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Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR INTRODUÇÃO • Hemorragia digestiva baixa: sangramento digestivo abaixo do ângulo de Treitz. → Sangramento em jejuno, íleo cólons e reto. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Hematoquezia: sangue vivo nas fezes. • Enterorragia: diarreia sanguinolenta. • Pode haver melena, em casos mais raros. → Esses sintomas podem estar presentes em uma hemorragia alta de grande monta, com sangramento intenso sem digestão. → Efeito catártico: encurtamento do tempo no TGI e exteriorização. ABORDAGEM INICIAL • Tratar o paciente como caso potencialmente grave + anamnese completa + exame físico + testes laboratoriais. • História: hematoquezia/enterorragia. • Exame físico: repercussão de grande perda sanguínea (taquicardia, hipotensão, má perfusão periférica e choque) • Medidas iniciais: estabilização clínica do paciente. → Acessos venosos calibrosos, reanimação volêmica, suplementação de O2, monitorização, medidas de suporte avançado de vida (intubação, ventilação mecânica, acesso venoso central + droga vasoativa, transfusão de hemocomponentes) e preparação para EDA. • Endoscopia digestiva alta: para identificar e excluir uma hemorragia digestiva alta maciça, que pode causar um efeito catártico no TGI. • Após esses eventos iniciais e a exclusão de um quadro de HDA, o paciente passa por uma colonoscopia. → É comum que nesse tempo, o sangramento pare, mas mesmo assim a colonoscopia deve ser realizada para identificar a causa. COLONOSCOPIA • Deve ser realizada nas 24 hrs do sangramento, com preparo de cólon. → Detecta sinais de sangramento com presença de coágulos nos cólons. ETIOLOGIAS • Doença diverticular dos cólons. • Angiodisplasia. • Tumores colorretais. METÓDOS ADICIONAIS ANGIOTOMOGRAFIA • Primeiro método adicional a ser solicitado. • Detecta sangramentos de até 0,3 - 0,5 mL/min. • Resultado positivo: detecta o local do sangramento. • Não é terapêutico e usa radiação ionizante. CINTILOGRAFIA COM HEMÁCIAS MARCADAS • Hemácias são tingidas por um radioisótopo, detectando sangramentos de 0,1 – 0,5 mL/min. • Desvantagens: não tem estratégia terapêutica, depende de um sangramento ativo e não indica local do sangramento, apenas a área em que ele se encontra. • Útil em casos específicos: → Doenças diverticular de cólons: diferenciar o lado do sangramento. → Origem indeterminada: diferenciar sangramento entérico de cólico. ARTERIOGRAFIA MESENTÉRICA SELETIVA • Procedimento radiointervencionista de baixa disponibilidade e alta complexidade. • Cateterização dos ramos mensentéricos com injeção de contraste. → Ao observar o extravasamento do contraste, é possível identificar o território sangrante. • Apesar do potencial terapêutico é o último método a ser realizado por conta do uso de radiação ionizante, grande volume de contraste iodado, risco de infarto intestinal, risco de sangramento e trombose do sitio do cateterismo. ENTEROSCOPIA • Procedimento que percorre o intestino delgado de forma anterógrada ou retrograda. • Pouco disponível e complexo. ETIOLOGIAS POSSÍVEIS • Colorretais: → Doença diverticular Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR → Angiodisplasia → Tumores colorretais → Pólipos → Doença inflamatória intestinal → Isquemia mesentérica • Jejunais e ileais: → Doença inflamatória intestinal → Divertículo de meckel → Tumores → Pólipos → Angiectasias e angiodisplasias • Causa de intestino delgado são apenas 10% dos casos de HDB. • A maior parte dos casos é por: 1. Doença diverticular 2. Angiodisplasia 3. Tumores colorretais CONTROLE DO SANGRAMENTO DIGESTIVO BAIXO PACIENTE PERSISTENTEMENTE INSTÁVEL • Tratamento cirúrgico de urgência. → Colectomia subtotal. • A ressecção exclusiva de um território ocorre em casos em que há uma localização clara do sangramento (ex: tumor colorretal ou doença diverticular exclusiva de cólon direito). DOENÇA DIVERTICULAR DE CÓLONS • Causa mais frequente de HDB. • Doença diverticular + presença de sangramento ativo. • Curso autolimitado e quando ocorre a colonoscopia, o sangramento já não está mais ativo. → Conduta conservadora. • Em casos de sangramentos ativos, a colonoscopia pode ter valor terapêutico. → Eletrocauterização, clipagem metálica ou injeção de adrenalina. • Diferente da endoscopia na HDA, a colonoscopia não é tão eficaz em conter o sangramento na HDB. • Tratamento cirúrgico: indicado em pacientes que não atingem estabilidade clínica ou que o sangramento persiste após colonoscopia terapêutica. → Colectomia direta: doença diverticular apenas no cólon direito. → Colectomia subtotal: doença diverticular difusa nos cólons, não sendo possível identificar o foco do sangramento. • Colectomia direita ou esquerda: doença diverticular difusa nos cólons, mas que foi possível identificar o local do sangramento. ANGIODISPLASIA • Vasos aberrantes em todo TGI, que ocorrem frequentemente nos cólons, principalmente no cólon direito (ceco) e em idosos. • Não é tratada se encontradas incidentalmente, apenas em casos de HDB. • Terapêutica: colonoscopia com eletrocauterização, injeção de adrenalina, ablação por argônio ou colocação de clipes metálicos. • Cirurgia: ressecção do segmento do colo acometido. TUMORES COLORRETAIS • Se o sangramento parar espontaneamente nas primeiras 24 hrs após identificação do tumor, o paciente é operado eletivamente. • Se o sangramento continuar, o paciente é operado em urgência. → Ressecção do território acometido. ETIOLOGIA NÃO IDENTIFICADA EM COLONOSCOPIA • Sangramento de origem obscura pode ser: → Sangramento colorretal não identificado na colonoscopia. → Sangramento de intestino delgado. • Localização do sangramento com angiotomografia, seguido por cintilografia com hemácias marcadas para identificar o local do sangramento. → Lesão nos cólons: cirurgia ou arteriografia com vasopressor/embolização. → Sangramento em intestino delgado ou não identificado: enteroscopia, que pode ser terapêutica ou apenas diagnóstica, levando a cirurgia posterior. APRESENTAÇÃO CRÔNICA Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR • A HDB crônica apresenta hematoquezia ou até mesmo melena, se interceptando com uma HDA. • Nesse caso, o primeiro exame é a colonoscopia, uma vez que a EDA tem maior utilidade em casos agudos. • As principais etiologias são o câncer colorretal e a doença inflamatória intestinal. → Câncer colorretal: sangramento crônico, paciente em idade avançada, perda ponderal, emagrecimento, astenia, anemia. → Doença inflamatória intestinal: diarreia crônica com produtos patológicos, e uma quadro de surto X remissão em um paciente jovem. • Se nesse caso, a colonoscopia for normal, é indicada a enteroscopia ou a cápsula endoscópica. DOENÇA ORIFICIAL VS. HDB • Se o paciente tem HDB e ao exame proctológico apresenta uma doença orificial, é necessário mesmo assim, investigar a HDB. FLASHCARDS Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR Mariane Piva Sanchez – Medicina UFR
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