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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Tumores hipofisários Eixo hipotálamo-hipófise-glândulas; Hipotálamo (hormônios reguladores) ➝ hipófise (adenoipófise/neuroipófise); Tumores hipofisários 10% dos tumores cerebrais; Classificação - tamanho: o Microtumores < 10 mm; o Macrotumores ≥ 10 mm; Classificação - produção hormonal: o Funcionantes: 75% dos casos; secretam hormônios – HGH, prolactina, ACTH; o Não funcionantes: 25%; sem secreção hormonal; Prolactinoma: tumor mais frequente; produtor de prolactina; Outros tumores frequentes: produtores de HGH, HGH e PRL (mistos), ACTH, TSH, LH e FSH; Encontrados autópsia de 6 a 22%; Quase totalidade são adenomas; carcinoma primário raríssimo; Invasivos ou expansivos; Mais comum na 3ª década de vida; Apresentação clínica Achado incidental: em RNM ou TC; Alterações hormonais; Sintomas neurológicos: alterações visuais; cefaleia; diplopia; apoplexia hipofisária (isquemia/hemorragia); rinorreia do fluido cerebroespinhal (fístula liquórica); Prolactina Altamente secretado durante a gravidez; Fator inibidor: dopamina ➝ produzida no hipotálamo e transportada para a adeno- hipófise pelo sistema porta-hipotalâmico- hipofisário, onde se liga ao receptor D2 bloqueando a produção/secreção de prolactina; Outros fatores inibidores: GABA, calcitonina e somatostatina; menos potentes; o Principais funções: estimula o desenvolvimento das mamas e a produção de leite; exerce influência na função reprodutora e nas respostas imunes; Regulação da liberação ➝ feita de forma negativa ➝ sem um bloqueio, a adeno-hipófise produz prolactina “sem parar”; Fatores estimuladores: estrogênio, TRH, ocitocina e fenômenos físicos (sucção/ Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo manipulação/lesão/estimulação mamária); Antidopaminérgicos ➝ galactorreia; Hiperprolactinemia ↑ PRL interfere na secreção hipotalâmica do LHRH com supressão da pulsatilidade da LH e FSH (inibição da ovulação ➝ amenorreia e galactorreia); Perda do feedback positivo do estrógeno sobre a secreção do LH e inibição da ovulação; No homem: ↓ pulsatilidade do LH e FSH; ↓testosterona; hipogonadismo; Diagnóstico diferencial: o Medicamentos: mais comuns; Antagonistas dopaminérgicos: Clorpromazina (fenotiazinas), haloperidol (butirodenonas); Metroclopramina; Resperidona; Estrógenos; Cimetidine; Verapamil; o Lesões hipotalâmicas ou outros tumores hipotalâmicos que causem alteração da haste hipofisária, interferindo no transporte da dopamina; o Hipotireoidismo; o Insuficiência Renal (diminui o “clereance”); Aumento fisiológico da PRL: gestação; amamentação; estimulação dos mamilos; exercício; estresse (hipoglicemia); sono; convulsões; período neonatal; Dosagem da prolactina (nível da prolactina é indicativo do “tamanho” do problema); o 20-100 ng/dL ➝ maioria das causas não tumorais; o 100-200 ng/dL➝ maioria Prolactinoma; o Acima de 200 ng/dL ➝ geralmente Macroprolactinoma; Macroprolactinoma Forma inativa da PRL encontrada em algumas pessoas ➝ Big-prolactina e big-big prolactina; Estrutura é semelhante à da prolactina, porém sem função (não consegue se ligar ao receptor); Quando suspeitar: hiperprolactinemia na ausência dos sintomas; Prolactinomas 40 a 60% dos tumores hipofisários funcionantes; Classificação: o Microprolactinomas < 10 mm; o Macroprolactinomas ≥ 10 mm; Mulheres: maioria dos prolactinomas são microprolactinomas; 30-40 anos; Homens: 90% são macroprolactinomas; 500 casos por milhão de habitantes; 10x mais comum em mulheres (até 50 anos); após os 50 ➝ homem = mulher; Fazem parte da Neoplasias Endócrinas Múltiplas (NEM-1); Hiperprolactinemia Hipogonadismo hipogonadotrófico ➝ inibe a secreção pulsátil do GnRH; inibe diretamente a esteroidogênese gonadal; Manifestações clínicas Alterações visuais - comprometimento do nervo óptico; Sintomas de disfunção hormonal - por compressão da própria hipófise ou pela secreção tumoral; Irregularidade menstrual e/ou amenorreia; Galactorreia; Disfunção sexual, infertilidade e perda de massa mineral óssea em ambos os gêneros; Infertilidade: o Hiperprolactinemia → importante causa de infertilidade na prática clínica; o Mulheres ➝ ciclos anovulatórios, oligo e amenorreia; o Homens ➝ alteração da viabilidade e quantidade de espermatozoides, redução da testosterona; Tratamento Visa restauras: eugonadismo; fertilidade; cessar a galactorreia; controlar a massa tumoral, com redução do efeito de massa; Tratamento medicamentoso: o Agonistas dopaminérgicos (padrão ouro) ➝ controle hormonal e redução da massa tumoral; Cabergolina: (agonista específico dos receptores D2): normalização em 85% dos casos e redução da massa tumoral em 80% dos casos; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Bromocriptina: normalização dos níveis de prolactina em 80% dos casos de micros e 70% dos casos de macro; Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, hipotensão postural, congestão nasal, câimbras; calcificação de válvulas cardíacas (solicitar ECG no início do tratamento); o Remissão com tratamento medicamentoso: 21%; Normoprolactinêmicos após 2 anos sem a medicação; Cirurgia: o Cura: 65 a 85% nos microtumores e 30% nos macrotumores; o Recidiva: 10 a 50% em micros e 18 a 91% nos macros; o Hipopituitarismo: 2 a 14%; Radioterapia: pouco utilizada; alta incidência de hipopituitarismo; Tumores não funcionantes Não apresentam evidência clínica e bioquímica de hiperfunção hipofisária ➝ Adenomas não reativos; 25% dos tumores hipofisários; Tendem a crescer com extensão supra-selar; são geralmente macroadenomas; Evolução clínica Evolução clínica silenciosa; Diagnóstico é feito a partir do momento em que atingem certo volume e comprimem estruturas adjacentes; o Mais comum: compressão do quiasma óptico ➝ perda visual; o Compressão de nervos do seio cavernoso ➝ ptose palpebral e/ou oftalmoplegia; o Apoplexia tumoral ➝ perda súbita da visão, cefaleia intensa; o Compressão da hipófise, haste hipofisária e hipotálamo; o Comprometimento hormonal ➝ hipopituitarismo; Pseudoprolactinomas: o Hiperprolactinemia: raramente > 100 a 150 ng/mL; o Sintomas: amenorreia (mulher); disfunção erétil (homem); Patologia Clinicamente não funcionantes ➝ 1 ou mais hormônios ou subunidades hormônios glicoproteicos sem capacidade hormonal; Cromófobos (sem coloração); Maioria da linhagem gonadotrófica: beta-LH ou beta-FSH; Diagnóstico Dosagens hormonais; status hormonal; TC ou RNM; Campimetria - tumor compressivo ➝ hemianopsia bitemporal; Tratamento Cirúrgico (principal tratamento) ➝ retirar o máximo de massa possível; Descompressão das vias ópticas ➝ recuperação completa/parcial 80 a 90%; Radioterapia: pouca resposta a terapia com bromocriptina ou cabergolina, análogos da Somatostatina, reposição hormonal; Tumor produtor de GH Aumento da produção de hormônio do crescimento; Repercussões clínicas dependendo da idade do paciente; Crianças e adolescentes ➝ gigantismo e acromegalia; Adultos ➝ acromegalia; Hormônio do crescimento Fator estimulador: hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHR); Fator inibidor: Somatostatina hipotalâmica; Funções: promove o crescimento ósseo e muscular; promove a utilização da gordura como fonte energética, poupando a glicose; Hipersecreção de GH na vida adulta Pré puberdade: alta estatura, com longas extremidades superiores e inferiores; Após a puberdade: aumento dos dedos, mãos, pés, além de proeminência da mandíbula;Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Acromegalia Prevalência: 50 a 60 casos por milhão; Produção excessiva do HGH: ↑IGF-1; Antes do fechamento das epífises: gigantismo e acromegalia; Após o fechamento das epífises: acromegalia; Aumento 2 a 3 vezes na mortalidade; Redução de 10 anos na expectativa de vida; Diagnóstico é feito 8 a 10 anos após o início dos sintomas; Tumores benignos: adenomas; 40% dos tumores apresentam secreção de prolactina associada; Doença crônica debilitante com evolução e crescimento lento; Incidência igual entre os sexos; Idade média do diagnóstico: 40 anos; Suspeita clínica Alterações faciais (“fácies mais rudes”), alargamento do nariz, aumento dos lábios, mandíbula e língua; Aumento dos seios frontais ➝ cristas supra ópticas; Espessamento dos dentes; Fronte proeminente; Proliferação do tecido mole ➝ aumento dos pés e das mãos; Aumento da sudorese, intolerância ao calor, pele oleosa, fadiga e ganho de peso; Diagnóstico 80-85%: macroadenoma no diagnóstico; Cefaleia e alteração do campo visual; Aumento do fígado, baço, tireoide, coração; Complicações Cadriovasculares: HAS; cardiomegalia; hipertrofia ventricular; arritmias; AVC; Respiratórias: apneia do sono (obstrução das vias aéreas), narcolepsia (depressão dos centros respiratórios), hipoxemia; Endócrinas: hiperprolactinemia, hipopituitarismo, anormalidades menstruais, disfunção erétil; Metabólicas: hipertrigliceridemia, hipercalcemia, hipercalciúria; Neoplasias benignas: tireoide, pólipos (estômago, colon); Neoplasias malignas: cólon, esôfago, mama, estômago, tireoide; Diagnóstico laboratorial Níveis séricos de HGH: secreção pulsátil e estimulado pelo jejum prolongado, exercício, estresse e sono ➝ HGH > 0,4 ng/dL (altamente suspeito); IGF-1 (fator de crescimento semelhante a insulina): valor estável em 24 horas. Elevado em praticamente todos os pacientes com acromegalia ➝ IGF1 acima dos valores de referência para a idade e sexo; Dosagem de prolactina (Prolactina sérica: 50% alterada); Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Teste de tolerância oral à glicose: o Dosa-se HGH basal, 30, 60, 90, 120 minutos após a estimulação com 75 g de glicose; o Normal: supressão do HGH após sobrecarga de glicose; o Não supressão do HGH (HGH > 0,4) → ADENOMA PRODUTOR DE HGH; ➝ Nadir do HGH: (menor valor na curva) > 0,4 ng/m Diagnóstico por imagem TC de hipófise, mas RNM é o exame de escolha; Tratamento Cirurgia transesfenoidal: tratamento de escolha para microadenomas < 1 cm ou macro com compressão do nervo óptico; o Cura: 75 a 80%; o Tumor com expansão suprasselar: 33 a 48% o Complicações cirúrgicas: piora da visão, meningite, fístula liquórica, lesão da hipófise (hipopituitarismo); Tratamento clínico Tumores grandes: cirurgia transcraniana (atividade tumoral após a cirurgia); Análogos da somatostatina: inibem a secreção e proliferação celular o Octreotide (sandostatina – lar); o Lanreotide (Somatuline Depot); Inibidor do receptor do HGH: Pegvisomato; Agonista dopaminérgico: Cabergolina – 30% normalizam a IGF1; Critérios de cura IGF1 dentro da normalidade e GH indetectável; Se GH > 0,4 g/L ➝ fazer TTG; Tratamento – radioterapia Controle da doença em 50-60% dos pacientes; Normalização do IGF1 – 10 a 15%; Após 10 anos: 50% deficiência de algum hormônio hipofisário;
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