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DPOC e ASMA Daniel Vinícius Pereira – 3º período Objetivos de estudo: Debater a fisiopatologia da DPOC e asma relacionando com as manifestações clinicas (tosse produtiva com secreção brancacenta acompanhada de dispneia e sibilância); Discutir os fatores de risco para o desenvolvimento da DPOC e asma; Descrever o porque do agravamento dos sintomas na madrugada e início da manhâ. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) DPOC é a limitação do fluxo de ar provocada por resposta inflamatória a toxinas inalatórias, frequentemente fumaça de cigarro. Deficiência de alfa-1 antitripsina e uma variedade de exposições ocupacionais constituem causas menos comuns em indivíduos que não são tabagistas. Os sintomas compreendem tosse produtiva e dispneia, que se desenvolvem durante anos, e os sinais comuns envolvem a diminuição do murmúrio vesicular e a ausculta de sibilos. Os casos graves podem ser complicados por perda ponderal, pneumotórax, episódios frequentes de descompensação aguda, insuficiência cardíaca direita e/ou insuficiência respiratória aguda ou crônica. O diagnóstico baseia-se na história, no exame físico, na radiografia do tórax e nos testes de função pulmonar. O tratamento é com broncodilatadores, corticoides e, se necessário, oxigênio e antibióticos. Cerca de 50% dos pacientes com DPOC grave morrem em até 10 anos após o diagnóstico. Etiologia Exposição inalatória: o Tabagismo (principal); o Tabagistas com reatividade preexistente das vias respiratórias (aumento da sensibilidade à inalação de metacolina); o Exposição passiva à fumaça do cigarro; o Fumaça proveniente de aquecimento ou cozimento em ambientes internos; o Poluição aérea; o Exposição ocupacional a pós (p. ex., pó de mineral ou de algodão) ou substâncias químicas inalatórias (p. ex., cádmio); o Baixo peso corporal; o Doenças respiratórias na infância. Fatores genéticos: o Deficiência de alfa-1 antitripsina. Patogênese Inflamação e fibrose da parede brônquica (obstrução do fluxo aéreo); Hipertrofia das glândulas submucosas e hipersecreção de muco (obstrução do fluxo aéreo); Perda de fibras elásticas pulmonares (prejudica a taxa de fluxo expiratório, aumenta a retenção de ar e predispõe ao colapso das vias respiratórias) e de tecido alveolar (diminuição da área de troca gasosa). EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar DPOC engloba duas doenças: Enfisema, com alargamento dos espações aéreos e destruição do tecido pulmonar; Bronquite obstrutiva crônica, com aumento da produção de muco, obstrução das vias respiratórias menores e tosse crônica. Enfisema: Causas o Tabagismo, que incita a lesão pulmonar (fumaça e outros componestes irritantes estimulam o movimento de células inflamatórias nos pulmões, resultando no aumento da liberação de elastase e outras protease); o Deficiência herdada de alfa1- antitripsina (AAT), enzima antiprotease (p. ex., anti elastase de neutrófilos) que protege o pulmão de lesões. Perda da elasticidade pulmonar e aumento anormal dos alvéolos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares e dos leitos capilares. Ampliação dos alvéolos conduz à hiperinflação dos pulmões e produz um aumento da capacidade pulmonar total (CPT). Acredita-se que o enfisema seja resultado da degradação de elastina e outros componentes da parede alveolar, sem controle; Deficiência de alfa1-antitripsina é herdada como característica autossômica recessiva, sendo que ela é mais comum em ascendentes escandinavos. Maioria das pessoas com enfisema clinicamente diagnosticado antes dos 40 anos de idade tem deficiência de alfa1-antitripsina. Tabagismo e infecções repetidas também contribuem para diminuir a quantidade de alfa1-antitripsina, aumentando o risco de esses indivíduos desenvolverem enfisema. Alfa1- antitripsina humana está disponível para terapia de reposição. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar Tipos: o Centroacinar ou centrolobular (tipo mais comum, observado principalmente em homens fumantes): Afeta bronquíolos na parte central do lóbulo respiratório, com preservação inicial dos ductos e sacos alveolares. Ele tende a ocorrer nas porções superiores dos pulmões. o Pan-acinar (indivíduos com deficiência de alfa1-antitripsina): Produz envolvimento inicial dos alvéolos periféricos e depois se estende para envolver os bronquíolos mais centrais. Ele tende a ocorrer nas partes inferiores do pulmão. Bronquite Obstrução das pequenas e grandes vias respiratórias; Ela é mais comumente associada à irritação crônica causada pelo tabagismo e infecções recorrentes; Diagnóstico de bronquite crônica: tosse produtiva crônica durante pelo menos 3 meses consecutivos por pelo menos 2 anos consecutivos; tipicamente, a tosse e manifesta há muitos anos, com aumento gradual nos períodos de exacerbação aguda, que produzem expectoração purulenta. Característica precoce da bronquite crônica é a hipersecreção de muco, associado à hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e brônquios. Alterações: aumento acentuado nas células caliciformes e excesso de produção de muco, com obstrução do EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar lúmen das vias respiratórias, infiltração inflamatória e fibrose da parede bronquiolar. Representa reação de proteção contra o fumo do tabago e outros poluentes. Infecções virais e bacterianas são comuns em pessoas com bronquite crônica e acredita-se que seja resultado e não a causa do problema. Manifestações clínicas Indivíduo busca atendimento médico na quinta ou sexta década de vida, com manifestações como fadiga, intolerância ao exercício, tosse produtiva (geralmente na parte da manhã), produção de escarro ou dispneia (torna- se mais grave à medida que a doença progride). É comum observar recorrentes infecções e insuficiência respiratória (pode levar a morte). “Pink puffer” (soprador rosado): o Predominância dos sintomas relacionados ao enfisema; o Inexistência de cianose; o Uso de músculos acessórios; o Respiração com lábios semicerrados (“soprador”): Aumenta a resistência ao fluxo de saída e ajuda a impedir o colapso das vias respiratórias por aumentar a pressão das vias. o Com a perda da elasticidade e a hiperinflação dos pulmões, as vias respiratórias sofrem colapso durante a expiração; o Ar fica retido nos alvéolos e pulmões, produzindo aumento das dimensões anteroposteriores do tórax (tórax em tonel ou barril); o Diminuição drástica nos sons respiratórios por todo o tórax. “Blue bloater” (azul pletórico): o Predominância dos sintomas de bronquite crônica; o Cianose e retenção de líquido (insuficiência cardíaca direita). Geral: o Obstrução do fluxo de ar maior na expiração que na inspiração; o Dispneia aos esforços; o Fadiga; o Dispneia pode evoluir para o repouso; o Fase da expiração prolongada; o Ausculta de sibilos expiratórios e crepitações; o Pessoas com obstrução grave ao fluxo: Uso dos músculos acessórios; Sentam na posição “tripé” para facilitar a utilização dos músculos esternocleidomastóideos, escaleno e intercostal. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU DestacarEU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar o São incapazes de manter a gasometria sanguínea em níveis normais pelo aumento do trabalho respiratório; o Hipoxemia, hipercapnia e cianose (desequilíbrio entre ventilação e perfusão); o Hipoxemia grave (PO2 arterial menor que 55 mmHg) é mais comum em pessoas com DPOC do tipo bronquite crônica: Provoca vasoconstrição reflexa dos vasos pulmonares (↑PA) e, consequentemente, aumento do trabalho ventricular direito, podendo, assim evoluir para uma insuficiência cardíaca direita com edema periférico (p. ex., cor pulmonale); Comprometimento das trocas gasosas do pulmão; Estimula a produção de hemácias (policitemia). Diagnóstico Sugere-se pela historia clínica, pelo exame físico e por achados de exame de imagem do tórax e é confirmado por testes de função pulmonar. Sintomas semelhantes podem ser causados por asma, insuficiência cardíaca e bronquiectasia. DPOC e asma são facilmente confundidas e podem se sobre por (sobreposição de DPOC e asma). Testes de função pulmonar (principalmente espirometria) Motivos: o Confirma a limitação do fluxo aéreo; o Quantifica sua quantidade e reversibilidade; o Distingue DPOC de outros distúrbios; o Acompanhamento da progressão; o Monitoramento da resposta ao tratamento. Principais testes diagnósticos: o VEF1: volume de ar expirado vigorosamente durante o primeiro segundo depois de fazer uma inspiração completa; o Capacidade vital forçada (CVF): volume total de ar expirado com força máxima; o Curvas de fluxo-volume: registros espirométricos simultâneos do volume e fluxo aéreos durante expiração e inspiração máximas. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar Redução do VEF1, da CVF e da razão VEF1/CVF é um aspecto característico da obstrução das vias aéreas. As curvas de fluxo-volume revelam padrão côncavo do traçado expiratório. Outras anormalidades no teste podem incluir: o Aumento total da capacidade pulmonar (↓pneumopatia restritiva); o Aumento da capacidade residual funcional (↓pneumopatia restritiva); o Aumento do volume residual (↓pneumopatia restritiva); o Diminuição da capacidade vital; o Diminuição da capacidade de difusão de monóxido de carbono em respiração única (DLCO); Na asma DLCO está normal ou elevada. Exames de imagem Radiografia de tórax: o Pacientes com enfisema: Hiperinsuflação pulmonar manifestada pela retificação do diafragma (aumento do ângulo formado pelo esterno e diafragma anterior do valor normal de 450 para > 900, na incidência lateral); Rápida atenuação dos vasos hilares e bolhas [radiolucências (> 1 cm) circundadas por sombras lineares delgadas e arqueadas]; Aumento do espaço aéreo retroesternal; Sombra cardíaca estreita; Alerações enfisematosas localizadas EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar predominantemente nas bases pulmonares indicam deficiência de alfa1-antitripsina; Pulmões podem ter aspecto normal ou revelar aumento da transparência secundária à perda de parênquima. o Pacientes com bronquite obstrutiva crônica: Pode ser normal ou demonstrar acentuação da trama broncovascular em ambas as bases, decorrente do espessamento da parede brônquica; Proeminência dos hilos ode sugerir aumento das artérias pulmonares centrais (hipertensão pulmonar); Dilatação do ventrículo direito evidenciado no cor pulmonale pode ser mascarada pela hiperinsuflação pulmonar ou se manifestar por meio da invasão do espaço retroesternal pela imagem cardíaca ou por meio do alargamento da imagem cardíaca transversa, em comparação com radiografias de tórax pregressas. TC do tórax: o Ajuda avaliar a extensão e a distribuição do enfisema, estimadas por quantificação visual ou por análise da distribuição da densidade pulmonar. OBS: Devem-se avaliar os níveis de alfa1- antitripsina em pacientes com menos de 50 anos e DPOC sintomática, bem como em não fumantes de qualquer idade com DPOC. ASMA A asma brônquica é uma doença caracterizada por inflamação difusa das vias respiratórias, desencadeada por diversos estímulos deflagradores, que resulta em broncoconstrição parcial ou completamente reversível. Os sinais e sintomas envolvem dispneia, opressão torácica e desenvolvimento de sibilos. Efetua-se o diagnóstico com base na história, no exame físico e nos testes de função pulmonar. O tratamento envolve controle dos fatores deflagradores e terapia medicamentosa, mais comumente com a inalação de beta-2 agonistas e corticoides. O prognóstico é bom com o tratamento. Epidemiologia Asma é uma das doenças crônicas mais comuns na infância; Ela ocorre com mais frequência em meninos antes da puberdade e em meninas após a puberdade; Ela também ocorre com mais frequência em negros não hispânicos e porto- riquenhos; Taxa de mortalidade em negros é maior; Está entre as principais doenças que causam a hospitalização de crianças. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar Etiologia Mais de 100 genes de susceptibilidade à asma foram descritos; Muitos pertencem a categoria de células T-helper tipo 2 (TH2) e podem desempenhar papel em inflamações; Fatores ambientais de risco de asma: o Exposição a alergênios: Está relacionado com o desenvolvimento da doença em crianças mais velhas e adultos. o Dieta; Baixo consumo de vitaminas C e E e ácidos graxos, como ômega 3. o Fatores perinatais. Baixa idade materna, nutrição materna precária, prematuridade, baixo peso ao nascer e ausência de aleitamento materno. Exposição à endotoxina e às infecções bacterianas e virais conduz o corpo a respostas do tipo TH1, o que suprime as TH2 e induz tolerância (efeito protetor); o Tendências de países desenvolvidos de constituírem famílias menores, ambientes internos mais limpos e uso precoce de vacinas e antibióticos podem privar as crianças dessa supressão de TH2 e das exposições indutoras de tolerância e explicar parcialmente o aumento contínuo da prevalência da asma nos países desenvolvidos (hipótese da higiene). Lactentes tem predisposição para desenvolver respostas imunes TH2 pró- inflamatórias e pró-alérgicas, caracterizadas pelo crescimento e ativação de eosinófilos e produção de IgE; Síndrome de disfunção reativa das vias respiratórias (SDRVR) e asma induzida por irritantes É o inicios rápido (minutos a horas, mas não maior que 24 horas) de uma síndrome do tipo asmática que: o Ocorre em pessoas sem historia de asma; o Ocorre após uma única exposição especifica por inalação a uma quantidade significativa de gás ou partículas irritantes; o Persiste por mais de 3 meses. Exemplos de substancias: gás cloro, óxidos de nitrogênio, tintas, solventes e colas. Exposição costuma ser evidente ao paciente, especialmente quando os sintomas são quase imediatos; SDRVR e asma crônica induzida por irritantes têm muitas semelhanças clinicas com a asma (p. ex., sibilância, dispneia, tosse, restrição do fluxo respiratório, hiperatividade brônquica) e respondem significativamente a broncodilatadores e corticosteroides. Ao contrário da asma, não se considera a reação a substânciainalada uma alergia mediada por IgE. Fisiopatologia Asma envolve o Broncoconstrição; o Edema e inflamação das vias respiratórias; o Hiper-reatividade das vias respiratórias; o Remodelamento das vias respiratórias. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar Em asmáticos, as células TH2, eosinófilos, mastócitos, outros subtipos CD4+ e neutrófilos formam um infiltrado inflamatório extenso, no epitélio e na musculatura lisa das vias respiratórias, levando ao remodelamento desta última (p. ex., descamação, fibrose subepitelial e hipertrofia da musculatura lisa). A hipertrofia da musculatura lisa obstrui as vias respiratórias e aumenta a reatividade a alergênios, infecções, irritantes, estimulação parassimpática (o que provoca a liberação de neuropeptídios pró-inflamatórios, como substância P, neurocinina A e peptídio relacionado geneticamente à calcitonina) e outros deflagradores broncoconstritivos. Contribuintes adicionais à hiper- reatividade: o Perda de inibidores da broncoconstrição (fator relaxante derivado do epitélio e prostaglandina E2) e de outras substâncias que metabolizam broncoconstritores endógenos (endopeptidases), em virtude da descamação do epitélio e do edema da mucosa. o O tamponamento mucoso e a eosinofilia sanguínea periférica constituem achados adicionais clássicos na asma e podem ser um epifenômeno da inflamação da via respiratória. Entretanto, nem todos os pacientes com asma têm eosinofilia. Gatilhos da asma o Alergênios ambientais e ocupacionais; o Ar frio e seco; o Infecções; Vírus sincicial respiratório, rinovírus e vírus parainfluenza (em crianças pequenas); Rinovírus e pneumonia (em crianças maiores e adultos). o Exercício; Principalmente em ambientes secos e frios o Inalação de agentes irritantes; Poluição do ar, fumaça de cigarro, perfumes e produtos de limpeza. o Emoção; Ansiedade, raiva e agitação. o Ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs); Acompanhada de pólipos nasais com congestão nasal e dos seios da face, que é um quadro conhecido como tríade de Sampter (asma, pólipos nasais e sensibilidade ao ácido acetilsalicílico e AINEs). o Doença do refluxo gastresofágico (DRGE); Devido à broncoconstrição reflexa induzida por ácido esofágico ou à microaspiração do ácido; Tratamento da DRGE assintomática não parece melhorar o quadro de asma. o Rinite alérgica frequentemente coexiste com a asma, porém, não EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar está estabelecido se as duas são manifestações diferentes do mesmo processo alérgico ou se a rinite é um deflagrador distinto de asma. Resposta Na presença de deflagradores, há estreitamento reversível das vias respiratórias e ventilação pulmonar desigual; Nas regiões pulmonares distais ao estreitamento das vias respiratórias, a perfusão relativa excede a ventilação relativa (PO2 alveolar cai e PCO2 alveolar aumenta); Essa hipóxia com hipercarpnia causa vasoconstrição pulmonar compensatória a fim de compatibilizar a relação entre a ventilação e a perfusão local; Entretanto, esses mecanismos compensatórios falham durante a crise de asma por causa dos efeitos vasodilatadores das prostaglandinas. Pacientes podem compensar pela hiperventilação, mas em exacerbações graves, a broncoconstrição difusa provoca aprisionamento intenso de gás de modo que o trabalho respiratório aumenta. Ocorre agravamento da hipoxemia e do esforço excessivo e eleva-se a PaCO2. Podem ocorrer acidose respiratória e acidose metabólica que, se não tratadas, causam parada respiratória e cardíaca. Classificação Termo estado asmático descreve o espasmo brônquico grave, intenso e prolongado que é resistente ao tratamento. Gravidade o Intermitente o Persistente leve o Persistente moderada o Persistente grave EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar Controle É o grau em que os sintomas, a incapacidade e os riscos são minimizados por meio do tratamento. o Bem controlada; o Não bem controlada; o Muito mal controlada. Deficiência Diz respeito à frequência e à intensidade dos sinais e sintomas dos pacientes e às limitações funcionais Difere da gravidade pela ênfase nos sintomas e limitações funcionais, em vez da intensidade intrínseca do processo da doença. Pode-se medir o comprometimento por espirometria, principalmente pelo volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e na proporção entre VEF1 e a capacidade vital forçada (CVF), mas se manifesta como características clínicas como: o A frequência dos sintomas; o Com que frequência o paciente acorda durante a noite; o Com que frequência o paciente usa um beta2-agonista de curta duração para alívio dos sintomas; o Com que frequência a asma interfere nas atividades normais. Risco Refere-se à probabilidade de futuras exacerbações ou declínio da função pulmonar e o risco de efeitos adversos. É avaliado por tendências a longo prazo na espirometria e características clínicas como: o Frequência da necessidade de corticoides orais; o Necessidade de internação; o Necessidade de admissão em unidade de terapia intensiva (UTI); o Necessidade de entubação. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar Manifestações clínicas Asma leve intermitente ou leve persistente: o Assintomáticos entre as exacerbações. Asma grave ou exacerbações: o Dispneia; o Aperto no tórax; o Ausculta de sibilos; o Tosse (pode ser o único sintoma em alguns pacientes - tosse como variante de asma). Os sintomas podem seguir um ritmo circadiano e piorar durante o sono, frequentemente em torno das 4 horas da manhã. Muitos pacientes com doença mais grave desenvolvem despertares noturnos (asma noturna). Sinais: o Sibilos; o Pulso paradoxal (i.e., queda da pressão arterial sistólica > 10 mmHg durante a inspiração); o Taquipneia; o Taquicardia; o Esforço visível para respirar [uso dos músculos do pescoço e supraesternais (acessórios), postura ereta, lábios cerrados e incapacidade para falar]; o Fase expiratória da respiração é prolongada, com proporção inspiratória:expiratória de pelo menos 1:3; o Podem existir sibilos no decorrer de ambas as fases ou apenas na expiração, mas o paciente com broncoconstrição grave pode não ter sibilos audíveis, em decorrência da intensa limitação do fluxo aéreo. Pacientes com exacerbação grave e insuficiência respiratória iminente: o Alteração da consciência; o Cianose; o Pulso paradoxal > 15 mmHg; o Saturação de oxigênio < 90%; o PaCO2 > 45 mmHg; o Hiperinsuflação; o Raramente, observam-se pneumotórax e pneumomediastino na radiografia do tórax. Os sinais e sintomas desaparecem entre as exacerbações, embora seja possível auscultar sibilos suaves durante a expiração forçada, após esforço e em repouso, em alguns pacientes assintomáticos. A hiperinsuflação dos pulmões pode alterar a parede torácica de pacientes com asma descontrolada e de ação prolongada, acarretando tórax em formade barril. Todos os sinais e sintomas são inespecíficos, reversíveis com o tratamento em período apropriado e, caracteristicamente, desencadeados pela exposição a um ou mais deflagradores. Diagnóstico Baseia-se na história e no exame físico, sendo confirmado pelos testes de função pulmonar. Também é importante o diagnóstico de causas subjacentes e a exclusão de doenças que provocam sibilos. Algumas vezes confunde-se asma com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Deve-se fazer o diagnóstico diferencial da asma de difícil controle ou refratária a terapias de controle comumente usadas com as causas alternativas de sibilância episódica, tosse e dispneia como aspergilose broncopulmonar alérgica, EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar bronquiectasia ou disfunção das cordas vocais. Teste de função pulmonar Para confirmar e quantificar a gravidade e a reversibilidade da obstrução das vias respiratórias. Se for um procedimento seguro, deve-se interromper os broncodilatadores antes do teste: 8 horas para beta-2 agonistas de curta duração, como albuterol; 24 horas para ipratrópio; 12 a 48 horas para teofilina; 48 horas para os beta 2- agonistas de ação prolongada como salmeterol e formoterol; e 1 semana para tiotrópio. Deve-se fazer espirometria antes e depois da inalação de broncodilatador de curta duração. Sinais de obstrução das vias respiratórias antes da inalação de broncodilatador incluem FEV1 reduzido e menor proporção entre FEV1/CVF. A CVF também pode estar diminuída e a avaliação dos volumes pulmonares pode revelar aumento do volume residual e/ou da capacidade residual funcional, em virtude do aprisionamento de ar. A melhora no FEV1 de > 12% ou um aumento ≥ 10% do FEV1 previsto em resposta ao tratamento com broncodilatador confirma a obstrução reversível da via respiratória, embora a ausência deste achado não deva impedir o teste terapêutico dos broncodilatadores de longa duração. Deve-se rever as alças de volume de fluxo para diagnosticar ou excluir disfunção de corda vocal, uma causa comum de obstrução das vias respiratórias superiores que mimetiza a asma. No entanto, é necessário observar que a disfunção das pregas vocais é intermitente e as curvas fluxo-volume normais não excluem essa doença. O teste provocativo, em que se utiliza a inalação de metacolina (ou alternativos, como a inalação de histamina, adenosina, bradicinina ou teste de esforço) para provocar broncoconstrição, é indicado para os casos de presunção de asma, com achados normais na espirometria e nos testes de volume de fluxo, presunção de tosse como variante da asma e ausência de contraindicações. As contraindicações envolvem FEV1 < 1 L ou < 50% do previsto, infarto do miocárdio ou acidente vascular encefálico (AVE) recentes e hipertensão grave (pressão arterial sistólica > 200 mmHg e pressão arterial diastólica > 100 mmHg). O declínio do FEV1 de > 20% em um protocolo de teste provocativo é relativamente específico para o diagnóstico da asma. Entretanto, o FEV1 pode cair em resposta aos fármacos usados nos testes provocativos em outras doenças, como DPOC. Se FEV1 diminuir < 20% até o final do protocolo de teste, é menos provável que a asma esteja presente. Outros testes Teste de capacidade de difusão do monóxido de carbono (DLCO) pode ajudar a distinguir asma de doença pulmonar obstrutiva crônica. Os valores estão normais ou elevados na asma e, em geral, reduzidos na DPOC, particularmente em caso de enfisema; Radiografia de tórax; Teste de alergia. EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar EU Destacar
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