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PRÁTICAS DE MANUTENÇÃO EDIÇÃO Nº 1 – 2017 ENG. EDUARDO IORGOF ROCHA APRESENTAÇÃO Este livro pretende levar seu leitor em uma viagem que, à primeira vista, pode nem ser tão emocionante, mas apresenta variáveis que elevam o conceito da manutenção a um patamar incipiente no Brasil e demonstram a grandeza do desafio que muito profissionais da área vão ter que “comprar” para manter a sua empresa viva e saudável em um mercado cada vez mais competitivo. A manutenção tem passado por vários estágios de evolução, sendo uma área muito dinâmica, com o poder de afetar diretamente os resultados esperados pelos acionistas. É crítica e deve ser muito bem administrada. Por estes motivos, o profissional tem que se manter sempre muito atualizado com relação ao aparecimento de novas ferramentas, estratégias e formas de participação colaborativa. Este deve ter consciência de que carrega em si o peso de uma imensa responsabilidade. Pretende-se aqui fazer um passeio histórico no desenvolvimento da manutenção industrial e falar sobre novos conceitos administrativos que impactaram o seu comportamento e orientam a sua forma de atuar. Graves mudanças aconteceram a partir da Segunda Guerra Mundial. Tanto mudanças tecnológicas como comportamentais influenciaram pesadamente no comportamento das empresas. Surgiram WCM e, mais recentemente, a indústria 4.0, que promete exterminar muitas profissões com as quais convivemos atualmente. Inteligência artificial, robôs, internet, telecomunicações e integração são as palavras-chaves na construção de um futuro imediato. É um assunto empolgante e, para quem gosta, tem muita coisa nova acontecendo e para acontecer. Espero que apreciem. Sumário CAPÍTULO 1 ................................................................................................................... 6 1. INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ............................................... 6 1.1. Manutenção, do que se trata? ..................................................................... 7 1.2. A evolução da manutenção ........................................................................ 12 1.3. Enquanto subárea da gestão de produção ................................................. 13 1.3.1. KANBAN ..................................................................................................... 17 1.3.2. JIT (Just in time) .......................................................................................... 18 1.3.3. Kaizen ......................................................................................................... 22 1.3.4. Lean Manufacturing ou Produção Enxuta .................................................. 25 1.4. A quarta revolução ..................................................................................... 27 1.5. Exercícios ................................................................................................... 30 CAPÍTULO 2 - CaracterÍsticas básicas de manutenção ................................................ 33 2. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 33 2.1. Características básicas de manutenção ...................................................... 34 2.1.1. Manutenção corretiva ................................................................................ 34 2.1.2. Tipos de manutenção corretiva .................................................................. 35 2.1.3. Manutenção preventiva ............................................................................. 37 2.1.3.1. O que é manutenção preventiva? .............................................................. 37 2.1.3.2. Como a manutenção preventiva contribui? ............................................... 38 2.1.3.3. Organização do plano de Manutenção Preventiva..................................... 39 2.1.3.4. Ponto ideal de manutenção corretiva x preventiva (taxa de menor custo)40 2.1.4. Manutenção Preditiva ................................................................................ 56 2.1.4.1. Algumas técnicas de monitoramento ........................................................ 58 2.1.5. FMEA e FTA ................................................................................................ 59 2.2 Exercícios ................................................................................................... 61 CAPÍTULO 3 - Manutenção de classe mundial ............................................................ 64 3. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 64 3.1 World Class Manufacturing (WCM) ou Manufatura de Classe Mundial .... 65 3.2 A Manutenção no Contexto da Manufatura de Classe Mundial (WCMM) . 66 3.2.1 Os pilares do PTM ...................................................................................... 69 3.3 Gestão de ativos ......................................................................................... 71 3.4 Pirâmide de manutenção ou Sistema de Gestão de Ativos (SGM) ............. 73 3.5 Auditoria .................................................................................................... 74 3.5.1 O que é uma auditoria? .............................................................................. 74 3.6 Exercícios ................................................................................................... 77 CAPÍTULO 4 - Tendências atuais das empresas (manutenção – setor estratégico de apoio) ......................................................................................................................................... 80 4. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 80 4.1. Fator competitividade nas empresas ......................................................... 81 4.2. Como a estratégia e a qualidade influenciam na competitividade ............. 84 4.2.1. Estratégia ................................................................................................... 84 4.2.2. Qualidade ................................................................................................... 88 4.3. Vantagem competitiva ............................................................................... 89 4.4. Manutenção competitiva – Indicadores ..................................................... 90 Bibliografia .................................................................................................................. 94 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - MANUTENÇÃO INÍCIO DO SÉCULO XX - FONTE DO AUTOR .......................................................................... 7 FIGURA 2 - MANUTENÇÃO PREVENTIVA - FONTE DO AUTOR ...................................................................................... 8 FIGURA 3 - FERRAMENTA ESTRATÉGICA - FONTE DO AUTOR ..................................................................................... 10 FIGURA 4 - IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA - FONTE DO AUTOR ..................................................................................... 11 FIGURA 5 - ETAPAS DA EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO - FONTE (MORAES, 2004) ...................................................... 13 FIGURA 6 - MÉTODO KANBAN E SUPERMERCADOS - FONTE BLOG DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL ................. 17 FIGURA 7 - MUDA, MURA OU MIRI - FONTE CITISYSTEMS ....................................................................................... 22 FIGURA 8 - PRODUÇÃO ENXUTA - FONTE BLOG DO DAVID ....................................................................................... 26 FIGURA 9 - CICLO DE VIDA ÚTIL EM UM EQUIPAMENTO - FONTE: (MORO & AURAS, 2007) .......................................... 35 FIGURA 10 - CUSTO DA MANUTENÇÃO PARA CADA FASE- FONTE: (MORO & AURAS, 2007) ..........................................37 FIGURA 11 - 8 PILARES DO WCM - FONTE QUALITYWAY ........................................................................................ 66 FIGURA 12 - PIRÂMIDE DE MANUTENÇÃO - FONTE EBAH ......................................................................................... 73 FIGURA 13 - PASSOS DA AUDITORIA - FONTE: (ALMEIDA, 2008) ........................................................................... 76 FIGURA 1 - DO PONTO A PARA O B - FONTE DO AUTOR............................................................................................ 84 FIGURA 2 - LOGOTIPO DA WASE ........................................................................................................................ 85 FIGURA 3 - ESTRATÉGIA - FONTE DO AUTOR .......................................................................................................... 86 FIGURA 4 - FÉRIAS NA PRAIA - FONTE PIXAPLAY ..................................................................................................... 87 INDICE DE TABELAS TABELA 1 - COMPARAÇÃO MANUTENÇÃO CORRETIVA - FONTE (MAJOR & COUTO, 2013) ........................................... 35 TABELA 2 - A EVOLUÇÃO DA TPM. FONTE - (MORAES, 2004) .............................................................................. 68 TABELA 3 - OS 8 PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL - CITYSYSTEMS ........................................................... 70 TABELA 4 - MODELO DE GERENCIAMENTO E TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO - ADAPTADO DE (MÁRQUEZ, 2009) ............... 91 CAPÍTULO 1 1. INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, objetiva-se introduzir o conceito de manutenção e trabalhar um pouco do que trata o assunto: sua evolução histórica e como se relaciona com a produção, relacionamento nem sempre muito amistoso. Também pretende-se apresentar algumas técnicas que revolucionaram a forma de se administrar empresas. Conteúdo desta unidade Do que trata a manutenção industrial, suas origens e ramificações. As três gerações diferentes e como se diferenciaram. Produção-manutenção: uma não trabalha sem a outra. Fala-se, ainda, de técnicas como o Kanban, JIT (Just in time), Lean e fechamos com a indústria 4.0, que promete revolucionar o mundo em que vivemos. Espero que aproveitem bem. 1.1. MANUTENÇÃO, DO QUE SE TRATA? Manutenção não é um conceito novo. A novidade está no grau de importância que assume hoje em uma economia altamente competitiva, que não deixa margens ao acaso. Para entender o tema, deve-se fazer a devida associação com a criação da indústria e reportar-se aos primórdios da Primeira Revolução. De início, servia para consertar equipamentos quando quebravam. Foi no fim do século XIX e começo do século XX, impulsionada pela produção em série, impingida pelo fordismo, que seu entendimento começou a se transformar até chegar no estágio atual. Até Ford era feita pelos próprios operadores e considerada como atividade secundária. A produção em série mudou este senário com o estabelecimento de programas mínimos de produção e equipes foram criadas para que os reparos no maquinário fossem executados em intervalos de tempo menores que os praticados até então. Veja a Figura 1. Figura 1 - Manutenção início do século XX (Fonte: autor) A palavra manutenção1 tem sua origem do latim MANUTENTIO, “ato de segurar na mão”, formado por MANUS, “mão”, mais TENERE, “agarrar, segurar” e cujo significado2 é: ação de manter, sustentar, consertar ou conservar alguma coisa ou algo. Conservação, preservação, subsistência, 1 http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/manutencao/ 2 https://www.significados.com.br/manutencao/ http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/manutencao/ https://www.significados.com.br/manutencao/ sustentação e conserto. O Michaelis a entende como: “Ato de conservar ou de fazer durar algo em bom estado; preservação”. Com o final da Segunda Guerra Mundial, em um cenário de reconstrução da economia mundial, as necessidades produtivas careciam de agilidade e confiabilidade. A manutenção corretiva, aquela que acontecia após a falha ou quebra, não comportava mais a realidade vivida. Não era suficiente somente reparar; preveni-las passou a ser igualmente importante. No final da década de 1950 e início da década de 1960, a indústria eletrônica e a de aviação comercial criaram a Engenharia de Manutenção, bem conhecida nos dias de hoje. Equipes de especialistas foram montadas, pois observou-se que se gastava mais tempo para se diagnosticar as falhas do que para dar cumprimento ao reparo. A estatística começou a ser utilizada como ferramenta e “planejar & controlar” passaram a ser atividades primordiais do departamento. Figura 2 - Manutenção Preventiva (Fonte: autor) Sem dúvida, W. Edwards Deming foi o mais famoso guru da qualidade e um de seus precursores. Colaborou no famoso estudo do comportamento nas organizações e é referenciado com experiências de Hawthorne onde verificou-se que o fator que motivava mais os empregados era a atenção dispensada pela gerência, afetando para melhor a sua produtividade. Mais tarde, foi apresentado a Walter A. Shewhart, que concebeu e desenvolveu o CEP (Controle Estatístico de Processo), que permitiria determinar o nível de variação inerente a um processo de produção. Shewhart teve um impacto tão profundo que acabou influenciando Dening a definir qualidade como a conformidade de um produto com as especificações técnicas que lhe foram atribuídas. Durante a Segunda Grande Guerra, Deming também colaborou no esforço para derrotar os inimigos dos EUA. Foi convidado pela Universidade de Stanford, que solicitou seu auxílio. Ele viajou pelos Estados Unidos e ensinou mais de 30.000 alunos os conceitos do controle estatístico de produção. Os resultados foram tão satisfatórios que, como membro honorário, viu a criação da American Society for Quality Control (ASQC) em 1946. Nessa época, fundou uma empresa de consultoria que ajudava as organizações com o CEP (G O M E S, 2004). Pode-se dizer que a era da qualidade começou na década de 1920, com W. A. Shewhart, quando questionou como variava na produção bens e serviços. Foi ele o criador do Controle Estatístico de Processo (CEP) e do famoso ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Action) e se tronou conhecido com Ciclo de Deming da Qualidade (Longo, 1995). Logo após a Segunda Guerra Mundial, o Japão tem o início de sua reconstrução. Para isso, a Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE) convida W. E. Deming para treinar industriais e empresários e fazer palestras pelo país. Deming passou a divulgar e a ensinar o CEP e a falar sobre a gestão da qualidade. Longo (1995) continua falando sobre a mudança silenciosa da postura gerencial japonesa no trato da gestão da qualidade. O estilo dessa revolução se coloca de modo oposto a outra revolução que ocorria de forma simultânea: a barulhenta revolução tecnológica ocidental. Vale ressaltar que o Japão é chamado hoje de potência mundial em função do trabalho iniciado nesta ocasião. A década de 1970 se destacou pela relevância atribuída à disseminação das informações. As variáveis socioculturais e políticas assumem tal relevância a ponto de determinar o estilo gerencial. Nesse período, a engenharia de manutenção desenvolveu critérios bem mais sofisticados baseados em controles, possíveis com o aparecimento dos computadores, diminuindo a burocracia e enfatizando ainda mais o controle e o planejamento. A Engenharia de Manutenção se dividiu em duas: estudos de ocorrências crônicas e planejamento e controle da manutenção cujo objetivo era desenvolver, implantar e analisar resultados. Foi também na década de 1970 que surgiu a Terotecnologia que propunha obter ciclos de vida dos equipamentos mais econômicos combinandoavaliações técnicas, estudos financeirose e confiabilidade, além de métodos de gestão. É a origem da atual “Manutenção Centrada no Negócio” em que os custos orientam a manutenção com influência nas decisões estratégicas da empresa, como indica a Figura 3. Na mesma época, o TPM (Total Productive Maintenance) foi criado pela indústria japonesa que envolve o ciclo produtivo ocioso para rotinas da manutenção. Figura 3 - Ferramenta estratégica (Fonte: autor) Já na década de 1980, o planejamento estratégico é consolidado e combina novas técnicas de gestão e estratégia. Essas novas técnicas levam em conta variáveis técnicas, políticas, sociais, informacionais e econômicas. Leva em conta como a qualidade impacta estrategicamente no mercado e nos consumidores. Considera que a sociedade competitiva atual pode ameaçar a sobrevivência da empresa. O Desempenho e a competitividade podem afetar negativamente a produtividade e a qualidade pelas seguintes causas (Longo, 1995): Deficiências na capacitação dos recursos humanos; Modelos gerenciais ultrapassados, que não geram motivação; Tomada de decisões que não são sustentadas adequadamente por fatos e dados; e Posturas e atitudes que não induzem à melhoria contínua. Nesse período, os microcomputadores foram desenvolvidos permitindo ao departamento de manutenção o desenvolvimento de ferramentas próprias incrementando substancialmente seus resultados independentemente do computador central, reduzindo o envolvimento humano, a necessidade de comunicação e de interação com analistas de sistemas não familiarizados com as atividades, como indica a Figura 4. Figura 4 - Importância estratégica (Fonte: do autor) Depois da década de 1980 até o final do século XX, o mercado mudou seu comportamento drasticamente. Surgiu um consumidor bem mais exigente, elevando, assim, o nível da qualidade requisitada. O desempenho dos equipamentos passou a ser vital, colocando a manutenção em um novo patamar de relevância. Fato é que a ISO 9000, em 1993, incluiu a manutenção no processo de certificação, aumentado a confiabilidade na operação, reduzindo custos e prazos de manufatura e entrega; salvaguardando a segurança do trabalho e a preservação do meio ambiente. O seu grau de importância equivale hoje ao da produção, com relevância estratégica através do registro e análise de informações, aprimorando significativamente o desempenho das organizações. 1.2. A EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO Para que se possa entender de uma forma um pouco mais didática a evolução da manutenção, esta pode ser dividida em 3 etapas distintas segundo Moraes (MORAES, 2004), como mostra a Figura 5. A 1ª geração vai de 1930 a 1940 – “Quebrou-consertou”. Serviços como o de limpeza, reparos corretivos e lubrificação eram executados sempre após a quebra. É a famosa manutenção corretiva. Pouco mecanizada, com equipamentos simples e superdimensionados, sendo a produtividade a prioridade e a manutenção não sistematizada. Os registros eram feitos de forma manual e os controles apontados. A 2ª geração vai de 1940 a 1970 – Sofreu grandes pressões do período relativo ao pós-guerra quando havia um aumento de demanda por todo tipo de produto e a mão de obra era reduzida. Forte apelo à mecanização e complexidade crescente nas instalações industriais. Nesse período, é criada a manutenção preventiva, em que as intervenções eram realizadas em intervalos regulares e, quando comparado aos custos operacionais, os de manutenção eram considerados elevados. Sistemas manuais de planejamento, registro de tarefas e ocorrências de manutenção. Computadores grandes e lentos, por vezes, também executavam essas tarefas. A 3ª geração inicia-se na década de 1970 e vai até os dias de hoje. O processo de mudança nas indústrias é acelerado substancialmente. Percebe- se que as paralizações dos equipamentos aumentam os custos e afeta a qualidade dos produtos, surgindo a necessidade de acompanhamento em momento real. Caracteriza-se pelo aumento da confiabilidade dos equipamentos, melhoria na relação custo/benefício, intervenções com base na análise de risco de falha, melhoria da qualidade, controle de riscos de segurança, preocupação com o meio ambiente, computadores portáteis com ferramentas especificamente desenvolvidas para a manutenção e o surgimento de equipes multidisciplinares de trabalho. Figura 5 - Etapas da evolução da Manutenção - Fonte (MORAES, 2004) 1.3. ENQUANTO SUBÁREA DA GESTÃO DE PRODUÇÃO Para se compreender a evolução da manutenção industrial é necessário um entendimento das mudanças que ocorreram com a administração da produção. O aparecimento de novas técnicas administrativas mudou radicalmente a concepção da indústria moderna. A primeira Revolução Industrial ocorreu no período de1760 a 1850 (a base era a indústria têxtil e a energia a vapor) dentro da Grã-Bretanha. Segue até 1914, quando se espalha pelo mundo (Europa, Américas e Ásia). Surgem novas fontes de energia como a hidráulica e a do petróleo. A invenção da locomotiva e do barco a vapor revolucionam o transporte. A segunda Revolução Industrial vai de 1914 a 1945 com a conclusão da Segunda Grande Guerra (1939-1945). Estava baseada nas indústrias de bens de capital (carvão, ferro e aço). Os seus alicerces foram muito melhor sedimentados, propiciando um maior crescimento econômico. O surgimento das fábricas, a extensão da divisão do trabalho e a adaptação dos trabalhadores às máquinas foi gerida pela importância econômica provinda do capital, pois este financiava a produção e os equipamentos. Sendo assim, assumia, naturalmente, o controle do processo produtivo. Esse controle fez com que o trabalhador e o seu trabalho vivessem em função das máquinas que operavam e das fábricas que os empregavam. Foi uma mudança radical para os padrões da época sem dúvida alguma. O mais antigo princípio inovador do modo capitalista de produção foi a divisão manufatureira do trabalho, e de uma forma ou de outra a divisão do trabalho permaneceu o princípio fundamental da organização industrial. A divisão do trabalho na indústria capitalista não é de modo algum idêntica ao fenômeno da distribuição de tarefas, ofícios ou especialidades da produção através da sociedade, porquanto, embora todas as sociedades conhecidas tenham dividido seu trabalho em especialidades produtivas, nenhuma sociedade antes do capitalismo subdividiu sistematicamente o trabalho de cada especialidade produtiva em operações limitadas. Esta forma de divisão do trabalho torna-se generalizada apenas com o capitalismo. (BRAVERMAN, 1977) Obsolescência Programada: Quando algo se torna obsoleto? Bem, hoje esse processo é muito rápido, não é? Isso tem uma história bem interessante, iniciada na primeira metade do século XX. Com a quebra da bolsa nos EUA, em 1929, muitas famílias perderam tudo. Havia uma falta muito grande de empregos e as coisas não caminhavam bem. Em um dado momento, por causa da tremenda queda nas vendas, alguém teve a brilhante ideia se reduzir a vida dos bens de consumo para aumentar as vendas. Essa história começou a se revelar por causa de uma lâmpada. A lâmpada de Livermore (cidade da Carolina do Norte), onde foi encontrada uma remanescente, que funcionava desde 1901. Existe um documentário bastante interessante chamado “A conspiração da lâmpada3”, no qual a história é 3 https://www.youtube.com/watch?v=4e7DfC0ytlY 17/11/2016 14:47 https://www.youtube.com/watch?v=4e7DfC0ytlY contada e também mostra Thomas Edison em uma propaganda comercial falando exatamente sobre a sua durabilidade (LONDON, 1933). The New Prosperity é o primeiro a publicar essa nova estratégia de crescimento com a promessa de crescimento da indústria e aumento de empregos para a população. Acreditava tanto naideia que defendia a obrigatoriedade da mesma por lei. No período de 1939 a 1945 vivenciamos a Segunda Grande Guerra, quando os países do Eixo saíram derrotados (Itália, Japão e Alemanha) e os Aliados (União Soviética, Estados Unidos, Império Britânico e China) foram os vencedores. Os EUA se destacaram entre os vitoriosos em uma economia globalmente destruída e que precisava se recompor. A nossa enorme economia produtiva exige que façamos do consumo nossa forma de vida, que tornemos a compra e uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego, no consumo. Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior. Victor Lebow 4 Com essa sugestão ao então presidente dos EUA, Dwight David Eisenhower, em 1955, Victor Leblow iniciou era do consumo. Vale a pena ressaltar que o país dispunha de uma tremenda força industrial oriunda do famoso esforço de guerra, que foi usada com eficiência para torná-lo a nação mais poderosa do mundo. Essa política nos levou a um problema de sustentabilidade muito bem abordado no documentário “A história das coisas5”, que o expõe de uma forma bastante interessante. A terceira revolução ainda é muito pouco conhecida, pois a estamos vivenciando – o seu término e o início da quarta. Com certeza, é um tema extremamente atual e desafiador. 4 http://ablemesh.co.uk/PDFs/journal-of-retailing1955.pdf 17/11/2016 15:29 5 https://www.youtube.com/watch?v=Gca-MdxG-Ow 17/11/2016 15:49 http://ablemesh.co.uk/PDFs/journal-of-retailing1955.pdf https://www.youtube.com/watch?v=Gca-MdxG-Ow As novas tecnologias de ponta estão muito associadas às áreas produtivas. Nesse período, aparecem os produtos de alto valor agregado, mesmo consumindo uma quantidade reduzida de matéria-prima. Nesse período, testemunhamos o aparecimento do computador e, junto com eles, dos softwares, da microeletrônica junto como os chips, dos transistores e das placas de circuito integrado. A robótica assume posição de destaque na indústria; as telecomunicações e a informática revolucionam o mercado. Rádio, televisão, telefonia fixa e móvel, biotecnologia e indústria aeroespacial são outras inovações de alto impacto na sociedade, sem falar em muitas outras coisas. Mudanças radicais aconteceram neste período em tal grandeza que algo parecido fora sonhado por poucos até então. Produtos com alta interdependência e com a obsolescência programada despertando a ânsia do consumismo nas pessoas. Hoje não se compra um produto novo só porque quebrou. Novos conceitos de obsolescência foram introduzidos nessa época e podemos percebê-los até a atualidade. Quem já não comprou um celular novo porque o seu, apesar de ainda funcionar perfeitamente, não possui as novas funcionalidades? Pode-se chamar isso de obsolescência tecnológica. Quem já não comprou um tênis novo ou uma roupa de grife porque estava na moda e todo mundo estava usando? Obsolescência percebida é aquela que acompanha as alterações dos valores sociais. Tudo isso nos faz comprar, comprar e comprar. Vale ressaltar que o marketing tem uma posição de destaque em todo esse consumismo e tem como fundamento a utilização das novas tecnologias como o rádio, a televisão e a internet para gerar e perpetuar novas necessidades. O desenvolvimento das comunicações e do transporte permite a sua globalização. Nesse cenário, constata-se o seguinte: Desenvolvimento da ciência e da tecnologia sem precedentes; Consolidação do sistema capitalista; Surgimento de empresas multinacionais e globais; Descentralização industrial; Flexibilização do trabalho; e Terceirização da economia. A substituição do homem pela máquina cada vez mais se torna uma realidade e impulsiona as economias dos mais desenvolvidos. Neste período, novas técnicas administrativas foram implementadas, tais como JIT, o Kanban, o KAIZEN e o TPM. Foram elas o trampolim para todo esse desenvolvimento. 1.3.1. KANBAN O sistema de puxar tem por objetivo reduzir ao máximo os estoques (intermediários e finais) e o uso de recursos, conseguindo, assim, o melhor resultado possível. O uso de sistema de supermercados (TARDIN, 2001) com o controle feito no final do processo é o sistema utilizado pelo STP. O método Kanban controla os níveis dos supermercados. “Kan” significa cartão e “Ban”, controle, ou seja, Kanban significaria controle por cartões. Figura 6 - Método Kanban e Supermercados (Fonte: Blog de Engenharia de produção industrial 6 ) 6 http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2009/04/sistema-toyota-de- producao.html http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2009/04/sistema-toyota-de-producao.html http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2009/04/sistema-toyota-de-producao.html O controle pode ser feito por cartões ou qualquer outro método visual que o possibilite. Na Figura 6 pode-se notar um carrinho que abastece os supermercados. As prateleiras com as caixas coloridas são os supermercados propriamente ditos. Cada cor indica algum tipo de peça ou matéria-prima para ser usada na montagem do carro que está passando. Quando uma caixa está vazia, substitui-se por outra. Cada prateleira pode ser considerada como nível de prioridade. Um supermercado com 4 prateleiras, sendo que 3 estão com as caixinhas vazias, deve indicar um ponto crítico, devendo ser abastecido. O processo anterior inicia-se até que as prateleiras estejam cheias. Os níveis críticos são determinados em função do tempo de processo para a reposição. O processo anterior pode abastecer, simultaneamente, vários supermercados distintos. Fica fácil perceber que se tem um ponto só de planejamento. Este ponto é o pedido do cliente. As demais etapas estão em fluxo (o carro passando) ou no consumo de produtos finais (material no supermercado) segundo o nosso exemplo. 1.3.2. JIT (JUST IN TIME) Just ln Time não é uma Ciência, uma vez que não tem por objetivo estabelecer hipóteses, teorias ou leis sobre a realidade organizacional. (...) o JIT se coloca no campo do Conhecimento Técnico, cujo objetivo é a transformação da realidade mediante uma relação de caráter normativo com os fenômenos que a compõem. (MOTTA, 1993) Seguindo a mesma linha de raciocínio, continua: O Just in Time é, única e exclusivamente, uma técnica que se utiliza de várias normas e regras para modificar o ambiente produtivo, isto é, uma técnica de gerenciamento, podendo ser aplicada tanto na área de produção como em outras áreas da empresa. (MOTTA, 1993) O que Motta (1993) tenta nos passar é que o JIT é uma verdadeira revolução. É uma tremenda mudança de paradigma que se traduz em um verdadeiro impacto sobre as sistemáticas gerências de até então. A sua filosofia prega fazer na quantidade certa, no tempo certo e no lugar certo. Simples e certeiro, implica em uma nova postura organizacional. Pires (2004, p. 29) apresenta algumas vantagens agregadas por este sistema em seu livro: Grandes avanços na redução dos tempos de setup Sistemas como SMED (Single Minute Exchange Of Dies – troca rápida de ferramental), desenvolvidos por Shingo (1985) na Toyota, sistematizando uma série de procedimentos tecnológicos e organizacionais, proporcionaram reduções sem precedentes nos tempos de setup, viabilizando uma redução drástica nos lotes de produção e um significativo aumento na flexibilidade produtiva. Fábricas focadas em um mix reduzido de produtos Muitas plantas japonesas trabalhavam com o conceito de fábrica dentro de fábrica, baseadas nos princípios da Tecnologia de Grupo e focadas em um mix relativamente reduzido de produtos. Isso diminuía a complexidade da gestão produtiva e canalizava esforços na direção de metasmais claras e objetivas. Produção puxada via sistema kanban A lógica da produção puxada, estabelecida pelo sistema kanban no controle da produção, criou uma cultura de produção voltada à demanda real, com uma significativa redução dos ciclos produtivos e aumento da responsabilidade e do comprometimento por todos os elos da cadeia de suprimentos. Atenção na racionalização e gestão dos processos logísticos O sistema praticado no Japão, diferentemente do que era vigente no Ocidente até então, destacava a importância da racionalização e da adequada gestão dos processos logísticos em suas dimensões básicas: gestão de estoques e transporte. Estabeleceu-se, nessa época a lógica do mínimo estoque e do lote econômico utilitário, reduzindo-se drasticamente os níveis de inventário. Com o crescimento da frequência de reposição, cresceram também o número de viagens e, com eles, a importância do transporte. Estabeleceu-se também o imperativo da redução dos ciclos de produção, com o intuito principal de se reduzir o custo de inventário e do capital imobilizado nos inventários. Segundo Bañolas e Silva7, JIT significa “no momento certo” e é uma verdadeira fonte de lucros e de redução de custos de uma determinada empresa. O sistema busca ampliar sistematicamente a competitividade das empresas entregando ao consumidor produtos: Na quantidade certa; No momento preciso; De forma segura; A um preço acessível; Na quantidade demandada. Para se conseguir tais metas, devem contribuir todas as empresas da cadeia. Em outras palavras, fornecedores vão ter que ser desenvolvidos. Precisarão de suporte técnico e gerencial e deverão receber estímulos para melhorar o atendimento à empresa cliente e ao consumidor final. Coriat (1994) diz que o JIT interno é extremamente limitado em sua eficácia e é necessário estender o trabalho aos fornecedores (JIT externo) para que os resultados sejam significativos. Ressalta ainda que não é implantado sem sacrifícios. Os fornecedores sofrem muita pressão e, em contrapartida, devem usufruir de suas benesses. Antunes (ANTUNES apud SHINGO, 1996) diz que, para ser mais competitivo, as empresas da cadeia devem: Responder com rapidez às constantes flutuações do mercado; Ter flexibilidade; Ter qualidade; Reduzir custos; Melhorar o atendimento; 7 http://www.prolean.com.br/wp-content/uploads/2011/12/18.pdf Incentivar a inovação. Estoque é um fator crítico além de ser um dos tipos de perdas da produção e o JIT busca, na prática, a redução de custos pela eliminação das perdas. Logo, a redução dos estoques é um de seus objetivos. O sucesso do JIT está intimamente ligado ao relacionamento cliente- fornecedor. Este é um item crítico, pois depende da performance do sistema como um todo para se ter o resultado esperado. Pouco ou nenhum estoque são necessários. A redução dos estoques intermediários aumenta com a frequência dos abastecimentos nos quais a qualidade e a eficiência são vitais e isso só se torna possível pela eficácia do desenvolvimento de fornecedores. A gestão se dá através do perfeito entendimento entre fornecedores, distribuidores e clientes na busca contínua da harmonização entres as taxas de produção e demanda do cliente final. O resultado de um bom processo logístico se verifica a partir de menores inventários, da redução nos lead times e da redução dos custos logísticos totais. 1.3.3. KAIZEN Figura 7 - Muda, Mura ou Miri (Fonte: Citisystems 8 ) “(...) Sistema de Gestão Kaizen (KMS) que tem por objectivo introduzir na empresa uma dinâmica de mudança para melhor (este é o significado da palavra Kaizen), através de um forte envolvimento dos colaboradores a todos os níveis. Só há Kaizen quando os colaboradores mudam os seus hábitos diários de trabalho. Um hábito diário, tanto na forma de pensar como na forma de trabalhar, existe no cérebro de cada um de nós sob um conjunto de ligações entre neurónios. Estas ligações estão tão fortemente estabelecidas e reforçadas por tantos anos de prática, que funcionam quase sem termos que pensar nelas conscientemente. Simplesmente executamos um trabalho sem pensar muito. É um processo inconsciente, tal como conduzir um automóvel. Para haver melhoria, tem que haver mudança de hábitos e, logo, tem que haver mudanças no nosso cérebro. Isto só se consegue praticando (falar e discutir não chega). Treinando todos os dias. Experimentando coisas novas e treinando até o processo ficar bem “enraizado” no nosso cérebro. Até substituirmos velhas ligações entre neurónios por outras novas ligações. (Coimbra, 2008) 8 https://www.citisystems.com.br/muda-mura-muri/ 15/12/2016 10:44 https://www.citisystems.com.br/muda-mura-muri/ Sistema de Gestão Kaizen (KMS), basicamente, é uma mudança de cultura (Kaizen Institute, 2008) no sentido de melhoria continuada e são 7 os seus princípios que devem adquirir o valor de crença para serem efetivos. São eles: 1. Gemba Kaizen; 2. Desenvolvimento das Pessoas; 3. Normas Visuais; 4. Processo e Resultados; 5. Qualidade em 1º lugar; 6. Eliminação de Muda (desperdício); 7. Abordagem Pull Flow. Gemba Kaizen “Período intensivo de trabalho de melhoria com um grupo de pessoas cujo objectivo é desenhar e implementar melhorias num curto espaço de tempo (normalmente, 5 dias)” (Kaizen Institute, 2008). Gemba quer dizer: O lugar onde o valor é acrescentado9. Desenvolvimento das Pessoas Não existe mudança se não houver mudança de hábitos e cada tipo de melhoria exige uma mudança de hábito. Assim sendo, alguém e/ou um grupo de pessoas vão ter que abandonar hábitos velhos e adquirir novos. A melhoria contínua exige que a mudança aconteça desde o topo até a base, sem distinção de cargos ou salários. É um esforço coletivo. Para alcançar tal objetivo, fortalecer as 7 crenças é condição sine qua non. Normas visuais Utilização de normas visuais é uma excelente ferramenta. Quem já não ouviu dizer que uma imagem vale mais do que mil palavras? Deve-se levar em conta que uma norma é um caminho reconhecido como o mais eficiente para se desempenhar uma determinada tarefa e é impreterível defini-lo, pois, 9 http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2011/03/entendendo-o- gemba.html 15/12/2016 16:24 http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2011/03/entendendo-o-gemba.html http://engenhariadeproducaoindustrial.blogspot.com.br/2011/03/entendendo-o-gemba.html caso contrário, a “muda” – veja Figura 7 – não será eliminada e a variabilidade, em função da atividade ser executada por várias pessoas, também persistirá. Processo e resultados Processos e resultados assumem igual valor. Tradicionalmente, os resultados são bem valorizados, só que aqui o processo é tão importante quanto. Qualidade em 1º lugar Aqui tem-se 3 fundamentos: a orientação é sempre para o mercado, a próxima operação é o cliente e sempre mais melhorias. Eliminação do Muda A eliminação do desperdício está intimamente relacionada com o pull flow ou fluxo de tração. A produção sendo tracionada. São 7 as causas de desperdício: 1. Defeitos (qualidade interna ou falhas externas); 2. Espera de pessoas; 3. Movimento de pessoas; 4. Sobre processamento; 5. Espera de materiais; 6. Movimento de materiais; 7. Excesso de produção. 1.3.4. LEAN MANUFACTURING OU PRODUÇÃO ENXUTA Há de conferir o máximo número de funções e responsabilidades a todos os trabalhadores que adicionam valor ao produto na linha, e a adotar um sistema de tratamento de defeitos imediatamente acionado a cada problema identificado, capaz de alcançar a sua causa raiz (WOMACK, JONES, & ROOS, 1992). A produção artesanal possui profissionaisaltamente especializados, faz uso de ferramentas manuais e produz produtos específicos, um de cada vez. A produção em massa tem profissionais especializados para projetarem seus produtos. Estes são fabricados por trabalhadores semiespecializados ou sem especialização alguma em equipamentos caros para finalidades específicas na produção de grandes quantidades. Máquina parada é uma regalia que deve ser evitada por razão do alto custo das máquinas envolvidas, assim sendo, produzem uma certa quantidade de estoque sempre que necessário. Têm uma baixa variedade de produtos por motivo do alto investimento e produzem grandes quantidades, reduzindo o preço para a felicidades da clientela. O Lean Manufacturing não se enquadra nas duas especificações acima. Sua filosofia principal é produzir mais com menos em uma combinação de técnicas gerenciais e equipamento. Este processo combina as vantagens tanto da produção artesanal quando da produção em massa com melhores resultados. Quando comparada à produção artesanal, produz em maior quantidade a um custo menor. Quando comparada à produção em massa, produz com menos esforço humano, espaço físico e utiliza equipamentos mais baratos. E como ele faz tudo isso? Simples, utiliza-se do Kaizen. A gerência monta grupos de trabalho junto às máquinas com diversas habilidades e vários níveis hierárquicos. Figura 8 - Produção enxuta (Fonte: Blog do David 10 ) Veja de que forma na explicação da Figura 8 do blog do David: 1. Um problema é detectado; 2. Aciona-se a sinalização (lâmpada, placa, alarme, etc); 3. A liderança chega rapidamente ao local; 4. O problema é anotado no quadro de produção; 5. O supervisor convoca o pessoal dos setores de apoio para a resolução do problema. As metas utilizadas pela produção enxuta são as seguintes: Zero defeitos; Tempo zero de preparação (setup); Estoque zero; Movimentação zero; Quebra zero lote unitário (uma peça); Lead time zero. 10 https://davidkond.wordpress.com/category/lean-manufacturing/ 16/12/2016 15:44 https://davidkond.wordpress.com/category/lean-manufacturing/ 1.4. A QUARTA REVOLUÇÃO A quarta revolução está acontecendo agora. O termo smart factories foi utilizado pela primeira vez em 2011 durante a Hannover Fair. Logo, é tudo muito novo, mas vamos conhecer um pouco mais no artigo abaixo de Adriano Gama Filho: Uma nova revolução está ocorrendo no mundo produtivo. O mundo virtual e o real se confundem, as modernas tecnologias da informação estão sendo combinadas com processos industriais tradicionais, promovendo grandes mudanças nas diversas áreas de produção. Essa é a “Indústria 4.0“, a 4ª. Revolução Industrial. Trata-se de um projeto no âmbito da estratégia de alta tecnologia promovida pelo governo alemão que promove a informatização da Manufatura. Busca-se chegar à fábrica inteligente (Smart Manufacturing) que se caracteriza pela capacidade de inteligência artificial, sistemas físicos e cibernéticos eficiência dos recursos e a integração de clientes e parceiros de negócios. O desafio de dominar esse grau de complexidade exige conhecimento e ferramentas de software adequadas para projetar e construir as instalações e sistemas relevantes. Na manufatura inteligente tudo está interligado neste ambiente de produção, o produto em si é uma parte ativa do processo de produção. Esta integração perfeita dos mundos físico e virtual só é possível porque cada elemento existe, simultaneamente, tanto como um físico e um modelo virtual. O sistema é capaz de analisar as demandas de vendas dos produtos, analisar estoques, medir a produção e propor a programação ideal e fabricar mediante os dados analisados, tornando mais flexível o processo para atender à crescente demanda por personalização em massa. A base é uma conexão de dados transparente entre todas as fases do processo de agregação de valor. Para cada produto, ao lado de sua descrição física real, uma representação virtual continua a passar por um maior desenvolvimento. Consequentemente, uma integração dos mundos real e virtual é o foco daqueles na vanguarda do desenvolvimento e implementação da manufatura inteligente. A manufatura inteligente pressupõe a descentralização e o controle, a comunicação ocorre em cada etapa para determinar que peças adicionar ou etapas de montagem para implementar. Com certeza esta revolução industrial a medida que avançar trará grandes mudanças nos processos produtivos impulsionando avanços significativos aos processos de fabricação, agregação de valores e gestão. Há quem diga que o mouse substituirá as ferramentas. Cabe lembrar que, por mais automação que esta revolução venha se firmar, temos que ter as pessoas certas no lugar certo. É fundamental para alavancar ganho tecnológico, e para a realização dos objetivos de manufatura inteligente. Segundo o Departamento de Educação dos Estados Unidos, “60% dos novos empregos que vão surgir no século 21 exigirão habilidades possuídas por apenas 20% da força de trabalho atual”. Dessa forma, além de desenvolver novas tecnologias, também será necessário esclarecer onde as pessoas vão estar situadas dentro do processo de produção no futuro, e como a interação entre pessoas e máquinas ocorrerá. Para observar esta revolução, a Alemanha vem centralizando o projeto da Indústria 4.0 e nos Estados Unidos, uma iniciativa conhecida como a Smart Manufacturing Leadership Coalition – SMLC, ou Coalisão da Liderança para Manufatura Inteligente, também está trabalhando sobre o futuro da indústria transformadora. “ (Fonte: Eng. Adriano Gama Filho 11 - Baseado no artigo de Paulo Roberto dos Santos. É Gerente Regional de Produtos para as Américas na Festo Brasil) 11 http://www.mgtech.com.br/consult/industria-4-0/ 21/11/2016 10:45 http://www.mgtech.com.br/consult/industria-4-0/ 1.5. EXERCÍCIOS 1. Descreva as 3 gerações vivenciadas pela manutenção. Resposta: 2. Explique o que é obsolescência programada. Resposta: Quando algo se torna obsoleto? Hoje esse processo é muito rápido. Isso tem uma história bem interessante que teve início na primeira metade do século XX. Com a quebra da bolsa nos EUA em 1929, muitas famílias perderam tudo. Havia uma falta muito grande de empregos e as coisas não caminhavam bem. Em um dado momento, por causa da tremenda queda nas vendas, alguém teve a brilhante ideia de reduzir a vida dos bens de consumo para aumentar as vendas. Essa história começou a se revelar por causa de uma lâmpada. A lâmpada de Livermore (cidade da Carolina do Norte) onde foi encontrada uma remanescente que funcionava desde 1901. Existe um documentário, bastante interessante, chamado A conspiração da lâmpada12. A história é contada e mostra Thomas Edison em uma propaganda comercial falando exatamente sobre a sua durabilidade (LONDON, 1933). The New Prosperity é o primeiro a publicar essa nova estratégia de crescimento com a promessa de crescimento da indústria e aumento de empregos para a população. Acreditava tanto na ideia que defendia a obrigatoriedade dela por lei. 12 https://www.youtube.com/watch?v=4e7DfC0ytlY 17/11/2016 14:47 https://www.youtube.com/watch?v=4e7DfC0ytlY No período de 1939 a 1945, vivenciamos a Segunda Grande Guerra, quando os países do Eixo saíram derrotados (Itália, Japão e Alemanha) e os Aliados (União Soviética, Estados Unidos, Império Britânico e a China) foram os vencedores. Os EUA se destacaram entre os vitoriosos em uma economia globalmente destruída e que precisava se recompor. A nossa enorme economia produtiva exige que façamos do consumo nossa forma de vida, que tornemos a compra e uso de bens em rituais, que procuremosa nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego, no consumo. Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior. Victor Lebow 13 Com essa sugestão ao então presidente dos EUA, Dwight David Eisenhower, em 1955, Victor Leblow iniciou a era do consumo. Vale a pena ressaltar que o país dispunha de uma tremenda força industrial oriunda do famoso esforço de guerra, que foi usada com eficiência, para se tornar nação mais poderosa do mundo. Essa política nos levou a um problema de sustentabilidade, muito bem abordado no documentário A história das coisas14. 3. Na Terceira Revolução Industrial, novas técnicas administrativas foram criadas. Cite algumas delas. Resposta: Neste período novas técnicas administrativas foram implementadas tais como JIT, o Kanban, o KAIZEN e o TPM. 4. Explique o sistema Kanban, a ideia de puxar a produção e como funciona. Resposta: O sistema de puxar tem por objetivo reduzir ao máximo os estoques (intermediários e finais) e o uso de recursos, conseguindo, assim, o melhor resultado possível. 13 http://ablemesh.co.uk/PDFs/journal-of-retailing1955.pdf 17/11/2016 15:29 14 https://www.youtube.com/watch?v=Gca-MdxG-Ow 17/11/2016 15:49 http://ablemesh.co.uk/PDFs/journal-of-retailing1955.pdf https://www.youtube.com/watch?v=Gca-MdxG-Ow O uso de sistema de supermercados (TARDIN, 2001), com o controle feito no final do processo, é o sistema utilizado pelo STP. O método Kanban controla os níveis dos supermercados. “Kan” significa cartão e “Ban”, controle, ou seja, Kanban significaria controle por cartões. O controle pode ser feito por cartões ou qualquer outro método visual que o possibilite. Na Figura 6 pode-se notar um carrinho que abastece os supermercados. As prateleiras com as caixas coloridas são os supermercados propriamente ditos. Cada cor indica algum tipo de peça ou matéria-prima para ser usada na montagem do carro que está passando. Quando uma caixa está vazia, substitui-se por outra. Cada prateleira pode ser considerada como nível de prioridade. Um supermercado com 4 prateleiras, sendo que 3 estão com as caixinhas vazias, deve indicar um ponto crítico e deve ser abastecido. O processo anterior inicia-se até que as prateleiras estejam cheias. Os níveis críticos são determinados em função do tempo de processo para a reposição. O processo anterior pode abastecer, simultaneamente, vários supermercados distintos. Fica fácil perceber que se tem um ponto só de planejamento. Este ponto é o pedido do cliente. As demais etapas estão em fluxo (o carro passando) ou no consumo de produtos finais (material no supermercado) segundo o nosso exemplo. 5. Explique o que é a smart factories ou a indústria 4.0. Resposta: Uma nova revolução está ocorrendo no mundo produtivo. O mundo virtual e o real se confundem, as modernas tecnologias da informação estão sendo combinadas com processos industriais tradicionais, promovendo grandes mudanças nas diversas áreas de produção. Essa é a “Indústria 4.0“, a Quarta Revolução Industrial. Trata-se de um projeto no âmbito da estratégia de alta tecnologia promovida pelo governo alemão que promove a informatização da Manufatura. Busca-se chegar à fábrica inteligente (Smart Manufacturing), que se caracteriza pela capacidade de inteligência artificial, sistemas físicos e cibernéticos eficiência dos recursos e a integração de clientes e parceiros de negócios. CAPÍTULO 2 - CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO 2. INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, objetiva-se aprofundar o tema e abordar suas características mais básicas: os tipos de manutenção e seus diversos enfoques; o tipo de resultado produzido por cada enfoque; quando optar por um ou por outro, entre outros, são tópicos fundamentais para qualquer profissional da área. Conteúdo desta unidade Manutenção corretiva e seus aspectos básicos; quando optar por uma ou por outra; manutenção preditiva, uma forma bem avançada de se trabalhar, e sua aplicabilidade. Complementando o assunto, discutiremos um pouco na ferramenta FMEA e FTA. Espero que aproveitem. 2.1. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE MANUTENÇÃO 2.1.1. MANUTENÇÃO CORRETIVA Existem dois grandes grupos, também conhecidos como manutenção corretiva não previsível (não planejadas) e manutenção corretiva previsível (planejadas) Não planejadas: Conhecida também como corretiva. “Significa deixar as instalações continuarem a operar até que quebrem. O trabalho de manutenção é realizado somente após a quebra do equipamento ter ocorrido [...]”. (SLACK, CHAMBERS, & JOHNSTON, 2002). Podem acontecer a qualquer momento de forma inesperada ou ocasional. Monchy a classifica como manutenção catastrófica ou manutenção bombeiro (MONCHY, 1987). São defeitos repentinos em equipamentos que trabalham em regime contínuo. Os reparos ocasionais são aqueles que ocorrem quando o problema não para a máquina. Estas são paradas por situações outras – falta de matéria- prima, ociosidade, etc. – e aproveita-se o ensejo para que a manutenção ocorra. Planejadas: Existe ainda a manutenção corretiva planejada. A previsão é realizada a partir de um acompanhamento preditivo detectivo ou até mesmo por uma decisão gerencial em se trabalhar até que a falha aconteça. O planejamento pressupõe que, deste modo, o fato aconteça da forma mais barata, segura e rápida. Veja a Tabela 1 para um comparativo entre as duas. Tabela 1 - Comparação Manutenção corretiva - Fonte (Major & Couto, 2013) 2.1.2. TIPOS DE MANUTENÇÃO CORRETIVA Existem dois tipos de manutenção corretiva: o reparo e a reforma. Para que se entenda melhor suas diferenças, veja o gráfico da Figura 9 - ciclo de vida útil em um equipamento (Fonte: MORO; AURAS, 2007. Figura 9 - ciclo de vida útil em um equipamento (Fonte: MORO; AURAS, 2007). 1) Fase de amaciamento - os defeitos internos do equipamento se manifestam pelo uso normal e pelo autoajuste do sistema. Normalmente estes defeitos estão cobertos pela garantia de fábrica. 2) Vida útil do componente - esta é a fase de pouquíssimas quebras e/ou paradas e é a fase de maior rendimento do equipamento; 3) Envelhecimento - os vários componentes vão atingindo o fim da vida útil e passam a apresentar quebras e/ou paradas mais frequentes. É a hora de decidir pela reforma total ou sucateamento. (Fonte: MORO; AURAS, 2007). A região 1 é a fase do amaciamento. Vê-se claramente um crescimento no número apresentado de defeitos em função da acomodação dos recém- instalados componentes e de possíveis falhas internas. Na região 2, os defeitos permanecem constantes, fase em que o equipamento apresenta o seu melhor desempenho. Quando o número de defeitos começa a aumentar novamente, fase 3, pode-se afirmar que o ciclo de vida do equipamento está chegando ao seu término. Reparo: Acontece de forma totalmente inesperada. Aplicada na fase 2 do gráfico da Figura 9 em sua melhor fase de desempenho. Reforma: Quando o equipamento entra na fase 3, em seu final de ciclo e não desempenha suas funções de forma desejável com custo elevado, há um aumento significativo no número de paradas e baixa qualidade. “Define-se reforma como a completa análise, desmontagem, substituição e ou recuperação dos componentes, limpeza, montagem, testes, pintura, etc.” (Moro & Auras, 2007) Outro ponto interessante é o custo de manutenção em cada uma dessas fases. Veja o gráfico de bacia da Figura 10. Figura 10 - Custo da manutenção para cada fase (Fonte: MORO; AURAS, 2007). 2.1.3. MANUTENÇÃO PREVENTIVA A manutenção preventiva, claramente, implica na realização de um planejamento anterior com procedimentos e ações antecipadas com o objetivo de manter o maquinário semprefuncionando a contento. 2.1.3.1. O QUE É MANUTENÇÃO PREVENTIVA? “(...) Visa eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas por manutenção (limpeza, lubrificação, substituição e verificação) das instalações em intervalos de pré-planejados” (SLACK, CHAMBERS, & JOHNSTON, 2002) e “é a manutenção efetuada com intenção de reduzir probabilidade de falha de um bem ou a degradação de um serviço prestado”. (MONCHY, 1987) O que? Quando? E como? São as perguntas que o planejamento de manutenção deve responder. Deve conhecer os recursos disponíveis para tomar decisões e executá-las de forma satisfatória. Todo planejamento gera um programa para ser executado. Este responde: quem, em quanto tempo e quando as ações devem ser cumpridas. A organização também é fundamental. Ela deve impor a ordem em que os serviços são realizados e a estrutura pela qual pretende alcançar seus objetivos. Uma boa administração intende normatizar as atividades para que não haja desperdícios e para que contribua para o aumento da produtividade e ordene os diversos fatores da produção. Para Slack, Chambers e Johnston (2002), os objetivos da manutenção são classificados da seguinte forma: Redução de custos: redução de defeitos e ações corretivas em que o custo é maior que as ações de prevenção; Maior qualidade dos produtos: um equipamento em perfeito funcionamento garante a qualidade do produto final; Maior segurança: setor produtivo limpo e em boas condições de operação propicia maior segurança, confiança e motivação aos trabalhadores; Melhor ambiente de trabalho: ambiente de trabalho limpo, seguro e organizado por meio de atividades de manutenção autônoma melhoram o nível de trabalho dos funcionários; Desenvolvimento profissional: o programa de Manutenção Produtiva Total desenvolve novas habilidades e crescimento profissional dos trabalhadores por meio do envolvimento direto das decisões de aumento de produtividade da empresa; Maior vida útil dos equipamentos: o objetivo do programa é o aumento da vida útil dos equipamentos por meio de ações de prevenção e melhorias específicas; Maior confiabilidade dos equipamentos: bem cuidados, têm intervalos de tempo maiores de uma falha para outra, o que resulta em maior disponibilidade de velocidade de produção; Instalações da produção com maior valorização: instalações bem mantidas têm maior valor de mercado; Maior poder de investimento: a redução de custos obtida pela MPT tem relação direta com aumento de investimentos da empresa; Preservação do meio ambiente: com uma boa regulagem das máquinas, há uma economia de recursos naturais e diminuição dos impactos ambientais (MAJOR; COUTO, 2013) 2.1.3.2. COMO A MANUTENÇÃO PREVENTIVA CONTRIBUI? Redução de custos – Redução das paradas desnecessárias e peças sobressalentes. Isso deve impactar em redução nas compras, diminuir a ociosidade do equipamento e os custos com o retrabalho. Qualidade do produto – Fator que distingue o produto no mercado e o torna mais competitivo. Equipamento confiável tem impacto direto na qualidade. Aumento de produtividade – Perde-se menos tempo com atividades desnecessárias aumentando, assim, a produtividade e facilitando a chegado do produto ao cliente. Impacto ambiental – A equipe de manutenção pode ser direcionada como linha de frente para equipamentos antipoluentes; deve-se evitar desperdícios e descarte de material desnecessário e impróprio. Aumento da vida útil dos equipamentos – Normalmente esse fator advém dos relacionados acima. 2.1.3.3. ORGANIZAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA Considere uma indústria que ainda não tenha definida a manutenção preventiva, onde não haja controle de custos e nem registros ou dados históricos dos equipamentos. Se essa indústria desejar adotar a manutenção preventiva, deverá percorrer as seguintes fases iniciais de desenvolvimento: a) Decidir qual o tipo de equipamento que deverá marcar a instalação da manutenção preventiva, que deve ser realizado numa cooperação da supervisão de manutenção e de operação; b) Efetuar o levantamento e posterior cadastramento de todos os equipamentos que serão escolhidos para iniciar a instalação da manutenção preventiva (plano piloto); c) Redigir o histórico dos equipamentos, relacionando os custos de manutenção (mão de obra, materiais e, se possível, lucro cessante nas emergências), tempo de parada para os diversos tipos de manutenção, tempo de disponibilidade dos equipamentos para produzirem, causas das falhas etc. d) Elaborar os manuais de procedimentos para manutenção preventiva, indicando as frequências de inspeção com máquinas operando, com máquinas paradas e as intervenções. e) Enumerar os recursos humanos e materiais que serão necessários à implementação da manutenção preventiva. f) Apresentar o plano para aprovação da gerência e da diretoria. g) Treinar e preparar a equipe de manutenção. Se uma empresa contar com um modelo organizacional ótimo, com material sobressalente adequado e racionalizado, com bons recursos humanos, com bom ferramental e instrumental e não tiver quem saiba manuseá-los, essa empresa estará perdendo tempo no mercado. A escolha do ferramental e instrumental é importante, porém, mais importante é o treinamento da equipe que irá utilizá-los. (MORO; AURAS, 2007) 2.1.3.4. PONTO IDEAL DE MANUTENÇÃO CORRETIVA X PREVENTIVA (TAXA DE MENOR CUSTO) O texto a seguir foi retirado na íntegra do site da Citisystems15. É excelente para o entendimento do tema: Introdução à Confiabilidade operacional O maior desafio para as pessoas que estão envolvidas com a manutenção nas indústrias hoje em dia não é apenas saber das técnicas utilizadas na manutenção, mas decidir quais delas realmente são ou não são importantes para determinado ativo. Se forem realizadas escolhas certas, é possível melhorar o desempenho do ativo e ao mesmo tempo reduzir o custo de manutenção, aumentando sua confiabilidade operacional. Por outro lado, se houver más escolhas, novos problemas são criados enquanto aqueles que já existentes tendem a piorar. De acordo com a teoria da confiabilidade e da mantenabilidade, a manutenção periódica ou preventiva tem a função de reduzir a incidência de falha no equipamento. No entanto, se o período de manutenção for muito curto, tanto o custo quanto a indisponibilidade aumentam, sem citar o fato de que a alta frequência de determinadas atividades pode reduzir a confiabilidade do sistema. Por outro lado, se o período de manutenção é muito longo, o alto potencial de falha do equipamento irá resultar em perdas indevidas agravadas pela perda do lucro cessante. Portanto, uma vez adotada a estratégia de realizar a manutenção periódica, estabelecer um período de manutenção razoável é a chave para a redução de custos mantendo a confiabilidade operacional. Porém, qual a maneira correta de fazer isto? Se realizarmos uma pesquisa na literatura, vários métodos são propostos para realizar cálculos de forma a encontrar um ponto ótimo de manutenção. Aqui será abordado um destes métodos, o que utiliza a análise de Weibull. Este post abordará apenas uma parte da Engenharia de confiabilidade, pois este assunto é muito vasto e haverá outras oportunidades para aprofudarmos mais na teoria da confiabilidade demonstrando outros métodos. Espefificamente este artigo será subdividido da seguinte forma: Confiabilidade e análise de Weibull Exemplo prático do cálculo de confiabilidade envolvendo disponibilidade Como calcular os custos de manutenção preventiva e manutenção corretiva? Como calcular o ponto ótimo de manutenção baseando-se na confiabilidade e nos custos? Benefícios da Engenharia de confiabilidade. Desafios e dificuldades na implantação da confiabilidade Anexo: Como configurar o Excel para utilizar a ferramenta de análise. 15 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/04/10/2017 09:49 http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-industrial-como-funciona/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/tipos-perdas-industria/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#1 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#2 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#3 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#4 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#4 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#5 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#6 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#7 https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/ 1 – Confiabilidade e análise de Weibull Para os que não conhecem, a análise de Weibull, também denominada análise de dados de vida, é uma ferramenta de análise que, a partir de uma amostra representativa, possui a funcionalidade de fazer previsões de um produto dentro de uma população. Isto é feito por “encaixe” em uma distribuição estatística de dados de vida e esta distribuição pode então ser utilizada para estimar características importantes da vida deste produto tais como confiabilidade ou probabilidade de falha em um período específico. A fórmula de Weibull pode ser representada pela fórmula: Formula da função de Weibull Onde: F(t) é a probabilidade de falha para uma determinada amostra; t é o tempo até a falha; η é a característica de vida ou parâmetro de escala; β é o parâmetro de inclinação ou forma A análise de Weibull é um método de modelagem de dados conjuntos contendo valores maiores que zero (como exemplo, podem ser dados de tempo até a falha conhecido como time-to-fail (TTF)). Uma característica importante desta análise é que, se houver a possibilidade de fazer uma coleta de 3 amostras, já é viável realizar o estudo de confiabilidade. Através da utilização de Weibull, é possível responder alguns problemas de engenharia tais como: Um operador reporta três falhas de um mesmo componente funcionando pelo período de três meses. O gerente da área questiona: “quantas falhas teremos no próximo trimeste, semestre ou ano? Quanto vai custar? Qual é a melhor ação corretiva para reduzir os riscos e as perdas?” Para adquirir peças de reposição e agendar o trabalho da equipe de manutenção, quantos componentes serão enviados para revisão mês a mês no próximo ano, sabendo-se que o gerente de manutenção quer ter 95% de certeza de que as peças em estoque e a mão de obra serão o suficiente? O custo de uma falha não prevista de um componente (manutenção corretiva) é em torno de 20 vezes o custo de uma manutenção planejada. Qual é o intervalo ideal (melhor custo-benefício) que deve ser estabelecido para a substituição deste componente? 2 – Exemplo prático do cálculo de confiabilidade envolvendo disponibilidade O efeito de testes e atividades de manutenção realizados em um componente baseia-se em duas situações extremas. A primeira delas supõe que o estado do componente após a manutenção é “tão bom como novo”, o que significa que sua idade é restaurada para zero depois que uma atividade de manutenção é executada. A segunta opção assume que a manutenção deixa o componente em uma condição “tão ruim quanto velho”, significando que sua idade é a mesma depois de realizada a manutenção se comparada com a situação imediatamente antes da manutenção. No nosso exemplo de confiabilidade nos basearemos na primeira opção, ou seja, a de que após a manutenção o componente terá sua idade restaurada. Para realizar os cálculos dos http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/medidas-zerar-falhas-equipamentos/ http://www.citisystems.com.br/medidas-zerar-falhas-equipamentos/ http://www.citisystems.com.br/tipos-perdas-industria/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/passos-implantar-manutencao-planejada/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ parâmetros, será utilizado o Excel 2010 e o módulo de ferramenta de análise deste software. Para o exemplo, vamos considerar um cilindro hidráulico que de tempos em tempos, devido ao desgaste das gaxetas e anéis de vedação, falha com relação à sua função principal, exigindo manutenção corretiva. Será então calculado o melhor momento para realizar a manutenção periódica a partir da análise dos custos e da confiabilidade. Com relação ao cálculo da confiabilidade, primeiramente é necessário que tenhamos em mãos a amostragem de tempo até a falha do cilindro. Sendo assim, foi coletado em campo o tempo em minutos que o cilindro operou antes de cada falha, conforme a Figura 1 abaixo: Figura 1- Valores de tempo até a falha do cilindro hidráulico Pelos valores podemos perceber que, em média, a cada 4 meses e 26 dias (210379 minutos), ocorre a falha do cilindro, exigindo manutenção corretiva. Aqui foi coletado um total de 10 amostras, porém, a partir de 3 amostragens já é possível realizar o estudo de confiabilidade. Com os dados de amostragem de tempo até a falha, vamos agora calcular as variáveis necessárias para obter os parâmetros da fórmula de Weibull (beta e alfa). Não é o intuito deste artigo ir a fundo na estatística e mostrar o porquê das fórmulas e sim como utilizar a ferramenta. Sendo assim, voltemos ao exemplo: A partir dos dados de tempo até a falha, deve-se preencher outra tabela conforme indicado na Figura 2 abaixo. Os passos são o seguinte: 1. Na coluna A, deve-se preencher os dados até a falha e logo após ordenar eles do menor para o maior. Feito isto, deve-se proceder ao passo 2; 2. Na coluna B, deve-se numerar em sequência de acordo com a quantidade de amostras; 3. Para preencher a coluna C, é necessário calcular o Median Rank. É um conceito da estatística que pode ser calculado da seguinte forma: Na célula C15 digite a fórmula “=(B15-0,3)/(10+0,4)”. Os valores 0,3 e 0,4 http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/confiabilidade-preditiva-preventiva-industria/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ são padrões na obtenção do median rank. Já o valor “10” foi utilizado porque representa a quantidade de amostras. Feito isto, estenda a fórmula para as outras células, conforme indicado na Tabela 2. 4. A coluna D deve conter os valores obtidos através da fórmula “1/(1-Median Rank)”. 5. Da mesma forma, a coluna E deve conter valores obtidos através da fórmula “Ln(Ln(1/(1-Median Rank)))”, na qual Ln é o logaritmo do valor. 6. Finalmente, na coluna F deve ser calculado o logaritmo do ttf (coluna A), utilizando a fórmula “Ln(TTF do Cilindro)”. A tabela completa com os valores calculados pode ser visualizada abaixo (Tabela 2). Figura 2 – Valores calculados para análise confiabilidade Com a tabela completa, agora é necessário utilizar o recurso de regressão do Excel, que faz parte da ferramenta Análise de dados. Deve-se proceder da seguinte forma: 1. Clicar na opção Análise de Dados, localizada no menu Dados. Caso o seu Excel não possua esta opção visível, é necessário habilitá-la. Para saber como fazer isto, vá até o Item 7 – Anexo deste artigo clicando aqui. 2. Clicar em Regressão. 3. Clicar em Ok. http://www.citisystems.com.br/etapa-manutencao-autonoma-estabelecer-padroes/ https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#7https://www.citisystems.com.br/confiabilidade-disponibilidade-maquinas/#7 Figura 3 – Regressao linear no Excel Agora, é necessário informar ao Excel quais serão as colunas utilizadas para a regressão. Assim, proceda da seguinte forma: 1. O intervalo Y de Entrada deve ser os dados da coluna E, incluindo o cabeçalho. Portanto, é o intervalo compreendido entre o E14 e E24; 2. O intervalo X de Entrada deve ser os dados da coluna F, incluindo o cabeçalho. Portanto, é o intervalo compreendido entre o F14 e F24; 3. Checar a opção Rótulos. 4. Checar a opção nova planilha e dar o seguinte nome: “Regressão Linear” ou qualquer outro nome que desejar. 5. Checar a opção “Plotar ajuste de Linha”. 6. Clicar no botão “Ok”. Todos estes passos podem ser visualizados na Figura 4 abaixo: Figura 4 – Configurar análise de regressao linear no Excel O Excel, automaticamente, irá gerar uma planilha com os dados estatísticos calculados, bem como o gráfico de regressão. Porém, não temos ainda todos os dados necessários. É preciso ainda calcular os parâmetros beta e alfa através do seguinte procedimento: 1 – Na célula A19, digite: “beta (ou parâmetro de forma)”. Na célula B19, digite a fórmula: “=B18. Na célula A20, digite: “alfa (ou característica de vida)”. Na célula B20, digite a fórmula: “=EXP(-B17/B18). O resultado pode ser visualizado na Figura 5. Para este exemplo, temos então o beta=4,2524 e o alfa=231126,77. Figura 5 – Análise de regressão linear no Excel O que representam os parâmetros β e α? O parâmetro de forma β indica se a taxa de falha está crescente, constante ou decrescente. Se β<1, é um indicativo de que o produto está com a taxa de falha decrescente. Este cenário é típico da chamada “mortalidade infantil”, indicando que o produto falha logo no seu período de “nascimento”. Se β=1, é um indicativo de falha constante. São componentes que, após sobreviverem ao “nascimento”, possuem uma taxa de falha constante. Se β>1, temos então a situação de uma taxa de falha crescente. Este cenário é típico de produtos que falham por desgaste como é o nosso caso (β=4,25) em que o beta é muito maior do que 1, indicando que o cilindro falha por fadiga após um determinado tempo. A característica de vida ou parâmetro α é uma medida de escala ou propagação com relação à distribuição dos dados. Ele representa o número na escala do eixo X em que 63,2% dos cilindros falharam. Fazendo a análise de confiabilidade para nosso exemplo em que α=231.126, significa dizermos que 37% dos cilindros sobrevivem após um período de 231.126 minutos, ou melhor dizendo, após 5 meses e 11 dias. 3 – Como calcular os custos de manutenção preventiva e manutenção corretiva? Custos de manutenção corretiva No nosso estudo de confiabilidade, para o cálculo dos custos de manutenção corretiva, devem ser considerados, além do material e da mão de obra envolvida na atividade de reparo do componente, o custo das perdas causadas pelo lucro cessante. Na prática, o lucro cessante pode ser calculado levando-se em consideração o tempo em que determinado equipamento ou máquina deveria estar produzindo e não produziu. É exatamente o que ocorre quando há quebra ou falha de um componente da máquina que faz com que ela fique inoperante. Sendo assim, o lucro cessante é determinado quando é computado o lucro que a empresa deixou de ganhar durante o tempo em que a máquina ficou parada. Utilizando este conceito, vamos calcular os custos de manutenção corretiva para o exemplo do cilindro hidráulico. No caso do cilindro hidráulico, ao analisar as falhas, foi constatado que quando ocorre a mesma, a máquina fica inoperante e sem produzir por um período, em média, de 4 horas. Isto ocorre devido à localização do cilindro na máquina e à dificuldade de acesso. Este tempo de reparo abrange desde a parada da máquina, retirada do cilindro, troca do kit de vedação e gaxetas, recolocação na máquina e início de operação. Verificou-se também que, para a manutenção corretiva, são utilizados 2 colaboradores com o custo da hora de R$13,00 cada um. Além disto, o kit de reparo de vedação e gaxetas custa R$ 300,00. A máquina do nosso exemplo produz perfilados e durante estas 4 horas em que a máquina ficou parada, ela deixou de produzir 480 perfilados. Sabe-se que cada perfilado tem o peso de 1 quilo e que o lucro por quilo produzido é de R$4,00. Vamos então calcular o custo de manutenção corretiva para este caso: Custo de mão de obra = qtd de colaboradores x tempo de reparo x custo da hora do colaborador = 2 x 4 x 13 = R$ 104,00; Custo de material = custo do kit de reparo = R$ 300,00; Custo de perda por lucro cessante = qtd de produto deixado de produzir no período x lucro unitário do produto = 480 x 4 = R$ 1.920,00. http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/tipos-perdas-industria/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/medidas-zerar-falhas-equipamentos/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ http://www.citisystems.com.br/manutencao-corretiva/ Com estas três variáveis, temos então o custo de manutenção corretiva (Cmc), que é calculado da seguinte forma: Cmc = Custo de mão de obra + Custo de material + Custo de perda por lucro cessante Cmc = 104 + 300 + 1920 = R$ 2.324,00 Custos de manutenção preventiva A manutenção preventiva é uma manutenção que pode ser programada antes de ser realizada. Como isto geralmente é realizado em conjunto com a operação, a empresa não considera este tempo para o planejamento da produção e por este motivo não ocorre a perda por lucro cessante. Sendo assim, no cálculo do custo, deverá ter somente o custo de mão de obra e o custo de material. Portanto, o custo de manutenção preventiva (Cmp) será: Custo de mão de obra = qtd de colaboradores x tempo de reparo x custo da hora do colaborador = 2 x 4 x 13 = R$ 104,00; Custo de material = custo do kit de reparo = R$ 300,00. Cmp = 104 + 300 = R$ 404,00 Neste exemplo, consideramos o tempo de reparo da manutenção preventiva sendo exatamente o mesmo tempo gasto quando ocorre a manutenção corretiva, mas, na prática, este tempo tende a ser bem menor, justamente pelo fato de a manutenção ser programada. Com o planejamento da atividade, o manutentor terá a disponibilidade imediata do material correto no momento da substituição (não haverá o tempo perdido de atender ao chamado da operação, deslocar até a máquina, verificar o que ocorreu, buscar o material no almoxarifado ou o risco de requisitar o material errado). 4 – Como calcular o ponto ótimo de manutenção baseando-se na confiabilidade e nos custos? Custo total de manutenção e confiabilidade Até agora, calculamos os custos de manutenção levando em consideração o momento em que elas ocorrem, não analisando o custo com o passar do tempo. No entanto, para definir a melhor estratégia de manutenção, é necessário que seja levado em consideração a probabilidade de falha do componente e sua confiabilidade ao longo do tempo. Somente desta forma o custo poderá ser analisado fielmente como ocorre na realidade. Por exemplo, se, após 3 meses, a probabilidade de um item sofrer manutenção corretiva for de 50% e o custo envolvido nesta manutenção for R$ 2000,00, é correto prever nos custos da empresa que, em três meses, irá incorrer uma despesa de manutenção corretiva com este item no valor de R$1.000. Este resultado é o valor de manutenção multiplicado pela probabilidade de falha, ou seja: Cmc (3 meses) = Cmc x probabilidade de falha nos 3 meses Cmc = 2000 x 0,5 = R$ 1.000,00 Devido aos motivos explicados acima, começa a ficar claro o porquê de utilizar a análise de Weibull atrelada aos custos para fechar o estudo da confiabilidade. Isto porque a análise de Weibull representa
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