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AD2 2021 2 LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR

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Prévia do material em texto

1
 
 
AD2 – 2021.2 
DISCIPLINA: LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR 
Coordenação: Profª Ana Maria de Bulhões Carvalho
Caro (a) aluno (a): 
Esta é a segunda avaliação a distância deste semestre; uma
avaliação individual e com consulta. Aproveite a boa ocasião para
reforçar seus conhecimentos, considerando-a como um estudo
dirigido, uma oportunidade de melhorar seu rendimento final na
disciplina e garantir resultado satisfatório no Curso. 
Esta avaliação será realizada exclusivamente pela
plataforma. Para responder às perguntas, leia os enunciados das
questões e procure ser claro(a) e objetivo(a) na elaboração de suas
respostas. 
INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA 
• Releia as Aulas 5, 6 e 7 do Módulo II, sobre a prosa.
• Lembre-se de que aprova é respondida em Word.
• ATENÇÃO! Use frases completas porque a prova é
discursiva. A reposta lacônica, sem frase nem justificativa e
exemplo, quando solicitado, não garante a pontuação integral,
ainda que o núcleo da resposta esteja certo. 
• Revise tudo antes de enviar. 
Boa prova! NOTA:
VIVIANE FONSECA DA SILVA OLIVEIRA
15216080196 SMA
2
 
Conteúdos: Aulas 5,6 e 7 
QUESTÃO 1 (2 PONTOS) 
Sobre os elementos singularizantes da prosa 
 Ouça no audio complementar incluído no Módulo II, a leitura do 
conto abaixo, Um bilhete, de Machado de Assis, disponível na 
plataforma. 
 
Antes mesmo que acabasse o baile, Maria Adelaide dizia à mãe que
não queria ficar um minuto mais que fosse. 
— Que é isso? disse-lhe a mãe. Deu uma hora agora mesmo. 
— Não quero saber. Vamo-nos embora. 
— Ora, meu Deus! 
— Vamos, vamos. 
Não havia que dizer, a mãe era governada pela filha, e perderia o
lugar no céu, se tanto fosse preciso, para não desgostá-la. Note-se
que não cedia pouco desta vez; cedia a ceia, que era excelente, e a
boa viúva professava esta filosofia: — que as ceias excelentes são
preferíveis às boas, as boas às más e as más às que não têm
existência. Sacrificava a melhor parte do baile; mas, enfim,
contanto que a filha não padecesse. 
Padecer, padecia. No carro, logo que as duas entraram, Maria
Adelaide começou a ralhar com tudo, com o carro, com a capa, com
o calor, com o pó, com a mãe e consigo mesma. A mãe entendeu
logo: era algum desgosto que o Chico Alves lhe dera. Realmente,
lembrou-se que o Chico Alves, indo despedir-se delas, nem alcançou
que Maria Adelaide olhasse para ele. A moça deu-lhe os dedos, a
pontinha apenas, e falou-lhe de costas; naturalmente estavam
brigados. 
A viagem foi atribulada. Nunca o mau humor da moça foi tamanho
nem tão explosivo. A mãe pagou pelo namorado, mas como era
prudente e estava com fome, preferiu não dizer nada. 
Em casa, continuou o mau humor. A pobre criada da moça padeceu
como nunca. Maria Adelaide entrou para os seus aposentos, furiosa,
despiu-se às tontas, dizendo coisas duras, rasgando uma das
mangas do vestido, atirando as flores ao chão, raivosa e indignada
sem causa aparente. No fim, disse à criada que se fosse embora, e
ficando só rebentaram-lhe as lágrimas. Assim mesmo sozinha, ia
falando, mordendo os lábios, dando punhadas nos joelhos. Depois
arrancou da cadeira, foi à secretária e escreveu este bilhete: 
3
 
Nunca pensei que o senhor fosse tão pérfido. Nunca imaginei que
pudesse proceder como fez no baile; creia que não manifestei o
meu desgosto por dois motivos: — o primeiro, porque ainda tive
força de me dominar; segundo, porque depois do que o senhor me
fez, nada pode haver mais entre nós. Case-se com a viúva, se quer.
Mande as minhas cartas e adeus. Esta determinação é irrevogável.
Qualquer tentativa de reconciliação obrigar-me-á ao que não quero. 
Tinha dado expansão à cólera, deitou-se para dormir. O sono não
veio logo; a raiva agitou a pobre moça, e só quando começou a
madrugada foi que ela pôde dormir um pouco. No dia seguinte, o
Chico Alves recebia este bilhete: 
Desculpa algumas palavras que te disse ontem no baile. Estava
muito zangada. Vem hoje tomar chá, e eu te explico tudo. 
(Conto publicado em A Estação em 1885)
(https://pt.wikisource.org/wiki/Um_Bilhete, consultado em 18/9/2020) 
RESPONDA: 
 
1.1 Apresente, dos elementos singularizantes, as personagens do
conto, explicando suas características.
R: As personagens se destacam pela cena que se caracteriza como intensa
e dialógica, são elas Maria Adelaide, uma moça que se encontra num
momento confuso, de atribulações e pensamentos raivosos, a Mãe de
Maria Adelaide, que segundo as informações era uma senhora
incapaz de se opor a filha, e a vendo num momento tão singular
preferiu não se manifestar contra, a criada de Adelaide, que embora
não tenha tido nenhuma fala expressa, vemos que também estava na
cena e certamente também tinha sua opinião pelo fato, ela apenas se
apresenta na narrativa como uma infeliz presença durante a ira de
Maria Adelaide, infeliz tanto para a moça quanto para a própria
criada. Por último temos como personagem e talvez como o principal
dos fatos o Chico Alves, que embora estando somente na história
narrada pela moça num bilhete de desabafo, caracterizou importante
ação, visto que ele determinou o início da ira da Maria Adelaide. Ao
que podemos ver, ele teve acesso a outra perspectiva da moça,
embora não explícito se realmente tenha sido ela quem escrevera,
nos fica a sensação de que ele embora tenha desencadeado tamanha
confusão nos pensamentos dela, ele ainda não saiba que tenha
provocado a cena.
1.2 Apresente o elemento singularizante narrador que conduz a 
história, enfatizando seu tipo. 
4
 
 Considere, na resposta, o reforço de expressão oferecido pela leitura 
do ator Othon Bastos, para considerar o tipo de narrador. 
R: O modo de narrar e a maneira de narrar seu ponto de vista da história 
são elementos fortes no áudio de Othon Bastos, pois tivemos acesso 
a uma cena fictícia, oriunda de uma cena real, onde o narrador tendo 
sua própria análise e interpretação, foi capaz de nos transferir, 
considerando seu tom de voz, as pausas feitas e também a 
velocidade em expressar determinadas ações.
1.3 Como descreve a ação apresentada no conto? Fale do tempo e 
do espaço em que ocorre a ação em seus desdobramentos.
R: A ação se apresenta como conflituosa, onde pelo que pode-se analisar 
Maria Adelaide numa cena de ciúmes, começa a ter uma sequência de
pensamentos e ações caracterizadas por raivas e excessos de 
sentimentos confusos. Sua mãe como uma pessoa passiva, decide 
por seguir com ela para casa, onde acompanha toda a cena. A criada 
se depara com a moça, mas o encontro é rápido, em seguida sozinha 
Adelaide chora, e desabafa num bilhete todo ódio que sente. Pela 
madrugada adorme e envia um bilhete mais coerente e educado, 
diferente de tudo que ela avia cogitado enviar por escrito na noite 
passada. Ao fim da narrativa Chico Alves lê o bilhete, e nele estão 
palavras de carinho ansiosas por afeto.
1.4 Qual o conflito da narrativa? Como a construção do conto 
explicita o conflito?
R: o conflito se inicia pelo ciúmes de Maria Adelaide a se deparar com uma 
cena que a mesma considerou imprópria para o seu namorado. O 
conto constrói elementos que são possíveis identificar momentos na 
cena que transmitem a sensação de impacto, quando ela se depara 
com a situação, e como a raiva a toma conta, deixando para trás a 
festa que acabou de chegar, indo para a casa contra a vontade da 
mãe e rasgando seu vestido por conta do ódio. Através da relevância 
do choro podemos identificar um conflito de sentimentos vivido pela 
moça, e a narrativa através desses elementos acaba por nos envolver
e nos transformar em espectadores de uma cena fictícia, mas que 
vivida na realidade.
QUESTÃO 2
Sobre o fantástico
Mais uma vez, usaremos o argentino Jorge Luiz Borges, mestre do
fantástico. No Prólogo de O livro dos seres imaginários, explica: “Nos
ativemos [...] ao que imediatamente sugere a locução ‘seres imaginários’;
compilamosum manual dos estranhos entes que engendrou, ao longo do
5
 
tempo e do espaço, a fantasia dos homens” (p.XI) O livro foi escrito em
1967 e, na tradução de Carmen Cirne Lima, publicado pela editora Globo,
em 1982.
Vejam como desafia nossa imaginação esta imagem com que abre o
pequeno texto sobre “O Minotauro”(p.97):
A ideia de uma casa feita para que as pessoas se percam talvez seja mais
extravagante que a de um homem com cabeça de touro, mas as duas se
ajudam e a imagem do labirinto convém à imagem do minotauro. Fica bem
que no centro de uma casa monstruosa haja um habitante monstruoso.
(Conheça o Minotauro e o labirinto lendo os verbetes do Dicionário de 
Mitologia Grega em 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/409973/mod_resource/content/2/
demgol_pt.pdf)
2.1 Com base na Aula 5, responda: o que a leitura deste texto 
causa? Justifique sua resposta.
R: Seu elemento principal é a fantasticidade, que através da psicologia 
desperta nos leitores uma curiosidade sobre o desconhecido, o levando a 
leitura para que obtenha conhecimento sobre o assunto, e diga afinal qual 
sua opinião sobre ele. A leitura do trecho causa exatamente isso, a 
necessidade de abrir o link para que possamos ter acesso ao conteúdo e 
verificar se o que está escrito pode ser verdadeiramente considerado 
relevante, além de atribuir ao leitor conhecimentos sobre assuntos 
específico, que por muitos é discutido.
2.2 Que termos nessa passagem de Borges indicam que a narrativa
pertence ao gênero fantástico? Explique e exemplique.
R: Pois gera sentimento de inquietação no leitor, o levando a explorar
conhecimentos sobre o assunto, a fim de descobrir sobre coisas inexploradas sem
fontes concretas, mas que geram curiosidade e muitos adeptos. 
Podemos exemplificar com a teoria de vida fora da Terra, alguns estudiosos
acreditam e defendem esta tese, e para conquistar os leitores atribui características
na sua forma de falar, trazendo o leitor a um fato desconhecido características por
ele imagináveis, como por exemplo a característica de seres que por exemplo
vivem num habitat gelado, com outra forma de respiração e fontes de vida. Sendo
assim o mergulha no imaginário a fim de experimentar novos conhecimentos.
QUESTÃO 3 
Leia a fábula “A tartaruga e a águia” do escritor grego Esopo (620
a.C.?-564 a.C.?).
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/409973/mod_resource/content/2/demgol_pt.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/409973/mod_resource/content/2/demgol_pt.pdf
6
 
Uma tartaruga pediu a uma águia que a ensinasse a voar. A ave tentou
dissuadi-la:
– Voar é completamente contrário à sua natureza.
Mas a tartaruga suplicou e insistiu ainda mais. Então a águia pegou a
tartaruga com suas garras, levou-a até bem alto no céu e depois a soltou. A
tartaruga caiu nos rochedos e se espatifou.
3.1 Apesar de curta, a narrativa contém os elementos principais
da fábula. Explicite e exemplifique quais são.
R: A narrativa é empregada com elementos sendo a forma de narrar,
personagens, a ação, e o diálogo e narrativa fantástica onde o leitor
acompanha a cena e através da leitura esboça um certo impacto e
indignação com a ação da águia, e o resultado dos atos.
A forma de narrar se caracteriza numa breve contação de fato fictício,
onde ainda que inverdade transmite sensações específicas no leitor.
Personagens: Águia e Tartaruga
Ação: Ato de, estar voando e por fim levar a tartaruga para cima, a
soltando posteriormente.
Diálogo: Onde a tartaruga iludida, se propõe a aprender a voar e a
águia mesmo sabendo que seria impossível a carrega para a morte.
Narrativa fantástica: Quando esboçamos curiosidade sobre a ação
final, e envolve personagens atípicos capazes de gerar
estranhamento e curiosidades.
3.2 Esta pequena fábula parece remeter ao mito grego referido
nesta avaliação. Explore a relação que se pode estabelecer
entre eles.
R: embora se tratanto de assuntos diferentes as duas analgias
trazem elementos característicos, capazes de serem
observado quando o leitor tem acesso a algo fora de
conhecimentos contatados, mas que esboçam vontade de
conhecer. Embora a fábula traga personagens específicos que
logicamente não existem, ela lança através de elementos
7
 
fantásticos a necessidade de ler a história por completo para
obter conhecimento sobre o fato final.
QUESTÃO 4 (valor 2,0 – no Diário de Bordo)
Sobre a criação e a lembrança de textos
Diz, Ricardo Píglia, escritor argentino, um leitor de Borges: “A leitura é a
arte de construir uma memória pessoal a partir de experiências e
lembranças alheias. As cenas dos livros lidos voltam como lembranças
privadas”.
Exercício de recriação e intertextualidade. 1. Lembre-se de um livro,
ou de um texto literário completo, de ficção, e ou de um
personagem que o impressionou na Literatura infantil. 2. Escreva
uma página de diário pessoal imaginário em que conte um sonho em
que você se vê como esta personagem, ou a encontra numa
determinada aventura. Mas conte de tal modo que o leitor do seu
sonho possa identificar a referência original, embora você não diga
explicitamente qual seja. Na correção será avaliada a sua
capacidade de explicitar a intertextualidade e a recriação no texto
de diário que criar.
R: Hoje acordei feliz e sorridente, me olhei no espelho e vi meus olhos
brilhando como se fossem duas azeitonas pretas, nossa! Como fiquei feliz.
Minha pele estava pretinha e eu tinha laços no meu cabelo, todos eles
cuidadosamente colocados pela minha mamãe. Mas de repente, do nada
ouvi um barulho bem alto. Nossa! Alguém invadiu a minha casa. Ora ora,
era um coelho. Todo bonitinho, bem peludinho e bem branquinho, mas uma
coisa que não entendi foi o porque de ele estar tão inquieto, já passava dos
dez minutos que ele havia entrado, e ele continuava a me olhar, como se eu
fosse de outro mundo. Mas, como eu gostei daquele coelhinho, jamais vi
uma coisinha tao linda! Foi ai que ele falou comigo. Sim, ele falou! Como se
fosse gente, me perguntou qual era o meu segredo de ser tão pretinha.
Pude notar que ele também simpatizou comigo, como eu simpatizei por ele,
então me propuz a ajudar e contei que eu tomei bastante café, neste
momento o meu novo amigo foi embora, e eu fiquei um tanto triste. E
passado algum tempo, novamente ele voltou. Disse que foi em casa e
preparou um cafezinho, mas ainda continuou branquinho. Eu naquele
momento entendi o que ele estava tentando fazer, aquele coelho
branquinho e fofinho queria ser como eu, então me empenhei em ajudar. 
-Nossa! Você realmente vai me ajudar? Disse o meu amigo coelho.
-Sim, meu amiguinho! Então fui ate a cozinha e peguei jabuticabas para
ele, e o danadinho comeu como nunca havia visto um coelho comer. Neste
8
 
instante ele foi embora correndo, falou que ia dar um pulo no banheiro da
casa dele, eu cai na risada e vi ele indo embora. Agora a pouco ele esteve
aqui, e numa última tentativa de ajudar sugeri ele a tomar um banho no
piche. Fizemos uma bagunça danada, e tem piche por toda casa. O pior é
que está chovendo, e o coitado acabou de sair. Da minha janelinha vejo
minha mamãe conversando com ele, acho que ela está dando outra dica
para ele também ser bem pretinho.
Esse sonho foi lindo, meu querido diário. Mas agora estou pensativa, pois
na minha varanda apareceram 5 coelhinhos bem pretinhos, sendo uma a
mãe deles acompanhada do papai, só que este é bem branquinho.
QUESTÃO 5 (2 pontos) análise de texto ficcional em prosa
Espírito natalino, de Moacyr Scliar
"Homem disfarçado de Papai Noel tenta matar publicitária em SP." 
(Caderno Cotidiano - Folha de S. Paulo - 18/12/01)
Primeira coisa que ele fez, ao chegar em casa, foi tirar a roupa de Papai
Noel: estava muito quente, suava em bicas. Também queixou-se de dor na
coluna. Isso é por causa do saco que você carrega, observou a mulher. De
fato pesava bastante,o tal saco. A razão ficou óbvia quando ele esvaziou o
conteúdo sobre a mesa: revólveres, granadas, submetralhadoras, vários
pentes de munição. Já não dá para sair de casa sem um arsenal,
resmungou. O seu mau humor era tão óbvio que ela tentou amenizá-lo,
puxando conversa. Como foi o seu dia, perguntou.
- Um desastre foi a azeda resposta. - Mais uma vez errei a pontaria. Já é a
segunda vez nesta semana.
- Isto é o cansaço - disse ela.
- Você precisa de um repouso. Amanhã você vai ficar em casa, não vai?
- De que jeito? Tenho trabalho.
- Amanhã? No dia de Natal?
- O que é que você quer? É a minha última chance de usar a fantasia de
Papai Noel Tenho de aproveitar.
Suspirou:
- Vida de pistoleiro de aluguel é assim mesmo, mulher. Natal, Ano Novo,
essas coisas para nós não existem. Primeiro a obrigação. Depois a
celebração.
Ela ficou pensando um instante. - Neste caso - disse -, vamos antecipar a
nossa festinha de Natal. Vou lhe dar o seu presente.
Abriu um armário e de lá tirou um caprichado embrulho. Surpreso, o
homem o abriu com mãos trêmulas. E aí o seu rosto se iluminou:
- Um colete à prova de balas! Exatamente o que eu queria! Como é que
você adivinhou?
9
 
- Ora - disse ela, modesta, afinal de contas eu conheço você há um bocado
de tempo.
Ele examinava o colete, maravilhado. E aí notou que ele era todo enfeitado
com minúsculos desenhos.
- O que é isto? perguntou intrigado.
Ela explicou: eram pequenas árvores de Natal e desenhos do Papai Noel,
trabalho de uma habilidosa bordadeira nordestina:
- Para você lembrar de mim quando estiver trabalhando.
Ele começou a chorar baixinho. Em silêncio, ela o abraçou. Compreendia
perfeitamente o que se passava com ele. Ninguém é imune ao espírito
natalino.
(Texto extraído do jornal Folha de S. Paulo, São Paulo, edição de
24/12/2001, publicado com o título "Espírito natalino".)
5.1 Considere os dois textos, a manchete de jornal e o texto
literário, e as datas de sua publicação. Comente a relação que se
pode estabelecer entre ambos.
 R: Ambos publicados em época natalina, pois contam fatos que
aconteceram durante as festas de fim de ano, onde muitos se vestem de
papai noel. A relação se dá pelo fato de os personagens principais da oração
usarem de trajes iguais para cometerem seus delitos. Usam características
textuais envolvendo caráter informativo e se relacionam pela forma que
transmitem o acontecimento do fato. No texto ainda usam de elementos
como diálogo e modo de narração, como a enfatização de emoções vividas
pelo pistoleiro de aluguel.
5.2 O que torna singular este texto, a partir da análise das
personagens nele apresentadas?
R: A forma de transmitir a ideia, usando um modo único de narração,
atribuindo ao leitor a sensação de que mesmo um pistoleiro de aluguel pode
se comover em épocas natalinas.
	INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA

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