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1 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Conheça as principais funções e conceitos de consultoria O CONTADOR PARCEIRO MÓDULO 5 2 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Sumário Apresentação ...................................................03 A consultoria no mundo dos negócios ...........05 As habilidades consultivas do profissional da Contabilidade ........................19 A influência do comportamento humano para a consultoria .............................42 Encerramento ..................................................68 3 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO APRESENTAÇÃO O projeto “Contador parceiro – Construindo o sucesso” é fruto da parceria entre o Sebrae e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 4 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Essas instituições percebem como o papel do contador é fundamental para o desenvolvimento das pequenas empresas, considerando especialmente os desafios de retomada econômica em um cenário de enfrentamento à Covid-19. Neste e-book, trouxemos para você o contexto sobre os aspectos consultivos para os pequenos negócios, contemplando a identificação de problemas, a elaboração de planos, algumas recomendações possíveis, até o encaminhamento aos especialistas. Desejamos a você uma ótima leitura! 5 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO A CONsulTORIA NO muNDO DOs NEgóCIOs 6 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO No âmbito empresarial, muitos prestadores de serviço contribuem com conhecimentos especializados, ferramentas e técnicas, agregando valor ao processo de gestão do negócio. 7 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Há muito tempo, a contratação de consultores é uma prática bastante comum no mundo dos negócios, motivada pela falta de conhecimento dos empresários em lidar com os problemas organizacionais e pelo desejo que seus negócios cresçam. Para se ter uma ideia, a grande maioria dos empresários brasileiros possui dificuldade em finanças e gestão empresarial. No geral, esses empreendedores possuem as mais diversas formações e poucos são aqueles que têm um maior conhecimento sobre a gestão financeira de seus negócios. 8 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Um estudo realizado pelo Sebrae identificou que as principais causas da mortalidade das empresas nos primeiros anos de vida são: • 1) Planejamento prévio; • 2) Gestão empresarial; • 3) Comportamento empreendedor. https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Dentre os entrevistados, 31% não sabiam o investimento necessário para o negócio, 50% não determinaram o valor do lucro pretendido e 42% não calcularam o nível de vendas para cobrir custos e gerar o lucro pretendido. São profissionais que tiveram de abrir negócios para escapar do desemprego, fato que acabou se intensificando nos últimos anos, devido à crise. Fugir das estatísticas de mortalidade das empresas é o que todos empresários querem, afinal, o objetivo de todo negócio é atingir a maturidade e firmar-se no mercado, obtendo, assim, retorno financeiro. 10 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO COMO ME TORNAR UM AGENTE FACILITADOR DA GESTÃO EMPRESARIAL? Além do conhecimento especializado em Ciências Contábeis, demanda-se o desenvolvimento de um conhecimento integrado em gestão de negócio e comportamento humano. Compreender o sistema empresarial em sua abrangência e as variadas 11 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO conexões que podem ser estabelecidas, adquirindo competência para observar as diversas variáveis que interferem em seu desempenho, bem como buscar a aquisição de habilidades que permitam o exercício da influência eficaz são requisitos básicos para o profissional da Contabilidade atualmente. CONsulTORIA E CONsulTORIA EmPREsARIAl: vOCê sAbE A DIfERENçA? 12 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO No dicionário, o termo “consultoria” é descrito como a “atividade em que um especialista compartilha o seu conhecimento em forma de orientações específicas para as necessidades do cliente”. Podemos entender a consultoria empresarial como um serviço de aconselhamento e orientação, oferecido por profissionais qualificados para organizações, que consiste em identificar problemas ou oportunidades de melhoria e recomendar possíveis ações. 13 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO De certa forma, os serviços de aconselhamento profissional estão entre os mais antigos que existem. Ao longo da história, sempre ouvimos relatos de líderes que recorreram a conselhos e orientações para a tomada de decisões importantes. Assim, reis bíblicos consultavam profetas, sultões persas buscavam grão-vizires e embaixadores gregos aconselhavam-se com o oráculo de Delfos, tanto para problemas pessoais como para grandes e complexas questões políticas. Agora uma pergunta: você acredita que a pandemia do Coronavírus afetou de alguma forma as consultorias empresariais? 14 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO A pandemia do Coronavírus e os seus efeitos têm provocado uma reestruturação econômica, social e organizacional. Muitas empresas ainda estão preocupadas com sua sobrevivência imediata, outras já vislumbram oportunidades no momento ou no mundo pós-pandemia, no qual serão essencialmente digitais. E mais uma vez: as consultorias empresariais estão entre os serviços mais requisitados. Diante disso, percebemos que o mercado de consultoria está sempre em expansão. Seja em um cenário de crise ou de crescimento, empresas buscam esse tipo de serviço. Nesse sentido, em um cenário econômico instável, as empresas procuram por alternativas de sobrevivência no mercado. 15 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Você sabe o que difere a consultoria de outros serviços de orientação? CONSULTORIA O serviço de consultoria sempre parte de um diagnóstico. O seu foco é definir a melhor alternativa e apoiar o gestor na tomada de decisão estratégica. Assim, o papel do consultor é ajudar a estudar uma situação e apresentar uma proposta detalhada de ações, a qual permita que a empresa atinja objetivos determinados. O projeto, portanto, é desenvolvido em parceria com o cliente, cujo acompanhamento da implementação das ações sempre dependerá do que foi pactuado no momento da contratação. 16 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO ASSESSORIA Já o serviço de assessoria consiste em analisar, propor ações e auxiliar na implementação de soluções. O profissional, denominado assessor, deve ser um especialista em uma área específica, para elaborar e colocar em prática as estratégias propostas para a empresa. Dessa maneira, esse tipo de serviço é muito utilizado quando a empresa decide terceirizar um de seus departamentos, como o jurídico, contábil ou Recursos Humanos (RH). Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 17 MENTORIA Por sua vez, a mentoria é um serviço de aconselhamento no qual um profissional experiente aconselha um iniciante, denominado mentorando, por meio de reuniões periódicas, cumprindo, assim, o papel de um padrinho. Nessa metodologia, o profissional compartilha sua experiência, orienta, capacita e prepara o profissional menos experiente. 18 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO COACHING Há, ainda, o serviço de coaching, ou seja, um processo de curta duração, com início, meio e fim, que objetiva o desenvolvimento humano com base em diversas ciências e técnicas. Diferentemente dos serviços anteriores, o profissional, denominado coach, não deve sugestionar ações. A metodologia consiste em realizar perguntas que levem o cliente, denominado coachee, a refletir sobre sua condição e a encontrar a melhor resposta e/ou solução para o objetivo definido. 19 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO AS HABILIDADES CONSULTIVAS DO PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE 20 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Não devemos perceber a realidade organizacional apenas pelo viés de especialista, que tenta encontrar no seu portfólio técnico a melhor solução para o problema identificado,pois essa é uma condição necessária, mas não suficiente para o exercício eficaz da ajuda ao empresário. Logo, outros aspectos precisam ser considerados, já que a decisão de agir e implementar não está do lado do ajudador, mas do ajudado. RESISTÊNCIA! É muito comum em nosso dia a dia passarmos por situações em que alguém demanda algum tipo de orientação ou sugestão, mas se recusa a aceitá-lo por não concordar com o ponto de vista ou com a maneira de enxergar o novo mundo dos negócios. 21 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO É muito comum um empresário pedir por ajuda quando está passando por uma grande dificuldade. Em diversos casos, são sugeridas mudanças no processo ou na cultura da empresa. Essas sugestões, no entanto, em sua maioria, são malvistas pelo empresário em um primeiro momento. Alguns consultores definem esse fenômeno como resistência à mudança, justificando as dificuldades enfrentadas para influenciar seu cliente resistente. COMO LIDAR COM A RESISTÊNCIA? 22 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Peter Block em seu livro “Consultoria: o desafio da liberdade” demonstra como usar a influência e lidar com a resistência. Segundo o autor, lutar com a resistência e tentar superá- la com argumentos e dados não funciona tão bem. É importante se lembrar que toda resistência é a manifestação indireta de uma insatisfação do cliente. A dica é ajuda-lo a colocar sua insatisfação de forma direta, pois quando as preocupações são expressas claramente o consultor sabe quais são os verdadeiros problemas e pode atuar eficazmente. 23 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO PRONTO PARA SER UM ESPECIALISTA EM DIAGNOSTICAR? 24 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Lembre-se: a consultoria sempre se inicia com um pedido, um querer ou uma hipótese do empresário, que precisa se transformar em uma demanda verdadeira. Entretanto, nem sempre o que o empresário quer é o que ele realmente precisa. Geralmente, entre a solicitação da consultoria e a formulação da demanda verdadeira existe um tempo de trabalho diagnóstico. A questão é simples de compreender: 25 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO sE TRAbAlhARmOs fAlsOs PROblEmAs, ECOmENDAREmOs sOluçõEs INOPERANTEs! 26 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Para que um projeto de consultoria alcance bons resultados, é importante que a responsabilidade pelo o que é planejado e pelo que ocorre seja equilibrada entre consultor e cliente. Estabeleça uma relação de parceria! Na maioria dos casos, o cliente tem a expectativa de que, tão logo o consultor seja informado sobre o problema, providenciará uma solução. É tarefa do consultor mostrar que se trata de uma proposição de 50/50. É importante evidenciar ao cliente que ele também precisa cumprir suas tarefas pactuadas no projeto. Não apenas porque há tarefas que somente ele poderá fazer, mas porque é um modo de expressar para a empresa que o cliente está assumindo pelo menos 50% da responsabilidade pelo sucesso do projeto. 27 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO TEMOS DE EXERCITAR A ESCUTA ATIVA! Para uma comunicação eficaz no processo de uma consultoria, o desenvolvimento da escuta ativa é fundamental para a compreensão de situações ou problemas. Portanto, a escuta ativa vai muito além de simplesmente ouvir calado o que o outro tem a dizer, mas consiste em demonstrar interesse verdadeiro pelo assunto e evitar qualquer tipo de julgamento sobre quem está falando, com o objetivo de buscar entender a realidade do outro. 28 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Assim, escutar ativamente é investigar com curiosidade o que o outro está tentando expressar, fazendo perguntas para checar a compreensão da mensagem. Podemos afirmar também que a empatia e compaixão são sentimentos necessários na escuta ativa de uma consultoria. Mesmo quando não se concorda com tudo o que é dito ou quando os pensamentos e ideias forem divergentes, é preciso entender que aquele empresário precisa compartilhar aquilo que está sendo dito. Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO ALÉM DA ESCUTA ATIVA, HÁ TAMBÉM UMA OUTRA HABILIDADE INDISPENSÁVEL NA VIDA DO CONSULTOR: O FEEDBACK! 30 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Você sabia que o feedback ajuda muito no processo de mudança de comportamento? É um tipo de comunicação direcionado à pessoa ou ao grupo, que visa fornecer informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. Um feedback eficaz auxilia o indivíduo ou grupo a melhorar o seu desempenho e, assim, alcançar os seus objetivos. Por que é difícil receber feedback? É difícil aceitar nossas ineficiências e, ainda, admiti-las para os outros publicamente. A questão de confiança na outra pessoa é crítica, especialmente, em situações de trabalho ou em outras que podem afetar nosso status ou nossa imagem. 31 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Podemos também ter receio sobre o que uma outra pessoa pensa a nosso respeito. Também podemos sentir que nossa independência esteja sendo violada ou que o apoio, que esperávamos receber, esteja sendo negado. Por que é difícil dar feedback? Gostamos de dar conselhos e, com isso, sentimo-nos competentes e importantes. Daí, o perigo de pensar sobre o feedback como uma forma de demonstrar nossa inteligência e habilidade ao invés de refletir sobre sua utilidade para o receptor. Podemos reagir somente a um aspecto do que vemos no comportamento do outro, dependendo de nossas próprias motivações e, com isso, tornamo-nos parciais e avaliativos, servindo o processo de feedback como um desabafo (alívio de tensão) ou agressão velada 32 ou manifesta. Podemos, além disso, temer as reações do outro, a sua mágoa ou uma agressão, isto é, que o feedback não seja interpretado adequadamente, pois em nossa cultura ele ainda é percebido como crítica e tem implicações emocionais (afetivas) e sociais muito fortes em termos de amizade ou sua negação, status, competência e reconhecimento social. AFINAL, COMO SUPERAR AS DIFICULDADES? Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 33 Estabelecendo uma relação de confiança recíproca para diminuir as barreiras entre consultor e cliente; Reconhecendo que o feedback é um processo de exame conjunto; Aprendendo a ouvir e a receber feedback, sem reações emocionais (defensivas) intensas; Aprendendo a dar feedback de forma habilidosa, sem conotações emocionais intensas. 34 Todos precisam de feedback tanto do positivo quanto do negativo. Necessitamos saber o que estamos fazendo inadequadamente, como também o que conseguimos fazer com adequação, de modo que possamos corrigir as ineficiências e manter os acertos. Quando recebemos feedback de uma pessoa precisamos confrontá-lo com as reações de outros indivíduos, para verificar se precisamos mudar nosso comportamento de maneira geral ou somente em relação àquela pessoa. Feedback em grupo O grupo também necessita receber informações sobre o seu desempenho. Ele pode precisar saber se a atmosfera é defensiva, se há muita rigidez nos procedimentos, se está havendo subutilização de pessoas e recursos, qual o Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO grau de confiança no líder e outras informações sobre o nível de maturidade do grupo. Os mesmos problemas, envolvidos no feedback individual, estão presentes no grupo em maior ou menor grau. Quando o feedback ocorre em um grupo, é possível verificar com os outros membros a sua extensão: é uma impressão individual ou compartilhada por outros? 36 À medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas habilidades em dar e receber feedback individual, tornam-se também hábeis em dar feedback ao grupo como um todo, sempre que necessário e oportuno. Você sabia que a ferramenta mais importante de um mediador é o poder da pergunta? Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 37 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Com uma pergunta, é possível obter a informação dos fatos, as experiências, a percepção das partesno conflito e realizar movimentos estratégicos. São intervenções feitas pelo mediador que, em função da circularidade da comunicação, produzem determinados efeitos nos mediados. Desse modo, as perguntas podem ser abertas ou fechadas e, em ambos os casos, podem gerar informações úteis e válidas, assim como podem realizar movimentos estratégicos. Por meio de perguntas fechadas, é possível procurar informações específicas sobre um fato. Por exemplo: Quem fez isso? Onde? Quando? 38 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Por outro lado, é também possível obter informações utilizando perguntas abertas, uma vez que esse tipo visa esclarecer as ideias, os sentimentos, as relações e as motivações por trás dos fatos. Algumas perguntas acerca dos interesses são: o que o leva a pedir isso? O que é realmente importante para você? Qual a finalidade de sua atitude? 39 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Pode, ainda, ser feita uma pergunta de esclarecimento: poderia esclarecer esse fato? Nesse sentido, essas perguntas abertas dirigem o foco para o mundo interior das partes envolvidas. Para realizar um movimento estratégico, as perguntas fechadas devem ser adotadas. Veja um exemplo para se buscar uma definição: O que você decide frente a uma proposta (coloca a parte envolvida na decisão: sim ou não)? São perguntas que exigem uma tomada de decisão frente a um problema ou situação. 40 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Saiba que o grau de comprometimento dos indivíduos é diretamente proporcional à medida que os aspectos que acreditam ser relevantes atendam também a seus interesses pessoais. Portanto, o papel do consultor manifesta-se na capacidade de facilitar o envolvimento genuíno das pessoas. Logo, o trabalho de consultoria nas organizações expõe o interveniente a situações de constante pressão em direção aos objetivos. Ao mesmo tempo em que, por outro lado, há uma pressão para ignorar os sentimentos aflorados na interação consultor e cliente. Confira mais na tabela a seguir. 41 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 42 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO HUMANO PARA A CONSULTORIA 43 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO COMPORTAMENTO HUMANO Para que possamos intervir oportunamente, é necessário aprender não só a perceber a lógica dos indivíduos, mas também como eles atuam em grupos. Todos passam suas vidas em grupos de várias naturezas: a família, a turma, a escola, a equipe, o grupo de trabalho, entre outros, mas raramente gastamos algum tempo observando como o grupo está se comportando ou os motivos pelos quais os membros se comportaram dessa ou daquela maneira. Uma das mais importantes metas, agora, é tornarmo-nos melhores observadores e participantes de grupos. O que procurar, então? O que há para se ver em grupo? É o sobre o que trataremos aqui! 44 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO AS MODALIDADES DE COMPORTAMENTO São variadas as concepções sobre o comportamento, os seus determinantes e as consequências nas relações entre consultor e cliente. Utilizaremos a proposta de Alberti e Emmons, que apresentam modalidades básicas de comportamento: o ponto central é o comportamento assertivo. Confira mais sobre ela a seguir! • Necessidade de alto grau de precisão e consistência; • Natureza repetitiva e manual do processamento de transações; 45 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Comportamento não assertivo (passivo) Aqui, enquadram-se as pessoas que dizem “sim” em situações nas quais sentem vontade de dizer “não”. Atendem às solicitações dos outros, temendo desagradar. Deixam sua vontade, seus planos e suas propostas em função das outras pessoas. Arranjam tempo para cuidar dos filhos, fazer coisas que o vizinho solicita e atender sua chefia fora do horário de trabalho. 46 Em compensação, falta tempo para cortar o cabelo, ler um livro que comprou e ouvir um disco preferido. Procurando atender o outro, não atende a si mesmo. Buscando agradar, comporta-se de modo passivo, não expressa o que realmente sente, aguardando sempre a proposta das outras pessoas. A princípio, essa conduta parece interessante e tem o escudo de “servir ao outro”, contudo, observa-se que frequentemente essa pessoa é explorada pelos outros, que sempre a procuram como avalista, companheiro para programas que em geral pessoas recusam e para atender a emergências, bem como a expor-se a situações difíceis. Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 47 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO COMPORTAMENTO AGRESSIVO Tendemos a classificar como agressivas as condutas baseadas em gritos, palavrões e, até mesmo, as brigas físicas. Na verdade, muitas outras condutas têm igual teor: a provocação, a hostilidade, a ofensa e o ataque. Sentimo-nos agredidos quando alguém afirma que nos comportamos de forma desonesta em determinada situação e quando não reconhecemos isso como verdadeiro. Às vezes, somos mal-interpretados e isso nos magoa fortemente. Essa situação não é diferente para outras pessoas. Nosso comportamento, até mesmo por meio de uma expressão, aparentemente calma e polida, pode ter um conteúdo agressivo e provocador. 48 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Sempre que julgamos ou avaliamos a conduta das pessoas, elas podem se sentir agredidas. Se eu digo: “você é vaidoso, sua voz me irrita ou você compete comigo”, posso estar interpretando a conduta da pessoa de forma que ela não percebe. Posso até acertar no meu julgamento, mas posso estar me referindo a um comportamento do qual a pessoa não tem consciência. • Melhorar a qualidade dos dados, reduzindo erros manuais e seguindo estritamente os procedimentos operacionais padrão, conforme programado no robô; • Gerar registros detalhados de transações para fins de conformidade e auditoria; • Ser dimensionado de forma fácil e econômica, para atender a picos de demanda; 49 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO A forma de expressão da agressividade sempre começa pelo outro: “você é, você fez, sua forma de falar me irrita (...)”. A reação das pessoas ao comportamento agressivo é variada. Alguns se retraem, assustam-se e ficam paralisados; outros respondem a tais ações com agressão. Qualquer que seja a reação, sempre há uma relação tensa e conflitiva. Quem agride canaliza uma enorme energia para não perder a batalha: agredir mais e mais forte, calar o outro ou deixá-lo arrasado. O embaraço que traz a agressividade para as pessoas tímidas e frágeis pode fazer com que estas mintam, buscando, assim, evitar as respostas agressivas. Filhos de pais muito rígidos e agressivos costumam 50 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO desenvolver esse tipo de comportamento. Desse modo, são frequentes as doenças cardíacas em pessoas predominantemente agressivas. COMPORTAMENTO ASSERTIVO Caracteriza-se pela expressão sincera e direta de sentimentos. A pessoa expõe sua percepção, seu ponto de vista e suas ideias de forma adequada e no momento oportuno. Fala-se sobre fatos e não se faz julgamento do comportamento a respeito dos outros. Logo, a sua forma de expressão faz referência a ela mesma: 51 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO • “Eu me senti constrangida quando você gritou comigo”; • “Eu compreendi as razões da sua decisão e gostaria de dizer a maneira como vejo essa situação”; • “Eu tenho uma sugestão a dar sobre o seu trabalho, você quer ouvir? • Essa forma de expressão retrata o respeito, a individualidade dos outros, reconhece as suas características e assegura o mesmo para nós. OLHA A DICA! A expressão direta é o melhor caminho! 52 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Sempre fale diretamente com a pessoa com a qual deseja expressar sua impaciência, dificuldade ou outro sentimento forte. Toda vez que procuramos terceiros para reclamar ou queixar-nos, podemos até desabafar, mas não resolvemos a questão. Portanto, só podemos resolver um conflito ou dificuldade com a pessoa diretamente envolvida. Uma grande ajuda que podemos dar aalguém, que nos procura para reclamar de outra pessoa, é ouvi-la, ajudá-la a compreender melhor a situação que está vivendo e incentivá-la a procurar pela pessoa com a qual se sentiu incomodado e discutir com ela de forma assertiva. Sempre que interferimos diretamente na solução de um problema entre duas pessoas, tiramos delas a oportunidade de crescimento. 53 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Você já ouviu falar sobre comunicação baseada em fatos? O comportamento assertivo é pautado em fatos e não em avaliações. Quando eu chego à sua sala de trabalho e encontro os funcionários falando alto, rindo e fazendo um barulho imenso, posso procurá-los e dizer: Resposta imediata e oportuna! Ocorrida uma situação na qual me sinto incomodado, tenho de buscar esclarecê-la imediatamente. Se aguardar a raiva passar ou se ficar pensando em uma melhor forma de abordagem por muito tempo, correrei o risco de deixar passar a emoção e não fazer mais sentido uma conversa esclarecedora. É importante salientar que a resposta deve ser imediata e também oportuna. Se acabo de ser agredido em público e isso me constrange, 54 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 54 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO posso reagir de forma assertiva dizendo: Logo, um assunto de interesse específico de duas pessoas, se tratado em grandes grupos, pode se transformar em conflitos. 55 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO A ESCOLHA DE UMA SITUAÇÃO OPORTUNA É OUTRA CARACTERÍSTICA DO COMPORTAMENTO ASSERTIVO! Como em qualquer processo de mudança, aprender a comportar-se de forma assertiva exige persistência e vontade. A figura abaixo mostra uma forma de desenvolvimento da assertividade comportamental, organizada por etapas. Veja a seguir: 56 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO o comportamento expressado no processo de comunicação pode, muitas vezes, causar um impacto desfavorável no cliente, criando barreiras à mensagem transmitida e comprometendo o processamento da informação. A ilustração abaixo apresenta alguns elementos envolvidos na forma de comunicação. Observe-os: Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 58 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO REFLITA! Muitos dos conflitos e tensões que experimentamos em nossa relação com outras pessoas devem-se à forma como manifestamos, como compreendemos e como interagem entre si os seguintes aspectos: características pessoais, mindset, visão de mundo, desejos, sonhos, valores e estados psicológicos. Ainda mais, no decorrer de nossas vidas, somos estimulados por nossa cultura e nosso grupo social a observar e enfatizar as qualidades e os defeitos das pessoas e, com base nessa ótica, estruturamos nossos relacionamentos com a família, os amigos e clientes, usando referências, muitas vezes, de forma automática (comportamento tácito). 59 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Devemos, portanto, reconhecer crenças, valores e hábitos em si mesmo, trazendo-os à consciência e reflexão, é uma condição e uma habilidade necessária a quem se propõe a desenvolver a ação consultiva. 60 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Precisamos também aprender a conviver sem julgamento e avaliação e a redescobrir as pessoas. É certamente um esforço contra uma tendência cultural, mas uma experiência gratificante, capaz de reduzir as arestas e criar um clima positivo para o crescimento das relações interpessoais, baseadas na franqueza e abertura. Isso é essencial na relação de consultoria. Comportamento em grupo Quando observamos o que o grupo conversa, estamos nos concentrando no conteúdo. Quando tentamos observar como o grupo está mantendo sua comunicação, por exemplo, quem fala mais ou fala menos e quem se dirige a quem, estamos encarando o processo grupal. 61 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO A maioria dos tópicos dá ênfase ao conteúdo, por exemplo: o que é a boa liderança? Como posso motivar o meu colaborador? Como posso fazer reuniões mais produtivas? São questões abstratas, voltadas para o futuro ou passado, não nos envolvendo diretamente. Quando observamos o processo grupal, encaramos o que o grupo está fazendo aqui e agora, como ele está funcionando em seus atuais processos e organização em curso. Na realidade, o conteúdo da conversação é frequentemente a melhor pista para se saber como a questão do processo pode estar na mente das pessoas e quando elas acham difícil tratar da questão diretamente. Veja um exemplo a seguir! 62 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Conteúdo versus processo A conversa sobre problemas de autoridade no mundo real pode significar que existe uma luta pela liderança, processando-se no grupo. A conversa sobre quão ruins são as reuniões do grupo, usualmente, pode significar que os membros estão insatisfeitos com o desempenho do seu próprio grupo. A conversa sobre assessores, que realmente não ajudam ninguém, pode significar insatisfação com o papel do instrutor no grupo. 63 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Em linguagem mais simples, a observação do processo significa enfocar o que está ocorrendo no grupo e a tentativa de entender o que está acontecendo em relação a outros fatos, que já aconteceram no grupo. PERFIS COMPORTAMENTAIS EM GRUPO O comportamento no grupo pode ser avaliado sob vários aspectos. Quando um membro diz alguma coisa, está primariamente tentando fazer cumprir a tarefa do grupo, buscando melhorar ou remediar certos relacionamentos entre os membros (manutenção)? Ele está atendendo a alguma necessidade ou meta pessoal, sem considerar os problemas do grupo (comportamento egoísta)? 64 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Enquanto o grupo cresce como equipe e as necessidades dos membros integram-se com as finalidades do grupo, o comportamento egoísta regride e o comportamento ligado à tarefa e manutenção se expande. Quais categorias de comportamento podemos identificar? Veja a seguir os tipos de comportamento fundamentais para o cumprimento da tarefa do grupo. • 1. Iniciador: proposição de tarefas e metas; definição de problemas do grupo; sugestão de processos ou ideias para que os problemas sejam resolvidos; • 2. Busca de informações ou opiniões: interesse por fatos; busca de informações relevantes a respeito das preocupações do grupo; pedidos 65 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO de expressão de sentimentos, relatos e avaliações; solicitação de juízos valorativos; procura de sugestões ou ideias; • 3. Contribuição com informações ou opiniões: apresentação de fatos e oferta de informações relevantes sobre as preocupações do grupo; • 4. Esclarecimento e elaboração: Interpretação de ideias e sugestões, esclarecimento de mal-entendidos, definição de termos, indicação de alternativas e questões que o grupo terá de enfrentar; • 5. Resumo e sumarização: Identificação de ideias correlatas; reformulação de sugestões, depois discutidas pelo grupo; oferta de uma decisão ou conclusão para o grupo aceitar ou rejeitar; 66 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO 6. Teste de consenso: verificar se o grupo está se aproximando de uma decisão. Remessa de um balão de ensaio para testar uma possível conclusão. PERFIS COMPORTAMENTAIS EM GRUPO E CONDIÇÕES DE TRABALHO 67 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO Todo grupo necessita de ambas as espécies de comportamento e precisa chegar a um equilíbrio adequado entre as atitudes de tarefa e manutenção. Os processos descritos até agora tratam das tentativas do grupo para trabalhar, resolver problemas de tarefa e manutenção, mas existem muitas forças ativas no grupo, que atrapalham o trabalho e representam um submundo emocional ou uma subcorrente na correnteza da vida grupal. 68 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO ENCERRAMENTO 69 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO O consultor contábil tem um papel social importante na sociedade, isto é, socializar seus conhecimentos e suas experiências dentro e fora dos ambientes empresariais, visto que a relação de confiança entre o cliente e consultor necessita ser desenvolvidaem um contexto de transparência, para que ocorra não só crescimento, mas também fortalecimento nas relações de negócios. Aprendemos que algumas características, como credibilidade e competência, são indispensáveis na vida de um consultor e que a falta de comunicação pode ocasionar grandes problemas na relação entre consultor e cliente. Desejamos sucesso em sua jornada como contador! 70 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO REFERÊNCIAS ARGYRIS, Chris. Intervention, Theory and Method. Reading M A: Addison-Wesley, 1970. ------------------------. Personalidade e Organização – O conflito entre o sistema e o indivíduo. Editora Renes. Rio de Janeiro, 1957. _________________Maus Conselhos – Uma armadilha gerencial. Bookman. Porto Alegre, 2005. BELLMAN, Geoffrey M. A Vocação de Consultor. Editora Makron Books. São Paulo, 1993. BLOCK, Peter. Consultoria Infalível - Um guia prático, inspirador e estratégico. M Books do Brasil Editora Ltda. São Paulo, 2013. DWECK, Carol. Mindset – A nova psicologia do sucesso. 71 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO SCHEIN, Edgar H. Psicologia Organizacional. Tradução de José Luiz Eurer. Editora Prentice-Hall do Brasil Ltda. Rio de Janeiro, 1982. ------------------------. Consultoria de Procedimentos: seu papel no desenvolvimento organizacional. Editora Edgard Blúcher Ltda. São Paulo, 1987. LEONARD, G. Maestria – As chaves do sucesso e da realização pessoal. Tradução de Otávio Mendes Cajado. Editora Cultrix. São Paulo, 1998. FEITOSA, Marcos Gilson Gomes; PEDERNEIRAS, Marcleide (Org). Consultoria Organizacional – Teorias e Práticas. Editora Atlas. São Paulo, 2010. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal: treinamento em grupo. José Olympio Editora,14ª ed. Rio de Janeiro, 1998. OLIVEIRA, Djalma, P. R. Manual de Consultoria Empresarial: conceitos, metodologias, práticas. Ed. Atlas, 11ª edição. 72 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO São Paulo, 2013. Apostilas Série Contabilizando o Sucesso MARQUES, Cleani Paraíso: NUNES, Thais Helena de Lima. – Brasília: Sebrae, 2003. ASSUNÇAO, Adriana Faria Contijo; OLIVEIRA José Arimatea Soares de. Atualização do texto – Brasília: Sebrae, 2008. Youtube – Minutos psíquicos – “Comportamentos agressivo, passivo ou assertivo?”: https://bit.ly/2P0eYq3 Youtube – Casule – “Comportamento Assertivo • Psicologia • Casule Saúde e Bem-estar”: https:// bit.ly/2vFdU40 Youtube – “Conflito e Confronto” – Mario Sério Cortella: https://bit.ly/2OZRiSO https://bit.ly/2P0eYq3 https://bit.ly/2vFdU40 https://bit.ly/2vFdU40 https://bit.ly/2OZRiSO 73 Módulo 5 O CONTADOR PARCEIRO O CONTADOR PARCEIRO _GoBack
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