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PROJETO DE INTERVENÇÃO PSC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
 
  
GABRIEL ELYFRAN OLIVEIRA BONFIM
KÉVILA MAIZA DA SILVA
MARIA CLARA AQUINO SILVA
VANESSA COSTA SILVEIRA 
 
CINE DEBATE:
 O CINEMA COMO MEDIADOR DE TRANSFORMAÇÃO E REPRESENTATIVIDADE SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
 
 
São Luís
2022
GABRIEL ELYFRAN OLIVEIRA BONFIM
KÉVILA MAIZA DA SILVA
MARIA CLARA AQUINO SILVA
VANESSA COSTA SILVEIRA 
 
 
 
CINE DEBATE: 
O CINEMA COMO MEDIADOR DE TRANSFORMAÇÃO E REPRESENTATIVIDADE SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
 
Projeto de Prática em Psicologia Social Comunitária, como atividade didático-avaliativa para obtenção de nota, com fins de aprovação na disciplina Psicologia Social Comunitária, ministrada pela Prof.ª Dra. Cláudia Aline Soares Monteiro.
 
 
 
 
 
 
São Luís
2022
SUMÁRIO
 
1. APRESENTAÇÃO	4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	5
3. DELIMITAÇÃO DA PRÁTICA E OBJETIVOS	9
3.1. Objetivo Geral	10
3.2. Objetivos Específicos	10
4. PROPOSTA METODOLÓGICA	11
4. 1. Comunidade e Participantes	16
4. 2. Recursos materiais e orçamento	16
4. 3. Ações Propostas e Cuidados Éticos	17
5. CRONOGRAMA	17
6. RESULTADOS ESPERADOS	18
7.  EQUIPE DE EXECUÇÃO	19
REFERÊNCIAS	20
APÊNDICE	22
1. APRESENTAÇÃO
Durante o desenvolvimento infantil há diversos aspectos que influenciam a formação intelectual, cognitiva, emocional e sociocultural do indivíduo. A representatividade, nesse viés, tem um papel fundamental na construção da identidade de uma criança, isto é, no modo como ela se vê representada e como vê o outro, a partir dos diversos referenciais que recebe ao longo de sua formação. Livros, personagens, filmes, músicas e desenhos contribuem para construir o repertório cultural dos pequenos, assim como impactam diretamente e indiretamente na sua autoestima e desenvolvimento. Essas representações, muitas vezes, estão marcadas por uma produção cinemática baseada em uma estrutura racista, heteronormativa, etnocêntrica e machista. 
Nessa perspectiva, o presente projeto visa promover debates mediados pela professora Francileide da Silva de Sousa, sobre questões sociais, gênero, racismo, bullying, inclusão e aceitação das emoções em uma turma do 4º ano do ensino fundamental da escola municipal E.U. João Temístocles, localizada em Codó-MA. Por meio do cinema, essa prática será efetivada objetivando conscientizar os corpos discente e docente, além de contribuir para a construção da identidade e subjetividade desses alunos com discussões envolvendo as referidas temáticas. 
 
 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Constituição da República Federativa do Brasil (1988/2016) assegura, em nome da lei, a educação como um dos direitos sociais dos cidadãos desse país que deve ser respeitado e garantido pelo Estado. Considerando o papel social que a Psicologia desempenha, é necessário que este saber científico também se debruce sobre essa área, contribuindo significativamente para o fortalecimento de uma gestão democrática e fundamentando-se em temáticas que caracterizam o processo de escolarização. Para que essa intervenção ocorra efetivamente, deve ser considerada a compreensão do homem como um ser biopsicossocial-espiritual, de modo que a humanização esteja presente nesse processo de produção de conhecimento na sociedade. O vínculo histórico existente entre Psicologia e Educação proporciona o entendimento do homem em sua totalidade no âmbito escolar, que caracteriza um importante aspecto do processo de ensino-aprendizagem.
	Desenvolvimento humano e processos de ensino/aprendizagem devem, fundamentalmente, serem estudados e aplicados na prática pedagógica, refletindo e construindo conhecimento para uma eficaz escolarização. Desenvolvimento este que se dá nas mais diversas formas de aprendizagem e que, segundo o teórico Illeris (2013, p. 17), acarretam “a integração de dois processos muito diferentes: um processo externo de interação entre o indivíduo e seu ambiente social, cultural ou material, e um processo psicológico interno de elaboração e aquisição”.  Além disso, deve-se ponderar as relações institucionais e os contextos sociais e culturais em que alunos, corpo docente e administrativo estão inseridos, considerando a responsabilidade de todos sobre a educação de uma criança. Diante disso, torna-se necessária a defesa aos direitos da criança e do adolescente definidos pelo ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente (1990/2019), o qual afirma ser “dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes [...] à educação [...]”.
A educação básica, composta pelos níveis: educação infantil, ensino fundamental I e II e Ensino Médio, é de extrema importância para a formação educacional, social e cultural de todo e qualquer indivíduo. O período que caracteriza a mudança da educação infantil para o ensino fundamental I é dotado de desafios e deve ser assegurada a continuidade da aprendizagem das crianças. Essa segunda etapa do processo de escolarização básica ocorre durante nove anos e atende estudantes entre 6 e 14 anos de idade, onde podem ser incluídos os alunos da turma a partir da qual se desenvolveu este trabalho. Nesse período, crianças e adolescentes passam por uma série de mudanças físicas, cognitivas, afetivas, sociais entre outras, e todas devem ser respeitadas (BRASIL, 2018). Tendo como objetivo principal a formação básica do cidadão, o ensino fundamental obrigatório e gratuito, deve assegurar aos alunos, dentre outras habilidades:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (BRASIL, 1996)
            No 4º ano do Ensino Fundamental, as crianças têm em torno de 9-10 anos de idade e essa fase do desenvolvimento infantil é caracterizada por Piaget (1999) como uma fase de predominante desenvolvimento mental em que as crianças já são capazes de cooperar, trabalhar em grupo, compreender pontos de vistas diferentes, tornam-se menos egocêntricas social e intelectualmente, iniciam a capacidade de reflexão sobre seu comportamento, adotam a intuição como base para as operações de pensamento, adquirem novos sentimentos morais e regulam a vida afetiva. Esse é o estágio definido pelo teórico (PIAGET, 1999, p. 15) como operatório concreto, caracterizado por ser o “[...] estágio das operações intelectuais concretas (começo da lógica) e dos sentimentos morais e sociais de cooperação (de sete a onze-doze anos) [...].
	Além disso, esse estágio também é caracterizado por uma crescente flexibilidade, isso porque, segundo Papalia,
[...] À medida que as crianças interagem com mais pessoas e entram em contato com uma variedade mais ampla de pontos de vistas, elas começam a descartar a ideia de que há um único padrão de certo e errado e desenvolvem seu próprio senso de justiça baseado no tratamento justo ou igual para todos. Visto que elas conseguem considerar mais de um aspecto de uma situação, podem fazer julgamentos morais mais sutis. (2013, p. 328)
	Com isso, torna-se necessário trabalhar na escola, já nessa fase, o desenvolvimento do caráter, em consonância com a estrutura familiar. A interação dos alunos com os colegas, com o corpo docente e a escola em geral, contribui para a maturação de algumas instâncias coletivas e subjetivas que se apresentam durante as práticas escolares diárias. O desenvolvimento de virtudes éticas e morais devem substituir os instintos inatos presentes nos seres humanos, “[...] aos quais é necessário reunir, dar significado, e organizar durante uma infânciaprolongada aplicando métodos de Educação e instrução infantis que variam de cultura a cultura e estão determinados pela tradição” (ERIKSON, 1976, p. 85). Nesse sentido, educadores são veículos de formação de caráter e devem estar devidamente preparados para ensinar e debater sobre questões que caracterizam a sociedade contemporânea como racismo, homofobia, machismo, diversidade cultural, violência, inclusão etc., de modo que, desde cedo, alunos desenvolvam um senso crítico e identifiquem-se como agentes ativos de transformação social.
	Cabe aos docentes trabalharem essas questões da forma mais coerente possível, visto que é no contexto e no cotidiano escolar, além da vivência em comunidade, que se constitui a internalização das temáticas. Considerando ainda haver uma invisibilidade ou de certo modo uma visibilidade subalterna de alguns grupos sociais, todos os tipos de preconceitos presentes institucionalmente em escolas e na prática pedagógica devem ser revistos, e todos devem assumir-se como agentes transformadores dessa realidade para que alunos desenvolvam habilidades sociais e construam sua identidade coerentemente, respeitando a sua subjetividade. Diante disso, o cinema, utilizado há muito tempo na prática educacional, aparece como um instrumento de intervenção para construção de conhecimento de modo que crianças assimilem a aprendizagem nos mais diversos contextos, pois a tecnologia faz-se presente na vida de todos atualmente. Não obstante, considerando possíveis desigualdades sociais entre os 32 alunos da referida turma, pode se caracterizar como um momento único em que algumas crianças terão acesso a esse objeto cultural.
	A utilização correta de ferramentas tecnológicas produz uma grande diferença no processo ensino-aprendizagem ao passo que, utilizando filmes com caráter informativo e dotados de saberes sociais, leva a reflexões críticas sobre a história cultural. É imprescindível o estabelecimento de filmes adequados à faixa etária de cada turma e como o professor deve abordar a temática, podendo ser utilizado para debates, desenvolvimento de atividades, encenações, gincanas, rodas de conversas etc., pois é um objeto cultural que reproduz o patrimônio da humanidade. Sobre isso, Napolitano afirma que 
Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte. Assim, dos mais comerciais e descomprometidos aos mais sofisticados e “difíceis”, os filmes têm sempre alguma possibilidade para o trabalho escolar. (2003, p. 11-12)
Diante disso, a professora deve agir como um mediadora entre os alunos e a obra, analisando as reações durante a exposição audiovisual e buscando a melhor forma de debater sobre os temas propostos. Para que isso ocorra de forma efetiva é necessário que, de antemão, a docente sirva-se de bases teóricas científicas, tornando o discurso acessível para a idade e, inclusive, instigando a motivação desses alunos. Outro fator determinante é o respeito à fantasia infantil durante a análise de filmes e animações, que deve ser estimulada e reorganizada corretamente, sendo possível o conhecimento a acerca de diversos elementos do filme, como a trilha sonora, a arte, a assimilação de códigos e linguagens, matemática, cidadania, ética, história, geografia etc. É importante salientar, além de tudo, a necessidade da formação continuada por parte dos professores, visto que algumas formações sofrem  desfalques e  “o grande desafio do professor que teve uma formação na qual sua integração não foi levada em conta, é enxergar seu aluno na sua totalidade e concretude” (MAHONEY & ALMEIDA, 2005, p. 12).
A partir do que foi até aqui exposto, evidencia-se a importância do compromisso social dos processos formativos, visto que ocorrem em espaços com grande potencial de mudança sócio-histórico-cultural e contribuem significativamente para a cidadania. Formando, nos mais variados níveis de escolarização, estudantes com pensamentos crítico, ético e moral desenvolvidos, que respeitam as diferenças e reflitam coletivamente sobre política e outros elementos que compõem a estrutura social contemporânea, futuramente estes se tornarão cidadãos comprometidos com mudanças positivas neste país. E, neste contexto, o cinema aparece como uma ferramenta a ser utilizada por educadores com objetivos de desenvolvimento acadêmico, cognitivo, psicológico, social, cultural, subjetivo, ético, moral, entre outros. Além disso, “[...] é importante reiterar que o uso do cinema na sala de aula (incluindo os desenhos animados) não é uma atividade isolada em si mesma, podendo estimular outros tipos de aprendizados de conteúdos, habilidades e conceitos” (NAPOLITANO, 2003, p. 22-23).
3. DELIMITAÇÃO DA PRÁTICA E OBJETIVOS
A partir de Papalia (2013), crianças que estão na segunda infância e terceira infância - 3 a 11 anos - englobam em seu desenvolvimento psicossocial: a compreensão mais complexa das emoções; o desenvolvimento da identidade de gênero; o autoconceito mais complexo, afetando a autoestima. Assim, torna-se importante a realização de atividades com essas crianças que as desenvolvam psicossocialmente, visto que estão cada vez mais descobrindo temáticas importantes a serem debatidas com outros a partir de seu autoconceito e, consequentemente, a construção de sua identidade.
Pensando nisso, o presente projeto visa promover debates mediados pela professora Francileide da Silva de Sousa, sobre questões sociais, gênero, racismo, bullying, inclusão e aceitação das emoções em uma turma do 4º ano do ensino fundamental da escola municipal E.U. João Temístocles, localizada em Codó-MA. Por meio do cinema como importante instrumento audiovisual, os alunos e professora, sobre os quais se debruçam este projeto, podem praticar a reflexão acerca de tais temas com o auxílio de filmes dotados de conteúdos para a construção da identidade e subjetividade das crianças envolvidas.
3.1. Objetivo Geral
Este projeto tem como objetivo geral contribuir para que haja discussões acerca de temáticas como racismo, desigualdade de gênero, questões sociais, bullying, inclusão e aceitação das emoções mediadas pela professora Francileide da Silva de Sousa em uma turma do 4º ano do ensino fundamental da escola municipal E.U. João Temístocles, localizada em Codó-MA. Visando o desenvolvimento e a construção de identidade e subjetividade dos alunos da referida turma, além da conscientização por parte de docentes e discentes acerca das temáticas já citadas, o cinema é proposto como instrumento das discussões.
3.2. Objetivos Específicos
Para possibilitar a realização do objetivo geral foram definidos os seguintes objetivos específicos:
· Estudar sobre questões sociais, racismo, desigualdade de gênero, bullying, inclusão, aceitação das emoções e a importância de serem discutidas;
· Identificar filmes infantis que ilustram as questões a serem discutidas na intervenção;
· Identificar referências bibliográficas que fundamentem as discussões;
· Desenvolver metodologia para realização do projeto de intervenção;
· Desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe multidisciplinar.
 
  
4. PROPOSTA METODOLÓGICA
O projeto propõe um Cine-debate tendo o cinema como mediador, já que este surge culturalmente como um meio de transformação e representatividade social na construção da identidade e subjetividade. Levando o cinema para a escola pretende-se criar condições para o desenvolvimento do pensamento crítico, o entendimento acerca das diferenças e possibilitar, por meio da cultura retratada nas telas, que os alunos fortaleçam noções de cidadania e representatividade. Desse modo, tem-se como foco principal alunos do 4º ano do ensino fundamental da professora Francileide da Silva de Sousa na escola municipal E.U. João Temístocles, localizada em Codó-MA, não se restringindo apenas a esta turma, mas sendo passível de ser ampliado e colocado emprática em outras. Objetiva-se, com isso, conscientizar alunos e professora acerca das temáticas propostas, inserindo o cinema no processo de ensino-aprendizagem por meio de uma visão multidisciplinar e promovendo a integração e o desenvolvimento social. No mais, temáticas que perpassam o racismo, bullying, inclusão, aceitação das emoções e desigualdades serão apresentadas para as crianças por meio de filmes infantis.
Com o processo de desenvolvimento deste projeto pretende-se estudar temas como racismo, bullying, inclusão, aceitação das emoções e desigualdades e planejar uma discussão abordando essas temáticas por meio da utilização de filmes infantis. A intervenção proposta permitirá a conscientização de alunos e professoras acerca das temáticas propostas, inserindo o cinema no processo de ensino-aprendizagem dos discentes e contribuindo para a construção da identidade e subjetividade desses. A realização dos objetivos definidos será conseguida através da execução das atividades listadas a seguir:
1. Estudos sobre questões sociais, gênero, racismo, desigualdades, bullying, inclusão e aceitação das emoções e a importância de discussões;
2. Identificação de filmes infantis que ilustram as temáticas a serem discutidas na intervenção;
3. Identificação de referências bibliográficas que fundamentam as referidas temáticas;
4. Realização da proposta de intervenção.
 	A necessidade de refletir criticamente sobre os mais diversos assuntos faz-se para que se desenvolvam cidadãos participativos, conscientes e críticos. Portanto, é importante repensar o ambiente escolar criando espaços de diálogos com as novas linguagens da sociedade contemporânea. Sendo assim, cada filme apresentado no projeto tem sessões especiais com debate após sua duração, retratando diversos assuntos já citados.
Abaixo segue uma lista com oito filmes e textos norteadores da temática abordada no produto audiovisual, possibilitando aos alunos e à professora o acesso à cinematografia, visando o processo de ensino-aprendizagem e a sua formação sociocultural.  
	Filme: Zarafa
SINOPSE: A animação franco-belga  Zarafa (2012), retrata  Maki, um menino de apenas 10 anos que é capturado para ser vendido como escravo. Ele consegue fugir e acaba no meio de uma horda de girafas, onde desenvolve uma bela amizade com a jovem girafa Zarafa. O longa não evita temas importantes, trata de escravidão, preconceito e crueldade de forma eficaz levando reflexão para crianças e adultos. 
Texto Norteador 1:  SILVA, Roberto da; TOBIAS, Juliano da Silva. A educação para as relações étnico-raciais e os estudos sobre racismo no Brasil. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros [online]. 2016, n. 65 [Acessado 11 Janeiro 2022] , pp. 177-199. Disponível em: <https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i65p177-199>. ISSN 2316-901X. https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i65p177-199.
	Filme: O Menino e o Mundo
SINOPSE: O Menino e o Mundo (2014) é uma animação brasileira dirigida por Alê Abreu que aborda diversos temas, como abandono familiar, pobreza e exploração no trabalho. O menino mora em um lugar que existe apenas em sua imaginação e chega um dia em que o pai precisa sair de casa para conquistar uma vida melhor. Com isso, ele passa a ter apenas a mãe como companhia, então dá início a uma viagem por conta própria para explorar o mundo, descobrindo coisas novas, e, mais do que tudo, quer ver sua família unida novamente. O menino é movido pela saudade e curiosidade sobre o mundo.
Texto Norteador 2:  CAMPELLO, Tereza et al. Faces da desigualdade no Brasil: um olhar sobre os que ficam para trás. Saúde em Debate [online]. 2018, v. 42, n. spe3 [Acessado 11 Janeiro 2022] , pp. 54-66. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-11042018S305>. ISSN 2358-2898. https://doi.org/10.1590/0103-11042018S305.
	Filme: O Touro Ferdinando
SINOPSE: A animação O Touro Ferdinando, baseada no livro infantil de 1936: “Ferdinando, o Touro”, do americano Munro Leaf, aborda sobre diversas questões, como amizade, lealdade, respeito, e, principalmente, sobre a aceitação de suas próprias particularidades. Os personagens são animais, e o protagonista, Ferdinando, é um touro diferente dos outros: não gosta de violência e não deseja lutar, apesar de ser estereotipado por ser grande e forte. O filme introduz questionamentos acerca dos padrões construídos histórica e culturalmente, repetidos ao longo das gerações. Entretanto, o personagem principal traz uma nova perspectiva em torno da aceitação de suas individualidades, além de despertar reflexões sobre a importância de seguir seus sonhos, desejos e acima de tudo ser fiel à sua essência. 
Texto Norteador 3: PRETTE, Zilda Aparecida Pereira Del et al. Tolerância e respeito às diferenças: efeitos de uma atividade educativa na escola. Psicol. teor. prat. [online]. 2012, vol.14, n.1, pp. 168-182. ISSN 1516-3687
	Filme: Ian, uma história comovente
SINOPSE: O curta “Ian, uma história comovente” retrata as dificuldades de interação, como também o preconceito e bullying sofridos pelo garoto Ian, um menino com deficiência. Seu principal desejo é brincar no parque, apesar de sua presença cultivar olhares e comentários das outras crianças presentes. O curta é inspirado em uma história real. Sua mãe é fundadora da Fundação Ian, um projeto que visa trazer uma importante lição sobre respeito, diversidade e, principalmente, sobre inclusão. A partir desse projeto, desenvolveu-se um curta-metragem que aborda diversas questões, como preconceito, capacitismo e exclusão de crianças com deficiência. O filme, intencionalmente, é apresentado sem falas, para que a linguagem não seja uma barreira para ouvintes e surdos de diferentes línguas e idades. Sendo assim, possibilita uma reflexão acerca da importância do respeito às diferenças e do quão significativo é, para uma criança com deficiência, habitar os espaços que deseja. Além disso, busca despertar em crianças que não possuem deficiência o exercício fundamental de cidadania, respeito, solidariedade e compreensão, com o intuito de acolher e incluir socialmente as que possuem. 
Texto Norteador 4: UNESCO (2005). Orientação para a inclusão. Garantindo o acesso à educação para todos (tradução portuguesa). Paris, Unesco.
	Filme: Vida Maria
SINOPSE: Vida Maria, um curta-metragem dirigido por Márcio Ramos, 2006, vencedor de mais de 50 prêmios em festivais de cinemas nacionais e internacionais, é ambientado no Sertão Cearense e apresenta a história de Maria José, uma menina de 5 anos que é obrigada a largar os estudos para trabalhar. Trabalhando, Maria José acaba reproduzindo os mesmos comportamentos da mãe - largar os estudos para trabalhar e garantir o sustento e a sobrevivência familiar - assim como as outras Marias da sua família. A importância de discutir sobre esse curta-metragem é apresentar para os alunos a existência de outras realidades que não a deles; as dificuldades vivenciadas por várias famílias para conseguir alimento para sobrevivência; a existência de crianças que abandonam a escola não por vontade própria, mas por necessidade; além da importância do Estado assegurar o acesso à educação e aos direitos dessas crianças.
Texto Norteador 5: DE CASTRO, Francine Raimundo. TRABALHO INFANTIL.
	Filme: Divertida Mente
SINOPSE: Divertida Mente (2015), conta a história de Rilley, uma garota que ao mudar com sua família, passa por um processo de amadurecimento ao ter que lidar com a nova vida. O filme se passa de forma divertida na sua mente, onde os sentimentos da garota se juntam para ajudá-la em seu novo desafio. A importância da discussão acerca da animação se dá a partir da necessidade de trabalhar as emoções com as crianças, uma vez que estas estão no início de um constante processo de desenvolvimento do equilíbrio socioemocional. Outro ponto importante se dá na escuta das crianças acerca de suas emoções e a relevância dessas no processo de autoconhecimento.
Texto Norteador 6: DE JESUS, Rosana Maria; LEMPKE, Natália Nunes Scoralick. Manifestações emocionais das crianças na educação infantil. SYNTHESIS|Revistal Digital FAPAM, v. 6, n. 1, p. 309-325, 2015.
	Filme: Extraordinário
SINOPSE: Extraordinário (2017), de título original:  Wonder, é um filme norte-americano da categoria drama, que retrata a vida de Auggie Pullman, um garoto de 10 anos de idade que tem uma deformidade facial e encontra pelo caminho uma série de problemas com socialização devido ao preconceito de outras crianças. Na escola, Auggie é alvo de bullying, exclusão e violências verbais, demonstrando a crueldade intrínseca à sociedade que atravessa as crianças e dificulta a aceitação de diferenças. É um filme de fácil compreensão e com conteúdo rico para discutir sobre respeito, bullying, empatia, altruísmo e, sobretudo, acolhimento.
Texto Norteador 7: MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. São Paulo em Perspectiva, 14(2) 2000.
	Filme: Dúdú e o lápis cor da pele
SINOPSE: O documentário de curta-metragem “Dúdú e o lápis cor da pele” aborda sobre o racismo presente na atualidade que, por vezes, apresenta-se de forma sutil e velada. O personagem principal é um garoto negro, que utiliza a imaginação para questionar a sua identidade durante uma aula de artes em que a professora pede para que ele use um lápis cor da pele ao pintar o desenho. Percebendo que a cor em nada se parece com o seu tom de pele, entra em uma crise de identidade e carrega consigo o lápis para comparar com as pessoas que encontra pelo caminho, buscando respostas para seus questionamentos. Este é um excelente material para se discutir questões raciais em sala de aula, desenvolver nos alunos negros a aceitação de sua cor, contribuir para que os outros alunos não reproduzam racismo e compreendam a importância de falar sobre esse tema e, excepcionalmente, refletir sobre práticas pedagógicas e discursos de profissionais da educação que ainda promovem essa forma cruel de violência.
Texto Norteador 8: DIAS, Adelaide Alves; ALMEIDA, Roberta Santos de. Os saberes na construção da percepção do racismo em professoras do ensino fundamental. Interfaces da educação, 2020. 11(33), 08–28.
4. 1. Comunidade e Participantes
O projeto pretende ser desenvolvido na escola E.U João Temístocles, localizada em Codó-Maranhão (CEP: 65400000), Avenida Marechal Castelo Branco, 1639, bairro São Pedro. A referida comunidade escolar é composta por alunos, professores, diretora, equipe de coordenação e profissionais terceirizados que atuam no prédio. Os participantes selecionados para o projeto são a professora e seus alunos do 4º ano do ensino fundamental, que têm em média 9-10 anos de idade. 
4. 2. Recursos materiais e orçamento
Os recursos materiais a serem utilizados na intervenção serão filmes e animações infantis, referências bibliográficas que fundamentam as questões abordadas em tais filmes - essenciais para a discussão - além de instrumentos de multimídia, como televisão, datashow e notebook; meios pelos quais será possível a visualização das obras cinematográficas e, posteriormente, o debate. 
Nesse sentido, considerando que a escola participante do projeto já dispõe de todos os equipamentos necessários para possibilitar o cine-debate, e que os filmes e os textos serão disponibilizados de maneira virtual por meio de um drive, o projeto dispensa gastos orçamentários adicionais.
4. 3. Ações Propostas e Cuidados Éticos
A ação proposta baseia-se em quatro sessões de cinema seguidas de debate a cada semestre letivo, contabilizando oito filmes durante o ano (um por mês), nas quais serão abordadas temáticas como racismo, bullying, inclusão, desigualdades e aceitação das emoções. Ao final do filme, a professora da citada turma de 4º ano da escola E.U Temístocles, localizada em Codó-MA, guiará a discussão de modo que leve as crianças a refletirem, abrindo espaços para debates e perguntas. A professora também receberá referências bibliográficas que poderão ser utilizadas para fundamentar as discussões.
É necessário que a professora medeie essas discussões priorizando o processo de ensino-aprendizagem das crianças, levando em conta sua faixa etária, classe social, gênero e cor, de modo que não emita juízo de valor sobre essas temáticas, evitando o preconceito e discriminação. 
5. CRONOGRAMA
	Etapas
	Meses (final de 2021 e 2022)
	 
	12
	01
	02
	03
	04
	05
	06
	07
	08
	09
	10
	11
	1
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	2
	X 
	X
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	 
	 
	 
	3
	X 
	 X
	 
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	4
	 
	 
	 X
	X 
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X 
	X 
 
6. RESULTADOS ESPERADOS
A escola é um espaço que contribui para o desenvolvimento biopsicossocial da criança, bem como a construção de sua identidade e subjetividade, podendo ser um agente de transformação ou de manutenção de uma sociedade estruturalmente patriarcalista, racista e cis heteronormativa. Por isso, é necessário que a Psicologia, adentre esse espaço contribuindo para o desenvolvimento dos pequenos de modo crítico e transformador.
Com o desenvolvimento do projeto é esperado que as temáticas racismo, bullying, inclusão, aceitação das emoções e desigualdades adentrem a sala de aula por meio do estímulo audiovisual, o cinema, de modo que haja reflexão crítica e que as crianças possam compreender esses assuntos de acordo com a sua faixa etária, desenvolvendo sua capacidade de reflexão, compreendendo acerca das diferenças, para que se tornem pessoas que exercem sua cidadania, consciente e criticamente. Ainda, almeja-se que seja repensado o espaço escolar como agente transformador, criando maior discussão acerca dessas problemáticas emergentes na sociedade. Por outro lado, é necessário também pensar na professora como agente transformador da realidade, por isso ela receberá referências bibliográficas que fundamentam as referidas temáticas, desse modo, não só os alunos, mas também a docente, poderão refletir acerca dos temas abordados, transformando-se em agentes de mudança dentro e fora da escola.  
Diante disso, a partir das temáticas desenvolvidas em sala de aula espera-se que haja uma mudança não apenas no âmbito individual como também no coletivo. Sendo o cinema o principal mediador das intervenções, almeja-se que o aluno consiga se ver representado, mudando a visão que tem sobre si e sobre o outro, de modo que venha contribuir para o desenvolvimento da sua subjetividade e identidade, além de criar condições para o desenvolvimento do pensamento crítico e possibilitar, através do audiovisual, o processo de ensino-aprendizagem de forma multidisciplinar.
7.  EQUIPE DE EXECUÇÃO
A equipe de execução do projeto se divide em duas frentes, uma equipe que atuará de forma indireta e outra equipe que atuará de forma direta, sendo a primeira composta pelos participantes que construíram tal projeto e fornecerão os materiais necessários para o desenvolvimento da proposta de intervenção e a segunda composta pela professora da turma participante do presente projeto.
 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, 2019.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Brasília, 2018.
DIVERTIDA MENTE. Direção: Pete Docter. 2015. NETFLIX. Duração:  1h 35min.
DÚDÚ e o lápis cor da pele. Direção: Miguel Rodrigues. Youtube. Duração: 19min 04s. Brasil, 2018.
ERIKSON, E. Infância e sociedade. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 
EXTRAORDINÁRIO. Direção: Stephen Chbosky. Telecine. Duração: 109min. Estados Unidos, 2017.
IAN, Uma história Comovente. Autor: Mundoloco & Fundacíon Ian: 2018. YOUTUBE. Duração:9min 45s.
ILLERIS, K. Uma compreensão abrangente sobre a aprendizagem humana. In: KNUD ILLERIS (Org.). Teorias contemporâneas da aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2013. p.15-30.
MAHONEY, Abigail Alvarenga; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Psic. da Ed., São Paulo, 2005, pp. 11-30.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. 
O Menino e o Mundo. Direção: Alê Abreu. Brasil: 2014. ADOROCINEMA. Duração: 1h 25min.
O Touro Ferdinando. Direção: Carlos Saldanha. 2014. ADOROCINEMA. Duração: 1h 49min.
PAPALIA, Diane E. Desenvolvimento humano. Tradução: Carla Filomena Marques Pinto Vercesi... [et al.]; [revisão técnica: Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva... et al.]. – 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. Tradução: Maria Alice Magalhães D’ Amorim e Paulo Sérgio Lima Silva. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999.
VIDA Maria. Duração: 9 min. Ano: 2006. Gênero: animação em 3D. Diretor: Mário Ramos. Produção: Joelma Ramos e Márcio Ramos.
ZAFARA. Direção: Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie. Produção de Lucas Salgado. Bélgica: 2013. ADOROCINEMA. Duração: 1h 38min.
	
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Fonte: do autor
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