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Eduardus Parente Domingues-UniRV DIABETE MELITO 1 O DM1 atinge mais comumente crianças, adolescentes ou adultos jovens, mas algumas formas latentes podem ocorrer mais tardiamente. A doença é caracterizada por deficiência absoluta de insulina devido à destruição das células β. A perda da função das células β resulta de processos autoimunes que podem ser iniciados por vírus ou outras toxinas ambientais. Sem células β funcionais, o pâncreas deixa de responder à glicose, e a pessoa com DM1 apresenta sintomas clássicos de deficiência de insulina (polidipsia, polifagia, poliúria e perda de massa corporal). Os diabéticos tipo 1 necessitam de insulina exógena para evitar a hiperglicemia grave e o estado catabólico de cetoacidose, ameaçador à sobrevivência. 1. Causas: Em um período pós-absorção normal, a secreção constante das células β mantém níveis basais baixos de insulina circulante. Isso suprime a lipólise, a proteólise e a glicogenólise. Um pico de secreção de insulina ocorre dentro de 2 minutos da ingestão do alimento, em resposta ao aumento transitório dos níveis de glicose e aminoácidos circulantes. Isso dura por até 15 minutos e é seguido de secreção pós- prandial de insulina. Contudo, não possuindo células β funcionais, o diabético tipo 1 nunca consegue manter um nível de secreção basal de insulina e nem responder às variações de glicose circulantes. 2. Tratamento: A pessoa com DM1 depende da insulina exógena para controlar a hiperglicemia, evitar a cetoacidose e manter níveis aceitáveis de hemoglobina glicosilada (HbA1C). (Nota: a velocidade de formação de HbA1C é proporcional à média da glicemia nos três meses prévios. Uma média de glicose elevada resulta em HbA1c mais alta.) O objetivo do tratamento com insulina no DM1 é manter a glicemia tão próxima do normal quanto possível e evitar grandes oscilações na glicose. O uso de monitores domésticos de glicemia facilita a autocontrole frequente e o tratamento com insulina. Eduardus Parente Domingues-UniRV Como ocorre a secreção de Insulina A secreção de insulina é regulada pela glicemia, por certos aminoácidos, por outros hormônios e por mediadores autônomos. A secreção é mais comumente iniciada pelo aumento da glicemia. A glicose é captada pelo transportador de glicose nas células β do pâncreas. Ali, a glicose é fosforilada pela glicocinase, que atua como um sensor de glicose. Os produtos do metabolismo da glicose entram na cadeia respiratória mitocondrial e geram trifosfato de adenosina (ATP). O aumento dos níveis de ATP causa um bloqueio nos canais de K+, levando à despolarização de membrana e ao influxo de Ca2+. O aumento do Ca2+ intracelular causa exocitose pulsátil de insulina. A insulina exógena é administrada para substituir a falta de secreção de insulina no DM1 ou para suplementar a secreção insuficiente de insulina no DM2. Níveis de glicose 70mg/dL estimulam a síntese de insulina que é lançada no sistema venoso portal. Degradados pelo fígado Meia vida plasmática- 5-6 minutos devido extensa depuração hepática História da Insulina Pouco depois de sua descoberta, em 1921, os pacientes passaram a ser tratados com preparações de insulina obtidas de extratos pancreáticos suínos e bovinos durante mais de 70 anos. Com o advento da insulina humana, as insulinas bovina e suína deixaram de ser produzidas. Várias outras preparações de insulina que outrora eram amplamente utilizadas, como as insulinas lenta, ultralenta e zíncica com protamina, não estão mais disponíveis. A insulina humana é produzida por técnica de DNA recombinante usando cepas especiais de Escherichia coli ou fungos alterados geneticamente para conter o gene da insulina humana. Modificações da sequência de aminoácidos da insulina humana produziram insulinas com propriedades farmacocinéticas distintas. As preparações de insulina variam primariamente no início e na duração de ação. Por exemplo, insulina lispro, asparte e glulisina têm início de ação mais rápido e duração de ação mais curta do que a insulina regular, pois elas não se aglutinam nem formam complexos. Eduardus Parente Domingues-UniRV Via de administração Como a insulina é um polipeptídeo, ela é degradada no trato gastrintestinal (TGI) se for administrada por via oral. Portanto, em geral, ela é administrada por injeções subcutâneas (SC). (Nota: em uma emergência hiperglicêmica, a insulina regular é injetada por via intravenosa [IV]. Nesse caso utiliza insulina do tipo Regular) A infusão SC contínua de insulina (também denominada bomba de insulina) é outro método de administração usado. Esse método pode ser mais conveniente para alguns pacientes, eliminando as múltiplas injeções diárias de insulina. A bomba é programada para entregar uma quantidade basal de insulina. Além disso, ela permite ao paciente administrar um bólus de insulina para cobrir a ingestão de carboidratos da hora da refeição e compensar a glicemia elevada. Fatores que afetam a absorção da insulina - Local de aplicação - Tipo de insulina - Fluxo sanguíneo cutâneo (Massagem, banho quente, exercício) - Tabagismo - Atividade muscular regional no local - Volume e concentração de insulina injetada - A profundidade da injeção Eduardus Parente Domingues-UniRV Tipos de insulina de acordo com a duração As preparações de insulina são classificadas como de ação rápida, curta, intermediária e longa. O tempo até o pico e a duração de ação de vários tipos de insulinas. É importante que o clínico tenha cautela quando proceder a ajustes no tratamento com insulina, dando especial atenção à dosagem e ao tipo de insulina. Preparação de insulina humana são classificadas: rápida, intermediária e longa Preparação de insulina análogos de humanas: ultrarrápida, prolongada e bifásica Eduardus Parente Domingues-UniRV Insulinas disponíveis em frasco de 10 ml Refis com 3 ml para canetas recarregáveis e canetas descartáveis com 3 ml de insulina Principais tipos de preparações de insulinas: - Insulina solúveis: São de efeito rápido, curta duração e aspecto cristalino - Insulinas suspensão: Pouco solúveis, de ação prolongada, obtidos da precipitação de insulina na presença de protamina e zinco formando cristais sólidos -> Liberam Insulina lentamente para absorção 1 Unidade de insulina – É a quantidade para reduzir o nível de glicemia de um coelho em jejum para 45mg/Dl 100 Unidade – 3,6 mg de insulina/ml - Ação rápida e ação curta Quatro preparações estão nesta categoria: insulina regular, insulina lispro, insulina asparte e insulina glulisina. A insulina regular é uma insulina zinco cristalina solúvel e de curta ação. As insulinas lispro, asparte e glulisina são classificadas como insulinas de ação rápida. Modificações da sequência de aminoácidos da insulina regular produz análogos que são insulinas de ação rápida. Por exemplo, a insulina lispro difere da insulina regular pelos aminoácidos lisina e prolina nas posições 28 e 29 da cadeia B que estão invertidas. Essa modificação resulta em absorção e início mais rápidos e duração de ação mais curta após injeção SC. Os picos de insulina lispro são observados entre 30 e 90 minutos, e de 50 a 120 minutos para a insulina regular. A insulina asparte e a insulina glulisina têm propriedades cinéticas e dinâmicas similares às da insulina lispro. Insulinas de ação rápida ou lenta são administradas para mimetizar a liberação prandial (hora da refeição) de insulina e controlar a glicose pós-prandial. Elas podem ser usadas também em casos em que são necessárias correções rápidas de glicose elevada. Em geral, insulinas de ação rápida e curta são usadas em conjunto com uma insulina basal de ação mais longa que provê controle para a glicemia de jejum. A insulina regular deve ser injetada por via SC 30 minutos antes da refeição, ao passo que as insulinas deação rápida são administradas 15 minutos antes ou de 15 a 20 minutos depois de iniciar a refeição. As insulinas de ação rápida são comumente usadas em bombas externas de insulina e são apropriadas para administração IV, embora a insulina regular seja usada mais comumente quando a via IV é necessária. Ação Rápida (Regular): Esta insulina apresenta-se como uma solução clara preparada para utilização próximo às refeições. Uma injeção deve ser acompanhada de uma refeição ou lanche contendo carboidratos dentro de 30 -45 minutos Utilizada com segurança na gestação Início do efeito: 0,5-1 h Efeito máximo: 2 a 3 Horas Eduardus Parente Domingues-UniRV Duração do efeito: 6 a 8 horas. Ação Ultrarrápida: Início de ação é mais rápido e a duração mais curta do que a insulina humana regular, isso permite que seja aplicada antes ou após as refeições Início < 25 min Efeito máximo:0,5-1,5 h Duração: 3-4 Horas Os análogos de ação ultrarápida permitem uma boa aproximação dos perfis fisiológicos da secreção de insulina. São efetivos na redução das oscilações das glicemias pós-prandiais, tanto do DM1 como do DM2. Para os pacientes que apresentam tendência a ter hipoglicemia nos períodos pós-prandiais tardios e noturnos. Estes benefícios são devidos a uma menor variabilidade da absorção e a uma atuação como verdadeira insulina prandial destes análogos. Os principais inconvenientes do uso desses análogos são o seu maior custo e a falta de cobertura nos estados pós-prandiais tardios (4 a 6 horas após as refeições) necessitando frequentemente de um aumento nas doses das insulinas basais. - Ação Longa Insulina neutra com protamina Hagedorn (NPH) é uma insulina de ação intermediária formada pela adição de zinco e protamina à insulina regular. (Nota: outra denominação para essa preparação é insulina isofana) A combinação com protamina forma um complexo que é menos solúvel, resultando em retardo na absorção e ação prolongada. A insulina NPH é usada para controle basal (jejum) nos diabetes tipos 1 e 2 e, em geral, é dada junto com a insulina de ação rápida ou curta para controle na hora da refeição. A insulina NPH deve ser dada somente por via SC (nunca IV), e não deve ser usada quando é necessário baixar rapidamente a glicose (p. ex., cetoacidose diabética). - Início de ação entre 1 e 2 horas - Pico de ação entre 4 e 12 horas e - Duração de efeito entre 14 e 24 horas A Insulina isófana ou NPH (do inglês, “Neutral Protamin Hagedorn”) é a primeira escolha entre as insulinas para controle glicêmico basal. Pode ser misturada com a insulina solúvel, entretanto, nunca deve ser administrada por via venosa DISPONIVEL NO SUS - Normalmente é administrada 1vez/dia ou 2x/dia em combinação com uma insulina de ação curta (objetivo de se obter um nível plasmático basal de insulina ao longo das 24 horas, evitando flutuações glicêmicas nos períodos não relacionados com as refeições). Os principais inconvenientes são a absorção variável e errática, acarretando variações imprevisíveis na glicemia e um pico de ação mais pronunciado, que pode estar associado a episódios de hipoglicemia Eduardus Parente Domingues-UniRV - Análoga a ação longa Insulina glargina e detemir são análogas de insulina de ação prolongada, são alternativas à insulina NPH. O ponto isoelétrico da insulina glargina é menor do que o da insulina humana, levando à formação de um precipitado no local da injeção, o qual libera insulina por um período prolongado. Tem início mais lento do que a insulina NPH e um efeito hipoglicêmico achatado e prolongado, sem pico. A insulina detemir tem uma cadeia lateral de ácido graxo que aumenta a associação com albumina. A dissociação lenta da albumina resulta em propriedades de longa ação similares às da insulina glargina. Como com a insulina NPH, a insulina glargina e a insulina detemir são usadas para controle basal e devem ser administradas somente por via SC. Nenhuma insulina de longa ação deve ser misturada na mesma seringa com outras insulinas, pois isso pode alterar o perfil farmacodinâmico. Início de ação mais lento do que a NPH e tem efeito hipoglicêmico achatado e prolongado, (sem pico) Tem pH ácido→impede de ser misturada à outras preparações. Insulina glargina (Lantus) Consiste em uma insulina humana análoga produzida por tecnologia de DNA recombinante utilizando a Escherichia coli (cepa K12) Insulina detemir- (Levemir). É uma solução injetável de concentração 100 UI/mL. É um derivado acetilado da insulina humana que, ao ser injetado, liga-se à albumina, prolongando sua duração. Diferentemente da insulina glargina, a detemir é um recombinante solúvel em pH fisiológico. - Insulina de ação prolongada Insulina ultra-lenta (insulina zínquica estendida) Insulina de ação prolongada tem uma duração de mais de 24 horas IDEPENDENTE SE A INSULINA É DE AÇÃO MAIOR QUE 24HORAS, SEMPRE DEVE TOMAR A INSULINA A CADA 24H NA GRAVIDEZ É UTILIZADO QUALQUER INSULINA Tratamento-padrão X tratamento intensivo O tratamento padrão de insulina envolve duas injeções diárias. Em contraste, o tratamento intensivo utiliza três ou mais injeções diárias com monitoração frequente da glicemia. A ADA recomenda um nível glicêmico médio de 154 mg/dL ou menos (HbA1C ≤ 7%), e o tratamento intensivo facilita alcançar esse objetivo. (Nota: a glicemia média normal é de Eduardus Parente Domingues-UniRV aproximadamente 115 mg/dL ou menos [HbA1C < 5,7%].) A frequência de episódios hipoglicêmicos, coma e convulsões é maior com os regimes intensivos de insulina. Contudo, pacientes em tratamento intensivo têm redução significativa nas complicações microvasculares do diabetes, tais como retino, nefro e neuropatias, em comparação com pacientes que recebem o tratamento-padrão. O tratamento intensivo não deve ser recomendado para pacientes que apresentam diabetes há longo tempo, complicações microvasculares significativas, idade avançada e inconsciência hipoglicêmica. O tratamento intensivo não diminui significativamente as complicações macrovasculares do diabetes. Reações adversas: Hipoglicemia é a reação adversa mais comum e grave à insulina. Outras reações adversas incluem aumento de massa corporal, reações no local da injeção e lipodistrofia. A lipodistrofia pode ser minimizada por rotação do local de aplicação. Os diabéticos com insuficiência renal podem precisar de redução da dose de insulina. Eduardus Parente Domingues-UniRV Eduardus Parente Domingues-UniRV Esquema terapêutica: Insulina ação longa+ ação rápida→ suprir necessidades pos-prandiais Diabetes tipo 1=Dose média→0,6-0,7 unidades/Kg de peso corporal ao dia A dose diária total de insulina preconizada em indivíduos com DM1 com diagnóstico recente ou logo após diagnóstico de cetoacidose diabética varia de 0,5 a 1 U/kg/dia. Entretanto, alguns casos requerem doses maiores de insulina para a recuperação do equilíbrio metabólico. - Tratamento de Insulina: • Orientações gerais sobre insulina ao paciente 1 mL da solução contém 100 UI de insulina Deve ser estocada sob refrigeração (parte inferior da geladeira) Não deve ser congelada ou submetida a temperatura superior a 30 graus Seringas de insulina: 0,3-0,5 e 1 mL de capacidade. As descartáveis podem ser reutilizadas pelo “mesmo” paciente com orientação médica Deve ser aplicada por via subcutânea (90 da superfície de aplicação) Os locais mais adequados para aplicação de insulina: Eduardus Parente Domingues-UniRV • Abdômen • Braços • Nádegas • Coxas - O tamanho da agulha é baseado em linhas gerais, pelo cálculo do IMC – PESO/ALTURA • Mini (5mm) – usada em IMC < 25, sem prega cutânea – opção apenas encontrada em agulhas para a caneta; Nano- 3mm-usada em crianças • Curta (8mm) - usada em IMC < 25, com prega cutânea; • Normal/Regular (12,7mm) - usadaem IMC > 25. Bomba de Insulina: A bomba de insulina é um pequeno dispositivo computadorizado que fornece insulina continuamente ao longo do dia. - Vantagens: • Maior flexibilidade no estilo de vida • Melhor planejamento na administração de insulina. • Capacidade para administrar com precisão doses muito pequenas de insulina. • Melhor controle de glicose no sangue, reduzindo o risco de hipoglicemia. • Redução de episódios de hipoglicemia grave. • Redução de grandes flutuações da glicose no sangue. - Desvantagens: • O risco de infecções de pele no local do cateter. • O risco de cetoacidose diabética em caso de mau funcionamento da bomba ou problemas no cateter. • Custo: As bombas são caras, além do custo contínuo de suprimentos. • Verificação de glicose no sangue pelo menos 4 vezes por dia. Eduardus Parente Domingues-UniRV Tiazolidinadionas As tiazolidinadionas (TZDs) são também sensibilizadoras à insulina. Os dois membros dessa classe disponíveis atualmente são pioglitazona e rosiglitazona. Embora seja necessária insulina para sua ação, as TZDs não promovem sua liberação das células β pancreáticas; assim, não há risco de hiperinsulinemia. 1. Mecanismo de ação: As TZDs diminuem a resistência à insulina, atuando como agonistas para o receptor γ ativado por proliferador peroxissoma (PPARγ), um receptor hormonal nuclear. A ativação do PPARγ regula a transcrição de vários genes responsivos à insulina, resultando em aumento da sensibilidade à insulina no tecido adiposo, no fígado e no músculo esquelético. Os efeitos desses fármacos nas concentrações de colesterol são de interesse. A rosiglitazona aumenta a lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) e os triglicerídeos, ao passo que a pioglitazona diminui os triglicerídeos. Os dois fármacos aumentam a lipoproteína de alta Eduardus Parente Domingues-UniRV densidade (HDL-C). Pioglitazona e rosiglitazona podem ser usadas como monoterapia ou em associação com outros hipoglicemiantes ou com insulina. A dose de insulina deve ser diminuída quando usada em combinação com esses fármacos. A ADA recomenda pioglitazona como um fármaco de segunda ou terceira escolha para o DM2. A rosiglitazona é menos usada devido a preocupações com relação aos efeitos adversos cardíacos. 2. Farmacocinética e destino: Pioglitazona e rosiglitazona são bem absorvidas após administração por via oral e são extensamente ligadas à albumina sérica. Ambas sofrem extensa biotransformação por diferentes isoenzimas CYP450. Alguns metabólitos da pioglitazona têm atividade. A eliminação renal da pioglitazona é negligenciável; a maior parte do fármaco ativo e dos metabólitos é excretada na bile e eliminada com as fezes. Os metabólitos da rosiglitazona são excretados primariamente na urina. Não é necessário ajuste de dosagem na insuficiência renal. Estes fármacos devem ser evitados em lactantes. 3. Efeitos adversos: Poucos casos de toxicidade hepática foram relatados com estes fármacos, mas é recomendada a monitoração periódica da função hepática. Pode ocorrer aumento de massa corporal, porque as TZDs podem aumentar a gordura subcutânea ou causar retenção de líquidos. (Nota: a retenção de líquidos pode piorar a insuficiência cardíaca. As TZDs devem ser evitadas em pacientes com insuficiência cardíaca grave.) As TZDs foram associadas com osteopenia e aumento do risco de fraturas. A pioglitazona também pode aumentar o risco de câncer vesical. Várias metanálises identificaram aumento potencial de infarto do miocárdio e morte por causas cardiovasculares com a rosiglitazona. Como resultado, o uso de rosiglitazona foi limitado a pacientes inscritos em um programa especial de acesso restrito. Após revisão dos dados de segurança, as restrições ao uso da rosiglitazona foram eliminadas. 4. Outros usos: Como no caso da metformina, o alívio da resistência à insulina com as TZDs pode reiniciar a ovulação em mulheres em período pré-menopausa com síndrome de ovário policístico Biguanidas A metformina, a única biguanida, é classificada como um sensibilizador à insulina. Ela aumenta a captação e o uso de glicose pelos tecidos- -alvo, diminuindo, assim, a resistência à insulina. Diferentemente das sulfonilureias, a metformina não promove a secreção de insulina. Assim, hiperinsulinemia não é um problema, e o risco de hipoglicemia é muito menor do que com sulfonilureias. 1. Mecanismo de ação: O principal mecanismo de ação da metformina é a redução da gliconeogênese hepática. (Nota: o excesso de glicose produzido pelo fígado é uma das principais fontes da hiperglicemia no DM2, responsável pela elevada glicemia de jejum.) A metformina também retarda a absorção intestinal de açúcar e melhora a sua captação e uso periférico. Pode ocorrer redução de massa corporal, pois a metformina diminui o apetite. A ADA recomenda a metformina como fármaco de escolha contra o DM2. A metformina pode ser usada isoladamente ou em associação com outros fármacos de uso oral ou insulina. Pode ocorrer hipoglicemia quando a metformina é usada em combinação com insulina ou secretagogos de insulina, de modo que é preciso ajustar a dosagem. 2. Farmacocinética e destino: A metformina é bem absorvida por via oral, não se liga a proteínas séricas e não é biotransformada. A excreção é pela urina. Eduardus Parente Domingues-UniRV 3. Efeitos adversos: Os efeitos adversos da metformina são principalmente gastrintestinais (GI). A metformina é contraindicada na disfunção renal devido ao risco de acidose lática. Ela deve ser suspensa em casos de infarto agudo do miocárdio, agravamento de insuficiência cardíaca, sepse ou outro distúrbio que possa causar insuficiência renal aguda. A metformina deve ser usada com cautela em pacientes com mais de 80 anos de idade e naqueles com história de insuficiência cardíaca congestiva ou de abuso de álcool. A metformina deve ser interrompida temporariamente em pacientes que serão submetidos a diagnósticos que requerem injeção IV de contrastes radiográficos. Raramente ocorre acidose lática, reação potencialmente fatal. O seu uso prolongado pode interferir na absorção da vitamina B1. Outros usos: Além do tratamento do DM2, a metformina é eficaz no tratamento da síndrome do ovário policístico. Ela diminui a resistência à insulina observada nesse distúrbio e pode resultar em ovulação e, por isso, em possível gestação.
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