antes que possa atuar. inativação enzimática. Bactérias produzem enzimas β-lactamase: penicilinases - inativam hidroliticamente o anel beta- lactâmico das penicilinas, cefalosporinas. ≠ tipos, aspectos moleculares e funcionais. 1 betalactamase pode inativar 1000 moléculas de fármaco. Gram-: β-lactamase em menor [ ] no espaço periplasmático Gram+: maior quantidade, são secretadas. Resultado: ligação reduzida do fármaco, alteração do local de ligação. Mutações, por exemplo: resistência do S. pneumoniae aos antimicrobianos β-lactâmicos, resultando em alteração nas proteínas ligadoras de penicilina, reduzindo a ligação do antimicrobiano ao seu alvo. Mutações cromossômicas: transferidas para células filhas (vertical) ou bactéria recebe material genético de outras (horizontal): DNA ou plasmídeo. Antimicrobianos inibidores da síntese da parede celular Bactericidas: + 30 fármacos Betalactâmicos: Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenêmicos; Monobactâmicos. Muda o espectro ATM, estabilidade pH ácido: - Betalactâmicos - Penicilinas O anel betalactâmico confere afinidade por enzimas (transpeptidases e carboxipeptidases), reconhecidas como proteínas ligadoras de penicilinas (PLP) - que realizam a ligação de peptidoglicanos, último passo da síntese da parede bacteriana. Assim, interrompem a síntese e, consequentemente, a formação adequada da parede bacteriana, organela de resistência contra variações osmolares. A parede malformada ocasiona lise da bactéria (ação bactericida) em meios de menor osmolaridade, como são, em geral, os fluidos orgânicos. Inibição de PLP também libera autolisinas que destroem parede já existente. limitação: resistência de microrganismos desprovidos de parede celular, como Mycoplasma pneumoniae, Rickettsias sp. e Pneumocystis carinii. Dentre mecanismos de resistência naturais ou adquiridos, estão: modificação de PLP, uso de vias alternativas para síntese de peptideoglicano, impermeabilidade celular a betalactâmicos e produção de betalactamases (este tem maior importância). bactericida. ação tempo-dependente: fármaco deve estar presente na área infectada por mais tempo, pois a bactéria divide-se em tempos e taxas diferentes. parede celular somente pode ser inibida enquanto está sendo construída. descoberta Penicilina em 1928, por Alexandre Fleming (Médico), o qual recebeu o Prêmio Nobel em 1945. o fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicilium, donde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida. As penicilinas são divididas em: Penicilina G (Benzilpenicilina): natural, congêneres penicilina G procaína, penicilina G benzatina, penicilina V (fenoximetilpenicilina). Aminopenicilinas: ampicilina e amoxicilina (VO). Penicilinasresistentes as penicilinases: oxacilina, meticilina (S. aureus resistente). Penicilinas de amplo espetro: carboxipenicilinas. Benzilpenicilina ativa contra alguns gram + e gram- limitação: inativadas pela β-lactamase. uso apenas IV (t1/2: 30-40 min). eliminada 4h. distribui-se amplamente tecidos. passa BHE (inflamação). adm repetida, flebite. Reserva-se a indicação da penicilina G cristalina às infecções mais graves (ex: infecções graves de cabeça e pescoço) causadas por bactérias que necessitam de altas concentrações séricas de penicilina, não alcançadas pelas penicilinas G procaína e benzatina. OBS: A dosagem deve ser reduzida em pacientes com insuficiência renal. uso apenas IM. procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por período 12 h. OBS: Penicilina G associada a procaína ou benzatina apresenta-se como suspensão, admitindo somente a via intramuscular, pois sua presença em veia pode ocasionar embolia pulmonar. uso apenas via IM. mantém-se depósito de modo que os níveis séricos permanecem estáveis 15-30 dias, depende da dose. nunca IV pelo risco de embolia. Usos: tratamento de abcessos dentários, infecção mista cabeça/pescoço. Ex: Benzetacil ® Longacilin ®. Pode ser útil no tratamento da sífilis, já que o Treponema pallidum é um MO de divisão muito lenta. Aminopenicilinas amplo espectro. Ac ̧a ̃o anaerobicida permite o uso em processos determinados pelas placas supra e subgengivais. VO, IV ou IM: apenas 30-40% da dose administrada por VO é absorvida no TGI, absorção pode ser prejudicada se ingerir com alimentos. eliminação: 70% urina (forma ativa/ ajuste dose em pacientes com dano renal), fezes. posologia: uso a cada 6h. OBS: com o mesmo espectro e suplantada por amoxicilina, e ́ indicada quando o paciente não tem a disponibilidade de via oral. VO (alta biodisponibilidade). a ingestão com alimentos não altera sua absorção. concentrações séricas 2x maiores que as obtidas com a mesma dose de ampicilina. Poucas cepas resistentes. Seguro. Baixo custo. posologia: uso a cada 8 h. Amoxicilina tem absorc ̧ão digestiva mais ra ́pida e completa (95%) que ampicilina (40%), atingindo ni ́veis séricos e teciduais mais altos. Obs: Clavulim é segunda opção, apenas quando a Amoxicilina não está resolvendo. OBS: A associac ̧ão de amoxicilina a a ́cido clavula ̂nico mostra-se ativa contra os microrganismos susceti ́veis a amoxicilina e os que lhe eram previamente resistentes, devido a ̀ inibição do a ́cido clavUla ̂nico sobre as penicilinases. A associac ̧ão com clavulanato deve ser administrada no ini ́cio da refeic ̧ão para minimizar as reac ̧ões gastrintestinais do inibidor de betalactamases. Farmacocinética Absorção oral: varia conforme sua estabilidade em ácidos/alimentos. à exceção da amoxicilina, as penicilinas VO não devem ser administradas durante as refeições, sendo o ideal ser administrada pelo menos 30 min antes ou 2 horas depois das refeições. maioria interfere na flora intestinal. Administradas por IM: Penicilina G benzatina (liberação lenta, útil para o tratamento de sífilis Treponema pallidum divisão lenta) e penicilina G procaína. Distribuição ampla: líquidos corporais, articulações, cavidade pleural e pericárdia, bile, saliva, leite, placenta. Não cruzam a BHE, a menos que as meninges estejam inflamadas. Eliminação renal: ajuste da dose. Sofre rápida eliminação, principalmente renal (90% secreção renal). A meia-vida da penicilina G é de aproximadamente 30 minutos; na insuficiência renal, pode atingir 10 horas. associação com probenecida atua bloqueando a secreção tubular renal da penicilina G elevando as [ ] séricas do antibiótico. Uso clínico Endocardite (S. viridas ou Enterococcus faecalis): altas doses de Bezilpenicilina IV + outro ATM Infecções estreptocócicas: otite, pneumonia, infecção trato urinário, bronquite Amoxicilina. Meningite bacteriana (Neisseria meningitidis): Bezilpenicilina doses altas IV. Infecção ossos e articulações (Staphyloccocus aureus): flucloxacilina. Sífilis: Bezilpenicilina procaína. Gonorreia: amoxicilina associada à probenecida. Reações adversas Comum: reação de hipersensibilidade (molécula peniciloil, produto da degradação da penicilina). Aparecem independentemente de dose e tipo de penicilina empregados. Dependem apenas de sensibilizac ̧ão prévia, que muitas vezes ocorre em pessoas nunca tratadas com antibio ́ticos desse grupo. Admite-se que isso ocorra consequ ̈entemente a ̀ ingestão de leite ou de carne contaminados com penicilina natural, a ̀ inalac ̧ão de parti ́culas de penicilinas em suspensa ̃o no ar hospitalar ou a ̀ infecc ̧ão por fungos cujos produtos podem induzir reac ̧ões cruzadas com penicilinas. Erupções cutâneas: ocorre em torno de 1 h após a administração do fármaco. Raro: anafilaxia (grave): broncoespasmo, edema, colapso, reação imediata. Diarreia: alteração microbiota intestinal. Predispõe o paciente a superinfecção por espécies oportunistas e resistentes a fármacos (Ex: Proteus, Pseudomonas). convulsão se usado pela via intratecal, assim, está em desuso). A hipersensibilidade é cruzada, isto e ́, comum a todo o grupo das penicilinas. Assim, um quadro de alergia peni- cilínica obriga a suspensa ̃o do antibio ́tico que o originou e impede a substituic ̧ão por outra penicilina. Ainda pode haver reac ̧ão cruzada com cefalosporinas (mais nos pacientes que te ̂m reac ̧ões imediatas, na ordem de 5 a 15%) e imipene ́m. Isso na ̃o ocorre com aztreonam. A melhor maneira de se prevenir alergia penicili ́nica é por meio de cuidadosa anamnese. Epinefrina é o fármaco capaz de reverter a maioria das manifestac ̧ões de hipersensibilidade imediatas e aceleradas. A escolha da via de administrac ̧ão (subcuta ̂nea, intramuscular, respirato ́ria, intravenosa) depende da gravidade do caso. A utilidade de corticostero ́ides e anti-histamínicos não está claramente estabelecida, mas esses fa ́rmacos costumam ser adminis- trados após o manejo agudo. Erupc ̧ões morbiliformes na ̃o respondem a ̀ terapia antiale ́rgica e tendem a desaparecer espontaneamente, mesmo com a manutenc ̧ão de ampicilina ou amoxicilina. As penicilinas podem ser administradas na gestac ̧ão. Encontram-se em concentrac ̧ões varia ́veis no leite materno, mas na ̃o requerem suspensa ̃o do aleitamento durante seu emprego. Cefalosporinas 1948: inicialmente isoladas do Cephalosporium acremonium por Giuseppe Brotzu do esgosto na costa da Sardenha, constituem outro grupo de antibióticos betalactâmicos. Líquido das culturas inibia S. aereus. espectro de ação mais amplo que as penicilinas. as diferenças de espectro são por modificações nas cadeias da estrutura básica (anel 7-amino- cefalosporânico). Anel 6 membros fixado ao anel betalactâmico, aumenta o tempo de meia-vida. Grupamento amida melhora a estabilidade. são bactericidas com elevada toxidade seletiva. mesmo mecanismo de ação das penicilinas (inibição da síntese da parede celular), com espectro de atividade mais amplo. seguro uso em pediatria, gravidez e lactação. substitutivos das penicilinas em pacientes com reac ̧ões de hipersensibilidade tardias. Ao contra ́rio, devem ser evitadas nos que têm história de reac ̧ões imediatas graves, como angioedema e anafilaxia. cada categoria de cefalosporinas apresenta predominante atividade ATM contra determinadas bactérias. 1º geração em odontologia é a mais prescrita. sa ̃o as mais ativas contra cocos aeróbicos Gram+ (estreptococos do grupo B, MRSA e S. epidermidis) e atuam contra Staphylococcus aureus. pouca atividade frente a gram- e anaeróbicos. em infecçõescutâneas e tecidos moles (S. aereus e S. pyogenes). Cefalotina – Keflin®: IV. Cefazolina – Kefazol®: IM ou IV. Tem tempo de ½ longo.: Cefalexina – Keflex®: VO; 500 mg. Cefadroxil - Cefamox®: VO. Cefapirina, cefradina. 2º geração Cefuroxima (IV), Cefaclor (VO), Cefoxitina (IV). tem maior eficácia contra aeróbicos Gram- negativos e anaeróbicos, tendo espectro de ação maior que a 1° geração, no entanto, ação em gram- é menor quando comparada aos de 3° geração. Uso VO: infecções do trato respiratório, profilaxia cirurgia colorretal (Cefoxitina), infecções intra- abdominais, doença inflamatória pélvica e infecção em pé diabético (Cefoxitina). Cefaclor tem [ ] plasmática menor que a Cefoxitina na mesma dose, mas tem maior atividade contra H. influenza e M. catarrhalis. 3º geração Cefotaxima (IV), Ceftatriaxone (IV), Ceftazidima (IV). espectro maior que a 1° e 2° geração. apresentam maior atividade contra aeróbicos gram- multirresistentes e pseudomonas. Menor atividade contra cocos gram+. Ceftriaxona: tem a vantagem de duração mais longa que permite uma administração diária. Gonorreia. Cefotaxima: altamente resistente a muitos beta- lactamases. É indicada em lactentes porque tem excreção extra-hepática que prescinde da maturidade do fígado. 4º geração Cefepime (IV). espectro ampliado em relação a 3º geração, pois agem bastante em gram- e em Pseudomonas aeruginase. maior estabilidade a hidrólise Beta-lactamases. tratamento de infecções MO gram resistentes a cefalosporinas de 3º geração. tratamento empírico das infecções hospitalares. Farmacocinética administração: VO, IM EV (escassa absorção oral). Distribuição ampla: Cefotaxima, Cefuroxima, Ceftriaxona: atravessa a BHE (independente da inflamação). todas atravessam a placenta. Eliminação renal: doses devem ser ajustadas em pacientes com insuficiência renal para evitar toxidade. Ceftriaxona: eliminação via bile uso em paciente com insuficiência renal. Uso clínico Segunda escolha para muitas infecções. Fármacos orais (Cefaclor): infecções urinárias. Infecção do trato urinário: especialmente na gravidez ou nos pacientes que não respondem a outros fármacos. Fármacos parenterais: Cefuroxima, que é ativa sobre S. aureus, Haemophilus influenzae, Enterobacteriaceae. Septicemia: Cefuroxima, Cefotaxima. Pneumonia causada por MO suscetíveis. Meningite: Ceftriaxona, Cefotaxima. Infecção do trato biliar. Sinusite: Cefadroxila. Reações adversas são similares às das penicilinas – hipersensibilidade: reações imediatas: anafilaxia, broncoespasmo, urticária. Reações tardias: erupção maculopapular, febre, eosinofilia. Reação cruzada com penicilinas em 10% dos casos. Pacientes com história de anafilaxia às penicilinas não devem receber cefalosporinas. Nefrotoxidade (cefradina), bem como intolerância ao álcool (~Dissulfiram). Diarreia. Cefamandol, Cefmetazol, Cefotetano, Cefoperazona: quase sempre provocam distúrbios hemorrágicos. Antimicrobianos inibidores da síntese proteica Nas bactérias, a síntese de proteínas ocorre no citoplasma, e a produção nos ribossomos, os quais apresentam duas porções, 30S ou 50S (faz a ligação peptídica, através da informação do RNA transportador), sendo estes focos dos fármacos, que apresentam seletividade. Bactericidas: + 30 fármacos Considerados bacteriostáticos apenas quando em altas doses. Macrolídeos Eritromicina Claritromicina Azitromicina Espiramicina Telitromicina Os macrolídeos naturais incluem eritromicina (obtida dos produtos metabólicos de uma cepa de Streptomyces erythreus), espiramicina e josamicina. Novos derivados compreendem azitromicina (um azali ́deo), claritromicina, roxitromicina e diritromicina, que apresentam maior estabilidade em meio ácido, melhor disponibilidade por via oral, maior duração de efeito, melhor atividade sobre bactérias de desenvolvimento intracelular e aumento da concentração intrafagocitária. Roxitromicina e claritromicina mantêm ni ́veis plasma ́ticos eficazes quando administradas a intervalos de 12 horas. Azitromicina e diritromicina, com predomi ́nio de ni ́veis celulares, permanecem em concentrac ̧ões o ́timas nos tecidos por tempo mais prolongado, permitindo intervalos entre doses de 24 horas. o espectro de atividade dos macroli ́deos e ́ semelhante ao da penicilina e inclui cocos Gram- positivos, muitas bacte ́rias anaeróbias, particular- mente da microbiota oral, alguns bacilos Gram- positivos e Gram-negativos. bacteriostático ligação reversível às subunidades ribossômicas 50S, produzindo uma alteração de configuração que interrompe a síntese de proteínas. o que lhes confere atividade primariamente bacteriosta ́tica, mas que pode ser bactericida, dependendo de concentrações plasmáticas e teciduais atingidas e tipo de microrganismo envolvido. Eritromicina eficaz contra os mesmos MO que a penicilina.. opção para pacientes alérgicos as penicilinas, mas pouco prescrito, devido a resistência bacteriana. uso em infecções leves. tempo de meia-vida curto. não forma metabólitos ativos. uso VO ou IM (evitar devido à dor local) pode ser inativada no pH ácido estomacal: comprimidos de revestimento entérico, cápsulas com grânulos de revestimento entérico (dissolvem no duodeno). alimento pode retardar a absorção. Os ésteres de eritromicina base (estearato, estolato e etilsuccinato) apresentam melhor estabilidade em ácido, e a sua absorção é menos alterada pela presença de alimento. Variação de solubilidade da Eritromicina: Claritromicina espectro antibacteriano similar ao da eritromicina, mas também é eficaz contra Haemophilus influenzae. Ex: uso em processos infecciosos de origem bucomaxilofacial. absorvida pelo trato GI (efeito 1º passagem ↓ biodisponibilidade). pode ser administrada com ou sem alimento, mas forma de liberação prolongada (1 x/dia /1 g) deve ser administrada com alimento para melhorar sua biodisponibilidade. se uso em pacientes com nefropatia, precisa de ajuste de dose, pela alta taxa de excreção urinária. Azitromicina possui atividade bactericida (↑ [ ]) maior que a eritromicina e claritromicina contra bacilos gram- devido a ̀ sua melhor penetração celular. Ex: ativa contra as infecções respirato ́rias (H. influenzae e Moraxella catarrhalis). Tratamento de uretrites (Chlamydia trachomatis). Tem atividade contra o complexo Mycobacterium avium intracellulare (pacientes com AIDS). passagem muito eficiente pelos tecidos, sendo muito útil para MO intracelulares. ↑ [ ] no interior das células: ↑ [ ] nos tecidos. indicada para uso em infecções odontogênicas (patógenos anaeróbios). não deve ser administrada com alimento. Isto é, uso em 1h antes ou 2h depois de consumir alimento. (↓ biodisponibilidade 50%). administração 1 dose/dia, menos tempo tratamento, devido ao grande tempo de meia-vida, uma vez que forma metabólitos ativos. recomendada pela American Heart Association como uma alternativa à penicilina para profilaxia de endocardite bacteriana em adultos. Para a profilaxia de endocardite bacteriana em crianças, clindamicina em suspensão oral tem sido substitui ́da por azitromicina. Obs: No tratamento de abcessos periapicais agudos, a azitromicina, em concentração de 500mg/dia por período de 3 dias. OBS: alguns estudos indicam que permanece por longo peri ́odo apo ́s o término do tratamento. OBS: bacteriostático; espectro estendido. Ex: 3 -5 dias por 10 dias. 4 doses diárias 1 dose diária Efeitos GI Menos efeitos GI Farmacocinética VO doses: varia conforme a forma farmacêutica. Ex: eritromicina (500 mg-2g/ dia), azitromicina (500mg/dia), claritromicina 500 mg/12h ou formulação de liberação prolongada 1g a cada 24 h). alimento ↓ absorção de eritromicina e azitromicina/ ↑claritromicina. A durac ̧ão de tratamento tem sido de 5 dias (azitromicina e diritromicina) a 10 dias (eritromicina, roxitromicina e claritromicina), com a possibilidade de se utilizar azitromicina por tempo ainda menor. Abscessos dentoalveolares te ̂m sido tratados por 3 a 7 dias. distribuição: atinge todos os tecidos. Não cruzam a BHE e há pouca penetração no líquido sinovial. Excreção biliar predominante e reabsorção na circulação entero-hepática. Exceção: claritromicina ajuste de dose em pacientes com nefropatia. Efeitos adversos alterações GI: diarreia, náuseas, vômitos. efeitos: dose-dependente. interações medicamentosas. usar com cautela em pacientes com arritmias cardíacas. Eritromicina e azitromicina esta ̃o classificadas como risco B na gravidez (Categorizac ̧ão FDA), enquanto claritromicina encontra-se classificada na categoria C, por ter sido relacionada com defeito fetal em camundongos e macacos. de modo geral, as reac ̧ões de hipersensibilidade sa ̃o leves, incluindo febre, eosinofilia e erupções cuta ̂neas. anafilaxia e distu ́rbios respirato ́rios agudos sa ̃o muito raros e aparecem na literatura como relatos de casos. alterações transitórias da audição. o estolato de eritromicina apresenta elevado risco de desenvolvimento de hepatite colesta ́tica, efeito raro em crianc ̧as menores de 12 anos de idade Os sintomas dessa desordem incluem na ́useas, vômitos e dor abdominal, seguidos por icteri ́cia, febre e alterações nos leuco ́citos. É manifestaça ̃o independente de dose e reversível, ocor- rendo menos frequ ̈entemente com etilsuccinato de eritro- micina.. (> 2 semanas). O uso da eritromicina é limitado primariamente pelos efeitos adversos gastrintestinais (dor epigástrica, diarréia, na ́useas e vômitos), particularmente incômodos em crianc ̧as pequenas, condicionantes de que cerca de um terc ̧o dos pacientes na ̃o complete a terapia. Ale ́m disso, necessidade de mu ́ltiplas doses dia ́rias e regime de tratamento prolongado podem tambe ́m comprometer a efetividade da terapia pela reduc ̧ão da adesão do paciente. Obs: eritromicina e Claritromicina inibem algumas proteínas hepáticas, tento interferência quando se usa outros medicamentos. Tetraciclinas amplo espectro de ação e bacteriostáticos: Gram- positivos e Gram-negativos Mycoplasma, Rickettsia, Chlamydia, espiroquetas. utilização limitada devido à resistência bacteriana, que se dá por: transferência genética (plasmídeos) e mutação, ocorrendo a diminuição do fármaco por criação de via de efluxo, acesso reduzido ao ribossomo por protei ́na protetora ou inativac ̧ão enzima ́tica.. sa ̃o usadas como tratamento adjuvante na doenc ̧a periodontal, na forma sistêmica ou local, pois podem diminuir o nu ́mero de microrganismos patogênicos e modular a resposta inflamato ́ria, diminuindo a lesa ̃o tecidual. Doses subantimicrobianas de doxiciclina diminuem a atividade das metaloproteinases que, durante a progressa ̃o da doenc ̧a periodontal cro ̂nica, medeiam a destruic ̧ão da matriz extracelular em bolsas periodontais. Tetraciclinas tambe ́m inibem a atividade da colagenase in vitro, pressupondo-se que atuem como agente antiinflamato ́rio por meio de reduc ̧ão da atividade enzima ́tica no tecido gengival e fluido crevicular de pacientes com doenc ̧a periodontal. Atuam em infecc ̧ões orais causadas por Actinomyces, Actinobacillus, Bacterioides sp., Clostridium, Proprionibacterium, Eubacterium, Peptococcus e Fuseobacterium. Também atuam sobre a flora normal do trato digestório, possibilitando o surgimento de infecc ̧ões oportunistas por Candida sp. e outros microrganismos resistentes a ̀s tetraciclinas. Tetraciclina (VO) Oxitetraciclina (oftálmico) Clortetraciclina (oftálmico) Demeclociclina Doxiciclina (VO, EV) Minociclina (VO) Metaciclina Constituição: 4 anéis com um sistema de ligações duplas e conjugadas. Substituições nesses anéis alteram a farmacocinética individual e o espectro de atividade antimicrobiana. Atualmente, apenas doxiciclina tem sido indicada no tratamento das periodontites, ja ́ que, por suas características farmacocinéticas (maior lipossolubilidade, mais rápida absorção oral, maior meia-vida com mais longo intervalo entre as doses), apresenta vantagens em relação aos demais representantes, sendo utilizada para as doenças periodontais agressivas em pacientes adultos ou como alternativa terapêutica nos casos de hipersensibilidade às penicilinas ou efeitos adversos ao metronidazol. Interferem na síntese proteica Ligação ao ribossomo bacteriano 30S Impedem o acesso do RNAt ao RNAm ligado ao ribossomo. Impedem a adição de aminoácidos ao peptídeos em crescimento e inibem a síntese proteica. uso como adjuvante na doença periodontal (forma sistêmica ou local): modula a resposta inflamatória, diminui a lesão. Elevada permeabilidade no fluido gengival. Ex: pacientes com periodontite (doxiciclina). Farmacocinética São primordialmente utilizadas por via oral, apesar de existirem as formas de administrac ̧ão parenteral e to ́pica. Uso to ́pico na ̃o é recomendado, exceto em terapia ofta ́lmica. a maior parte da absorça ̃o ocorre no estômago e na porça ̃o inicial do intestino delgado. OBS: antia ́cidos a ̀ base de alumi ́nio, ca ́lcio ou magnésio, preparações contendo ferro ou sais de bismuto, colestiramina e colestipol, leite e derivados prejudicam ou inibem a absorc ̧a ̃o das tetraciclinas, devido a ̀ quelac ̧a ̃o dos ca ́tions bivalentes e trivalentes. Os quelatos sa ̃o complexos não absorvíveis, sendo excretados nas fezes. Consequentemente, níveis se ́ricos terapêuticos na ̃o sa ̃o obtidos. Portanto, cloridrato de tetraciclina deve ser administrado 2 horas antes ou 2 horas depois das refeic ̧ões. Doxiciclina e minociclina possuem maior absorc ̧ão oral (95–100%), na ̃o prejudicada por alimentos. Quaisquer das tetraciclinas devem ser ingeridas com adequadas quantidades de li ́quidos para evitar irritac ̧ão digestiva. O desconforto ga ́strico pode ser minimizado se as tetraciclinas forem ingeridas junto com alimentos, pore ́m não com laticínios. a absorção da maioria das tetraciclinas é irregular e incompleta (melhor na ausência de alimentos). Exceto: Doxiciclina são completamente absorvidas, podendo ser administradas junto com alimentos (↑absorção). . biotransformação: fígado → não utilizar em pacientes com doenças hepáticas. distribuem-se amplamente pelos tecidos e líquidos corporais. Atingem altas concentrações em saliva, dentina, esmalte e osso.. atravessam a placenta e alcançam o feto (categoria D) e são excretadas no leite. Durante a gravidez, todas as tetraciclinas são contraindicadas devido aos seus efeitos de pigmentação dentária e hepatotoxicidade. Altas concentrac ̧ões do fa ́rmaco sa ̃o encontradas no leite materno. tudo isso, tetraciclinas na ̃o esta ̃o indicadas em crianças, gestantes ou nutrizes secretadas na bile e reabsorvidas no intestino (circulação entero-hepática), em geral excreção renal. excreção extra-renal predominante. Não devem também ser usadas por pacientes com história de reação alérgica às tetraciclinas. Durante seu uso, deve-se evitar demasiada exposição ao sol e usar filtros solares. E ́ preciso diminuir a dosagem em insuficientes hepáticos, já que a toxicidade e ́ dose-dependente.1 Tetraciclina degradada ou com prazo de validade vencido induz quadro cli ́nico similar ao da si ́ndrome de Fanconi, caracterizado por náuseas, vo ̂mitos, poliu ́ria, polidipsia, proteinu ́ria, acidose, glicosu ́ria e aminoacidu ́ria. Reações adversas concentram-se em tecidos em calcificação (dentese ossos). Depositam na forma de ortofosfato complexo nos ossos e dentes durante o desenvolvimento: manchas marrons e hipoplasia de esmalte dental. contraindicação: gestantes e crianças até 8 anos. Perturbac ̧ões gastrintestinais: epigastralgia, desconforto abdominal, anorexia, na ́useas, vômitos, diarréia, pancreatite, esofagite e u ́lceras esofa ́gicas, colite pseudomembranosa (Clostridium difficile; difícil de tratar). superinfecção (Candida e estafilococos resistentes). reac ̧ões de hipersensibilidade: erupc ̧ões cutâneas, urtica ́ria, dermatite exfoliativa, prurido, glossite atro ́fica ou hipertro ́fica, febre, asma, angioedema, anafilaxia. fototoxicidade: queimaduras solares. nefrotoxicidade. vertigem. Interações medicamentosas Álcool, barbitúricos, carbamazepina e fenitoi ́na: ↓ meia-vida das tetraciclinas. redução da eficácia dos anticoncepcionais. pacientes em uso de anticoagulantes orais podem necessitar de redução da dosagem do anticoagulante. OBS: Minociclina Doxiciclina não necessitam ajuste de dose em presença de insuficiência renal. Lincosaminas Lincomicina é o antibiótico natural, obtido originalmente de culturas de Streptomyces lincolnensis. Pequenas modificac ̧ões estruturais de sua cadeia lateral deram origem a ̀ clindamicina (derivado semi-sintético), com maior taxa de absorc ̧ão oral e aumentado espectro antibacteriano (maior atividade e menor taxa de resiste ̂ncia). Como consequ ̈e ̂ncia, na atualidade, na ̃o se justifica o uso de lincomicina. Clindamicina bacteriostática ou bactericida, na dependência de dose empregada, tamanho do ino ́culo e espécie bacteriana. Bacteriostática em baixas concentrações, mas tem efeito bactericida na presença de altas concentrações teciduais eficiente contra cocos Gram +, anaeróbios (associados microbiota periodontal). cepas resistentes a macrolídeos usa-se Clindamicina. mecanismo de ação: inibe a síntese proteica bacteriana, atuando em ribossomo 50S. (impede a translocação). Clindamicina e macrolídeos atuam no mesmo local, portanto podem competir pelo local de ação. distribui-se amplamente (líquidos e tecidos), incluindo o osso, porém não no líquor, mesmo quando as meninges estão inflamadas (Não passa a BHE). indicada no tratamento de infecções da pele, tecidos moles, tecido o ́sseo como osteomielite e osteíte purulenta. infecções odontogênicas, periodontite, gengivite. profilaxia de endocardite bacteriana (dose única). Em infecc ̧ões de origem odontoge ̂nica, clindamicina apresentou resultados similares aos obtidos com penicilina, tanto em parâmetros cli ́nicos quanto microbiolo ́gicos. No entanto, na ̃o é usada como primeira opc ̧a ̃o pela sua menor margem de seguranc ̧a em relaça ̃o a esta u ́ltima. É empregada como fármaco alternativo para casos em que ha ́ indicac ̧ão de prevenc ̧ão e tratamento de infecc ̧ões odontogênicas (incluindo abscessos, celulite, infecc ̧a ̃o pós- operatória e pericoronarite) em pacientes alérgicos a antibióticos betalacta ̂micos. É quarta opc ̧ão no tratamento de infecções orodentárias causadas por cocos Gram+ ou anaeróbios (Gram-positivos e negativos), quando penicilinas, cefalosporinas e macroli ́deos sa ̃o ineficazes. Também é agente alternativo em gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA). Só é considerada como primeira opção em pacientes para os quais se pode determinar a presenc ̧a de osteomielite causada por anaeróbios. Tem boa penetração óssea. : uso: VO, IM, IV doses: 300 e 600 mg boa absorção VO (90%) presença de alimentos: atraso no pico de concentração plasmática, mas não afeta a absorção. boa distribuição tecidual. Sua concentrac ̧ão óssea é particularmente alta, quando comparada ao nível sérico. Em osso mandibular, atinge concentrac ̧a ̃o correspondente a um terc ̧o da obtida em plasma. não ultrapassa barreira hematoencefa ́lica ou membrana de cistos odontoge ̂nicos apicais. É capaz de atravessar a barreira placenta ́ria. T½: 2-3h, pacientes com IR: 6 h → reduzir dose ou afastar os tempos de utilização. biotransformação: fígado. Metabólito N-demetil- clindamicina (mais ativo que o composto original) e sulfóxido de clindamicina (menos ativo). dor abdominal e diarréia sa ̃o relatadas por cerca de 10 a 20% dos pacientes. hipotensa ̃o, urtica ́ria, rash, si ́ndrome de Steven- Johnson, na ́useas, vômitos e colite pseudomembranosa aparecem em 1 a 10% dos casos. Pode ocorrer, ainda, infecc ̧a ̃o secunda ́ria por fungo em cavidade oral, trato intestinal e vagina, resultando em glossite, estomatite e vaginite. Os sintomas usualmente desenvolvem-se 2 a 9 dias apo ́s o ini ́cio do tratamento, mas podem ocorrer até va ́rias semanas após. os agentes que inibem o peristaltismo (ex: opióides) prolongam ou agravam essa condição. Anorexia, vômitos, gosto metálico, alteração enzimas hepáticas. alterações GI: colite pseudomembranosa (inflamação aguda do cólon causada pelo Clostridium difficilile). pode ser grave: interromper o tratamento e administração metronidazol ou vancomicina VO. a atividade antimicrobiana persiste no intestino por ate ́ 1 semana após a suspensa ̃o do tratamento oral ou por, pelo menos, 5 dias após 48 horas de administrac ̧ão parenteral. Esse feno ̂meno se associa com supressa ̃o do crescimento de bacte ́rias sensi ́veis do cólon, o que pode perdurar por até 2 semanas apo ́s o uso. Isso explica, em parte, o risco de aparecimento de diarre ́ia por Clostridium difficile. OBS: Resistência cruzada com eritromicina é relatada. Outros antimicrobianos Microrganismos anaeróbios fazem parte da microbiota normal de seres humanos, sendo encontrados em pele, boca, intestinos e genitais externos. Para causar infecções, são necessárias condições teciduais adequadas que levem a anaerobiose - traumatismo, ferimento cirúrgico, mordedura de animais, necrose tecidual por neoplasia, isquemia tecidual (com queda no potencial de oxirredução do tecido), presença de corpo estranho. Tais infecções relacionam-se também com má higiene oral, imunodepressão desnutrição e neutropenia. Infecções anaeróbias são quase sempre mistas, ou seja, isola-se mais de um microrganismo do material coletado. Penicilinas e cefalosporinas: apresentam atividade bactericida para anaero ́bios (cavidade bucal), exceto Actinobacillus actinomycetemcomitans. ideal para tratamento de bactérias anaeróbias: clindamicina e metronidazol. Metronidazol antiprotozoário, ativo também em infecções com bactérias anaeróbias (Bacteroides, Clostridium spp., Fusobacterium spp., e alguns estreptococos. Também é ativo contra Helicobacter pylori. (causam ulcera gástrica). bactericida. uso em infecções periodontais: atividade contra anaeróbios Gram- Ex: periodontites refratárias. uso do metronidazol + antibio ́tico β-lactâmico: infecções orais agudas graves e periodontite agressiva, também é eficaz no tratamento de colite pseudomembranosa por Clostridium difficile. Não deve ser usado como agente u ́nico, exceto em GUNA e periodontite avanc ̧ada, pois é altamente ativo para bacilos Gram- negativos anaeróbios e espiroquetas, mas moderadamente ativo para cocos anaeróbios, além de na ̃o ser ativo para microrganismos aeróbios, incluindo Streptococcus. Tem sido empregado no tratamento de muitas infecc ̧ões periodontais. Sucesso no tratamento de periodontite provavelmente relaciona-se à sua atividade contra anaeróbios Gram-negativos, que frequ ̈entemente se associam a ̀ doenc ̧a.1 Notável excec ̧ão é representada pelo Actinobacillus actinomycetemcomitans, considerado como uma das principais bactérias associadas a ̀s infecc ̧ões periodontais, para o qual o metronidazol na ̃o tem ac ̧ão. uso VO. ingestão de alimentos retarda o tempo absorção, mas a absorçãototal não é afetada.. Interrompe a síntese do DNA bacteriano. ao penetrar na ce ́lula, é degradado por ac ̧a ̃o de nitrorredutases, gerando compostos polares citotóxicos (nitrosos, radicais livres e derivados de hidroxilamina). Estes determinam perda da estrutura helicoidal do DNA bacteriano, quebra de filamentos e comprometimento concomitante de sua func ̧a ̃o. Com a ruptura da estrutura helicoidal do DNA, a ce ́lula morre. Essas ações ocorrem independentemente das células bacterianas estarem se dividindo ou na ̃o. OBS: metronidazol somente é ativo sobre bactérias que são anaeróbias obrigatórias. náuseas, desconforto epigástrico e anorexia. vômitos, diarreia ou constipação, pancreatite, hepatite. gosto metálico, xerostomia. pode causar convulsão, deve ser usado com cuidado em pacientes com história de convulsão ou outro distúrbio do SNC. interação com álcool: efeito semelhante ao dissulfiram. Inibe uma importante enzima que degrada o álcool, assim não se usa esse fármaco com álcool.. Fluoroquinolonas Fármacos: ciprofloxacino, norfloxacino, levofloxacino, ofloxacino, enoxacino, perfloxacino, lomefloxacino, gatifloxacino e moxifloxacino. bactericidas. ativas contra bacilos e cocos gram- aeróbios (Enterobacteriaceae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria gonorrhoeaee, Pseudomonas aeruginosa (menos ativas). ativos contra micobactérias, micoplasmase Rickettsia. são menos ativas contra MO gram + (Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Enterococcus faecalis). prescrição na odontologia não é a primeira escolha, apenas em infecções com bactérias multirresistentes, que não foram bem respondidas a outros antibacterianos.: em odontologia, a prescrição é frequente em infecções periodontais em que A. actinomycetemcomitans está presente. : o uso concomitante de antiácidos que contenham Mg, Al, Ca, vitaminas, Zn e Fe pode interferir com a absorção. meia-vida longa: intervalos de dose de 12 a 24 h. metabolismo hepático e eliminação renal. inibição da divisão células através da inibição da enzima DNA girase que é essencial para replicação do DNA bacteriano. tendinites e ruptura de tendões: raro, idosos com uso de → glicocorticoides, doença renal. não recomendado → crianças e adolescentes em fase de crescimento, gestantes (categoria C, podem causar uma alteração no feto) e durante a amamentação → risco de lesão na cartilagem articular → retardo da ossificação.
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