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Asma: Definição, Epidemiologia e Fisiopatologia

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Asma
@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 
DEFINIÇÃO
É uma doença crônica que provoca obstrução e inflamação das vias respiratórias, além de hipersecreção de muco em resposta a estímulos variados. A inflamação crônica está associada à hiper responsividade brônquica (bronco constrição), que leva a episódios de sibilos, dispneia e tosse, principalmente à noite ou no início da manhã. 
Pode ser dividida em duas grandes categorias
· Atópica: quando há evidencias de sensibilização e resposta imunitária a certos antígenos, geralmente em indivíduos que tem história familiar da doença e apresentam também eczema e renite alérgica
· Não atópica: quando não se identifica um alérgeno predisponente 
Além dessas formas clássicas, há também:
· Asma induzida por medicamentos, como a aspirina e outros anti-inflamatórios não esteroides. De forma que ele auxilia na produção de leucotrienos (mediadores pró-inflamatórios). 
· Asma ocupacional, que se manifesta em indivíduos que se expõem no ambiente de trabalho a certas substancias (plástico, madeira, algodão, tolueno, entre outras)
EPIDEMIOLOGIA
A asma é doença prevalente, acometendo cerca de 5% da população mundial, estimando cerca de 300 milhões de pessoas. 
Acomete, principalmente, crianças e adolescentes, porem como os adultos estão vivendo mais tempo, a prevalência de asma em idosos vem aumentando.
No Brasil existem aproximadamente 20 milhões de asmáticos. Segundo o DATASUS, ocorrem, em média, 350.000 internações anualmente com predomínio na faixa etária entre 1 a 4 anos de idade. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total).
Cerca de 5% dos asmáticos apresentam doença de difícil controle e refrataria ao tratamento com corticosteroides. Esses pacientes são os que consomem a maior parte dos recursos da saúde direcionados para a doença, exigem maior número de hospitalizações e tem pior qualidade de vida. Por ser um grupo bastante heterogêneo clinicamente, muito esforço tem sido feito para identificar os diferentes fenótipos da asma grave. Uma vez identificados esses fenótipos, os pacientes beneficiar-se-iam de tratamento individualizado. A melhora do quadro clinico por um anticorpo monoclonal anti-IL-5 em pacientes com asma grave eosinofilica é um bom exemplo disso.
Com o avanço cientifico na medicina a mortalidade pela asma diminuiu em cerca de 40% na última década, porém ainda persistem sendo a mortalidade maior em países de média e baixa rendas. Além disso, observa-se uma queda no número de internações e mortes por asma no Brasil.  Em uma década, o número de internações por asma no Brasil caiu 49%. 
FATOR DE RISCO
O principal fator de risco para o desenvolvimento de asma é uma predisposição genética para a produção de uma resposta mediada pela IgE a alérgenos. IgE é o anticorpo envolvido nas manifestações de reações alérgicas e inflamatórias. 
Outros fatores de risco para o desenvolvimento de asma na infância incluem histórico familiar de asma, alergias e exposição pré-natal a fumaça de cigarro e poluição.
A gravidade dos casos de asma é afetada por vários fatores, incluindo genética, idade de manifestação, exposição à poluição, atopia, grau de exposição aos gatilhos, deflagradores ambientais (p. ex. fumo e ácaros de poeira) e refluxo gastresofágico ou infecções respiratórias. 
FISIOPATOLOGIA 
A primeira etapa é o processo de sensibilização. Os alérgenos inalados entra em contato com a mucosa do trato respiratório de forma que são capturados pelas células dendríticas presente no epitélio brônquico. Essas células tem a capacidade de reconhecer, processar e apresentar os fragmentos alérgenos aos linfócitos T que irão produzir citocinas e fator estimulante de colônia granulócito-macrófago, caracterizando uma resposta humoral, resultando na proliferação de linfócitos do tipo T helper 2 (Th2).
Quando ocorre uma nova exposição ao antígeno, ele se ligara à IgE nos mastócitos que liberara medicadores pré-formados. Esses mediadores induzem brocoespasmo, aumento da permeabilidade vascular e produção de muco. Essa reação é denominada de fase imediata e é caracterizada principalmente por obstrução das vias aéreas, mas também pode ocorrer a formação de edema e hipersecreção de muco. 
A fase tardia ocorre horas após a exposição ao antígeno e tem início com a chagada dos leucócitos que induz a liberação de mediadores produzidos pelos leucócitos, pelo endotélio e por células epiteliais. O eosinófilo também induz essa liberação, o que também causam danos epiteliais. 
Em indivíduos sensíveis, a reação pulmonar a antígenos pode ser caracterizada por uma resposta imediata isolada, tardia isolada ou associação de ambas. Os asmáticos atópicos apresentam broncocontrição geralmente após 2 horas da exposição ao alérgeno (resposta imediata). Aproximadamente 60% apresentam uma resposta entre 3 – 7 horas depois, caracterizando a resposta tardia, que esta associada a HRB e inflamação eosinofilica, e a obstrução das vias aéreas nessa fase é mais prolongada e geralmente mais grave do que a que ocorre na resposta imediata. 
A inflamação promove redução do calibre das vias aéreas por edema da mucosa e presença de secreção, além de HRB com contração exagerada da musculatura brônquica. Esse processo é resultado da interação entre fatores genéticos, ambientais e adquiridos (obesidade, ansiedade, etc) que estimulam e mantem a inflamação brônquica. 
Quando ocorre alterações morfológicas permanente (remodelamento), além de manter-se o processo todo esse quadro fica ainda mais grave. Nessa fase, a perda de integridade das fibras elásticas também intensifica a broncoconstrição. 
REFERENCIAS 
MARTINS, Milton de Arruda; CARRILHO, Flair José; ALVES, Venâncio Avancini Ferreira; CASTILHO, Euclides Ayres de; CERRI, Giovanni Guido. Clínica Médica: Doenças Cardiovasculares, Doenças Respiratórias, Emergências e Terapia Intensiva. v.2 [S.l: s.n.], 2016.
GROSSMAN, Sheila, PORTH, M. Carol. Fisiopatologia. 10° ed – RJ. Guanabara Koogan, 2021.
BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo: patologia geral.6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.