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Patologias Cirúrgicas do Olho - Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais

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Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
1 Patologias Cirúrgicas do Olho 
ENTRÓPIO 
Entrópio é o enrolamento da margem palpebral 
para dentro, o qual pode ser conformacional, de 
desenvolvimento, espástico ou cicatricial. 
O entrópio espástico raramente ocorre 
secundariamente à dor e blefarospasmo 
associados a corpos estranhos, ulceração, 
conjuntivite crônica, blefarite, ceratite e uveíte. O 
entrópio cicatricial está associado ao trauma da 
pálpebra e cicatrizes. Os pelos roçam na córnea, 
causando irritação, epífora, blefarospasmo, 
conjuntivite, úlcera de córnea e ceratite 
pigmentar. Entrópio também pode ser causado 
por enoftalmia e ptíase bulbar. 
 Algumas raças são predispostas 
HISTÓRICO 
Os animais têm um histórico de epífora e 
corrimento ocular mucopurulento, irritação dos 
olhos e blefarospasmo. Os sinais podem ser 
inicialmente intermitentes no curso da condição. 
O entrópio de desenvolvimento afeta geralmente 
os dois olhos, em geral no aspecto lateral da 
pálpebra inferior. Alguns animais com 
comprimento excessivo da pálpebra terão tanto 
entrópio quanto ectrópio. 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
PRAGUEAMENTO LATERAL 
Em animais com até 20 semanas de idade, pode 
ser temporariamente evertido para uma posição 
normal, usando uma gota de adesivo tecidual 
para colar as superfícies adjacentes de pele, 
unindo-as, enrolando assim a margem palpebral 
para fora, ou pela realização de suturas Lembert 
invertidas. 
1. Usando um fio de sutura 3-0 ou 4-0 
absorvível (Vicryl, polidioxanona) ou não 
absorvível (polipropileno, seda, nylon), 
inserir a agulha na pele e através da placa 
tarsal e do músculo orbicular, a 3 mm da 
margem palpebral. 
2. A agulha deve emergir a 5 mm da sua 
inserção para completar o primeiro ponto. 
3. Posicionar o segundo ponto sobre a borda 
da órbita com a agulha direcionada para 
fora do olho. 
4. Passar a agulha através da pele, do tecido 
subcutâneo e da fáscia orbital e sair, 
criando um segundo ponto de 5 mm. 
5. Não penetrar a margem palpebral ou 
conjuntiva. 
6. Amarrar a sutura, invertendo um sulco de 
pele. Fazer suturas adicionais, conforme a 
necessidade, para corrigir tanto o 
entrópio superior, quanto inferior. 
7. Alternativamente, fazer pregas de pele 
após invertê-la entre a pálpebra e o globo. 
8. Colocar algumas gotas de cola cirúrgica no 
sulco criado para reduzir a tensão na linha 
de sutura. 
 
 
MÉTODOS EXCISIONAIS 
Para entrópio crônico ou recidivante, os métodos 
mais comumente usados para a correção 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
2 Patologias Cirúrgicas do Olho 
cirúrgica definitiva são várias adaptações do 
método de Hotz-Celsus. 
1. Estimar o tamanho da elipse a ser 
removida pinçando a pele na área do 
entrópio com uma pinça curva, de Halsted 
ou Crile. 
2. Estabilizar a pálpebra colocando uma 
placa palpebral Jaeger dentro do fórnice 
conjuntival sob a pálpebra acometida e, 
gentilmente, puxar e esticar a pálpebra. 
3. Usando uma lâmina de bisturi nº 15, 
incisar ao longo do comprimento do 
entrópio, iniciando a partir de 3 a 5 mm a 
partir da margem da palpebral. 
4. Fazer uma segunda incisão em formato 
crescente na pele com uma distância 
suficiente da primeira para corrigir o 
entrópio. 
5. Remover a faixa de pele, o músculo 
orbicular pode ou não pode ser removido. 
6. Manter a conjuntiva. 
7. Fechar o defeito da pele, com início no 
centro da pele com suturas simples 
interrompida de espessura parcial de 4-0 
para 5-0 não absorvível (seda) ou 
absorvível (Vicryl) para permitir a aposição 
de pele mais precisa. 
8. Dividir a distância do defeito 
remanescente ao colocar suturas 
adicionais, de modo que, finalmente, as 
suturas sejam espaçadas de 1,5 a 3 mm de 
distância. 
9. Para evitar a irritação da córnea, devem 
ser realizados cortes curtos (2-3 mm) das 
extremidades de sutura que são 
direcionadas para o olho. 
 
 
1. Uma modificação do procedimento de 
Hotz-Celsus é executada quando a 
inversão do canto lateral é o componente 
predominante do entrópio. 
2. Fazer uma ressecção em formato de V ou 
em flecha no canto lateral, em vez de uma 
incisão elíptica. 
3. Além disso, coloca-se uma sutura de 
tensão subcutânea no canto lateral para 
fixá-lo e estabilizá-lo em uma posição mais 
lateral. 
4. Uma sutura de colchoeiro horizontal é 
realizada dentro da fáscia cantal lateral e 
músculo orbicular profundo para a incisão 
da pele e fáscia subjacentes ao ligamento 
orbital. 
5. Começar o fechamento da pele pelo 
centro do ferimento, e em seguida fazer 
suturas adicionais com 2 a 3 mm de 
distância uma da outra. 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
3 Patologias Cirúrgicas do Olho 
 
TÉCNICA Y PARA V 
Indicada para entrópio cicatricial 
1. Colocar uma placa palpebral ou um 
abaixador de língua estéril no fórnice 
conjuntival inferior para sustentá-lo. 
2. Fazer uma incisão em formato de Y com 
os braços do Y estendendo-se até 
ultrapassar o segmento de pálpebra 
acometida. 
3. Determinar o comprimento do tronco da 
incisão em Y pela aplicação de tração ao 
retalho de pele, até que a margem da 
pálpebra fique em uma posição normal. 
4. Divulsionar o retalho de pele, retirar 
qualquer tecido de cicatriz presente e 
então suturar a ponta do retalho para o 
aspecto mais distal da incisão. 
5. Justapor o restante da pele com pontos de 
aproximação (4-0 a 5-0 Vicryl absorvível 
ou não absorvível de seda). 
 
ECTRÓPIO 
 O ectrópio é a eversão da pálpebra 
inferior. 
 Pode ser uma condição de 
desenvolvimento ou uma condição 
adquirida secundária à formação do 
tecido de cicatrização ou fadiga do 
músculo orbicular do olho. 
 O ectrópio de desenvolvimento é em geral 
associado à raça (São Bernardo, 
Bloodhound, Cocker Spaniel) e pode ser 
visto em cães com pele facial frouxa. 
 Os sinais de ectrópio incluem conjuntiva 
exposta, epífora, conjuntivite e ceratite. 
Ceratite pigmentar é vista em casos 
graves. Dermatite úmida pode ser 
causada por epífora. 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
RESSECÇÃO EM CUNHA 
 Para casos leves a graves 
Remover uma cunha triangular de espessura total 
da pele do aspecto lateral da pálpebra inferior, 
próximo ao canto lateral. 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
4 Patologias Cirúrgicas do Olho 
Marcar o local de incisão lateralmente por 
ranhura ou pressão, e manipular então a 
pálpebra redundante, lateralmente, com uma 
pinça delicada para determinar a quantidade de 
margem palpebral a ser retirada. 
Marcar os lados do triângulo excisado duas vezes 
o comprimento da base do triângulo para facilitar 
a aposição. 
Excisar esse segmento de pele como um triângulo 
com sua base na margem da pálpebra. 
Alinhar e justapor, cuidadosamente, a margem 
palpebral com uma sutura simples interrompida 
ou em cruz, e então fazer suturas de pele 
adicionais (4-0 a 5-0 absorsível Vicryl ou não 
absorvível de seda), posicionando e cortando as 
terminações dos fios o suficiente para que eles 
não rocem a córnea. 
 
CORREÇÃO V-Y 
Usada para cicatricial, excisão de tumor, ou 
correção excessiva de entrópio. 
1. Fazer uma incisão distal em formato de V 
em direção à área do ectrópio e 
ligeiramente maior que ela. 
2. Iniciar a incisão cerca de 2 a 3 mm 
distante da margem palpebral. 
3. Divulsionar o retalho para aproximar sua 
base sobre a pálpebra e remover qualquer 
tecido de cicatrização. 
4. Começando pelo aspecto mais distal da 
incisão em V, iniciar a colocação dos 
pontos (4-0 a 6-0 absorvível Vicryl ou não 
absorvível de seda) da região medial para 
a lateral, criando o tronco do Y. 
 
PROLAPSO DA GLÂNDULA DA 
TERCEIRA PÁLPEBRA 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
1. Maximizar a exposição utilizando 
retratores de pálpebras. 
2. Para reposicionar a glândula, elevar e 
estender a terceira pálpebra com pinça 
delicada, e então fazer incisões paralelas 
de 1 cm de comprimento atravésda 
conjuntiva bulbar, ventrais e dorsais, à 
margem livre da glândula. 
3. Separar a mucosa da submucosa 
subjacente na borda da incisão, o mais 
próximo da margem principal e na borda 
da incisão mais próxima da base da 
nictitante. 
 
 
Medicina Veterinária Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais Rebeca Meneses 
5 Patologias Cirúrgicas do Olho 
4. Retornar a glândula à sua posição normal, 
suturando as duas incisões unidas sobre a 
glândula. 
5. Usar um padrão de sutura simples 
contínua (6-0 Vicryl). 
6. Como alternativa, escarificar a conjuntiva 
sobre a glândula e fazer uma sutura em 
bolsa de fumo ao redor da conjuntiva, do 
fórnice e ao redor da glândula. 
7. Pressionar a glândula para baixo conforme 
a sutura for amarrada, enterrando-a na 
mucosa. Iniciar e terminar a colocação da 
sutura no fórnice ou na superfície 
palpebral da terceira pálpebra para que os 
nós fiquem longe da córnea. 
8. Pode ser necessário aplicar uma sutura 
em âncora com ambas as técnicas para 
evitar o prolapso da terceira pálpebra ou 
afastá-la do globo até que a inflamação e 
o edema se resolvam. 
9. Fazer uma sutura em âncora simples 
através da terceira pálpebra e ancorá-la 
no fórnice anterior ventral e no periósteo 
da borda orbital. 
 
PROPTOSE TRAUMÁTICA 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
1. Fazer uma ampla cantotomia lateral 
usando uma tesoura reta para melhorar o 
acesso e frouxidão da pálpebra, se 
necessário. 
2. Lubrificar a córnea com pomada oftálmica 
estéril. 
3. Reduzir o aprisionamento das margens 
palpebrais usando um gancho de 
estrabismo ou pinças atraumáticas. 
4. Colocar 2-4 de espessura parcial 
temporária de suturas de tarsorrafia 4-0 
de nylon ou de seda, mas não amarrá-los, 
deixando a área do canto medial aberto. 
5. Tomar cuidado para permitir que as 
suturas saiam das margens das pálpebras 
para que elas não toquem a córnea, 
mesmo após soltar. 
6. Pegar as extremidades das suturas com 
uma pinça hemostática e puxá-las 
enquanto há a aplicação de pressão suave 
sobre o globo com um cabo de bisturi, 
uma placa palpebral ou instrumento 
similar macio e plano. 
7. Amarrar as suturas com uma extremidade 
esquerda longa; soltar as suturas se 
estiverem excessivamente apertadas. 
8. Fechar a tarsorrafia temporária com uma 
sutura em cruz no canto lateral (Fig. 17-
25, suplemento) e suturas interrompidas 
(4-0 a 5-0 Vicryl ou de seda).

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