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Cinesioterapia: Técnicas e Métodos Terapêuticos

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CINESIOTERAPIA
Gabriela Souza de Vasconcelos
Técnicas e métodos 
cinesioterapêuticos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar técnicas e métodos cinesioterapêuticos com valor 
terapêutico.
  Relacionar as diferenças existentes entre os métodos e técnicas 
cinesioterapêuticos.
  Planejar intervenções práticas utilizando os métodos e técnicas 
cinesioterapêuticos.
Introdução
Ao planejar o programa de reabilitação física de cada paciente, o fisiotera-
peuta deve levar em conta inúmeros fatores, que vão desde os resultados 
da avaliação cinético-funcional até sua habilidade em aplicar determi-
nada técnica ou método cinesioterapêutico. Com o desenvolvimento e 
crescimento da profissão, existem muitas técnicas cinesioterapêuticas à 
disposição dos fisioterapeutas nos dias de hoje. Por isso, é importante co-
nhecer essas técnicas e entender os seus princípios e suas aplicações, pois 
elas podem ser de grande valia para a recuperação física dos pacientes. 
Neste capítulo, você conhecerá os métodos e técnicas cinesiotera-
pêuticos, entenderá as diferenças entre eles e como eles são aplicados 
nas intervenções fisioterapêuticas.
1 Métodos e técnicas com valor terapêutico 
Atualmente, a fi sioterapia conta com inúmeros métodos e técnicas cinesio-
terapêuticos para auxiliar e promover o processo de reabilitação física dos 
pacientes. De acordo com Dutton (2010), os métodos e técnicas cinesiotera-
pêuticos são mais efi cazes se estiverem apoiados nas abordagens orientadas 
para problemas e necessidades funcionais dos pacientes, bem como para os 
objetivos acordados mutuamente na avaliação cinético-funcional. Além disso, 
segundo Prentice (2012), os protocolos de reabilitação física e as progressões 
devem ser baseados principalmente nas respostas fi siológicas dos tecidos a 
lesões e no modo como os vários tecidos cicatrizam.
Os métodos e técnicas cinesioterapêuticos são aplicados com o intuito de 
diminuir a dor, controlar a inflamação, favorecer o processo de cicatrização 
e melhorar a força, a flexibilidade, a coordenação e a propriocepção, além de 
proporcionar reeducação neuromuscular e funcional e o retorno às atividades 
cotidianas e esportivas (KISNER; COLBY, 2017).
Diante disso, uma grande diversidade de técnicas cinesioterapêuticas pode 
ser utilizada para comtemplar esses objetivos fisioterapêuticos e favorecer a 
plena recuperação do paciente. Além das técnicas cinesioterapêuticas mais 
comumente divulgadas, como McKenzie, Pilates, Total Resistance Exercises 
(TRX) e treinamento funcional, existem outras que podem ser aplicadas 
com muito sucesso durante o processo de reabilitação física, como método 
Feldenkrais, série de Williams, método Klapp, método isostretching, técnica 
de Alexander, Escola de Postura ou Escola de Coluna e integração psicofísica 
de Trager (BLACKBURN; PORTNEY, 1981; FELDENKRAIS, 1997; RE-
DONDO, 2001; DUTTON, 2010; IUNES et al., 2010; GARCIA et al., 2011; 
KISNER; COLBY, 2017).
De modo geral, essas últimas técnicas citadas fazem parte de técnicas 
integrativas, que combinam terapias complementares ou holísticas com prática 
fisioterapêutica convencional. Seu objetivo é cuidar do praticante como um 
todo, ou seja, o tratamento é da pessoa e não da doença em questão. Além 
disso, elas empregam todas as modalidades terapêuticas possíveis, em vez 
de um número limitado, e permitem que os pacientes, sempre que possível, 
usem abordagens de autocuidado e participem das decisões relacionadas à 
sua saúde (DUTTON, 2010). 
Mesmo com esse enfoque mais holístico a respeito da cura e do in-
divíduo, todas essas técnicas cinesioterapêuticas visam a recuperação 
da elasticidade natural dos músculos, o fortalecimento muscular e o es-
tabelecimento de padrões motores ideais para otimizar a proteção das 
articulações e dos tecidos moles adjacentes. Em resumo, essas técnicas 
podem ser aplicadas para manter, recuperar e prevenir disfunções cinético-
-funcionais (DUTTON, 2010).
A escolha das técnicas para cada caso será baseada no resultado da ava-
liação cinético-funcional, na habilidade e conhecimento do fisioterapeuta em 
aplicar determinada técnica, na familiarização com os objetivos terapêuticos 
Técnicas e métodos cinesioterapêuticos2
de cada técnica e na necessidade do paciente. O foco principal dessas técnicas 
cinesioterapêuticas é aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e de-
sempenhar um papel importante na educação dos pacientes contra os excessos 
habituais (PRENTICE, 2012; KISNER; COLBY, 2017).
Os métodos e técnicas cinesioterapêuticos abordados neste capítulo têm o objetivo de 
aliviar os sintomas, orientar e educar os pacientes e corrigir desequilíbrios musculares 
mediante a recuperação do comprimento normal dos músculos. De acordo com 
Dutton (2010), isso é fundamental nas intervenções fisioterapêuticas, pois as relações 
ideais de tensão–comprimento e de forças acopladas asseguram a manutenção da 
cinemática articular normal, ou seja, padrões de movimentos satisfatórios e indolores.
2 Comparação entre os métodos e técnicas 
cinesioterapêuticos
Existe uma grande diversidade de técnicas e métodos cinesioterapêuticos que 
podem complementar ou até mesmo servir como tratamento único de diversas 
disfunções cinético-funcionais, principalmente aquelas relacionadas com a má 
postura corporal e com dores crônicas na coluna vertebral (BLACKBURN; 
PORTNEY, 1981; FELDENKRAIS, 1997; REDONDO, 2001; DUTTON, 
2010; IUNES et al., 2010; GARCIA et al., 2011). 
Método Feldenkrais 
Trata-se de um método de educação somática e um processo de autodescoberta 
com base em movimentos corporais. Esse método é considerado uma forma 
de reprogramar o sistema nervoso e reeducar o corpo a executar de maneira 
correta os padrões de movimentos funcionais. Os padrões de movimentos 
são desenvolvidos pela promoção de dois aspectos: a consciência através do 
movimento (CAM) e a integração funcional (IF). A CAM costuma ser feita em 
grupo, mediante a execução de movimentos exploratórios suaves com o uso de 
comandos verbais, enquanto o aspecto IF envolve aprendizados individuais e a 
realização de movimentos não habituais, com sugestão tátil de um profi ssional 
treinado. De acordo com Feldenkrais (1997), os dois aspectos visam alterar 
3Técnicas e métodos cinesioterapêuticos
os padrões antigos e criar novas formas de movimento, de forma lenta, sem 
pausa e sem dor ou desconforto. 
De acordo com o método, as dores e restrições aos movimentos não resultam 
de defeitos físicos reais ou de deteriorações inevitáveis causadas pela idade, 
e sim do uso habitual inadequado, gerando fadiga, incapacitação e dor. Por 
isso, o objetivo do criador do método, Dr. Moshé Feldenkrais, era fazer com 
que os indivíduos se movimentassem com relaxamento e autoconsciência, 
minimizando os esforços e maximizando a eficiência. Além disso, de acordo 
com o Dr. Feldenkrais, o antídoto é reaprender determinados movimentos 
funcionais e posturais, fundamentados na forma como as pessoas se comportam 
durante o desenvolvimento na infância. O desenvolvimento desse método está 
baseado em cinco princípios (FELDENKRAIS, 1997): 
1. Auto-organização.
2. O comportamento é dinâmico e flexível.
3. A perturbação é o instrumento das mudanças.
4. A escolha é imprescindível.
5. O desenvolvimento humano segue uma sequência lógica. 
O método também pode ser realizado em meio líquido, aproveitando os 
fatores físicos da água na reabilitação física do paciente. Qualquer pessoa pode 
praticar esse método, desde que a tolerância do paciente em relação aos exercícios 
seja respeitada. Pacientes em fase aguda de lesão, por exemplo, devem executar 
todas as posturas com máximo de conforto, em movimentos leves e suaves e em 
pequenas amplitudes. Segundo Feldenkrais (1997), conforme o quadro clínico 
for melhorando e o paciente tolerando exercícios mais complexos, a prática pode 
incluir exercícios com maior dificuldade e amplitude de movimento.Série de Williams 
A série de Williams é um programa de exercícios desenvolvido originalmente 
por Paul Williams, em 1937, com o objetivo de reduzir a dor e promover 
estabilidade de tronco em pacientes com dor lombar crônica (BLACKBURN; 
PORTNEY, 1981). Essa série de exercícios inclui movimentos de fl exão, tanto 
da coluna quanto do quadril, com o propósito de reduzir a dor e estabilizar o 
tronco, desenvolver ativamente os músculos fl exores e alongar passivamente 
os músculos extensores lombossacros. Blackburn e Portney (1981) afi rmam 
que os exercícios enfatizam a inclinação posterior da pelve, que é essencial 
para obter resultados satisfatórios no tratamento. 
Técnicas e métodos cinesioterapêuticos4
Conforme o criador do método, os pacientes que apresentavam dores lom-
bares crônicas possuíam em sua maioria alterações degenerativas esqueléticas 
secundárias a lesões dos discos intervertebrais. Além disso, ele acreditava que 
o ser humano força seu corpo a se manter ereto, levando a uma deformação da 
coluna, redistribuindo o peso pelo corpo nas proximidades dos discos inter-
vertebrais da coluna cervical e lombar. Assim, a permanência em pé por muito 
tempo aumentaria a lordose lombar, comprimindo a parte posterior do disco (L1 
a S1) e acelerando o processo degenerativo (BLACKBURN; PORTNEY, 1981). 
Método Klapp 
O método Klapp foi criado por Rudolph Klapp em 1940. Consiste em alon-
gamento e fortalecimento da musculatura do tronco por meio de posições em 
quatro apoios e de joelhos, semelhante aos qua drúpedes. O desenvolvimento 
dessas posturas foi baseado nos estudos e observações realizados por Klapp, 
que permitiram constatar que os quadrúpedes não apresentavam escoliose, 
enquanto os humanos, pela ação da gravidade na posição bípede, desenvolviam 
essa patologia (IUNES et al., 2010).
Método isostretching 
O método isostretching é uma ginástica postural global que combina a realização 
de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular, bem como de conscien-
tização postural. Segundo Redondo (2001), esse método visa principalmente o 
reforço da musculatura profunda que em grande parte sustenta a coluna vertebral.
As características em que se baseia o método são: consciência pelo desper-
tar da imagem mental e o conhecimento do próprio corpo pela correção dos 
exercícios; mobilidade por alongamentos musculares, movimento do quadril e 
do diafragma; tonicidade pelo autocrescimento e pelas contrações isométricas; 
controle respiratório e domínio das sensações da posição (REDONDO, 2001).
Para se aprofundar no tema e encontrar mais informações sobre a utilização do método 
isostretching em ambiente aquático, consulte o artigo científico “Método isostretching 
em ambiente aquático e a melhora da flexibilidade muscular de idosos”, de Suzane 
Rodrigues Oliveira Cubas e Danieli Isabel Romanovitch Ribas.
5Técnicas e métodos cinesioterapêuticos
Técnica de Alexander 
A técnica de Alexander abrange uma série de exercícios respiratórios e 
posturais, cujo objetivo é conscientizar os pacientes sobre os desequilíbrios 
estruturais, as diferentes formas de movimentação e as tensões excessivas 
produzidas pelas atividades cotidianas. De acordo com essa teoria, o 
principal refl exo corporal, conhecido como controle primário, localizado 
na área do pescoço, controla todos os outros refl exos. A disfunção nessa 
área, resultante do aumento da tensão no pescoço, provoca o recuo da 
cabeça, alterando a relação entre o pescoço e as costas, o que leva a tensões 
em outras partes do corpo (DUTTON, 2010). Com base nisso, Alexander 
sugeriu três diretrizes: 
1. libere o pescoço;
2. deixe a cabeça se movimentar para a frente e para cima;
3. deixe a coluna alongar e alargar.
O objetivo da primeira diretriz é eliminar quaisquer excessos de tensão 
nos músculos do pescoço, enquanto a segunda orienta o movimento da cabeça 
para frente e para cima, pois se os músculos do pescoço estiverem relaxados, a 
cabeça se movimenta suavemente nessas direções. Duntton (2010) afirma que 
a última diretriz acontece quando a segunda é cumprida; a partir daí, a coluna 
se alonga e a caixa torácica fica mais “alargada” pela retração dos ombros.
Escola de Coluna ou Escola de Postura 
A Escola de Coluna (do inglês Back School) foi desenvolvida na Suécia pela 
fi sioterapeuta Mariane Zachrisson-Forssell, em 1969 (GARCIA et al., 2011). 
Ela tem um caráter educativo que possibilita um engajamento ativo do paciente 
no seu tratamento e serve para orientá-lo sobre aspectos da anatomia e biome-
cânica lombar e sobre a realização de adequações ergonômicas e posturais que 
contribuem para o manejo da dor (BORGES et al., 2011). Segundo Garcia et 
al. (2011), essa estratégia de educação e prevenção serve tanto para melhoria 
da postura corporal quanto para tratamento de dores lombares.
Nos seus diversos serviços, a Escola de Coluna oferece abordagens multi-
disciplinares de reeducação postural, sendo que a maior parte dos programas 
inclui avaliação e orientação médica, nutricional, social, psicológica e diversas 
Técnicas e métodos cinesioterapêuticos6
atividades teóricas e práticas, inclusive atividades físicas. A curto prazo, a 
Escola de Coluna tem por objetivo reduzir a dor, estimular o repouso adequado 
e enfatizar o prognóstico favorável que ocorre na maior parte dos casos. A longo 
prazo, visa ensinar noções de postura, ergonomia e mecânica corporal, além 
de melhorar o condicionamento físico das pessoas, na tentativa de prevenir 
episódios de dores lombares (CARAVIELO et al., 2005). 
Integração psicofísica de Trager 
A integração psicofísica de Trager foi criada no início do século XX pelo Dr. 
Milton Trager. De acordo com Dutton (2010), trata-se de uma intervenção 
multifacetada, que consiste em uma série de movimentos leves, suaves e 
indolores que facilitam a liberação de padrões físicos (e mentais) profun-
dos, gerados por postura inadequada, traumas, tensão e maus hábitos de 
movimentação. 
A técnica tem por objetivo promover mobilidade e diminuir a dor em 
pacientes com diferentes diagnósticos, como paralisia cerebral, disfunção 
espinhal, dor espinhal crônica e artrite. Essa abordagem divide-se em 
dois componentes: trabalhos de mesa e mentástica. Os trabalhos de mesa 
consistem em uma série de movimentos suaves e indolores, semelhantes às 
técnicas de mobilização geral. O fisioterapeuta deve movimentar o corpo 
do paciente passivamente, observando e sentindo o envolvimento dos te-
cidos. O principal objetivo é gerar sensações de suavidade e de liberdade 
de movimentação em todo o corpo. O corpo todo é mobilizado, a fim de 
produzir sensações de relaxamento e bem-estar pela inibição do sistema 
simpático e pela facilitação do sistema parassimpático. Já a mentástica é 
um sistema de movimentos ativos cuja finalidade é aumentar a sensação 
de bem-estar proporcionada pelos exercícios relacionados aos trabalhos 
na mesa. Em vez de estimular os pacientes a controlar os movimentos, 
como nos exercícios tradicionais, a mentástica incentiva-os a abandonar 
esse tipo de controle. Os pacientes aprenderão a sentir os sinais de dor e 
de fadiga, bem como a mudar os sintomas alterando os movimentos. Ao 
longo do tempo, os pacientes aprendem a se movimentar confortavelmente 
e a liberar a tensão (DUTTON, 2010).
No Quadro 1, são abordadas todas essas técnicas recém-examinadas, as 
principais características de cada uma delas, assim como suas respectivas 
aplicabilidades.
7Técnicas e métodos cinesioterapêuticos
Técnica Características da técnica
Indicações 
da técnica
Método de 
Feldenkrais
É um método de educação somática e 
um processo de autodescoberta com 
base nos movimentos. É aplicado para 
reprogramar o sistema nervoso e ree-
ducar o corpo a executar de maneira 
correta os padrões de movimentos 
funcionais.
Não requer uma con-
dição clínica específica, 
podendo ser aplicado em 
caso de má postura, do-
res crônicas, reeducação 
postural, entre outros.
Série de 
Williams
É uma série de exercíciosque inclui 
movimentos em flexão, tanto da 
coluna quanto do quadril, com o 
propósito de reduzir a dor e estabilizar 
o tronco, desenvolver ativamente 
os músculos flexores e alongar pas-
sivamente os músculos extensores 
lombossacros.
Disfunções cinético-fun-
cionais da coluna lombar 
(dor crônica, hérnia de 
disco, entre outras).
Método 
Klapp
É um método que consiste em exercí-
cios de alongamento e fortalecimento 
da musculatura do tronco por meio de 
posições em quatro apoios e ajoe-
lhado, semelhantes aos quadrúpedes.
Escoliose.
Método 
isostretching
É um método que combina a conscien-
tização postural com a realização de 
exercícios de alongamento e de forta-
lecimento muscular, principalmente da 
musculatura profunda que sustenta a 
coluna vertebral.
Reeducação postural 
e disfunções cinético-
-funcionais da coluna 
vertebral.
Técnica de 
Alexander
Uma série de técnicas respiratórias e 
posturais, cujo objetivo é conscientizar 
os pacientes sobre os desequilíbrios 
estruturais, as diferentes formas de 
movimentação e as tensões excessivas 
produzidas pelas atividades cotidianas 
na região do pescoço.
Disfunções cinético-
-funcionais na região 
da coluna cervical e 
pescoço.
 Quadro 1. Comparação entre as técnicas cinesioterapêuticas 
(Continua)
Técnicas e métodos cinesioterapêuticos8
3 Planejamento de intervenções 
cinesioterapêuticas
A avaliação cinético-funcional permite identifi car os objetivos fi sioterapêu-
ticos e, a partir disso, determinar as condutas práticas, incluindo as técnicas 
cinesioterapêuticas, que farão parte de cada tratamento Os benefícios e a apli-
cabilidade das técnicas cinesioterapêuticas são indiscutíveis e podem agregar 
alto valor à intervenção fi sioterapêutica. Segundo Dutton (2010) e Kisner e 
Colby (2017), uma grande variedade de disfunções cinético-funcionais pode 
ser prevenida ou tratada com essas técnicas cinesioterapêuticas. 
Vejamos caso a caso os efeitos da aplicação dessas técnicas sobre as dis-
funções cinético-funcionais.
 Fonte: Adaptado de Feldenkrais (1997), Blackburn e Portney (1981), Iunes et al. (2010), Redondo (2001), 
Dutton (2010) e Garcia et al. (2011). 
Técnica Características da técnica
Indicações 
da técnica
Escola de 
Coluna
Método que tem caráter educativo, 
possibilita um engajamento ativo do 
paciente no seu tratamento e serve 
para orientar o paciente sobre aspec-
tos da anatomia e da biomecânica 
lombar e a realização de adequações 
ergonômicas e posturais que contri-
buem para o manejo da dor.
Reeducação postural e 
dores lombares.
Integração 
psicofísica de 
Trager
É uma intervenção multifacetada que 
consiste em uma série de movimentos 
leves, suaves e indolores, que facilitam 
a liberação de padrões físicos (e men-
tais) profundos, que foram gerados por 
postura inadequada, traumas, tensão e 
maus hábitos de movimentação.
Pode ser aplicado em 
diferentes diagnósticos, 
como paralisia cerebral, 
disfunção espinhal, dor 
espinhal crônica e artrite.
 Quadro 1. Comparação entre as técnicas cinesioterapêuticas 
(Continuação)
9Técnicas e métodos cinesioterapêuticos
Disfunções cinético-funcionais da coluna lombar
Como disfunções da coluna lombar, é possível incluir dores crônicas inespecífi -
cas, hérnias de disco, processos degenerativos discais, desequilíbrios posturais, 
entre tantas outras disfunções que geram dor, tensão muscular e prejuízos à 
função física dos pacientes (MACEDO; DEBIAGI; ANDRADE, 2010). 
Em relação às técnicas abordadas até o momento, é possível preparar uma 
sessão que englobe várias posturas de técnicas diferentes ou então aplicar 
uma única técnica cinesioterapêutica, desde que seja respeitada a condição 
clínica do paciente (fase da lesão, limitações, tolerância às técnicas, etc.). 
Entre as técnicas, estão: método de Feldenkrais, série de Williams (Figura 1), 
método isostretching, Escola de Coluna e integração psicofísica de Trager. 
Embora elas sejam aplicadas de formas diferentes, todas pretendem aliviar os 
sintomas, melhorar a flexibilidade e a força muscular — principalmente dos 
estabilizadores do tronco — e melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida 
dos pacientes (FELDENKRAIS, 1997; DUTTON, 2010; IUNES et al., 2010; 
MACEDO; DEBIAGI; ANDRADE, 2010; GARCIA et al., 2011).
Figura 1. Exemplo de um exercício da série de Williams utilizado 
para o tratamento da dor lombar crônica.
Fonte: Mitch Medical Healthcare (2019, documento on-line).
Alterações posturais
As alterações posturais se caracterizam por modifi cações no alinhamento cor-
poral, produzindo um excesso de tensão muscular. Isso geralmente é resultado 
Técnicas e métodos cinesioterapêuticos10
de compensações que geram ainda mais tensão e favorecem o desenvolvimento 
de deformidades. Como exemplos de alterações posturais, podemos citar 
escoliose, hipercifose torácica, anteriorização da cabeça (retifi cação cervical) 
e hiperlordose lombar. Monte-Raso et al. (2009) afi rmam que os métodos e 
técnicas cinesioterapêuticos podem ser aplicados nesses casos, desde sejam 
levados em conta as condições clínicas do paciente, como intensidade da dor, 
fase da lesão, tolerância à aplicação da técnica, entre outras.
Especificamente para o tratamento da escoliose, a indicação é o método de 
Klapp. A escoliose é uma deformidade postural que produz uma diminuição da 
força muscular nos músculos extenso res lombares quando comparados com indi-
víduos sem escoliose (BASSANI et al., 2008). Por isso, os exercícios preconizados 
pelo método de Klapp, que imitam posturas em quatro apoios (Figura 2), posturas 
assimétricas de alonga mento e geram o fortalecimento dos músculos extensores 
da coluna, são indicados para o tratamento da escoliose (IUNES et al., 2010). 
Figura 2. Exemplo de um exercício do Método Klapp utilizado para o tratamento da 
escoliose. 
Fonte: Iunes et al. (2010, documento on-line).
Por sua vez, a tensão gerada pela anteriorização da cabeça pode ser tratada 
por meio da técnica de Alexander, mediante a qual é possível melhorar a 
postura, diminuir a tensão muscular e melhorar a qualidade do movimento 
da região cervical (DUTTON, 2010).
Já hipercifose torácica e a hiperlordose lombar, além das demais alterações 
posturais, podem ser tratadas por meio do método isostretching. De acordo 
com Moraes e Mateus (2005), esse método consiste em exercícios isométricos 
11Técnicas e métodos cinesioterapêuticos
excêntricos, em que o tempo de manutenção das posturas é regido por três 
expirações profundas e prolongadas, nas posições deitado, sentado, em pé, 
utilizando bola e bastão, conforme as posturas escolhidas pelo fisioterapeuta 
para atender as necessidades de cada paciente.
Déficit de equilíbrio e perda da funcionalidade
Em função do processo de senescência, indivíduos sofrem uma perda da funcio-
nalidade e da independência, além de défi cit de equilíbrio e prejuízos ao padrão 
normal de marcha (SANGLARD et al., 2007). Assim como nos demais exemplos, 
as técnicas cinesioterapêuticas podem ser utilizadas para melhorar o défi cit de 
equilíbrio e a perda da funcionalidade, levando em conta as condições clínicas de 
cada paciente. Para isso, é possível aplicar o método de Feldenkrais, a técnica de 
Alexander, a integração psicofísica de Trager e o método isostretching. As postu-
ras e movimentos dessas técnicas podem ser aplicadas para melhoria da postura 
corporal, aumento da fl exibilidade e da coordenação e alívio de dores relacionadas 
com tensões musculares. Além disso, em função dos movimentos gerarem deslo-
camento do centro de massa em diferentes direções e com várias bases de suporte, 
eles podem ser aplicados para melhoria do equilíbrio corporal (FELDENKRAIS, 
1997; SANGLARD et al., 2007; MONTE-RASO et al., 2009; DUTTON, 2010). 
BASSANI, E. et al. Avaliação da ativação neuromuscular em indivíduos com escoliose 
através da eletromiografia de superfície. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 12, nº. 1, p. 
13–19, jan./fev. 2008. Disponível em: https://nutrifisio.com.br/site/wp-content/uplo-ads/2018/12/avaliacaodaativacaoneuromuscularemindividuoscomescolioseatraves-
daeletromiografiadesuperf40707.pdf. Acesso em: 11 jun. 2020. 
BLACKBURN, S. E.; PORTNEY, L. G. Electromyographic activity of back musculature 
during Williams' flexion exercises. Phys. Ther., v. 61, nº. 6, p. 878–885, 1981. 
BORGES, R. G. et al. Efeitos da participação em um grupo de coluna sobre as dores muscu-
loesqueléticas, qualidade de vida e funcionalidade dos usuários de uma unidade básica 
de saúde de Porto Alegre – Brasil. Motriz, v. 17, nº. 4, p. 719–727, out./dez. 2011. Disponível 
em: https://www.scielo.br/pdf/motriz/v17n4/a17v17n4.pdf. Acesso em: 11 jun. 2020.
CARAVIELLO, E. Z. et al. Avaliação da dor e função de pacientes com lombalgia tratados 
com um programa de escola de coluna. Acta Fisiatr., v. 12, nº. 1, p. 11–14, 2005. Disponível 
em: https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/publisher.gn1.com.br/actafisiatrica.org.br/
pdf/v12n1a03.pdf. Acesso em: 11 jun. 2020.
Técnicas e métodos cinesioterapêuticos12
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica, exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2010.
FELDENKRAIS M. Caso Nora: consciência corporal como fator terapêutico. São Paulo: 
Summus, 1997.
GARCIA, A. N. et al. Efeitos de duas intervenções fisioterapêuticas em pacientes com 
dor lombar crônica não-específica: viabilidade de um estudo controlado aleatorizado. 
Rev. Bras. Fisioter., v. 15, nº. 5, p. 420–427, set./out. 2011. Disponível em: https://www.
scielo.br/pdf/rbfis/v15n5/pt_AOP022_11.pdf. Acesso em: 11 jun. 2020.
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Leitura recomendada
CUBAS, S. R. O.; RIBAS, D. I. R. Método isostretching em ambiente aquático e a melhora da 
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13Técnicas e métodos cinesioterapêuticos
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