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Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular APRESENTAÇÃO A prestação de serviços de estabelecimentos privados de saúde pode ocorrer tanto para beneficiários de operadoras de planos de saúde (OPS) quanto para pacientes que desejam realizar o pagamento de forma particular. Nesse sentido, é necessário que o processo de faturamento desses serviços ocorra considerando as peculiaridades de cada um desses cenários de prestação de serviços. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá compreender como ocorre o processo de faturamento de contas particulares, bem como de OPS, identificando os aspectos inerentes a cada uma dessas situações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o processo de faturamento das contas particulares e de operadoras de planos de saúde (OPS). • Identificar os sistemas de faturamento de contas de OPS.• Destacar os principais aspectos do faturamento de contas particulares.• INFOGRÁFICO O processo de faturamento inicia com a consulta do prontuário do paciente, tendo o objetivo de identificar os recursos utilizados durante o período de internação total ou parcial. O produto desse processo tem como desdobramento a elaboração da conta do serviço de saúde, a qual é composta pelo capeante. Neste Infográfico, veja os itens que compõem o capeante de uma conta de um serviço de saúde, visando a demonstrar o detalhamento das informações presentes nele. CONTEÚDO DO LIVRO O processo de faturamento de um serviço de saúde privado requer expertise dos profissionais atuantes nessa área, uma vez que implica o conhecimento acerca do uso dos recursos em saúde registrados no prontuário do paciente, bem como de tabelas de remuneração e regras contratuais, além de peculiaridades presentes, tanto na elaboração de contas particulares quanto de contas de operadoras de planos de saúde (OPS). No capítulo Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular, da obra Faturamento e auditoria em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, conheça o processo de faturamento de contas de serviços de saúde, destacando as diferenças inerentes às contas particulares em comparação às contas de OPS. Boa leitura. FATURAMENTO E AUDITORIA EM SAÚDE Alexandra Bulgarelli do Nascimento Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever o processo de faturamento das contas particulares e de Operadoras de Planos de Saúde (OPS). Identificar os sistemas de faturamento de contas das OPS. Destacar os principais aspectos do faturamento de contas particulares. Introdução O processo de remuneração de serviços privados de saúde tem como tomadores as OPS que possuem contratos preestabelecidos para o pa- gamento da assistência prestada aos seus beneficiários. Também são tomadores aqueles que optam pela utilização desses serviços por meio de desembolso direto, o que é popularmente conhecido como “aten- dimento particular”. Neste capítulo, você vai estudar o processo de faturamento de ser- viços privados de saúde, considerando tanto a interface do prestador de serviço com as OPS como a contratação via desembolso direto. Para tanto, você vai conhecer os sistemas de faturamento disponíveis e os principais aspectos relacionados à interface com operadoras e contas de particulares. 1 Processo de faturamento Os serviços privados, a partir do momento em que são acionados para a prestação de cuidados em saúde, precisam ser remunerados. Isso é válido tanto no caso de pacientes provenientes de OPS quanto no caso daqueles que desejam realizar o desembolso direto. Para que a remuneração pela prestação de serviços ocorra, os estabelecimentos de saúde precisam dispor de um processo de faturamento robusto, o qual se inicia nos registros realizados no prontuário do paciente (CHAVARRÍA, 2018). Isso significa que, para se garantir um processo de faturamento assertivo, os registros dos cuidados prestados, bem como os registros dos recursos em saúde utilizados, devem estar sistematicamente contidos no prontuário do paciente (ZUNTA et al., 2006). Quando isso não acontece, conclui-se que não há evidência do uso do recurso, denotando fragilidade processual para sustentar o faturamento de determinado item da conta do serviço de saúde. O beneficiário de um plano de saúde foi assistido no pronto-socorro de um hospital privado credenciado à sua OPS. No atendimento, o médico prescreveu a administração de um medicamento endovenoso. No entanto, a equipe de enfermagem não registrou a infusão do medicamento no paciente, o qual, em seguida, teve alta. A partir desse relato, tem-se o indício do uso do medicamento, mas não se tem a evidência dele. O uso só se confirmaria mediante o registro da equipe de enfermagem que administrou o medicamento. Esse tipo de situação fragiliza o processo de fatu- ramento do atendimento, uma vez que deixa dúvidas sobre o uso do medicamento. Entretanto, caso se decida pelo faturamento de um item sem ter evidências claras da sua utilização, seja pela ausência ou pela parcialidade do registro no prontuário do paciente, o pagador do serviço, como no caso de uma OPS, pode efetuar o que se denomina “glosa” (ZUNTA et al., 2006). A glosa é o processo de recusa do pagamento de um item ou de toda a conta de um serviço de saúde prestado, podendo ser de natureza administrativa ou técnica (COBAITO, 2016). O processo de elaboração do faturamento no contexto hospitalar está esquematizado na Figura 1, a seguir. Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular2 Figura 1. Faturamento hospitalar. Portanto, para que os estabelecimentos de serviços privados de saúde implementem um processo de faturamento, seja para atender os pacientes particulares ou os pacientes de OPS, é imprescindível que eles disponham de processos de trabalho que produzam registros de excelência nos prontuários. Os registros no prontuário do paciente são a matéria-prima para o processo de faturamento e, nesse sentido, eles devem conter algumas características fundamentais para garantir a qualidade do faturamento. A seguir, veja quais são essas características. Datação: além da datação usual, em algumas situações específicas, como no caso do uso de gases medicinais (oxigênio, nitrogênio, etc.), deve haver também o registro do horário do início da terapia e do seu término. Identificação dos profissionais que prescreveram e executaram os cuidados: a identificação consiste na presença do carimbo com o nome do profissional e do número do seu registro no conselho de classe, bem como da sua rubrica. Legibilidade: os registros não podem estar rasurados e/ou incompreensí- veis. Esse tipo de atenção deve ser redobrada no caso de prontuários físicos. Coerência: o encadeamento lógico da provisão de cuidados e da utili- zação dos recursos em saúde é fundamental para se compreender o nexo causal, o que fundamenta o faturamento da conta do serviço de saúde. Completude: a partir desse aspecto, é possível quantificar os recursos utilizados (FRANÇOLIN et al., 2012). 3Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular O faturista de um serviço hospitalar está buscando informações no prontuário de um paciente que realizou uma cirurgia e que aparentemente demandou a utilização de transfusão de hemocomponentes. A evolução médica e de enfermagem informa a situação clínica que justifica esse evento e contém a prescrição médica e os registros da equipe de enfermagem. Entretanto, o faturista não localizou o registro da dispensação das bolsas de hemo- componentes utilizadas, que evidenciaria a quantidade correta usada. Isso vai gerar atraso no faturamento da conta, uma vez que será necessário acionar a área do banco de sangue para esclarecimentos. Além de atentar aos registros presentes no prontuário do paciente, o processo de faturamentodeve considerar os valores monetários a serem cobrados. Tais valores, no caso das OPS, são previamente contratados, por meio de diferentes modelos de remuneração: fee for service (ou “conta aberta”), bundles (pacotes por procedimento ou diagnóstico), capitation (pagamento per capita) ou performance (baseados na resolubilidade e na qualidade do serviço prestado). No caso dos pagamentos por desembolso direto, é necessário ter o mesmo cuidado com os valores monetários a serem cobrados. Entretanto, os modelos de remuneração utilizados nessa modalidade de utilização de serviços de saúde são basicamente o fee for service e os bundles (ANS, 2019). Portanto, o profissional atuante na área de faturamento de um serviço de saúde deve ser municiado com informações que permitam a ele realizar a co- brança devida, a depender da natureza do tomador/pagador do serviço de saúde. Essa preocupação faz-se necessária uma vez que, sem informações fidedignas, claras e objetivas, o processo de faturamento é prejudicado, a ponto de não ser possível a sua finalização, o que, em última análise, impacta os resultados financeiros da instituição de saúde prestadora do serviço (COBAITO, 2016). O faturista é o profissional que atua na elaboração da conta do serviço de saúde, que gerará o faturamento a ser apresentado ao pagador pela prestação de serviço. Para a execução das suas atividades, é imprescindível que ele tenha acesso às regras contra- tuais celebradas entre o prestador e o tomador do serviço. Essas regras, em geral, estão disponíveis em sistemas de informação que auxiliam na elaboração do faturamento. Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular4 2 Sistemas de faturamento de contas das OPS Os estabelecimentos privados de saúde podem oferecer os seus serviços às OPS, estabelecendo uma relação de prestação de serviços, após efetivado o processo de credenciamento. As OPS podem dispor de serviços próprios ou credenciados. O processo de credenciamento consiste numa sequência de etapas de natureza administrativa e técnica, em que se avalia a pertinência do credenciamento de um novo prestador de serviço, bem como a qualidade do atendimento prestado e a remuneração dos serviços. No caso de serviços assistenciais próprios de OPS, estas também realizam o processo de faturamento, conforme a utilização dos serviços pelos benefi- ciários e os valores normatizados para cobrança. Afinal, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da operadora e o dos serviços assistenciais próprios são diferentes; portanto, existe a necessidade de ajuste fiscal entre ambos. Para realizar o faturamento de contas de OPS, é fundamental compreender que o encerramento de uma conta depende inicialmente da natureza do serviço prestado. Ou seja, se o serviço é de apoio ao diagnóstico e à terapêutica — voltado à realização de exames complementares (radiológicos, endoscópicos, ultrassonográficos, análi- ses clínicas, etc.) ou de terapias (fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, radioterapia, quimioterapia, etc.) —, a geração da conta é pontual, de acordo com o consumo do serviço. Já no caso de uma conta hospitalar, o trâmite é diferenciado. Internações de até sete dias são diferentes de internações de longa permanência — superiores a sete dias. No caso destas últimas, as contas precisam ser encerradas em etapas, visando a garantir a sustentabilidade econômico-financeira do hospital, que não tem condições de aguardar os desfechos de internações longas para receber. Quando o beneficiário de um plano de saúde realiza exames complementares em regime eletivo, ou seja, agendados previamente, a conta dos serviços prestados é transversal. Isso significa que, após a realização dos exames, já é iniciado o fechamento da conta individual do beneficiário, que comporá o faturamento do mês junto à operadora. O mesmo ocorre no caso das consultas médicas em consultório, bem como das terapias (sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, nutrição, entre outras). Já no caso de uma internação hospitalar, o encerramento da conta não ocorre somente no desfecho do atendimento, como no caso da alta por melhora clínica, óbito, transferência ou evasão. Afinal, há internações de longa permanência, que inviabilizariam financeiramente que o hospital mantivesse o atendimento sem o recebimento parcial do valor relativo aos cuidados prestados. 5Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular No processo de faturamento de uma conta hospitalar, que é considerada a mais complexa entre as contas dos diferentes serviços de saúde, o primeiro passo é identificar — no prontuário do paciente — todos os recursos em saúde utilizados. Esse mapeamento é facilitado por sistemas de informação integrados, que identificam os recursos nos registros do prontuário e os lançam diretamente na conta digital do paciente. Ao faturista do hospital, cabe conferir os itens que compõem a conta, confrontando-os com os registros presentes no prontuário. Ele deve identificar inconsistências nos registros, bem como rastrear o nexo causal da utilização dos recursos, visando a mitigar fragilidades que possam gerar futuras glosas pela OPS. A análise dos lançamentos na conta do paciente e dos registros no seu prontuário implica inclusive a localização dos protocolos de autorização de recursos de alto custo. Esses recursos podem ter sido autorizados pela operadora previamente à internação do paciente, quando se trata de procedi- mentos eletivos, ou durante a internação do paciente, por meio do processo de auditoria concorrente. No entanto, independentemente do momento da autorização, ela deve estar formalizada e registrada no prontuário do paciente, seja manualmente, com a inserção de documentos digitalizados, por exemplo, ou ainda por meio da interface de plataformas digitais compartilhadas entre hospitais e operadoras para trânsito de informação sobre a autorização dos procedimentos a serem realizados. Portanto, o hospital deve dispor de uma equipe responsável pela gestão dessas autorizações prévias. Afinal, na ausência dessas autorizações, o hospital pode enfrentar dificuldades para cobrar o serviço no processo de faturamento. Outro aspecto importante durante o processo de faturamento de uma conta para OPS se refere ao uso correto do padrão da Troca de Informação da Saúde Suplementar (Tiss). Aqui, está em jogo o uso das guias de atendi- mento preconizadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cujo objetivo é padronizar o instrumento de registro dos serviços prestados e faturados (ANS, 2012). Além de se valer do padrão Tiss, o processo de faturamento de serviços de saúde deve utilizar a Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (Tuss). Ela se configura pelo uso dos códigos e descrições dos recursos utilizados, os quais também são normatizados pela ANS, com o objetivo de padronizar a troca de informação entre prestadores, operadoras e a própria agência (ANS, 2012). Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular6 A Tuss subsidia a elaboração de um banco de dados que as operadoras devem enviar regularmente à ANS. Nesse banco de dados, estão contidos todos os recursos em saúde pagos pelas operadoras aos seus prestadores de serviço. O objetivo desse processo é permitir que a ANS realize o monitoramento dos pro- cedimentos realizados no setor da saúde suplementar, direcionando, inclusive, a implementação de políticas de saúde ao perfil de utilização do setor. Portanto, a Tuss não tem o objetivo de substituir tabelas de remuneração celebradas em contratos entre operadoras e prestadores de serviço. Por fim, o processo de faturamento deve considerar os valores monetários a serem cobrados na conta do serviço prestado. Por esse motivo, vale a pena enfatizar que os profissionais atuantes na área de faturamento precisam dispor das regras contratuais estabelecidas entre o prestador e a OPS, pois só dessa forma será possível proceder à consolidaçãoda conta. A seguir, veja as etapas do faturamento de serviços de saúde. 1. Analisar os registros no prontuário do paciente (se possível, por meio de sistemas de informação integrados). 2. Avaliar a presença do registro e o nexo causal do seu uso. 3. Utilizar padrão Tiss e códigos e descrições da Tuss. 4. Atentar ao sistema de pagamento adotado e ao valor monetário acordado em contrato. 5. Enviar o faturamento via plataformas eletrônicas de transmissão de dados entre prestadores e operadoras. Para a transmissão da conta à operadora, muitos serviços, em especial nos grandes centros urbanos, dispõem de plataformas digitais, o que se denomina “faturamento eletrônico”. Esse tipo de faturamento aumenta a agilidade do envio e a segurança dos dados enviados. Entretanto, se durante esse processo os profissionais do serviço de saúde identificam inconsistências que impedem a elaboração do faturamento, as áreas envolvidas nos cuidados e registros são acionadas. Essas áreas atuam a fim clarificar a utilização dos recursos, num processo de melhoria contínua que deve aumentar a qualidade do cuidado com o paciente, bem como garantir a maximização das receitas do serviço. 7Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular 3 Principais aspectos do faturamento de contas particulares O faturamento de contas particulares ocorre, em linhas gerais, em duas situações: liberalidade do usuário que deseja realizar o desembolso direto; negativa da operadora relativa a algum recurso utilizado, de modo que o valor monetário é repassado ao usuário. Nessas duas situações, o processo inicial do faturamento é similar ao que ocorre na interface com uma OPS, ou seja, é feito o mapeamento dos recursos descritos no prontuário do paciente, que são comparados aos itens lançados na sua conta. No entanto, o que diferencia sobremaneira o processo de faturamento de contas particulares são as regras de cobrança dos itens utilizados. Enquanto nas OPS utiliza-se, em especial, os bundles por procedimento, nas contas particulares o sistema de remuneração fee for service é o que predomina. Isso significa que os faturistas, ao se depararem com contas de particulares, deverão realizar a checagem de todos os itens e de suas respectivas quantida- des utilizadas minuciosamente, atrelando a cada um deles o valor monetário estabelecido pela instituição. No caso de contas hospitalares de OPS que são convertidas em particu- lares em decorrência de negativa de atendimento, os prestadores de serviço devem ficar atentos, buscando esgotar a possibilidade de negociação junto à operadora antes de apresentar a conta ao usuário. Essa preocupação é relevante porque a situação pode impactar o relacionamento empresarial junto à operadora, bem como fomentar o acionamento do Poder Judiciário pelo usuário. Em linhas gerais, as contas de particulares possuem valores monetários mais elevados em comparação às contas de OPS. Isso ocorre porque a assi- metria de informações disponíveis ao usuário e ao serviço de saúde reduz a autonomia do paciente para escolher e argumentar sobre os recursos a serem utilizados e os preços cobrados. Esse tipo de contexto é muito recorrente na relação de usuários com instituições hospitalares; nesse tipo de relação, os preços são elevados e pode-se ter a indução da geração de demanda por recursos em saúde. Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular8 A assimetria de informação emerge da área econômica, que considera que no mercado há um agente que detém o conhecimento, impondo-o a outro agente que não o domina. Isso cria uma situação de submissão do paciente aos recursos que serão utilizados em seu tratamento, bem como aos preços que serão cobrados por ele. Por outro lado, as contas de particulares têm apresentado um crescimento exponencial em serviços de baixa complexidade, compostos por consultas médicas, exames complementares e pequenos procedimentos. Nesses casos, a conta de particulares é calculada a partir de valores monetários preestabele- cidos, e muitas vezes os serviços são oferecidos de forma articulada, ou seja, a consulta médica e a realização de uma bateria de exames complementares são negociadas a um valor pré-fixado. Como você viu, o processo de trabalho que envolve o faturamento de contas derivadas de desembolso direto se diferencia daquele relativo às contas de OPS. Essa diferenciação, em última análise, requer profissionais qualificados para atuar nesse segmento. Em suma, no faturamento, tanto para OPS quanto para desem- bolso direto, deve-se atentar à presença e à completude dos registros presentes no prontuário do paciente, bem como ao sistema de pagamento a ser adotado e aos valores a serem cobrados. Além disso, no caso de faturamento enviado às OPS, é necessário utilizar o padrão Tiss e a Tuss, o que reitera a necessidade de investi- mento contínuo em formação e atualização dos profissionais atuantes nessa área. Um usuário do setor público de saúde estava com dificuldades para acessar uma consulta com um médico cardiologista. Diante dessa situação, ele optou por realizar o desembolso direto para pagamento do médico. Inicialmente, deparou-se com preços elevados, o que o desestimulou a utilizar esse tipo de serviço. No entanto, algum tempo depois, descobriu uma clínica privada de especialidades médicas com preços populares. Entre os serviços oferecidos, estava um rol de exames laboratoriais e de imagem para diagnóstico de dislipidemia, diabetes mellitus e aterosclerose. Essa situação motivou o paciente a pagar um valor preestabelecido pelos procedimentos. 9Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Guia para implementação de modelos de remuneração baseados em valor. Rio de Janeiro: ANS, 2019. Disponível em: http:// www.ans.gov.br/images/stories/Particitacao_da_sociedade/2016_gt_remuneracao/ guia_modelos_remuneracao_baseados_valor.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Resolução Normativa nº 305, de 9 de outu- bro de 2012. Esta Resolução estabelece o Padrão obrigatório para Troca de Informações na Saúde Suplementar- Padrão TISS dos dados de atenção à saúde dos beneficiários de Plano Privado de Assistência à Saúde; revoga a Resolução Normativa - RN nº 153,de 28 de maio de 2007 e os artigos 6º e 9º da RN nº 190, de 30 de abril de 2009. Rio de Janeiro: ANS, 2012. Disponível em: http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view =legislacao&task=PDFAtualizado&format=raw&id=MjI2OA==. Acesso em: 29 jul. 2020. CHAVARRÍA, T. Desenvolvimento e implementação de uma ferramenta para a validação de contas médicas e gestão de glosas no setor saúde na Colômbia. Medicina U.P.B, Medellín, v. 37, n. 2, p. 131-141, 2018. COBAITO, F. C. Faturamento hospitalar sob a lente da qualidade total. Revista de Gestão em Sistemas de Saúde, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 52–61, 2016. Disponível em: https://dialnet. unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5583273. Acesso em: 29 jul. 2020. FRANÇOLIN, L. et al. A qualidade dos registros de Enfermagem em prontuários de pa- cientes hospitalizados. Revista de Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 79–83, 2012. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/ article/view/3981/2763. Acesso em: 29 jul. 2020. ZUNTA, R. S. B. et al. Treinamento com foco no faturamento assistencial: uma inova- ção no serviço de educação continuada. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 250–255, 2006. Disponível em: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/35/ treinamento_foco_faturamento.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020. Leituras recomendadas GESSAÚDE. Faturamento hospitalar: um departamento ou um processo? 2018. Dis- ponível em: https://www.portalgessaude.com.br/blog/faturamento-hospitalar-um- -departamento-ou-um-processo/. Acesso: 29 jul. 2020. SEGATTO, C. O lado oculto das contas de hospital. 2014. Disponível em: https://epoca. globo.com/ideias/noticia/2014/05/o-lado-oculto-das-bcontas-de-hospitalb.html.Acesso: 29 jul. 2020. PORTAL SAÚDE BUSINESS. Gestão de riscos: três etapas que otimizam a receita hospitalar. 2015. Disponível em: https://saudebusiness.com/gestao/gestao-de-riscos-tres-etapas- -que-otimizam-a-receita-hospitalar/. Acesso: 29 jul. 2020. Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular10 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 11Faturamento de operadoras de planos de saúde e particular DICA DO PROFESSOR O faturamento hospitalar contra operadoras de planos de saúde (OPS) pode ocorrer em sua totalidade quando o tempo de internação é reduzido. No entanto, quando esse período é superior a sete dias, é comum que no processo de faturamento — que contempla a etapa de fechamento — seja utilizado o mecanismo de apuração de parciais. Nesta Dica do Professor, conheça o conceito de fechamento parcial de contas de OPS e sua aplicabilidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! NA PRÁTICA A gestão das receitas de serviços de saúde envolve, entre outras áreas, o processo de faturamento de contas de operadoras de planos de saúde (OPS). Nesse sentido, a implantação de uma cultura organizacional que contribua para sua efetivação é relevante e demanda o envolvimento de todos aqueles que a compõem. O processo de faturamento de contas de serviços de saúde gera uma expectativa de pagamento, o qual depende da análise técnica e administrativa da fonte pagadora: a OPS. Diante disso, os serviços de saúde implantam processos de trabalho visando a potencializar as receitas – o que denota a pertinência do envolvimento de diversas áreas administrativas e assistenciais dos serviços de saúde. Veja a situação do Na Prática a seguir para entender um pouco mais sobre o assunto. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Faturamento hospitalar: um departamento ou um processo? Este texto problematiza a importância das atividades de faturamento como a principal fonte de recursos para os hospitais. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O lado oculto das contas de hospital Esta matéria é leitura obrigatória para compreender a experiência de famílias que utilizam o desembolso direto. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Gestão de riscos: três etapas que otimizam a receita hospitalar Entre vários aspectos apresentados, esta matéria aponta aspectos relacionados ao faturamento como algo fundamental para melhorar a captação de receitas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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