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Farmacologia clinica da infecção - parte 1

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FARMACOLOGIA II 
 
 
Aspectos gerais 
 
 
 1929: Flemming descobre a penicilina, através do 
Penicillium notatum. 
 1939: iniciou-se o uso clínico na 2° Guerra Mundial. 
 1940: Howard Florey e Ernst Chain  produção em 
escala industrial. 
“A era dos antibióticos.”  aparecimento de resistência. 
 1956: Jawetz reconhece os problemas causados pela 
atração dos antibióticos e propaganda da indústria 
farmacêutica. 
Lister- antisséptico eficiente; fenol. 
Ehrlich-“salvarsan”; sífilis.  diminuiu a mortalidade 
 
 
 Microrganismos: vírus, parasitas, fungos, bactérias. 
 Bactérias segundo a OMS, 4° causa de óbitos 
 
Antibióticos  Antibacterianos  Ligantes  receptores 
(proteínas microbianas)  Componentes essenciais 
reações BQ  Interferência com os processos 
fisiológicos: destruição 
 
Ex: síntese parede celular, membrana plasmática, 
ribossomos. 
 
 
 
 
 na classe e o espectro de microrganismos que ele 
destrói. 
 nos processos bioquímicos com os quais interfere,. 
 na estrutura química do seu farmacóforo 
 mecanismo de ação: Inibição da síntese da parede 
celular; Inibição da síntese de proteínas; Inibição da 
síntese de DNA/RNA; Inibição da síntese de ácido 
fólico. 
 
 
 Entrada ATM compartimentos: Patógeno x órgão 
específico  administração local, distante do foco de 
infecção. 
 escolher ATM adequado: chega ao local infecção. 
 barreiras físicas: molécula precisa atravessar (epitélio, 
endotélio, junções celulares). 
 propriedades químicas molécula (coeficiente de 
partição octanol/água) 
 transportadores: glicoproteína-P 
 SNC: protegido BHE  infecções: menor integridade. 
Moléculas polares não atravessam facilmente a BHE. 
 
 
Substâncias naturais ou sintéticas que agem sobre 
microrganismos inibindo o seu crescimento ou causando a 
sua destruição. 
 Bacteriostáticos: inibem o crescimento celular. A 
resolução do processo de infecção depende das 
defesas orgânicas (fagocitose, imunidade do paciente). 
Nunca utilizável em paciente imunossupremidos. 
 Bactericidas: destroem o microrganismo invasor. 
Independe das defesas do organismo. A maioria dos 
utilizados em odontologia. 
 
Espectro de ação: refere-se ao nº de espécies de MO 
que o ATM age. 
 Estreito: grupo único ou limitado de MO 
 Estendido: MO gram+ e gram- 
 Amplo: variedade de MO 
Bactericida + bacteriostático: efeito antagônico 
Bactericida + bactericida: efeito sinérgico 
 
 
Toxicidade seletiva: alvo específico 
 
 
 
Infecções agudas surgem rapidamente e podem 
facilmente se espalhar para os planos das fáscias, muitas 
vezes são eliminadas com incisão e drenagem 
juntamente com a terapia com antibióticos. 
Exemplos: Periodontite, pericoronarite, abscessos 
periodontais, gengivite ulcerativa necrotizante, abscessos 
periapicais, ou celulite com ou sem extensão para os 
espaços orbitais submandibulares. 
 
 
Escolha do antimicrobiano 
 
 Identificação do microrganismo. 
 Tratamento empírico antes da identificação  local 
da infecção e anamnese; qual a causa da infecção? 
 Determinação da suscetibilidade antimicrobiana  
bacteriostático x bactericida. 
 Efeito do local de infecção no tratamento  BHE: 
lipossolubilidade, massa molecular (baixa: fácil SNC), 
ligação as proteínas plasmáticas (alta: limita). 
farmacocinética e farmacodinâmica, sinergismo ou 
antagonismo, toxicidade, interação medicamentosa. 
 Vias de administração: nível ambulatorial –VO; graves: 
IV. 
 Intervalo das doses, duração do tratamento (7-10 dias). 
 Doses prescritas devem prover concentrações 
plasmáticas de acordo com o CIM (concentração 
inibitória mínima; ex diminuem esta: cepas resistentes, 
ingestão com alimento). 
 Associação só quando ter mecanismos de ação 
diferente e ser todos bacteriostático ou bactericidas 
(sem associação conjunta dos dois). 
 
Características do paciente: 
 Idade 
 Gestante, situação de risco, comorbidades 
 Terapia prévia com ATM 
 Sistema imune 
 Disfunção renal: ajuste da dose 
 Disfunção hepática: biotransformação 
 Má perfusão: ATM não chega no sítio de ação 
 Segurança e custo 
 
Resistência microbiana 
 
 Defesas bacterianas. 
 Resistente: quando seu 
crescimento não é 
inibido pela maior 
concentração do ATM 
tolerado pelo 
organismo. 
 
 
 
 
 acesso reduzido do antibiótico ao patógeno. 
 aumento da eliminação do antibiótico (bombas de 
efluxo). 
 liberação de enzimas microbianas que destroem o 
antibiótico. 
 alterações das proteínas microbianas (proteínas-alvos). 
 desenvolvimento de vias metabólicas alternativas às 
que foram suprimidas pelo antibiótico. 
 
 mutação, ausência ou perda de canal de porina 
(entrada de ATMA; ex: moléculas pequenas e 
hidrofílicas).  o número e o tamanho dos poros da 
membrana externa variam entre diferentes bactérias 
gram-, fornecendo maior ou menor acesso para os 
antibióticos ao local de ação. 
 
 
 
 incapaz de alcançar o local de ação em concentração 
suficiente para levar MO.  sistema de efluxo: 
Tetraciclinas e β-lactâmicos. 
Obs: as bombas de efluxo atuam removendo o ATM do 
seu local de ação antes que possa atuar. 
 
 
 
 inativação enzimática. 
 Bactérias produzem enzimas β-lactamase: 
penicilinases - inativam hidroliticamente o anel beta-
lactâmico das penicilinas, cefalosporinas.  ≠ tipos, 
aspectos moleculares e funcionais. 
 1 betalactamase pode inativar 1000 moléculas de 
fármaco. 
 Gram-: β-lactamase em menor [ ] no espaço 
periplasmático 
 Gram+: maior quantidade, são secretadas. 
 
 Resultado: ligação reduzida do fármaco, alteração do 
local de ligação. 
 Mutações, por exemplo: resistência do S. 
pneumoniae aos antimicrobianos β-lactâmicos, 
resultando em alteração nas proteínas ligadoras de 
penicilina, reduzindo a ligação do antimicrobiano ao 
seu alvo. 
 Mutações cromossômicas: transferidas para células 
filhas (vertical) ou bactéria recebe material genético 
de outras (horizontal): DNA ou plasmídeo. 
 
 
Antimicrobianos inibidores da 
síntese da parede celular 
 
 Bactericidas: + 30 fármacos 
 Betalactâmicos: Penicilinas, Cefalosporinas, 
Carbapenêmicos; Monobactâmicos. 
 
Muda o espectro ATM, estabilidade pH ácido: 
 
- Betalactâmicos - 
Penicilinas 
 
 
O anel betalactâmico confere afinidade por enzimas 
(transpeptidases e carboxipeptidases), reconhecidas como 
proteínas ligadoras de penicilinas (PLP) - que realizam a 
ligação de peptidoglicanos, último passo da síntese da 
parede bacteriana. Assim, interrompem a síntese e, 
consequentemente, a formação adequada da parede 
bacteriana, organela de resistência contra variações 
osmolares. A parede malformada ocasiona lise da bactéria 
(ação bactericida) em meios de menor osmolaridade, 
como são, em geral, os fluidos orgânicos. Inibição de PLP 
também libera autolisinas que destroem parede já 
existente. 
 
 limitação: resistência de microrganismos desprovidos 
de parede celular, como Mycoplasma pneumoniae, 
Rickettsias sp. e Pneumocystis carinii. Dentre 
mecanismos de resistência naturais ou adquiridos, 
estão: modificação de PLP, uso de vias alternativas 
para síntese de peptideoglicano, impermeabilidade 
celular a betalactâmicos e produção de 
betalactamases (este tem maior importância). 
 bactericida. 
 ação tempo-dependente: fármaco deve estar 
presente na área infectada por mais tempo, pois a 
bactéria divide-se em tempos e taxas diferentes. 
parede celular somente pode ser inibida enquanto 
está sendo construída. 
 
 
 
 
 descoberta Penicilina em 1928, por Alexandre Fleming 
(Médico), o qual recebeu o Prêmio Nobel em 1945. 
 o fungo foi identificado como pertencente ao gênero 
Penicilium, donde deriva o nome de penicilina dado à 
substância por ele produzida. 
 
As penicilinas são divididas em: 
 Penicilina G (Benzilpenicilina): natural, congêneres 
penicilina G procaína, penicilina G benzatina, penicilina 
V (fenoximetilpenicilina). 
 Aminopenicilinas: ampicilina e amoxicilina (VO). 
 Penicilinasresistentes as penicilinases: oxacilina, 
meticilina (S. aureus resistente). 
 Penicilinas de amplo espetro: carboxipenicilinas. 
 
 
 
Benzilpenicilina 
 
 ativa contra alguns gram + e gram- 
 limitação: inativadas pela β-lactamase. 
 
 uso apenas IV (t1/2: 30-40 min). 
 eliminada 4h. 
 distribui-se amplamente tecidos. 
 passa BHE (inflamação). 
 adm repetida, flebite. 
 Reserva-se a indicação da penicilina G cristalina às 
infecções mais graves (ex: infecções graves de cabeça e 
pescoço) causadas por bactérias que necessitam de altas 
concentrações séricas de penicilina, não alcançadas pelas 
penicilinas G procaína e benzatina. 
 
OBS: A dosagem deve ser reduzida em pacientes com insuficiência 
renal. 
 
 uso apenas IM. 
 procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis 
séricos e teciduais por período 12 h. 
 
OBS: Penicilina G associada a procaína ou benzatina apresenta-se 
como suspensão, admitindo somente a via intramuscular, pois sua 
presença em veia pode ocasionar embolia pulmonar. 
 
 uso apenas via IM. 
 mantém-se depósito de modo que os níveis séricos 
permanecem estáveis 15-30 dias, depende da dose. 
 nunca IV pelo risco de embolia. 
 Usos: tratamento de abcessos dentários, infecção 
mista cabeça/pescoço. 
 Ex: Benzetacil ® Longacilin ®. Pode ser útil no 
tratamento da sífilis, já que o Treponema pallidum é 
um MO de divisão muito lenta. 
 
Aminopenicilinas 
 
 amplo espectro. Ac ̧a ̃o anaerobicida permite o uso em 
processos determinados pelas placas supra e 
subgengivais. 
 
 VO, IV ou IM: apenas 30-40% da dose administrada 
por VO é absorvida no TGI, absorção pode ser 
prejudicada se ingerir com alimentos. 
 eliminação: 70% urina (forma ativa/ ajuste dose em 
pacientes com dano renal), fezes. 
 posologia: uso a cada 6h. 
 
OBS: com o mesmo espectro e suplantada por amoxicilina, e ́ indicada 
quando o paciente não tem a disponibilidade de via oral. 
 
 VO (alta biodisponibilidade). 
 a ingestão com alimentos não altera sua absorção. 
 concentrações séricas 2x maiores que as obtidas 
com a mesma dose de ampicilina. 
 Poucas cepas resistentes. 
 Seguro. 
 Baixo custo. 
 posologia: uso a cada 8 h. 
 
Amoxicilina tem absorc ̧ão digestiva mais ra ́pida e completa (95%) que 
ampicilina (40%), atingindo ni ́veis séricos e teciduais mais altos. 
 
 
 
Obs: Clavulim é segunda opção, apenas quando a 
Amoxicilina não está resolvendo. 
 
OBS: A associac ̧ão de amoxicilina a a ́cido clavula ̂nico mostra-se ativa 
contra os microrganismos susceti ́veis a amoxicilina e os que lhe eram 
previamente resistentes, devido a ̀ inibição do a ́cido clavUla ̂nico sobre 
as penicilinases. A associac ̧ão com clavulanato deve ser administrada 
no ini ́cio da refeic ̧ão para minimizar as reac ̧ões gastrintestinais do 
inibidor de betalactamases. 
 
Farmacocinética 
 
Absorção oral: varia conforme sua estabilidade em 
ácidos/alimentos. 
 à exceção da amoxicilina, as penicilinas VO não devem 
ser administradas durante as refeições, sendo o ideal ser 
administrada pelo menos 30 min antes ou 2 horas depois 
das refeições. 
 maioria interfere na flora intestinal. 
 
Administradas por IM: 
 Penicilina G benzatina (liberação lenta, útil para o 
tratamento de sífilis Treponema pallidum divisão lenta) e 
penicilina G procaína. 
 
 Distribuição ampla: líquidos corporais, articulações, 
cavidade pleural e pericárdia, bile, saliva, leite, placenta. 
 Não cruzam a BHE, a menos que as meninges 
estejam inflamadas. 
 Eliminação renal: ajuste da dose. 
 Sofre rápida eliminação, principalmente renal (90% 
secreção renal). 
 A meia-vida da penicilina G é de aproximadamente 
30 minutos; na insuficiência renal, pode atingir 10 
horas. 
 associação com probenecida atua bloqueando a 
secreção tubular renal da penicilina G elevando as [ ] 
séricas do antibiótico. 
 
 
Uso clínico 
 
 Endocardite (S. viridas ou Enterococcus faecalis): altas 
doses de Bezilpenicilina IV + outro ATM 
 Infecções estreptocócicas: otite, pneumonia, infecção 
trato urinário, bronquite  Amoxicilina. 
 Meningite bacteriana (Neisseria meningitidis): 
Bezilpenicilina doses altas IV. 
 Infecção ossos e articulações (Staphyloccocus 
aureus): flucloxacilina. 
 Sífilis: Bezilpenicilina procaína. 
 Gonorreia: amoxicilina associada à probenecida. 
 
Reações adversas 
 
 Comum: reação de hipersensibilidade (molécula 
peniciloil, produto da degradação da penicilina). 
 
Aparecem independentemente de dose e tipo de penicilina 
empregados. Dependem apenas de sensibilizac ̧ão prévia, que muitas 
vezes ocorre em pessoas nunca tratadas com antibio ́ticos desse 
grupo. Admite-se que isso ocorra consequ ̈entemente a ̀ ingestão de 
leite ou de carne contaminados com penicilina natural, a ̀ inalac ̧ão de 
parti ́culas de penicilinas em suspensa ̃o no ar hospitalar ou a ̀ infecc ̧ão 
por fungos cujos produtos podem induzir reac ̧ões cruzadas com 
penicilinas. 
 
 Erupções cutâneas: ocorre em torno de 1 h após a 
administração do fármaco. 
 Raro: anafilaxia (grave): broncoespasmo, edema, 
colapso, reação imediata. 
 Diarreia: alteração microbiota intestinal. Predispõe o 
paciente a superinfecção por espécies oportunistas e 
resistentes a fármacos (Ex: Proteus, Pseudomonas). 
 convulsão se usado pela via intratecal, assim, está em 
desuso). 
 
 A hipersensibilidade é cruzada, isto e ́, comum a todo o grupo das 
penicilinas. Assim, um quadro de alergia peni- cilínica obriga a 
suspensa ̃o do antibio ́tico que o originou e impede a substituic ̧ão por 
outra penicilina. Ainda pode haver reac ̧ão cruzada com cefalosporinas 
(mais nos pacientes que te ̂m reac ̧ões imediatas, na ordem de 5 a 
15%) e imipene ́m. Isso na ̃o ocorre com aztreonam. A melhor maneira 
de se prevenir alergia penicili ́nica é por meio de cuidadosa anamnese. 
 Epinefrina é o fármaco capaz de reverter a maioria das 
manifestac ̧ões de hipersensibilidade imediatas e aceleradas. A escolha 
da via de administrac ̧ão (subcuta ̂nea, intramuscular, respirato ́ria, 
intravenosa) depende da gravidade do caso. A utilidade de 
corticostero ́ides e anti-histamínicos não está claramente estabelecida, 
mas esses fa ́rmacos costumam ser adminis- trados após o manejo 
agudo. Erupc ̧ões morbiliformes na ̃o respondem a ̀ terapia antiale ́rgica e 
tendem a desaparecer espontaneamente, mesmo com a manutenc ̧ão 
de ampicilina ou amoxicilina. As penicilinas podem ser administradas na 
gestac ̧ão. Encontram-se em concentrac ̧ões varia ́veis no leite materno, 
mas na ̃o requerem suspensa ̃o do aleitamento durante seu emprego. 
 
 
 
Cefalosporinas 
 
 1948: inicialmente isoladas do Cephalosporium 
acremonium por Giuseppe Brotzu do esgosto na 
costa da Sardenha, constituem outro grupo de 
antibióticos betalactâmicos. 
 Líquido das culturas inibia S. aereus. 
 espectro de ação mais amplo que as penicilinas. 
 as diferenças de espectro são por modificações nas 
cadeias da estrutura básica (anel 7-amino-
cefalosporânico). 
 
 
 
 Anel 6 membros 
fixado ao anel 
betalactâmico, 
aumenta o tempo de 
meia-vida. 
 Grupamento amida 
melhora a estabilidade. 
 
 são bactericidas com elevada toxidade seletiva. 
 mesmo mecanismo de ação das penicilinas (inibição 
da síntese da parede celular), com espectro de 
atividade mais amplo. 
 seguro uso em pediatria, gravidez e lactação. 
 substitutivos das penicilinas em pacientes com 
reac ̧ões de hipersensibilidade tardias. Ao contra ́rio, 
devem ser evitadas nos que têm história de reac ̧ões 
imediatas graves, como angioedema e anafilaxia. 
 cada categoria de cefalosporinas apresenta 
predominante atividade ATM contra determinadas 
bactérias. 
 
1º geração 
 
 em odontologia é a mais prescrita. 
 sa ̃o as mais ativas contra cocos aeróbicos Gram+ 
(estreptococos do grupo B, MRSA e S. 
epidermidis) e atuam contra Staphylococcus 
aureus. 
 pouca atividade frente a gram- e anaeróbicos. 
 em infecçõescutâneas e tecidos moles (S. aereus 
e S. pyogenes). 
 Cefalotina – Keflin®: IV. 
 Cefazolina – Kefazol®: IM ou IV. Tem tempo de 
½ longo.: 
 Cefalexina – Keflex®: VO; 500 mg. 
 Cefadroxil - Cefamox®: VO. 
 Cefapirina, cefradina. 
 
2º geração 
 
 Cefuroxima (IV), Cefaclor (VO), Cefoxitina (IV). 
 tem maior eficácia contra aeróbicos Gram-
negativos e anaeróbicos, tendo espectro de ação 
maior que a 1° geração, no entanto, ação em 
gram- é menor quando comparada aos de 3° 
geração. 
 Uso VO: infecções do trato respiratório, profilaxia 
cirurgia colorretal (Cefoxitina), infecções intra-
abdominais, doença inflamatória pélvica e infecção 
em pé diabético (Cefoxitina). 
 Cefaclor tem [ ] plasmática menor que a 
Cefoxitina na mesma dose, mas tem maior 
atividade contra H. influenza e M. catarrhalis. 
 
3º geração 
 
 Cefotaxima (IV), Ceftatriaxone (IV), Ceftazidima 
(IV). 
 espectro maior que a 1° e 2° geração. 
 apresentam maior atividade contra aeróbicos 
gram- multirresistentes e pseudomonas. 
 Menor atividade contra cocos gram+. 
 Ceftriaxona: tem a vantagem de duração mais 
longa que permite uma administração diária. 
Gonorreia. 
 Cefotaxima: altamente resistente a muitos beta-
lactamases. É indicada em lactentes porque tem 
excreção extra-hepática que prescinde da 
maturidade do fígado. 
 
 
 
4º geração 
 
 Cefepime (IV). 
 espectro ampliado em relação a 3º geração, pois 
agem bastante em gram- e em Pseudomonas 
aeruginase. 
 maior estabilidade a hidrólise Beta-lactamases. 
 tratamento de infecções MO gram  resistentes a 
cefalosporinas de 3º geração. 
 tratamento empírico das infecções hospitalares. 
 
Farmacocinética 
 
 administração: VO, IM EV (escassa absorção oral). 
 Distribuição ampla: 
 Cefotaxima, Cefuroxima, Ceftriaxona: atravessa a BHE 
(independente da inflamação). 
 todas atravessam a placenta. 
 Eliminação renal: doses devem ser ajustadas em 
pacientes com insuficiência renal para evitar toxidade. 
 Ceftriaxona: eliminação via bile  uso em paciente 
com insuficiência renal. 
 
Uso clínico 
 
 Segunda escolha para muitas infecções. 
 Fármacos orais (Cefaclor): infecções urinárias. 
 Infecção do trato urinário: especialmente na gravidez 
ou nos pacientes que não respondem a outros 
fármacos. 
 Fármacos parenterais: Cefuroxima, que é ativa sobre 
S. aureus, Haemophilus influenzae, Enterobacteriaceae. 
 Septicemia: Cefuroxima, Cefotaxima. 
 Pneumonia causada por MO suscetíveis. 
 Meningite: Ceftriaxona, Cefotaxima. 
 Infecção do trato biliar. 
 Sinusite: Cefadroxila. 
 
Reações adversas 
 
 são similares às das penicilinas – hipersensibilidade: 
 reações imediatas: anafilaxia, broncoespasmo, 
urticária. 
 Reações tardias: erupção maculopapular, febre, 
eosinofilia. 
 Reação cruzada com penicilinas em 10% dos casos. 
 Pacientes com história de anafilaxia às penicilinas 
não devem receber cefalosporinas. 
 Nefrotoxidade (cefradina), bem como intolerância ao 
álcool (~Dissulfiram). 
 Diarreia. 
 Cefamandol, Cefmetazol, Cefotetano, Cefoperazona: 
quase sempre provocam distúrbios hemorrágicos. 
 
 
 
Antimicrobianos inibidores da 
síntese proteica 
 
 
 Nas bactérias, a síntese de proteínas ocorre no 
citoplasma, e a produção nos ribossomos, os quais 
apresentam duas porções, 30S ou 50S (faz a ligação 
peptídica, através da informação do RNA 
transportador), sendo estes focos dos fármacos, que 
apresentam seletividade. 
 Bactericidas: + 30 fármacos 
 Considerados bacteriostáticos apenas quando em 
altas doses. 
 
 
 
Macrolídeos 
 
 Eritromicina 
 Claritromicina 
 Azitromicina 
 Espiramicina 
 Telitromicina 
 
Os macrolídeos naturais incluem eritromicina (obtida dos produtos 
metabólicos de uma cepa de Streptomyces erythreus), espiramicina e 
josamicina. Novos derivados compreendem azitromicina (um azali ́deo), 
claritromicina, roxitromicina e diritromicina, que apresentam maior 
estabilidade em meio ácido, melhor disponibilidade por via oral, maior 
duração de efeito, melhor atividade sobre bactérias de 
desenvolvimento intracelular e aumento da concentração 
intrafagocitária. Roxitromicina e claritromicina mantêm ni ́veis 
plasma ́ticos eficazes quando administradas a intervalos de 12 horas. 
Azitromicina e diritromicina, com predomi ́nio de ni ́veis celulares, 
permanecem em concentrac ̧ões o ́timas nos tecidos por tempo mais 
prolongado, permitindo intervalos entre doses de 24 horas. 
 
 
 
 
 o espectro de atividade dos macroli ́deos e ́ 
semelhante ao da penicilina e inclui cocos Gram-
positivos, muitas bacte ́rias anaeróbias, particular- 
mente da microbiota oral, alguns bacilos Gram-
positivos e Gram-negativos. 
 bacteriostático 
 
 ligação reversível às 
subunidades 
ribossômicas 50S, 
produzindo uma 
alteração de 
configuração que 
interrompe a síntese 
de proteínas. o que lhes 
confere atividade 
primariamente 
bacteriosta ́tica, mas que 
pode ser bactericida, 
dependendo de 
concentrações 
plasmáticas e teciduais 
atingidas e tipo de 
microrganismo 
envolvido. 
 
Eritromicina 
 
 eficaz contra os mesmos MO que a penicilina.. 
 opção para pacientes alérgicos as penicilinas, mas 
pouco prescrito, devido a resistência bacteriana. 
 uso em infecções leves. 
 tempo de meia-vida curto. 
 não forma metabólitos ativos. 
 uso VO ou IM (evitar devido à dor local) 
 pode ser inativada no pH ácido estomacal: 
comprimidos de revestimento entérico, cápsulas com 
grânulos de revestimento entérico (dissolvem no 
duodeno). 
 alimento pode retardar a absorção. Os ésteres de 
eritromicina base (estearato, estolato e etilsuccinato) 
apresentam melhor estabilidade em ácido, e a sua 
absorção é menos alterada pela presença de alimento. 
 
Variação de solubilidade da Eritromicina: 
 
 
 
Claritromicina 
 
 espectro antibacteriano similar ao da eritromicina, mas 
também é eficaz contra Haemophilus influenzae. 
Ex: uso em processos infecciosos de origem 
bucomaxilofacial. 
 absorvida pelo trato GI (efeito 1º passagem ↓ 
biodisponibilidade). 
 pode ser administrada com ou sem alimento, mas 
forma de liberação prolongada (1 x/dia /1 g) deve ser 
administrada com alimento para melhorar sua 
biodisponibilidade. 
 se uso em pacientes com nefropatia, precisa de 
ajuste de dose, pela alta taxa de excreção urinária. 
 
Azitromicina 
 
 possui atividade bactericida (↑ [ ]) maior que a 
eritromicina e claritromicina contra bacilos gram- 
devido a ̀ sua melhor penetração celular. 
 Ex: ativa contra as infecções respirato ́rias (H. 
influenzae e Moraxella catarrhalis). Tratamento de 
uretrites (Chlamydia trachomatis). Tem atividade contra o 
complexo Mycobacterium avium intracellulare (pacientes 
com AIDS). 
 passagem muito eficiente pelos tecidos, sendo muito 
útil para MO intracelulares. 
 ↑ [ ] no interior das células: ↑ [ ] nos tecidos. 
 indicada para uso em infecções odontogênicas 
(patógenos anaeróbios). 
 não deve ser administrada com alimento. Isto é, uso 
em 1h antes ou 2h depois de consumir alimento. (↓ 
biodisponibilidade 50%). 
 administração 1 dose/dia, menos tempo tratamento, 
devido ao grande tempo de meia-vida, uma vez que 
forma metabólitos ativos. 
 recomendada pela American Heart Association como 
uma alternativa à penicilina para profilaxia de 
endocardite bacteriana em adultos. Para a profilaxia de 
endocardite bacteriana em crianças, clindamicina em 
suspensão oral tem sido substitui ́da por azitromicina. 
 
Obs: No tratamento de abcessos periapicais agudos, a 
azitromicina, em concentração de 500mg/dia por período 
de 3 dias. 
OBS: alguns estudos indicam que permanece por longo 
peri ́odo apo ́s o término do tratamento. 
OBS: bacteriostático; espectro estendido. Ex: 3 -5 dias por 
10 dias. 
 
4 doses diárias 1 dose diária 
Efeitos GI Menos efeitos GI 
 
Farmacocinética 
 
 VO 
 doses: varia conforme a forma farmacêutica. 
 Ex: eritromicina (500 mg-2g/ dia), azitromicina (500mg/dia), claritromicina 500 mg/12h ou formulação de 
liberação prolongada 1g a cada 24 h). 
 
 alimento ↓ absorção de eritromicina e azitromicina/ 
↑claritromicina. 
 A durac ̧ão de tratamento tem sido de 5 dias 
(azitromicina e diritromicina) a 10 dias (eritromicina, 
roxitromicina e claritromicina), com a possibilidade de 
se utilizar azitromicina por tempo ainda menor. 
Abscessos dentoalveolares te ̂m sido tratados por 3 a 
7 dias. 
 distribuição: atinge todos os tecidos. Não cruzam a 
BHE e há pouca penetração no líquido sinovial. 
 
 
 
 Excreção biliar predominante e reabsorção na 
circulação entero-hepática. 
 Exceção: claritromicina ajuste de dose em pacientes 
com nefropatia. 
 
Efeitos adversos 
 
 alterações GI: diarreia, náuseas, vômitos. 
 efeitos: dose-dependente. 
 interações medicamentosas. 
 usar com cautela em pacientes com arritmias 
cardíacas. 
 
Eritromicina e azitromicina esta ̃o classificadas como risco B na 
gravidez (Categorizac ̧ão FDA), enquanto claritromicina encontra-se 
classificada na categoria C, por ter sido relacionada com defeito fetal 
em camundongos e macacos. 
 
 de modo geral, as reac ̧ões de hipersensibilidade sa ̃o 
leves, incluindo febre, eosinofilia e erupções cuta ̂neas. 
 anafilaxia e distu ́rbios respirato ́rios agudos sa ̃o muito 
raros e aparecem na literatura como relatos de casos. 
 alterações transitórias da audição. 
 o estolato de eritromicina apresenta elevado risco de 
desenvolvimento de hepatite colesta ́tica, efeito raro 
em crianc ̧as menores de 12 anos de idade Os 
sintomas dessa desordem incluem na ́useas, vômitos e 
dor abdominal, seguidos por icteri ́cia, febre e 
alterações nos leuco ́citos. É manifestaça ̃o 
independente de dose e reversível, ocor- rendo 
menos frequ ̈entemente com etilsuccinato de eritro- 
micina.. (> 2 semanas). 
 
O uso da eritromicina é limitado primariamente pelos efeitos adversos 
gastrintestinais (dor epigástrica, diarréia, na ́useas e vômitos), 
particularmente incômodos em crianc ̧as pequenas, condicionantes de 
que cerca de um terc ̧o dos pacientes na ̃o complete a terapia. Ale ́m 
disso, necessidade de mu ́ltiplas doses dia ́rias e regime de tratamento 
prolongado podem tambe ́m comprometer a efetividade da terapia 
pela reduc ̧ão da adesão do paciente. 
 
 
 
Obs: eritromicina e Claritromicina inibem algumas proteínas 
hepáticas, tento interferência quando se usa outros 
medicamentos. 
 
Tetraciclinas 
 
 amplo espectro de ação e bacteriostáticos:  Gram-
positivos e Gram-negativos Mycoplasma, Rickettsia, 
Chlamydia, espiroquetas. 
 utilização limitada devido à resistência bacteriana, que 
se dá por: transferência genética (plasmídeos) e 
mutação, ocorrendo a diminuição do fármaco por 
criação de via de efluxo, acesso reduzido ao 
ribossomo por protei ́na protetora ou inativac ̧ão 
enzima ́tica.. 
 sa ̃o usadas como tratamento adjuvante na doenc ̧a 
periodontal, na forma sistêmica ou local, pois podem 
diminuir o nu ́mero de microrganismos patogênicos e 
modular a resposta inflamato ́ria, diminuindo a lesa ̃o 
tecidual. 
 
Doses subantimicrobianas de doxiciclina diminuem a atividade das 
metaloproteinases que, durante a progressa ̃o da doenc ̧a periodontal 
cro ̂nica, medeiam a destruic ̧ão da matriz extracelular em bolsas 
periodontais. Tetraciclinas tambe ́m inibem a atividade da colagenase in 
vitro, pressupondo-se que atuem como agente antiinflamato ́rio por 
meio de reduc ̧ão da atividade enzima ́tica no tecido gengival e fluido 
crevicular de pacientes com doenc ̧a periodontal. Atuam em infecc ̧ões 
orais causadas por Actinomyces, Actinobacillus, Bacterioides sp., 
Clostridium, Proprionibacterium, Eubacterium, Peptococcus e 
Fuseobacterium. Também atuam sobre a flora normal do trato 
digestório, possibilitando o surgimento de infecc ̧ões oportunistas por 
Candida sp. e outros microrganismos resistentes a ̀s tetraciclinas. 
 
Tetraciclina (VO) 
Oxitetraciclina (oftálmico) 
Clortetraciclina (oftálmico) 
Demeclociclina 
Doxiciclina (VO, EV) 
Minociclina (VO) 
Metaciclina 
 
 
 Constituição: 4 anéis com um sistema de ligações 
duplas e conjugadas. Substituições nesses anéis 
alteram a farmacocinética individual e o espectro de 
atividade antimicrobiana. 
 
 
 
Atualmente, apenas doxiciclina tem sido indicada no tratamento das 
periodontites, ja ́ que, por suas características farmacocinéticas (maior 
lipossolubilidade, mais rápida absorção oral, maior meia-vida com mais 
longo intervalo entre as doses), apresenta vantagens em relação aos 
demais representantes, sendo utilizada para as doenças periodontais 
agressivas em pacientes adultos ou como alternativa terapêutica nos 
casos de hipersensibilidade às penicilinas ou efeitos adversos ao 
metronidazol. 
 
Interferem na síntese proteica  Ligação ao ribossomo 
bacteriano 30S  Impedem o acesso do RNAt ao RNAm 
ligado ao ribossomo. 
 
 Impedem a adição de aminoácidos ao peptídeos em 
crescimento e inibem a síntese proteica. 
 uso como adjuvante na doença periodontal (forma 
sistêmica ou local): modula a resposta inflamatória, 
diminui a lesão. Elevada permeabilidade no fluido 
gengival. 
Ex: pacientes com periodontite (doxiciclina). 
 
Farmacocinética 
 
São primordialmente utilizadas por via oral, apesar de existirem as 
formas de administrac ̧ão parenteral e to ́pica. Uso to ́pico na ̃o é 
recomendado, exceto em terapia ofta ́lmica. 
 
 a maior parte da absorça ̃o ocorre no estômago e na 
porça ̃o inicial do intestino delgado. 
 
OBS: antia ́cidos a ̀ base de alumi ́nio, ca ́lcio ou magnésio, 
preparações contendo ferro ou sais de bismuto, 
colestiramina e colestipol, leite e derivados prejudicam ou 
inibem a absorc ̧a ̃o das tetraciclinas, devido a ̀ quelac ̧a ̃o 
dos ca ́tions bivalentes e trivalentes. Os quelatos sa ̃o 
complexos não absorvíveis, sendo excretados nas fezes. 
Consequentemente, níveis se ́ricos terapêuticos na ̃o sa ̃o 
obtidos. 
 
Portanto, cloridrato de tetraciclina deve ser administrado 2 horas 
antes ou 2 horas depois das refeic ̧ões. Doxiciclina e minociclina 
possuem maior absorc ̧ão oral (95–100%), na ̃o prejudicada por 
alimentos. Quaisquer das tetraciclinas devem ser ingeridas com 
adequadas quantidades de li ́quidos para evitar irritac ̧ão digestiva. O 
desconforto ga ́strico pode ser minimizado se as tetraciclinas forem 
ingeridas junto com alimentos, pore ́m não com laticínios. 
 
 a absorção da maioria 
das tetraciclinas é 
irregular e incompleta 
(melhor na ausência de 
alimentos). Exceto: 
Doxiciclina são 
completamente 
absorvidas, podendo 
ser administradas junto 
com alimentos 
(↑absorção). 
. 
 biotransformação: 
fígado → não utilizar em pacientes com doenças 
hepáticas. 
 distribuem-se amplamente pelos tecidos e líquidos 
corporais. Atingem altas concentrações em saliva, 
dentina, esmalte e osso.. 
 atravessam a placenta e alcançam o feto (categoria 
D) e são excretadas no leite. Durante a gravidez, 
todas as tetraciclinas são contraindicadas devido aos 
seus efeitos de pigmentação dentária e 
hepatotoxicidade. Altas concentrac ̧ões do fa ́rmaco 
sa ̃o encontradas no leite materno. tudo isso, 
tetraciclinas na ̃o esta ̃o indicadas em crianças, 
gestantes ou nutrizes 
 secretadas na bile e reabsorvidas no intestino 
(circulação entero-hepática), em geral excreção renal. 
 excreção extra-renal predominante. 
 
Não devem também ser usadas por pacientes com história de reação 
alérgica às tetraciclinas. Durante seu uso, deve-se evitar demasiada 
exposição ao sol e usar filtros solares. E ́ preciso diminuir a dosagem 
em insuficientes hepáticos, já que a toxicidade e ́ dose-dependente.1 
Tetraciclina degradada ou com prazo de validade vencido induz 
quadro cli ́nico similar ao da si ́ndrome de Fanconi, caracterizado por 
náuseas, vo ̂mitos, poliu ́ria, polidipsia, proteinu ́ria, acidose, glicosu ́ria e 
aminoacidu ́ria. 
 
Reações adversas 
 
 concentram-se em tecidos em calcificação (dentese 
ossos). Depositam na forma de ortofosfato complexo 
nos ossos e dentes durante o desenvolvimento: 
manchas marrons e hipoplasia de esmalte dental.  
contraindicação: gestantes e crianças até 8 anos. 
 Perturbac ̧ões gastrintestinais: epigastralgia, 
desconforto abdominal, anorexia, na ́useas, vômitos, 
diarréia, pancreatite, esofagite e u ́lceras esofa ́gicas, 
colite pseudomembranosa (Clostridium difficile; difícil 
de tratar). 
 superinfecção (Candida e estafilococos resistentes). 
 reac ̧ões de hipersensibilidade: erupc ̧ões cutâneas, 
urtica ́ria, dermatite exfoliativa, prurido, glossite atro ́fica 
ou hipertro ́fica, febre, asma, angioedema, anafilaxia. 
 fototoxicidade: queimaduras solares. 
 nefrotoxicidade. 
 vertigem. 
 
Interações medicamentosas 
 
 Álcool, barbitúricos, carbamazepina e fenitoi ́na: ↓ 
meia-vida das tetraciclinas. 
 redução da eficácia dos anticoncepcionais. 
 pacientes em uso de anticoagulantes orais podem 
necessitar de redução da dosagem do anticoagulante. 
 
OBS: Minociclina Doxiciclina não necessitam ajuste de 
dose em presença de insuficiência renal. 
 
Lincosaminas 
 
Lincomicina é o antibiótico natural, obtido originalmente de culturas de 
Streptomyces lincolnensis. Pequenas modificac ̧ões estruturais de sua 
cadeia lateral deram origem a ̀ clindamicina (derivado semi-sintético), 
com maior taxa de absorc ̧ão oral e aumentado espectro 
antibacteriano (maior atividade e menor taxa de resiste ̂ncia). Como 
consequ ̈e ̂ncia, na atualidade, na ̃o se justifica o uso de lincomicina. 
 
Clindamicina 
 
 bacteriostática ou bactericida, na dependência de 
dose empregada, tamanho do ino ́culo e espécie 
bacteriana. Bacteriostática em baixas concentrações, 
mas tem efeito bactericida na presença de altas 
concentrações teciduais 
 eficiente contra cocos Gram +, anaeróbios 
(associados microbiota periodontal). 
 cepas resistentes a macrolídeos usa-se Clindamicina. 
 mecanismo de ação: inibe a síntese proteica 
bacteriana, atuando em ribossomo 50S. (impede a 
translocação). 
 Clindamicina e macrolídeos atuam no mesmo local, 
portanto podem competir pelo local de ação. 
 distribui-se amplamente (líquidos e tecidos), incluindo 
o osso, porém não no líquor, mesmo quando as 
meninges estão inflamadas (Não passa a BHE). 
 indicada no tratamento de infecções da pele, tecidos 
moles, tecido o ́sseo como osteomielite e osteíte 
purulenta. 
 infecções odontogênicas, periodontite, gengivite. 
 profilaxia de endocardite bacteriana (dose única). 
 
Em infecc ̧ões de origem odontoge ̂nica, clindamicina 
apresentou resultados similares aos obtidos com penicilina, 
tanto em parâmetros cli ́nicos quanto microbiolo ́gicos. No 
entanto, na ̃o é usada como primeira opc ̧a ̃o pela sua 
menor margem de seguranc ̧a em relaça ̃o a esta u ́ltima. É 
empregada como fármaco alternativo para casos em que 
ha ́ indicac ̧ão de prevenc ̧ão e tratamento de infecc ̧ões 
odontogênicas (incluindo abscessos, celulite, infecc ̧a ̃o pós-
operatória e pericoronarite) em pacientes alérgicos a 
antibióticos betalacta ̂micos. É quarta opc ̧ão no tratamento 
de infecções orodentárias causadas por cocos Gram+ ou 
anaeróbios (Gram-positivos e negativos), quando 
penicilinas, cefalosporinas e macroli ́deos sa ̃o ineficazes. 
Também é agente alternativo em gengivite ulcerativa 
necrosante aguda (GUNA). Só é considerada como 
primeira opção em pacientes para os quais se pode 
determinar a presenc ̧a de osteomielite causada por 
anaeróbios. Tem boa penetração óssea. 
 
: 
 uso: VO, IM, IV 
 doses: 300 e 600 mg 
 boa absorção VO (90%) 
 presença de alimentos: atraso no pico de 
concentração plasmática, mas não afeta a absorção. 
 boa distribuição tecidual. Sua concentrac ̧ão óssea é 
particularmente alta, quando comparada ao nível 
sérico. Em osso mandibular, atinge concentrac ̧a ̃o 
correspondente a um terc ̧o da obtida em plasma. 
 não ultrapassa barreira hematoencefa ́lica ou 
membrana de cistos odontoge ̂nicos apicais. É capaz 
de atravessar a barreira placenta ́ria. 
 T½: 2-3h, pacientes com IR: 6 h → reduzir dose ou 
afastar os tempos de utilização. 
 biotransformação: fígado. Metabólito N-demetil-
clindamicina (mais ativo que o composto original) e 
sulfóxido de clindamicina (menos ativo). 
 dor abdominal e diarréia sa ̃o relatadas por cerca de 10 
a 20% dos pacientes. 
 hipotensa ̃o, urtica ́ria, rash, si ́ndrome de Steven-
Johnson, na ́useas, vômitos e colite 
pseudomembranosa aparecem em 1 a 10% dos casos. 
Pode ocorrer, ainda, infecc ̧a ̃o secunda ́ria por fungo 
em cavidade oral, trato intestinal e vagina, resultando 
em glossite, estomatite e vaginite. Os sintomas 
usualmente desenvolvem-se 2 a 9 dias apo ́s o ini ́cio 
do tratamento, mas podem ocorrer até va ́rias 
semanas após. 
 os agentes que inibem o peristaltismo (ex: opióides) 
prolongam ou agravam essa condição. 
 Anorexia, vômitos, gosto metálico, alteração enzimas 
hepáticas. 
 alterações GI: colite pseudomembranosa (inflamação 
aguda do cólon causada pelo Clostridium difficilile). 
 pode ser grave: interromper o tratamento e administração 
metronidazol ou vancomicina VO. 
 a atividade antimicrobiana persiste no intestino por ate ́ 1 semana 
após a suspensa ̃o do tratamento oral ou por, pelo menos, 5 dias 
após 48 horas de administrac ̧ão parenteral. Esse feno ̂meno se 
associa com supressa ̃o do crescimento de bacte ́rias sensi ́veis do 
cólon, o que pode perdurar por até 2 semanas apo ́s o uso. Isso 
explica, em parte, o risco de aparecimento de diarre ́ia por 
Clostridium difficile. 
 
OBS: Resistência cruzada com eritromicina é relatada. 
 
 
 
Outros antimicrobianos 
 
Microrganismos anaeróbios fazem parte da microbiota 
normal de seres humanos, sendo encontrados em pele, 
boca, intestinos e genitais externos. Para causar infecções, 
são necessárias condições teciduais adequadas que levem 
a anaerobiose - traumatismo, ferimento cirúrgico, 
mordedura de animais, necrose tecidual por neoplasia, 
isquemia tecidual (com queda no potencial de oxirredução 
do tecido), presença de corpo estranho. Tais infecções 
relacionam-se também com má higiene oral, 
imunodepressão desnutrição e neutropenia. Infecções 
anaeróbias são quase sempre mistas, ou seja, isola-se mais 
de um microrganismo do material coletado. 
 
 Penicilinas e cefalosporinas: apresentam atividade 
bactericida para anaero ́bios (cavidade bucal), exceto 
Actinobacillus actinomycetemcomitans. 
 ideal para tratamento de bactérias anaeróbias: 
clindamicina e metronidazol. 
 
Metronidazol 
 
 antiprotozoário, ativo também em infecções com 
bactérias anaeróbias (Bacteroides, Clostridium spp., 
Fusobacterium spp., e alguns estreptococos. 
Também é ativo contra Helicobacter pylori. (causam 
ulcera gástrica). 
 bactericida. 
 uso em infecções periodontais: atividade contra 
anaeróbios Gram-  Ex: periodontites refratárias. 
 uso do metronidazol + antibio ́tico β-lactâmico: 
infecções orais agudas graves e periodontite 
agressiva, também é eficaz no tratamento de colite 
pseudomembranosa por Clostridium difficile. 
 
Não deve ser usado como agente u ́nico, exceto em GUNA e 
periodontite avanc ̧ada, pois é altamente ativo para bacilos Gram-
negativos anaeróbios e espiroquetas, mas moderadamente ativo para 
cocos anaeróbios, além de na ̃o ser ativo para microrganismos 
aeróbios, incluindo Streptococcus. Tem sido empregado no 
tratamento de muitas infecc ̧ões periodontais. Sucesso no tratamento 
de periodontite provavelmente relaciona-se à sua atividade contra 
anaeróbios Gram-negativos, que frequ ̈entemente se associam a ̀ 
doenc ̧a.1 Notável excec ̧ão é representada pelo Actinobacillus 
actinomycetemcomitans, considerado como uma das principais 
bactérias associadas a ̀s infecc ̧ões periodontais, para o qual o 
metronidazol na ̃o tem ac ̧ão. 
 
 uso VO. 
 ingestão de alimentos retarda o tempo absorção, 
mas a absorçãototal não é afetada.. 
 
 Interrompe a síntese do DNA bacteriano.  ao 
penetrar na ce ́lula, é degradado por ac ̧a ̃o de 
nitrorredutases, gerando compostos polares 
citotóxicos (nitrosos, radicais livres e derivados de 
hidroxilamina). Estes determinam perda da estrutura 
helicoidal do DNA bacteriano, quebra de filamentos e 
comprometimento concomitante de sua func ̧a ̃o. Com 
a ruptura da estrutura helicoidal do DNA, a ce ́lula 
morre. Essas ações ocorrem independentemente das 
células bacterianas estarem se dividindo ou na ̃o. 
 
OBS: metronidazol somente é ativo sobre bactérias que 
são anaeróbias obrigatórias. 
 
 náuseas, desconforto epigástrico e anorexia. 
 vômitos, diarreia ou constipação, pancreatite, hepatite. 
 gosto metálico, xerostomia. 
 pode causar convulsão, deve ser usado com cuidado 
em pacientes com história de convulsão ou outro 
distúrbio do SNC. 
 interação com álcool: efeito semelhante ao 
dissulfiram.  Inibe uma importante enzima que 
degrada o álcool, assim não se usa esse fármaco 
com álcool.. 
 
Fluoroquinolonas 
 
 Fármacos: ciprofloxacino, norfloxacino, levofloxacino, 
ofloxacino, enoxacino, perfloxacino, lomefloxacino, 
gatifloxacino e moxifloxacino. 
 bactericidas. 
 ativas contra bacilos e cocos gram- aeróbios 
(Enterobacteriaceae, Haemophilus influenzae, 
Moraxella catarrhalis, Neisseria gonorrhoeaee, 
Pseudomonas aeruginosa (menos ativas). 
 ativos contra micobactérias, micoplasmase Rickettsia. 
 são menos ativas contra MO gram + (Staphylococcus 
aureus, Streptococcus pneumoniae e Enterococcus 
faecalis). 
 prescrição na odontologia não é a primeira escolha, 
apenas em infecções com bactérias multirresistentes, 
que não foram bem respondidas a outros 
antibacterianos.: 
 em odontologia, a prescrição é frequente em 
infecções periodontais em que A. 
actinomycetemcomitans está presente. 
 
: 
 o uso concomitante de antiácidos que contenham 
Mg, Al, Ca, vitaminas, Zn e Fe pode interferir com a 
absorção. 
 meia-vida longa: intervalos de dose de 12 a 24 h. 
 metabolismo hepático e eliminação renal. 
 
 
 
 
 
 
 inibição da divisão células através da inibição da 
enzima DNA girase que é essencial para replicação 
do DNA bacteriano. 
 
 tendinites e ruptura de tendões: raro, idosos com uso 
de → glicocorticoides, doença renal. 
 não recomendado → crianças e adolescentes em 
fase de crescimento, gestantes (categoria C, podem 
causar uma alteração no feto) e durante a 
amamentação → risco de lesão na cartilagem 
articular → retardo da ossificação.

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