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Características do Estafilococos

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CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
 É constituído por 35 espécies, das quais 16 são 
encontradas em seres humanos e podem provocar 
diferentes síndromes clinicas (infecções como 
cutâneas, oportunistas, nas vias urinárias e 
sistêmicas). 
 
 Células esféricas (de 0,5 a 1,5 um de diâmetro) 
dispostas em cachos irregulares, cocos isolados, 
aos pares, tétrades e cadeias (em meios de cultura 
líquido). 
 
 
 Colônias amarelas, acinzentadas ou laranja = 
grande quantidade de pigmentos carotenoides 
localizados na membrana celular; 
Colônias brancas = pequena quantidade de 
carotenoides. 
 
 
 
 
 Gram-positivas, imóveis e não formam esporos. 
 
 
*tabela 
 
 Anaeróbios facultativos: metabolismo respiratório 
e fermentativo produzindo catalase e utilizando 
grande quantidade de carboidratos. 
Anaerobiose = principal produto da degradação da 
glicose é o ácido lático; 
Aerobiose = o principal produto é o ácido acético 
(pequena quantidade de CO2). 
 
 Resistência aos antibióticos e à penicilina: 
• Produção de betalactamases = codificada por 
plasmídeos e transmitidos por conjugação e 
transdução. 
(Resistentes à penicilina G, ampicilina e 
ticarcilina); 
• Resistência à meticilina (MRSA) = alteração de 
proteínas ligadoras de penicilina (PBP) 
codificada e sem relação com a produção de 
betalactamases. 
(Resistentes à nafcilina e oxascilina); 
• Resistência à vancomicina (VRSA) = cepas de 
resistência intermediária é devido a síntese 
aumentada da parede celular e alterações na 
parede. 
• Resistência às tetraciclinas, eritromicinas e 
aminoglicosídeos = mediada por plasmídeos 
são frequentemente isoladas. 
 
ESTRUTURA ANTIGÊNICA 
 Ácidos teicóicos: são polímeros, contendo fosfato 
unidos por ligações covalentes a resíduos do 
peptideoglicano ou à membrana citoplasmática 
por meio de ligações lipofílicas, que constituem de 
30 a 50% do peso seco da parede celular e estão 
relacionados com a aderência do microrganismo e 
também a ativação do complemento. 
 
 
 Proteína A (ou aglutinógeno A): cobre a superfície 
das cepas, é ligada à camada de peptideoglicano ou 
à membrana citoplasmática, apresenta 
propriedade de reagir com o fragmento das 
moléculas da maioria dos soros de mamíferos, 
geram fatores quimiotáticos derivados do 
complemento (que podem responder em parte 
pela purulência), possui propriedades 
antifagocitárias e é liberada para o meio de cultura 
durante o crescimento do microrganismo. 
 
 Coagulases: se liga ao fibrinogênio transformando-
o em fibrina insolúvel que causa aglutinação de 
microrganismos quando os mesmos são incubados 
com soro ou plasma. 
 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
 Cápsula e camada mucoide: ambos estão 
associadas à capacidade de algumas amostras 
patogênicas de aderir a cateteres e outros 
materiais, tornando-se focos de infecção. 
• Cápsula é polissacarídica, mais resistente à 
fagocitose por polimorfonucleares neutrófilos; 
• Camada mucoide é um filme frouxamente 
ligado, solúvel em água, monossacarídica, 
proteínas e pequenos peptídeos, responsável 
pela aderência dos estafilococos ao 
fibrinogênio e a fibrina. 
 
 Proteína ligadora de fibronectina: promove a 
fixação à fibronectina em ferimentos, fenômeno 
importante para posterior invasão de tecidos mais 
profundos. 
 
 Peptideoglicano: constitui a metade do peso da 
parede celular e apresenta atividade semelhante à 
endotoxina (estimulando a produção de pirogênio 
endógeno, a ativação do complemento, a 
produção de interleucina 1 pelos monócitos e 
agregação de polimorfonucleares neutrófilos) 
contribuindo para a resposta inflamatória. 
 
TOXINAS 
 Citolíticas: 
• Toxina Alfa = possui ação sobre músculo liso, 
causando constrição de pequenos vasos e 
necrose isquêmica do tecido afetado; 
• Toxina Beta = atua sobre glóbulos vermelhos, 
age na destruição tecidual, na formação de 
abcesso e na capacidade de proliferação na 
presença de resposta inflamatória; 
• Toxina Gama (hemolisina gama) = lisa 
eritrócitos e células linfoblásticas; 
• Toxina Delta = proteína termoestável e 
hidrofóbica; 
• Toxina Leucocidina = alterações na membrana 
e causa aumento da permeabilidade, 
degranulando neutrófilos e macrófagos. 
 
 Esfoliativa (ou toxina epidermolítica): responsável 
pela síndrome estafilocócica da pele queimada, 
levando a ruptura dos desmossomos da camada 
granular do epitélio. 
 
 1 da síndrome do choque tóxico (ou exotoxina 
pirogênica C/na F): secretada durante o 
crescimento de algumas cepas, é um 
superantígeno e ativadora policlonal das células T. 
 
 Enterotoxinas: existem 5 tipos imunologicamente 
distintos, são resistentes à fervura por 30min e à 
hidrólise pelas enzimas gástricas (a ingestão de 
1um leva 2-6hrs a quadro gastrointestinal agudo 
com vômitos, diarreia e mal estar), são fortes 
ativadores de células T e formação de citocinas, 
atuando no sistema nervoso central e não 
diretamente na mucosa intestinal. 
 
ENZIMAS 
 Coagulase: potencialmente patogênica, coagula o 
plasma transformando protrombina em trombina, 
que por sua vez ativa a formação de fibrina a partir 
do fibrinogênio. 
 
 Catalase: catalisa a conversão do peróxido de 
hidrogênio (substância tóxica que se forma 
durante o metabolismo celular) em água e 
oxigênio; na fagocitose é uma substância ativa na 
destruição da partícula fagocitada, assim os 
estafilococos destroem essa molécula e 
sobrevivem ao processo de destruição do oxigênio 
dependente que ocorre no interior dos 
fagossomos. 
 
 Estafiloquinase (ou fibrinolisina): ativa o sistema 
plasminogênio do plasma gerando plasmina 
(substância capaz de dissolver coágulos 
sanguíneos). 
 
 Lipase: enzima elaborada que permite a 
colonização da pele e agem sobre lipídios 
presentes em membranas celulares. 
 
 Hialuronidase: enzima que despolariza o ácido 
hialurônico e favorece a penetração do 
microrganismo produtor no tecido conjuntivo. 
 
 DNAse: despolariza DNA. 
 
 Betalactamase: confere resistência à penicilina 
atuando no anel beta-lactâmico. 
 
PATOGENIA – causa supuração já que se estabelecem 
nos tecidos mais profundos do organismo, 
multiplicam-se causando necrose e eventual formação 
de abcesso, o que resulta em um dano irreversível e 
deixando cicatrizes permanentes. Em casos graves, 
atravessam as barreiras limitantes das lesões e 
invadem a corrente linfática e sanguínea. 
 
 S. aureus: produção de toxina ou invasão e 
destruição tecidual (furúnculos, síndrome da pele 
queimada, pneumonia, osteomielite, meningite, 
endocardite, amigdalite, enterocolite, infecções 
urogenitais, intoxicações alimentares, pulpites e 
estomatites). 
 
 Síndrome da pele escaldada: dermatite 
esfoliativa/eritema que recobre todo o corpo, com 
posterior formação de bolhas ou vesículas 
(causada por cepas específicas de S. aureus, 
contendo microrganismos e são altamente 
infecciosos). 
 
 Síndrome do choque tóxico: tem início abrupto 
com febre, hipotensão e exantema eritematoso 
macular difuso, podendo colonizar feridas ou 
crescer em tampões absorventes utilizadas por 
mulheres em período menstrual e produzir a 
toxina, que é liberada na corrente sanguínea. 
 
 Intoxicação alimentar: causada pela ingestão de 
enterotoxina (proteínas termoestáveis, portanto o 
subsequente aquecimento do alimento após a 
produção da toxina não destrói as enterotoxinas) 
pré-formada no alimento (geralmente em 
alimentos de alto teor proteico, como carnes, 
queijos, ovos, leite, camarões, maionese, tortas 
cremosas etc). 
 
 Infecções cutâneas: infecção superficial 
caracterizada por mácula que pode originar 
vesículas repletas de pus: 
• Foliculite é a infecção dos folículos pilosos; 
• Furúnculo (são abcessos formados na pele) 
extensão da foliculite e se apresenta como 
nódulos dolorosos com tecido necrótico; 
• Celulite é uma inflamação difusa da 
disseminação do microrganismono tecido 
subcutâneo; 
• Carbúnculo é a coalescência do furúnculo, 
alcançando o sangue e causando bacteremia e 
disseminação para outros tecidos. 
 
 Disseminação de S. aureus: atingem a corrente 
sanguínea a partir de infecções cutâneas. 
• Endocardite bacteriana ocorre como 
consequência do uso prolongado de cateter 
intravascular contaminado; 
• Pneumonia é disseminação hematogênica e 
pode ter início após aspiração de secreção oral; 
• Osteomielite pode ser consequência de 
disseminação hematogênica ou pode ser uma 
infecção secundária decorrente de 
traumatismo ou ainda por disseminação do 
microrganismo a partir de uma área adjacente. 
 
 S. epidermidis: habitante natural da pele e 
considerado como um patógeno oportunista que 
pode colonizar válvulas cardíacas, cateteres 
intravasculares. 
 
 Endocardite: estafilococos coagulase negativos 
podem infectar válvulas cardíacas nativas ou 
próteses valvulares. Os usuários de drogas 
injetáveis são considerados indivíduos suscetíveis, 
pois esses microrganismos fazem parte da 
microbiota da pele humana e podem penetrar na 
corrente sanguínea através de agulha 
hipodérmicas. 
 
 Infecções de cateteres: estafilococos coagulase 
negativos e agentes de infecção de próteses, 
cateteres e derivações. As cepas, isoladas nesses 
casos, são produtoras de muco polissacarídeos. 
 
 S. saprophyticus: predomina em infecções 
urinárias, pois possui capacidade de aderência 
maior às células epiteliais do trato urinário que as 
demais espécies e do que às células epiteliais da 
boca ou da pele, podendo causar, além da 
eliminação de muitos microrganismos na urina: 
• Disúria; 
• Piúria. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Exame bacterioscópico: a partir de material 
problema (exsudato da lesão) são feitos esfregaços 
corados pelo método de Gram. A maioria dos cocos 
é Gram-positivo, mas os microrganismos mortos 
ou lisados são Gram-negativos. A presença de 
abundantes neutrófilos é indicativa do caráter 
purulento da infecção. Não é possível diferenciar 
os microrganismos patogênicos dos não 
patogênicos. 
 
 Semeadura: o material suspeito é semeado em 
ágar sangue e incubado. Há o crescimento de 
colônias e deve-se realizar exame bacterioscópico 
destas suspeitas para confirmação da morfologia. 
A partir da colônia em que na bacterioscopia 
foram observados cocos Gram-positivos, o isolado 
deverá ser repicado para o caldo glicosado para 
obtenção de cultura pura e possível realização das 
demais provas. 
 
 Prova da catalase: se destina à verificação da 
presença da enzima catalase. É usada para 
diferenciação de estafilococos, micrococos e 
estomacocos dos estreptococos que são catalase-
negativos. Interpretação: positivo para 
estalifococos, micrococos e estomatococos, e 
negativo para estreptococos. 
 
 Prova da coagulase: verifica a capacidade de um 
microrganismo coagular o plasma através da 
enzima coagulase. É usada para identificação de 
estafilococos catalase positiva, sendo 
frequentemente critério de virulência e 
patogenicidade. Interpretação: se ocorre a 
coagulação, é positiva. 
 
 Verificação de oxidação – fermentação (meio OF): 
realizado e verificando-se a fermentação de glicose 
pelo microrganismo na presença (oxidação) e 
ausência (fermentação) do oxigênio, em presença 
de indicador de pH. 
 
 Voges Proskauer (VP): visa a verificar a rota de 
fermentação butileno glicólica, dentre os 
estafilococos coagulase positiva. 
 
 Fermentação da trealose: verifica a capacidade do 
microrganismo utilizar um carboidrato por meio da 
rota fermentativa com produção de ácido. 
 
 β-galactosidade: a presença dessa enzima é 
característica da coagulase positiva.

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