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Hiperprolactinemia: Causas e Sintomas

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➯ Sintetizada por células localizadas na adeno-hipófise (lactotrofos). 
➯ características da secreção da prolactina: 
 ! Secreção pulsátil. 
 ! aumentada durante a noite (obedece o ritmo circadiano). 
 ! controle hipotalâmico via vasos porta hipotálamo-hipofisários. 
➯ Dopamina: principal neurotransmissor com atividade inibitória sobre 
a síntese e liberação da prolactina. 
➯ Outros fatores inibitórios: histamina, endotelina-1, calcitonina, 
peptídeo natriurético atrial e tgf-1. 
➯ Fatores estimulantes da secreção de prolactina: trh, serotonina, 
estrogênio, adrenalina, noradrenalina, ocitocina, galanina, sucção 
mamária (muito importante). 
Hiperprolactinemia
Fisiologia da Prolactina Etiologia 
Quadro 
 Clínico 
➯ causas fisiológicas: gravidez, amamentação, estresse, exercício físico, 
sono, relação sexual, estimulação mamária. 
➯ Causas medicamentosas: 
 ! fármacos psiquiátricos: antipsicóticos e antidepressivos. 
 ! Gastrointestinais: metoclopramida, domperidona, ranitidina. 
 ! anti-hipertensivos: reserpina, metildopa, verapamil, labetolol. 
 ! narcóticos: heroína, morfina, cocaína. 
 ! outros: anorexígenos e estrogênio. 
➯ Doenças hipotalâmicas: tumores, doenças infiltrativas (sarcoidose, 
tuberculose, histiocitose x, granuloma), radioterapia e pseudotumor cerebral. 
➯ Doenças hipofisárias: prolactinomas, acromegalia, síndrome da sela vazia, 
hipofisite linfocítica, doença de Cushing, adenomas clinicamente não 
funcionantes, metástases, germinoma intrasselar, doenças infiltrativas 
(sarcoidose, tuberculose, granuloma de células gigantes). 
➯ galactorreia: presente em 30 a 80% dos casos. 
 ! Galactorreia idiopática: quadro de descarga papilar com 
níveis normais de prolactina. 
➯ hipogonadismo: ocorre inibição da secreção do hormônio liberador de 
gonadotropina (gnrh), com consequente redução da secreção pulsátil das 
gonadotrofinas (lh e fsh). 
➯ Hipoestrogenismo prolongado: pode causar osteopenia e osteoporose 
(dependendo da duração do hipogonadismo). 
➯ oligo/Amenorreia: primeiro sinal de Hiperprolactinemia nas mulheres 
pré-menopáusicas que não utilizam anticoncepcionais (mascaram os 
distúrbios do ciclo menstrual). 
➯ Distúrbios sexuais: libido reduzida e dispareunia (devido à deficiência 
de estrogênio).
➯ Lesões da haste hipofisária: traumatismo craniano, pós-operatório, 
irradiação, hastite. 
➯ Neurogênicas: ocorre ativação das aferentes através do cordão medular. 
 ! lesões irritativas da parede torácica: herpes-zóster, 
toracotomia, mastectomia, queimadura. 
 ! lesões do cordão medular: ependimoma cervical, siringomielia, 
tumores extrínsecos, tabes dorsal. 
➯ Doenças sistêmicas: 
 ! insuficiência renal crônica e cirrose. 
 ! endocrinológicas: hipotireoidismo primário (níveis circulantes 
baixos de hormônio produzem aumento nos níveis de TRH hipotalâmico, este 
liga-se diretamente aos lactotrofos da adeno-hipófise e estimula a produção 
de PRL), insuficiência adrenal, síndrome dos ovários policísticos. 
 ! autoimunes: lúpus eritematoso, artrite reumatoide, doença 
celíaca, esclerose sistêmica. 
➯ Idiopática: diagnóstico proposto apenas após a exclusão de outras 
causas mais prováveis de Hiperprolactinemia, incluindo a realização de 
exames de imagem e pesquisa de macroprolactinemia. 
➯ Macroprolactinemia: excesso de prolactina de alto peso molecular 
(fisiologicamente inativa). É Suspeitada quando a paciente não apresenta os 
sintomas típicos da Hiperprolactinemia.
➯ mulheres pós-menopáusicas: 
 ! desaparecimento dos fogachos: Pode ser o único sinal clínico e 
resulta da diminuição das gonadotrofinas. 
 ! galactorreia: raramente ocorre devido aos baixos níveis de 
estrogênio circulante. 
➯ Meninas e adolescentes: 
 ! amenorreia primária. 
 ! retardo ou interrupção da puberdade. 
➯ tumores intracranianos: hipofisários, hipotalâmicos ou da sela túrcica 
(comprimem a haste hipofisária). 
 ! quadro clínico: cefaleia (periorbitária e bitemporal), distúrbios 
visuais por compressão do quiasma óptico e deficiência de outros hormônios 
hipofisários devido à compressão glandular. 
 
 
Rafaela Ezequiel 
➯ Tomografia ou ressonância magnética da sela túrcica: 
 ! permitem a visualização dos prolactinomas e de outros tumores. 
➯ Incidentaloma hipofisário: achado causal de uma lesão hipofisária em 
pacientes cuja Hiperprolactinemia resulta do uso de medicamentos, doenças 
sistêmicas ou macroprolactinemia. 
⚠ Exames de imagem devem ser realizados somente após a exclusão de 
causas secundárias de Hiperprolactinemia (rotinas em ginecologia).Exceção: 
pacientes com óbvias manifestações neurológicas e oftalmológicas. 
⚠ Há indicação de exame de imagem por ressonância magnética em todas 
as pacientes com hiperprolactinemia confirmada, pois níveis moderados de 
Prolactina podem resultar da compressão do pedículo hipofisário por 
macroadenoma não secretor de prolactina ou craniofaringioma 
➯ Classificação dos prolactinomas: 
 ! Microprolactinomas: menor que 1 cm. Tipo mais frequente no sexo 
feminino, raramente evoluem para macroprolactinomas (<5%). 
 ! Macroprolactinomas: maior ou igual a 1 cm.
 história clínica: 
 ! Descartar gestação. 
 ! investigar uso de substâncias. 
 ! investigar distúrbios menstruais, sexuais e infertilidade. 
 ! Avaliar a possibilidade de distúrbios endócrinos (hipotireoidismo 
primário, síndrome dos ovários policísticos), insuficiência renal crônica, 
cirrose e estimulação mamária. 
 ! sinais de alerta para tumores intracranianos: cefaleia, 
alterações visuais e distúrbios neurológicos. 
 exame físico: 
 ! verificar presença de galactorreia, bócio, hirsutismo, 
hiperandrogenismo, redução do campo visual, lesões irritativas ou 
traumáticas na parede torácica (queimaduras, herpes-zóster).
Hiperprolactinemia
Tratamento Diagnóstico 
Clínico 
Rafaela Ezequiel 
Diagnóstico 
Laboratorial 
Diagnóstico 
 por Imagem
➯ valor de normalidade da prolactina: até 20 a 25 Ng/ml. 
➯ Características: 
 ! medir pela manhã e após um tempo de repouso. 
 ! descartar quadro de macroprolactinemia em pacientes assintomáticas e 
com prolactina elevada. Método: precipitação com polietilenoglicol (peg). 
 ! Não se deve realizar exame das mamas antes da dosagem para evitar 
resultados falso-positivos. 
 ! efeito gancho: níveis falsamente baixos de prolactina devido a 
supersaturação. Solução: realizar nova dosagem após diluição do soro. 
 ! pacientes com insuficiência renal e em uso de medicamentos que 
aumentam a prolactina podem chegar a valores >2.000 ng/ml deste hormônio. 
➯ microprolactinoma: prolactinemia entre 100 e 200 ng/mg. 
➯ Macroprolactinoma: prolactinemia >200 ng/mg.
➯ tratamento das causas secundárias: 
 ! Suspender ou substituir medicamentos após consentimento do médico 
prescritor. Olanzapina: alternativa em casos de necessidade de manutenção de 
antipsicótico. 
 ! anticoncepcional combinado: correção do hipoestrogenismo. 
➯ Pacientes assintomáticas com ciclos menstruais regulares: não há risco 
aumentado para osteoporose e a conduta pode ser expectante. 
➯ Tratamento farmacológico: agonistas dopaminérgicos (agem nos receptores 
d2 hipofisários, inibindo a síntese de prolactina). Pôde-se Reduzir a dose em 
pacientes com valores normais de prolactina por no mínimo um ano. 
 
 bromocriptina: dose usual de 5 a 15 mg/dia. 
 ! iniciar o tratamento com dose de 2,5 mg, na hora de dormir e 
ingerir com alimentos, aumentando progressivamente até a dose efetiva. 
 ! efeitos colaterais: tontura, hipotensão postural, náuseas, 
vômitos, congestão nasal, vasoespasmo digital, depressão e reação psicótica. 
 cabergolina: dose usual de 0,5 a 1 mg/2x por semana. 
 ! Efeitos colaterais: náuseas, cefaleia, tontura e fadiga. 
 ! Vantagens: meia-vida mais longa (por isso é administrada 
semanalmente), menos efeitos colaterais, maior eficiência na 
 redução da prolactina e na restauração da função gonadal. Gestação 
➯ infertilidade secundária à Hiperprolactinemia: bromocriptina é a drogade 
escolha, devendo ser suspensa mediante o diagnóstico de gestação. 
➯ estímulo estrogênico durante a gestação provoca o aumento da hipófise, assim 
como a intensificação dos sintomas dos prolactinomas, principalmente dos 
macroprolactinomas. Medidas para diminuir o risco sintomático: 
 ! cirurgia transesfenoidal antes da concepção. 
 ! tratamento farmacológico um ano antes da concepção. 
 ! prolactinomas com risco de expansão suprasselar: uso continuado de 
bromocriptina durante a gravidez, pois oferece menor risco que a cirurgia. 
 ! Cirurgia durante a gravidez: reservada para pacientes que não 
respondem à bromocriptina, sendo realizada preferencialmente no segundo trimestre. 
➯ Lactação: não é recomendado o tratamento com agonistas dopaminérgicos, visto 
que estes inibem a lactogênese e não se observou sintomas sugestivos de aumento 
tumoral em pacientes com prolactinomas que amamentaram.
Menopausa 
➯ níveis elevados de prolactina tendem a normalizar após a menopausa. 
Mesmo que os valores permaneçam elevados, a correção não altera os 
sintomas de hipogonadismo. 
➯ Não há contraindicação à terapia de reposição hormonal. 
➯ Microprolactinomas: pode-se suspender o tratamento com controle 
clínico, pois raramente ocorre expansão tumoral.

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