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1 APx2– 2021.2 DISCIPLINA: LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR Coordenação: Profª Ana Maria de Bulhões Carvalho Caro (a) aluno (a): Mais uma vez, excepcionalmente, esta avaliação presencial- especial será feita a distância, em função do distanciamento ainda imposto pela circulação do vírus da COVID-19. Semelhante aos procedimentos de uma AD, a consulta será permitida. A diferença é que a prova ficará menos tempo disponível na plataforma, por isso, atenção ao prazo limite. Responda exclusivamente na prova, seguindo as instruções. • Leias as questões, responda e revise suas respostas antes de postá- las. • Lembre-se de que prova de literatura exige respostas completas, justificadas com exemplos. POR FAVOR, POSTE SUA PROVA EM ARQUIVO WORD. Boa prova! NOTA: VIVIANE FONSECA DA SILVA OLIVEIRA 15216080196 15216080196 2 QUESTÃO 1 (2 PONTOS) 1.1 Temos aqui a caricatura de um teatro. Observe-a com atenção e descreva os três conjuntos de elementos que compõem a imagem. R:Encenação e transformação da língua escrita para algo visual. A imagem usa elementos como cor e textura para transmitir que o espectador neste momento se em contra em posição de receptor, onde o grupo teatral, exposto de forma colorida se define dinâmico e transmite a ideia de movimento enquanto se apresenta. 1.2 Ainda com relação à imagem, compare as ações físicas dos espectadores– que assistem sentados–, com as dos atores– que se movimentam–, para explicar o sentido da expressão “espectador ativo”, “espectador autônomo”, que também se aplica ao leitor. R: Neste sentido mesmo sabendo que se trata de uma encenação ele reage como se fosse algo real, e sua postura naquele momento é totalmente relacionado ao que esta vendo e sentindo, tendo reações e opiniões a cerca do que esta sendo encenado. 3 QUESTÃO 2 (2 PONTOS) 2.1 Essas são as famosas máscaras representando a tragédia e a comédia. Faça uma leitura interpretativa livre de cada uma delas. R: A máscara triste representa os sentimentos emitidos quando estamos diante de um drama que consiga se entranhar nas nossas íntimas particularidades e emoções, fazendo com que mesmo sabendo que se trata de uma encenação, acabamos relacionando a um caso concreto e despertando tristeza, indignação e até mesmo raiva. A máscara alegre retrata um drama de humor, onde um conjunto de elementos consigam nos fazer sorrir, seja por ficção ou até mesmo um conto verdadeiro que consigamos imaginar suas particularidades. 2.2 Que elementos singularizantes da Literatura dramática parecem ser os mais importantes, independente de se tratar de tragédia ou comédia? Justifique sua resposta. R: Os personagens e o diálogo, através destes podemos sentir e nos envolver de fato como se fosse algo real com a encenação. QUESTÃO 3 (2 PONTOS) Leia a crônica “Máscaras e dúvidas”, que Roberto da Matta publicou dia 14.9.2021, em O globo, transcrita abaixo: Quebrei um dente e fui obrigado a romper a quarentena atual e a outra, de cinquenta anos, para visitar o Dr. Rodrigo Medina, meu competente dentista. Como era emergência, marcamos ao anoitecer, quando seria prontamente atendido. Devidamente mascarado e me sentindo um pouco o bandido da história em 4 quadrinhos, ou um reles político nacional, andei por intermináveis corredores do prédio e, driblando a insegurança da idade, cheguei ao consultório, sentei- me e fiquei esperando minha vez. [...] Minutos depois, entrou no consultório uma jovem senhora. Após os reconhecimentos mútuos, demandado pela “boa educação”, começamos uma conversa trivial. Observamos o terror da pandemia que nos obrigava a usar máscaras; comentamos o nosso nojo pelos governantes que roubaram recursos médicos e construíram hospitais fantasmas. Notando da percepção de minha companheira de espera, perguntei no que ela trabalhava. – Sou professora, disse. – E você? – Sou do mesmo ramo, sou professor da PUC-Rio. – De quê? -- De Antropologia Social ou Cultural – respondi de pronto, para explicar que o cultural que eu ensino nada tem a ver com o “show business”[...] mas com valores e costumes... -- O senhor conhece o Roberto da Matta? – perguntou imediatamente a minha companheira de espera. – Acho que sim – disse o mascarado. Creio que conheço um pouco... – Eu adoro o que ele escreve. Como ele é? Perguntou [...]. A pergunta banal me pegou. Afinal quem era mesmo eu? Seria o pai, avô, irmão, filho, viúvo, tio ou primo? Ou seria um velho professor-pesquisador conjugado por um esforço cronista e autor? Ou simplesmente um velho? -- Bem, respondi. Ele é um cara complicado, indeciso, enfático e até mesmo grosseiro. Acho que é impaciente com a burrice nacional, mas isso é um direito dele... -- Então você teve convivência com ele... – questionou a moça do rosto escondido. -- Convivo com ele desde os tempos de primeira comunhão, escola e faculdade... Aliás fui ao seu casamento e ao lançamento do seu primeiro livro aqui em Niterói... Ele é muito difícil de conviver, pois sempre usa uma máscara. -- É mascarado? -- Não, mas sofre de uma profunda e neurótica honestidade – disse, tirando 5 a minha máscara e revelando que eu era quem, num raro momento, falava da minha própria pessoa. A moça sorriu e pediu uma desculpa impossível, pois sempre vivemos num país no qual todos devem saber com quem falam. Exceto quando nos mascaramos, como fazem os governantes desonestos, os poderosos e os muito ricos. Em seguida fui consertar o dente. (O globo, 14.9.2020, caderno 1, Opinião) 3.1 Aponte duas características da crônica que são evidentes no texto de Roberto da Matta, e exemplifique. R: A crônica é contada em primeira pessoa, onde ela relata o que aconteceu consigo mesmo, e também usa do humor para fazer uma crítica. 3.2 A crônica é literária. Sua linguagem, portanto, é conotativa. Há duas frases nesta crônica em que a ambiguidade é usada para ampliar os sentidos. Quais são elas e o que sugerem? R?: Mascarado e intermináveis corredores. QUESTÃO 4 (2 PONTOS) Leia o texto abaixo, da socióloga e literata Isabel Pires. O GUARDA-CHUVA VERDE Isabel V. Pires* As duas velhas iam andando pela rua, com passos que pareciam incertos, mas que, na verdade, eram passos de quem já perdeu toda a pressa do mundo. Chovia uma chuva fina, e elas seguiam, muito unidas sob o mesmo guarda-chuva. Confusa, a mais velha das duas velhas procurava entender, sem sequer se lembrar, como perdera o seu guarda-chuva. Coisa impossível, pois se até os moços não explicam como guarda-chuvas se perdem a toda hora, sobretudo em dias de chuva. Pararam na banca do camelô. A velha menos velha insistia na compra de um guarda-chuva para a outra velha, que relutava, ainda mais confusa. Mas estou sem o dinheiro. Não faz mal, não disse que, qualquer dia, lhe compraria um guarda-chuva novo? Pode escolher. A velha mais velha piscava para os guarda-chuvas na barraca, enquanto o camelô, paciente, esperava. E porque já viveram até o ponto de perder a pressa, e de saber que, agora, 6 eram os outros que deveriam esperar por elas, as velhas escolhiam o guarda- chuva devagar. Devagar caía uma chuva rala. Finalmente, seguiram pela rua cheia de guarda-chuvas, em direção ao ortopedista. A mais velha das duas velhas sentiu falta do corpo da outra velha amparando o seu. Contudo o braço dela ainda a enlaçava pela cintura, e as duas seguiam, os guarda-chuvas bailando sob a chuva fina. Com espanto e dor subiram cada degrau. O que são as dores todas do mundo quando duas velhas sobem cinco degraus? O ascensorista, solícito, as aguardava. Outros velhos, muitos velhos, enchiam o consultório de ortopedia. Cada velho que saía – e outro velho segurava longamente a porta – parecia que o mundo parava. As duas velhinhas, sempre unidas,seriam as últimas. O médico atendia por ordem de chegada. A lentidão da velhice arrastava o atendimento. E quando parecia não ter mais fim a espera, a recepcionista encontrou, ao lado das velhas, um guarda-chuva abandonado. Negro, bem negro, não era delas, e de mais ninguém. Na sala de espera do médico não havia mais nenhum velho, além das duas, que já se dirigiam ao médico. – O que faço, doutor? Mais um guarda-chuva perdido. À soleira da porta, a recepcionistas segurava incólume o objeto extraviado. – Agora é moda, minhas senhoras, semana passada encontramos um também. – Por acaso era verde? Arriscou a velhinha mais velha. Meio comovido, porque, apesar do trato quase diário com aqueles seres que ainda não foram, mas também já não eram, meros osso porosos a serem examinados, ele ainda guardava a capacidade de, pelo menos, querer se comover – meio comovido o médico mandou a recepcionista buscar o guarda-chuva verde. Mas a moça, pigarreando, explicou que o havia deixado na portaria. Era só pegá-lo quando por lá passassem. Na saída a velhinha foi em busca do seu guarda-chuva verde. Atencioso, o porteiro prontamente se dispôs a pegá-lo. Que pena! Não é esse, não. Esperem, tem outro. E é verde também. Do cubículo escuro, ao lado do balcão, o porteiro emergiu segurando o guarda-chuva verde. E, 7 embora verde, também não era aquele o guarda-chuva, agora já ansiosamente esperado. Um momento! O porteiro, nesse momento, tornou-se involuntariamente autoritário, fazendo com que as velhas suspendessem o passo. Das entranhas do cubículo escuro, agarrado ao balcão, o porteiro retirou quatro guarda-chuvas. Um verde-claro, um verde-escuro, outro verde-petróleo e outro, ainda verde, xadrez. Nenhum, porém, ostentava o friso dourado, a alça intacta. Nenhum deles era de pontos vermelhos salpicado. Eram verdes e eram guarda-chuvas. Mas nenhum era o guarda- chuva verde, para sempre perdido. Perdido para sempre. Chegando à rua, a chuva já havia ido embora. Guarda-chuvas debaixo dos braços, as duas velhas seguiam mais lentas, mais unidas, mais inseparáveis. Acima de suas cabeças, resplandecia o céu recém-lavado. *In Ficções revista de contos, ano VI, n.12, dezembro de 2003. Rio de Janeiro, 7Letras. 4.1 Compare o diálogo e as personagens deste conto com os da crônica de Roberto da Matta. Pela sua percepção, este texto pode ser considerado um conto? Justifique sua resposta, levando em consideração as características da crônica e o que você leu sobre o conto. R: Não, pois a crônica faz com que a narrativa se desenvolva com humor. 4.2 Pode-se dizer que, apesar de O guarda-chuva verde ser um texto em prosa, apresenta elementos poéticos? Justifique sua resposta, tanto se for afirmativa quanto se for negativa. R: Poemas e poesias não podem ser considerados texto em prosa. Sua característica são suas linhas continuas e sua narrativa, mas sim existem elementos poéticos, como por exemplo a sonoridade e repetição de palavras apresentados no conto. QUESTÃO 5 (2 PONTOS) 5.1 Filmes que abordam questões literárias, como vimos também em O carteiro e o poeta, se deixam contaminar pela linguagem do tema de que tratam. Encontre no filme Balzac e a costureirinha chinesa uma passagem em que o diálogo apresente um explícito valor de construção de imagens que tocam nossos sentimentos, como faz a poesia. 8 R: os rapazes entre si conversam sobre como eles a amavam, e num determinado momento chegam a conclusão que cada um a amava d eum jeito, acaba dndo um gole na bebida e água invade a casa onde moravam, deixando submerso a maquina de costura da mulher que ambos amavam mas que nenhum conseguiu manter por perto. 5.2 Que relação se pode estabelecer entre o filme e a disciplina Literatura na formação do leitor? ( Resposta livre ) Nos mostra o quanto a leitura é capaz de transformar, principalmente quando um sistema nos aprisiona devemos ter pensamento crítico e levar a leitura como algo somatório a nossas vivências, no filme vimos vidas sendo transformadas pela leitura e isso se aplica a todos, após uma leitura adquirimos conhecimentos, opiniões além de expandir nosso vocabulário e nossos ideias. Nos transforma enquanto seres humanos, sendo capaz de nos despertar emoções que edifiquem nossa vida, como é o caso do amor próprio e da auto confiança mostrado no filme.
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