Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SP4 objetivos 1. Sobre o câncer de colón: a) Epidemiologia. b) Fisiopatologia. c) Fatores de Risco. d) Sinais e Sintomas. e) Exames Preventivos. f) Exames Diagnósticos (MINTI). g) Estadiamento (metástase: fígado e pulmão). h) Formas de Tratamento (Quimioterapia e complicações/ radioterapia/ cirurgia, colostomia - cuidados e indicações). 2. Discorra sobre as Poliposes. respostas 1. Sobre o câncer de colón: a) Epidemiologia. O câncer de intestino abrange tumores nas partes do colón, reto e ânus. Na maioria dos casos, esse câncer é tratável e curável ao ser detectado precocemente, na fase de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parte interna do intestino grosso. Nos anos de 2020-2022, estima-se 20.540 novos casos de câncer de colo e reto em homens e 20.470 novos casos em mulheres. Isso corresponde a um risco estimado de 19 novos casos a cada 100 mil homens, o mesmo é válido para mulheres. Regionalmente, o câncer de cólon e reto em homens é o segundo mais incidente nas regiões Sudeste (28/100 mil) e Centro-Oeste (15/100 mil), o terceiro na região Sul (25/100mil) e o quarto nas regiões Nordeste (8/100 mil) e Norte (5/100 mil). Para as mulheres, é o segundo mais frequente nas regiões Sudeste (26/100 mil) e Sul (23/100 mil) e o terceiro nas regiões Centro-Oeste (15/100 mil), Nordeste (10/100 mil) e Norte (6/100 mil). No mundo, estima-se que ocorreu 1 milhão de novos casos de câncer de cólon em homens. Para mulheres, estima-se 800 mil novos casos. Essas taxas de Responsabilidade incidência foram mais encontradas nos países da Europa, Austrália/Nova Zelândia, América do Norte e Leste da Ásia. Em termos de mortalidade, em 2019, no Brasil, ocorreram 10.191 óbitos por câncer de cólon e reto em homens e 10.385 óbitos em mulheres. REFERÊNCIAS: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino https://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa- 2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf b) Fisiopatologia. O câncer de cólon é causado pelo acúmulo de lesões genéticas ao longo do tempo, o qual pode ser proveniente de três vias moleculares distintas, que são: instabilidade cromossômica, instabilidade de microssatélites e fenótipo de ilha CpG metiladora (CIMP). Via de instabilidade cromossômica Essa é a via mais comum, responsável por 70% dos cânceres colorretais. Nesse caso, ocorrem mutações nos genes APC (supressor de tumor) e KRAS (proto- oncogene envolvido na transdução de sinais mitogênicos através das membranas celulares). Um APC é um regulador negativo da β-catenina. Em termos fisiológicos, quando ambos se ligam, a APC promove a degradação da β-catenina. Com a perda da função da APC, a β-catenina se acumula e transloca-se para o núcleo, onde forma um complexo com o fator TCF de ligação de DNA e ativa a transcrição de genes, como o MYC e a ciclina D1, onde a proliferação celular neoplásica é acentuada. Outro mecanismo é a mutação do KRAS, as quais tem a função de o ativar e, assim, promover o crescimento celular e impedir a apoptose. Além disso, outros genes podem sofrer mutações, como os genes que codificam o SMAD2 e o SMAD4, que são efetores da sinalização TGF-β. Com a perda de função dos genes que regulam o TGF-β, esse evento permite o crescimento celular descontrolado. Ainda, mutações no gene TP53 podem ocorrer mais tardiamente, o que ocorre por deleções cromossômicas. Comentado [BMN1]: COMPONENTE DE SINALIZAÇÃO Wnt – PROMOVE A PROLIFERAÇÃO CELULAR, RENOVAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR. Comentado [BMN2]: TEM A FUNÇÃO DE INIBIR O CICLO CELULAR https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino https://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf Via de instabilidade microssatélite Essa via é causada por defeitos na reparação de pareamentos errados de DNA. Uma vez que os microssatélites são curtas sequências de nucleotídeos repetidos, eles são mais propensos a erros. Assim, os genes errôneos incluem o MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2, o que se torna a causa da Síndrome de Lynch. Ainda, as mutações podem ocorrer nos genes que codificam o receptor de TGF- β tipo II e a proteína pró-apoptótica BAX. Isso contribui para o crescimento celular descontrolado e aumento da sobrevida dos clones geneticamente anormais. Via de hipermetilação da ilha de CpG (CIMP) Nessa via, a hipermetilação da região promotora do DNA leva ao silenciamento do gene CpG, o que predispõe a carcinogênese. Nesse caso, os genes envolvidos são o APC, MCC, MLH1 e MGMT. Assim, a região promotora hipermetilada reduz a expressão e a função do gene. Comentado [BMN3]: PERDA DE FUNÇÃO Comentado [BMN4]: LOCAL DE PAREAMENTO CITOSINA - GUANINA Comentado [BMN5]: RESPONSÁVEL PELO REPARO DO DNA Morfologia No geral, os adenocarcinomas são distribuídos igualmente ao longo do comprimento total do cólon. Assim, tumores de cólon proximal crescem como massas polipoides e exofíticas, que se estendem na parede do ceco, de grosso calibre e do cólon ascendente, raramente causando obstrução. Adenocarcinomas de cólon distal tendem a ser lesões anulares que produzem constrições tipo “anel de guardanapo” e estreitamento luminal, causando obstrução. A maioria desses tumores são compostos por células colunares altas com consistência firme de invasão. Alguns tumores pouco diferenciados formam poucas glândulas, enquanto que outros podem produzir mucina abundante, que se acumula na parede intestinal. REFERÊNCIAS: Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. V Kumar. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2016. c) Fatores de Risco. Os principais fatores de risco para o câncer de intestino são: idade maior que 50 anos, excesso de peso e alimentação não saudável (pobre em frutas, vegetais e fibras). Ainda, o consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, peito de peru e salame) e a ingestão excessiva de carne vermelha (>500g de carne cozida por semana) aumentam a predisposição ao CCR. Outros fatores são a história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino >1cm, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. Tais fatores necessitam de uma vigilância periódica de colonoscopia, onde a incidência do CCR é proporcional ao número de parentes de primeiro grau que apresentam a neoplasia. Então, é recomendável que as pessoas com dois ou mais familiares com CCR realizem a colonoscopia de controle a partir dos 30 anos, independente dos sintomas. As doenças inflamatórias do intestino, como a retocolite ulcerativa crônica e a doença de Crohn também aumentam o risco de câncer de intestino, bem como as doenças hereditárias, como a polipose adenomatosa familiar (FAP) e o câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). Assim, o diagnóstico do câncer hereditário é feito com base em (1) três ou mais familiares de primeiro grau de CCR; (2) CCR envolvendo pelo menos duas gerações; (3) pelo menos um caso de CCR diagnosticado antes dos 50 anos. Em pacientes com a retocolite ulcerativa na família, é recomendável a realização de colonoscopias anuais a partir dos 8 a 10 anos do início da doença, com realização de múltiplas biopsias. Nesse caso, a displasia celular é indicativa de CCR, onde recomenda-se uma colectomia profilática. Por fim, a exposição ocupacional a radiação, como os raios X e gama, aumentam o riscode câncer de cólon. REFERÊNCIAS: Renato, DANI, e PASSOS, Maria do Carmo Friche. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2011. https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino d) Sinais e Sintomas. Os primeiros sintomas do câncer de cólon dependem da região acometida, seu tipo e extensão, bem como suas complicações, como perfuração, obstrução e hemorragias. No cólon direito, de maior calibre, paredes finas e distensíveis e a presença ainda do conteúdo fecal líquido, a presença de neoplasias se manifesta mais tardiamente, atingindo lesões volumosas antes de serem diagnosticadas. Normalmente, os pacientes apresentam astenia, debilidade física e anemia, com sensação de desconforto no abdome direito. Assim, o sinal mais importante do câncer de cólon direito é a anemia hipocrômica microcítica, excluindo-se alteração de hábito intestinal. No cólon esquerdo, como o calibre do lúmen é menor e o conteúdo fecal já se encontra semissólido, o crescimento das neoplasias causam uma oclusão progressiva do lúmen, o que ocasiona alterações mais precoces da evacuação. Isso pode culminar em uma obstrução parcial ou completa do local, com presença de sangue nas fezes associada a muco. No câncer retal, o sintoma mais frequente é a perda de sangue claro nas fezes, associada ou não ao muco, além da sensação de evacuação incompleta e “puxos” no canal retal. Pacientes com doença sistêmica podem exibir anorexia, perda de peso e sintomas relacionados a disfunção hepática, com icterícia e ascite. REFERÊNCIAS: Renato, DANI, e PASSOS, Maria do Carmo Friche. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2011. Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. e) Exames Preventivos. Exames laboratoriais Não existe uma especificidade de exames laboratoriais para diagnostico de CCR, porém o hemograma pode detectar anemias, além de que uma fosfatase alcalina alterada pode significar a presença de metástases hepáticas. Ainda, a avaliação das proteínas séricas indica a situação nutricional do paciente. Comentado [BMN6]: PERDA OU DIMINUIÇÃO DA FORÇA FÍSICA Comentado [BMN7]: BARRIGA D’ÁGUA https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino Sangue oculto nas fezes O exame de sangue oculto nas fezes visa detectar pequenas quantidades de sangue nas fezes, com indícios de ulceras, câncer ou outras alterações. Essa pesquisa consiste na identificação de hemoglobina nas fezes, podendo ser realizada pelo teste da o-tolidina (tradicional) e o teste imunológico, que detecta especificamente a hemoglobina humana. Exame fecal com guaiaco Esse exame utiliza uma substância química chamada guaiaco, usada para identificar sangue nas fezes. Assim, após a coleta, a amostra é colocada em um papel filtro impregnado com guaiaco, onde uma segunda substância química (peroxidase) é acrescentada e a amostra muda de cor se houver sangue presente. Esse processo baseia-se na atividade pseudoperoxidase que a hemoglobina exerce, causando a oxidação de um composto fenólico (ácido alfa-guaiacônico) pela ação do peróxido de hidrogênio da solução de desenvolvimento, formando uma quinona. Essa reação se torna azul dentro de 30 segundos, se sangue presente. Teste imuno-histoquímica fecal (FIT) O teste imunoquímico fecal utiliza anticorpos contra a hemoglobina humana para a detecção de sangue nas fezes, capaz de detectar amostras com níveis menores de 0,05µl/mL em 5 minutos. Enema opaco com duplo contraste (EO) O enema opaco é um exame com boa sensibilidade para a detecção de carcinomas colorretais em estágios iniciais, ou seja, pequenos carcinomas ou pólipos. Assim, ele pode ser utilizado em pacientes como colonoscopias incompletas ou quando o exame é contraindicado. Então, o enema opaco é basicamente o estudo da radiografia abdominal com contraste. No local de acometimento, a parede intestinal torna-se rígida e com destruição do relevo mucoso. Ainda, em quadros obstrutivos, permite a visualização da distensão das alças e a localização da obstrução. Colonografia por tomografia computadorizada (CTC) A colonografia por tomografia computadorizada tem sensibilidade boa para pólipos de 6 a 9mm, sendo a opção preferida para complementar a avaliação do cólon em casos de colonoscopia incompleta. Aqui, o foco é a identificação de adenomas avançados, como pólipos com dimensões superiores a 1 cm, pólipos vilosos e pólipos com displasia de alto grau, os quais apresentam um maior potencial de malignização. Nesse caso, o paciente deve estar com o intestino limpo por meio da restrição dietética e laxantes, sendo submetido ao tomógrafo com no mínimo 16 detectores. Para isso, é necessária a distensão gasosa, a qual é feita por uma fina sonda retal com cerca de 2L de ar ambiente ou gás carbônico. Antes disso, drogas espasmolíticas podem ser usadas para promover o relaxamento da musculatura lisa intestinal, facilitando a distensão e diminuindo o desconforto do paciente. Então, o exame é adquirido das bases pulmonares até o ânus, com paciente em decúbito dorsal ou ventral a fim da detecção de todos os segmentos cólicos e modificando o posicionamento do resíduo líquido. Assim, os pólipos sésseis se apresentam como lesões de base larga, com atenuação homogênea, contornos regulares e imóveis. Pólipos pediculados apresentam mobilidade variada por conta de seus pedículos. Colonoscopia A colonoscopia permite o exame de toda a extensão do cólon a fim da detecção precoce de pólipos e sua remoção a partir de alças diatérmicas. Mesmo se outros exames de rastreio já tenham sido empregados, a colonoscopia deve ser realizada para confirmar a natureza da lesão, além de detectar a presença de pólipos e/ou tumores sincrônicos. Pelo fato de a colonoscopia poder deixar passar pequenas lesões junto as dobras do cólon e a dificuldade de alcance do ceco, ela sempre deve ser complementada pelo enema opaco. REFERÊNCIAS: Renato, DANI, e PASSOS, Maria do Carmo Friche. Gastroenterologia Essencial, 4ª edição. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2011. CBR. CBR - Oncologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2014. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios- digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos/exame-de- sangue-oculto-nas-fezes f) Exames Diagnósticos (MINTI). A colonoscopia é o exame diagnóstico de escolha para pacientes que apresentam sangue oculto nas fezes ou sinais e sintomas característicos de CCR, sendo exata na detecção de cânceres de todos os tamanhos e vantajoso na investigação de tumores sincrônicos e análise histológica. Esse procedimento permite a coleta do espécime tumoral para a análise histopatológica por permitir o exame de todo o intestino grosso e a remoção dos pólipos para biopsia. Alternativamente, pode-se utilizar a ultrassonografia, tomografia ou ressonância para investigação de metástases intra-abdominais e pélvicas. O exame de tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) é útil na investigação de doença metastática à distancia em pacientes com tumores de alto risco potencialmente ressecável. colonoscopia Esse exame avalia toda a extensão do reto e do cólon por um colonoscópio, com uma câmera de vídeo na extremidade conectado a um monitor para a visualização do interior do cólon. Esse colonoscópio permite a introdução de instrumentos especiais para a remoção de áreas suspeitas, como os pólipos. Para isso, o cólon e reto devem estar totalmente vazios e limpos para a visualização do revestimento das paredes internas. Esse exame dura cerca de 30 minutos, podendo demorar mais se um pólipo é encontrado e removido. Antes do início, o paciente é sedado para diminuir o desconforto, sendo o colonoscópio introduzido pelo anus e reto. Seum pólipo pequeno for encontrado, será retirado e enviado para análise anatomopatológica. Se um pólipo maior ou outra alteração for encontrada, é realizada a biopsia. https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos/exame-de-sangue-oculto-nas-fezes https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos/exame-de-sangue-oculto-nas-fezes https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-digestivos/exame-de-sangue-oculto-nas-fezes MINTI O estudo do TGI é realizado por meio de métodos radiológicos (seriologia de esôfago, estomago e duodeno – SEED -, trânsito de delgado e clister opaco) e não radiológicos (endoscopia alta e colonoscopia). O estudo contrastado radiológico é feito por meio de um contraste baritado e um aparelho de fluoroscopia com intensificador de imagem, capaz de converter raios X em luz, produzindo imagens dinâmicas que podem ser visualizadas no monitor. Na SEED e no trânsito de delgado, o meio de contraste é administrado via oral. Na enteróclise, é infundido na junção duodenojejunal, por meio de um tubo nasointestinal. No clister opaco, é introduzido via retal. Isso molda a cavidade do órgão pela formação de uma fina película radiopaca que reveste a mucosa. Esôfago No esôfago, espera-se o preenchimento completo do lúmen pelo contraste. Quando determinada área não se opacifica, ela é denominada “falha de enchimento”. Quando essa falha é lisa e regular, ela corresponde a um tumor benigno. Quando a falha é irregular e multilobulada, representa um tumor maligno. Estômago e intestino delgado Também apresentam falhas de enchimento, irregularidade no pregueado mucoso e perda da distensibilidade quando acometido por tumores. Quando encontradas úlceras que atingem a submucosa, elas necessitam ser diferenciadas em benignas ou malignas, onde as malignas precisam da realização de uma biopsia. Na ulcera benigna detectada por SEED, o depósito de bário ocorre para fora do órgão, com contorno regular, profunda e com formato ovoide. Na ulceração maligna, o depósito se projeta para dentro do órgão, com contorno irregular, rasa e plana. Intestino delgado Nesse órgão, podemos identificar falhas de enchimento, perda do pregueado mucoso, estenoses, dilatações, divertículos, sinais de síndrome de má absorção, floculação, espessamento das pregas e fístulas. Intestino grosso Aqui, o enema de bário identifica as falhas de enchimento desde pequenos pólipos até extensas lesões vegetantes e áreas de estenose. REFERÊNCIAS: Goldman, Lee. Goldman-Cecil Medicina. Disponível em: Minha Biblioteca, (25th edição). Grupo GEN, 2018. http://conitec.gov.br/images/Artigos_Publicacoes/ddt_Colorretal__26092014.pdf http://www.oncoguia.org.br/conteudo/exames-para-diagnostico-do-cancer- colorretal/1718/179/ g) Estadiamento (metástase: fígado e pulmão). Estadiamento de Dukes Compreende o tamanho e invasão da lesão neoplásica na parede intestinal. • Dukes A: limitada a parede intestinal; • Dukes B: penetra a parede intestinal; • Dukes C: metástase linfonodal. Dukes modificado • Dukes A: limitado a parede intestinal; • Dukes B: penetra a parede intestinal o B1: penetra parcialmente a muscular própria o B2: penetra totalmente a muscular própria. • Dukes C: metástase linfonodal o C1: metástase linfonodal e penetra parcialmente a parede intestinal. o C2: metástase linfonodal e penetra totalmente a parede intestinal. http://conitec.gov.br/images/Artigos_Publicacoes/ddt_Colorretal__26092014.pdf http://www.oncoguia.org.br/conteudo/exames-para-diagnostico-do-cancer-colorretal/1718/179/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/exames-para-diagnostico-do-cancer-colorretal/1718/179/ • Dukes D: metástase a distância. Estadiamento pelo grau de ressecção - cirúrgico • R0: ressecção completa, onde todas as margens são negativas • R1: uma margem comprometida microscopicamente • R2: ressecção incompleta, com margem macroscópica comprometida. Sistema TNM do AJCC Tumor • Tis: displasia in situ • T1: tumor invade a submucosa • T2: tumor invade parcialmente a camada muscular • T3: tumor invade completamente a muscular própria o T3a: invasão menor de 0,1cm além da muscular o T3b: invasão de 0,1 a 0,5cm além da muscular o T3c: invasão de 0,5 a 1,5cm além da camada muscular o T3d: invasão maior de 1,5cm além da camada muscular • T4: tumor penetrante no peritônio visceral ou órgãos adjacentes o T4a: penetração no peritônio visceral o T4b: invasão de outros órgãos e estruturas Linfonodos regionais • NX: linfonodos impossibilitados de visualização • N0: sem metástase dos linfonodos regionais • N1: metástase de 1-3 linfonodos regionais o N1a: metástase de 1 linfonodo o N1b: metástase de 2-3 linfonodos regionais o N1c: focos de tumor na subserosa, mesentério ou tecidos pericólicos, sem metástase nodal regional • N2: metástase de 4 ou mais linfonodos regionais o N2a: metástase de 4-6 linfonodos regionais o N2b: metástase em 7 ou mais linfonodos regionais Metástase a distância • MX: metástases a distância sem avaliação • M0: sem metástases a distância • M1: metástase a distância o M1a: metástase limitada a um órgão ou local o M1b: metástase em mais de um órgão ou peritônio REFERÊNCIAS: https://medmaisintegrado.jaleko.com.br/sala-de- aula/cirurgia/doencas-do-trato-gastrointestinal1848/neoplasias-do- intestino/cancer-de-colon-e--estadiamento-da-lesao V Kumar. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2016. h) Formas de Tratamento (Quimioterapia e complicações/ radioterapia/ cirurgia, colostomia - cuidados e indicações). O tratamento do CCR pode ser feito por terapias locais (tratam o tumor sem afetar o resto do corpo, como cirurgia, radioterapia, ablação e embolização – recomendados em estágios iniciais) ou terapias sistêmicas (administração de remédios via oral ou endovenosa, que atingem as células cancerígenas em todo lugar do corpo, como a quimioterapia, terapia-alvo e imunoterapia). AINES Cirurgia A cirurgia é o principal tratamento parra o câncer de cólon em estágio inicial. Alguns canceres bem iniciais podem ser removidos durante a colonoscopia, caracterizando uma polipectomia. Já a colectomia é uma modalidade cirúrgica que remove parte ou todo o cólon e os gânglios linfáticos próximos. Se parte do cólon é removido, denomina-se hemicolectomia. Se todo o cólon é retirado, denomina-se colectomia total. https://medmaisintegrado.jaleko.com.br/sala-de-aula/cirurgia/doencas-do-trato-gastrointestinal1848/neoplasias-do-intestino/cancer-de-colon-e--estadiamento-da-lesao https://medmaisintegrado.jaleko.com.br/sala-de-aula/cirurgia/doencas-do-trato-gastrointestinal1848/neoplasias-do-intestino/cancer-de-colon-e--estadiamento-da-lesao https://medmaisintegrado.jaleko.com.br/sala-de-aula/cirurgia/doencas-do-trato-gastrointestinal1848/neoplasias-do-intestino/cancer-de-colon-e--estadiamento-da-lesao Colostomia Nesse caso, alguns pacientes necessitam de uma colostomia temporária ou permanente. A colostomia é a exteriorização no abdome do cólon, para eliminação de fezes/gases. A colostomia é realizada quando a pessoa apresenta qualquer problema que o impeça de evacuar pelo ânus. Neste caso, as fezes e gases são eliminados pela estomia, localizada na superfície do abdômen, e coletadas em equipamentos coletores adaptados à pele. As colostomias podem se apresentar em três tipos, de acordo com a parte do intestino grosso que é exteriorizada: 1. Colostomia ascendente. É realizada na parte ascendente do cólon (lado direito do intestino grosso). 2. Colostomia transversa. É localizada na parte transversa do cólon (porção entre o cólon ascendente e descendente). 3. Colostomiadescendente. É realizada na parte descendente do cólon (lado esquerdo do intestino grosso). Temos ainda a colostomia úmida, que é a adaptação de uma alça intestinal para permitir a eliminação de urina e fezes/gases pela mesma estomia. É uma alternativa para pessoas que necessitam de dupla derivação (fezes e urina). CUIDADOS COM A BOLSA DE OSTOMIA: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//livro- cuidados-com-a-sua-estomia.pdf Ablação ou embolização É utilizada quando o câncer de cólon se dissemina para fígado ou pulmões. Assim a ablação utiliza-se ondas de energia para a destruição dos tumores. Já a embolização injeta substâncias para obstruir ou reduzir o fluxo de sangue para as células cancerígenas no fígado. Radioterapia A radioterapia utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais, utilizadas: • Antes da cirurgia para diminuir o tamanho do tumor, facilitando a retirada do mesmo. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/livro-cuidados-com-a-sua-estomia.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/livro-cuidados-com-a-sua-estomia.pdf • Após a cirurgia, se o tumor estiver aderido a um órgão interno ou ao revestimento do abdômen. Nesses casos, a radioterapia é administrada para destruir células cancerígenas remanescentes da cirurgia. • Durante a cirurgia, na área do tumor para destruir qualquer célula cancerígena remanescente, o que é denominado radioterapia intraoperatória (IORT). • Para controlar a doença em pessoas que não tenham condições clínicas para a cirurgia. • Para aliviar sintomas em pacientes com doença avançada, que esteja provocando obstrução intestinal, sangramento ou dor. • Para tratar a disseminação da doença para outros órgãos, como ossos, pulmões ou cérebro. Os potenciais efeitos colaterais da radioterapia no tratamento do câncer de cólon e de reto podem incluir: • Irritação da pele na área irradiada. • Náuseas. • Irritação retal. • Incontinência intestinal. • Irritação da bexiga. • Fadiga. • Problemas sexuais. • Problemas de cicatrização, aderências e fibrose. Quimioterapia A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais, administradas em ciclos para que possamos permitir que o corpo do paciente se recupere. Os medicamentos utilizados são: • 5-Fluorouracil (5-FU). • Capecitabina. Administrada por via oral. Uma vez no corpo, é modificada para 5-FU, ao chegar ao local do tumor. • Irinotecano. • Oxaliplatina. • Trifluridina e tipiracil, um medicamento combinado administrado por via oral. Os quimioterápicos não só atacam as células cancerosas, mas também células normais (tratamento sistêmico), o que pode levar a efeitos colaterais. Os efeitos colaterais dependem do tipo de medicamento, da dose administrada e da duração do tratamento. Os efeitos colaterais comuns à maioria dos medicamentos quimioterápicos podem incluir: • Perda de cabelo. • Inflamações na boca. • Perda de apetite. • Náuseas, vômitos e mucosite. • Diarreia. • Alterações na pele. • Infecções, devido a diminuição de glóbulos brancos. • Hematomas ou hemorragias, devido a diminuição das plaquetas. • Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos. REFERÊNCIAS: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamentos/492/185/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/colostomias/7297/5/ 2. Discorra sobre as Poliposes. Os pólipos tem início com pequenas elevações da mucosa, divididos morfologicamente em sésseis e pediculados. Ainda, podem ser classificados, quando a sua natureza em não neoplásicos (inflamatórios, hamartomatosos ou hiperplásicos) e neoplásicos (adenoma). Pólipos não neoplásicos Pólipos hiperplásicos Os pólipos hiperplásicos são proliferações epiteliais benignas, mais prevalentes na 6ª década de vida. Sabe-se que eles resultam da reposição diminuída de células epiteliais e do atraso na descamação das células epiteliais superficiais, levando ao empilhamento das células caliciformes e das células absortivas. Eles são mais comumente encontrados no cólon esquerdo e costumam ter menos de 5mm de diâmetro. Eles são protrusões nodulares lisas da mucosa, frequentemente nas cristas das pregas mucosas. Histologicamente, os pólipos hiperplásicos são compostos de células caliciformes e absortivas maduras, onde a descamação atrasada dessas células leva a uma superpopulação que cria uma superfície serrilhada no terço superior da cripta. Comentado [BMN8]: OCORREM POR CONTA DOS QUIMIOTERÁPICOS QUE ATACAM TODAS AS CÉLULAS DO CORPO QUE SE PROLIFERAM RAPIDAMENTE, PRINCIPALMENTE A MUCOSA. http://www.oncoguia.org.br/conteudo/tratamentos/492/185/ http://www.oncoguia.org.br/conteudo/colostomias/7297/5/ Pólipos inflamatórios Os pólipos inflamatórios se apresentam com sangramento retal, descarga de muco e lesão inflamatória na parede retal. Isso leva ao relaxamento prejudicado do esfíncter anorretal, que cria um ângulo agudo na protuberância retal anterior e leva a abrasão recorrente e a ulceração da mucosa retal sobrejacente. Suas características histológicas incluem infiltrado inflamatório misto, erosão e hiperplasia epitelial com hiperplasia fibromuscular da lâmina própria. Comentado [BMN9]: TRIADE DO PÓLIPO INFLAMATÓRIO Pólipos hamartomatosos Os pólipos hamartomatosos ocorrem esporadicamente ou decorrente de síndromes adquiridas, onde geram mutações na linhagem germinativa nos genes supressores de tumor ou proto-oncogenes. Pólipos juvenis Os pólipos juvenis são malformações focais do epitélio e da lâmina própria, onde ocorrem em crianças menores de 5 anos de idade, mais comumente no reto, apresentando sangramento retal. Em alguns casos, pode ocorrer intuscepção, obstrução intestinal ou prolapso do pólipo. A maioria dos pólipos contém menos de 3 cm de diâmetro, com lesões avermelhadas, pedunculadas, com superfície lisa e espaços císticos característicos. Microscopicamente, mostra cistos com glândulas dilatadas, repletas de mucina e detritos inflamatórios. O restante do pólipo é composto por lâmina própria expandida por infiltrado inflamatório misto, com camada muscular normal ou adelgaçada. Sabe-se que a hiperplasia da mucosa é o evento iniciante do pólipo juvenil por conta das mutações do gene SMAD4, o qual codifica um intermediário citoplasmático da via de sinalização TGF-β. Nessa via, a BMPR1A pode estar mutada. Síndrome de Peutz-Jeghers Essa síndrome é autossômica dominante rara presente em média aos 11 anos de idade com múltiplos pólipos hamartomatosos e hiperpigmentação mucocutânea (máculas azul-escuras nos lábios, narinas, mucosa oral, superfícies palmares, genitálias e região perianal). Esse síndrome está associada a um alto risco de desenvolvimento de tumores malignos e fatalidade. Assim, ela é desencadeada por mutações germinativas heterozigóticas de perda de função do gene STK11. Esses pólipos são mais comuns no intestino delgado. Macroscopicamente, eles são grandes e pedunculados, com contorno lobulado. Histologicamente, demonstra uma rede arborizante característica de tecido conjuntivo, músculo liso, lâmina própria e glândulas delimitadas por epitélio intestinal normal. Pólipos neoplásicos Os pólipos neoplásicos são precursores dos adenocarcinomas colorretais, onde variam de pequenos pólipos pedunculados até grandes lesões sésseis. Assim, eles são caracterizados pela presença de displasia epitelial. Comentado [BMN10]: GENE SUPRESSOR DE TUMOR. CODIFICA UMA CINASE QUE REGULA A POLARIZAÇÃO DA CÉLULA E AGE COMO UM FREIO NO METABOLISMO DO CRESCIMENTO Esses adenomas variam de 0,3 a 10cm de diâmetro e podem ser pedunculados ou sésseis. Histologicamente, a característica de displasia epitelial é a hipercromasia, alongamento e a estratificação nuclear, acompanhada de nucléolos grandes,citoplasma eosinofílico e redução do número de células caliciformes. Os adenomas pediculados possuem pedúnculos fibromusculares delgados, contendo vasos sanguíneos recobertos por epitélio não neoplásico. Ainda, eles podem ser classificados como: • Tubulares: tendem a ser pequenos e pedunculados, compostos de glândulas arredondadas ou tubulares. • Vilosos: são frequentemente maiores e sésseis, recobertos por vilosidades delgadas. • Tubulovilosos: tem uma mistura dos elementos tubulares e vilosos. Já os adenomas serrilhados sésseis são mais encontrados no cólon direito, com arquitetura serrilhada ao longo de todo o comprimento da glândula, incluindo a base da cripta, dilatação da cripta e crescimento lateral. Ainda, o carcinoma intramucoso ocorre quando as células epiteliais displásicas rompem a membrana basal para invadir a lâmina própria ou a muscular da mucosa. Carcinomas intramucosos apresentam pouco potencial metastático. Já carcinomas invasivos apresentam alto risco de se espalhar para outros locais. Polipose adenomatosa familiar A PAF é um distúrbio autossômico dominante, no quando os pacientes desenvolvem numerosos adenomas colorretais ainda adolescentes. Ele é causado por mutações no gene APC. Para seu diagnóstico, pelo menos 100 pólipos devem ser detectados. No entanto, adenomas planos ou deprimidos também são prevalentes. Comentado [BMN11]: REGULADOR NEGATIVO DA VIA DE SINALIZAÇÃO WNT (β-CATENINA). Câncer colorretal hereditário não polipose O CCHNP, também conhecido como síndrome de Lynch, é descrito como o agrupamento familiar de canceres em vários locais, como cólon, reto, endométrio, estômago, ovário, útero, cérebro, intestino delgado, trato hepatobiliar, pâncreas e pele. Nesse caso, ele é causado por mutações hereditárias nos genes que codificam proteínas responsáveis pela detecção, excisão e reparo de erros que ocorrem durante a replicação do DNA, como o MSH2 e MLH1. Assim, esses pacientes herdam um gene mutante e um alelo normal. Quando o alelo normal é perdido por mutação ou silenciamento epigenético, os defeitos no reparo de erros de pareamento levam ao acúmulo de mutações, principalmente nos microssatélites. REFERÊNCIA: V Kumar. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Disponível em: Minha Biblioteca, (9th edição). Grupo GEN, 2016.
Compartilhar