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2 SUMÁRIO 1 DESENVOLVIMENTO HUMANO ............................................................... 4 2 FASES DO DESENVOLVIMENTO ............................................................. 5 3 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................ 7 3.1 A Inteligência é definida por dois aspectos .......................................... 7 3.2 Assimilação e Acomodação ................................................................. 8 4 ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0-2 ANOS) .............................................. 8 4.1 Reação Circular .................................................................................... 9 4.1.1 Reações Circulares primárias ........................................................ 9 4.1.2 Reações Circulares secundárias .................................................... 9 4.1.3 Reações Circulares terciária .......................................................... 9 5 SUBESTÁGIO 1 (0-1 MESES) .................................................................. 10 6 SUBESTÁGIO 2 (1-4 MESES) .................................................................. 11 6.1 6.1 As primeiras adaptações adquiridas e a reação circular primária.11 6.2 Contágio Condutual ............................................................................ 11 7 SUBESTÁGIO 3 (4-8 MESES) .................................................................. 12 7.1 A reação circular secundária .............................................................. 12 7.2 Coordenação de esquemas secundários ........................................... 13 8 SUBESTÁGIO 4 (8 - 12 MESES) .............................................................. 14 8.1 Coordenação de Esquemas Secundários Aplicados a Relações Meios / Fins 14 8.2 Relações Meios / Fins. ....................................................................... 14 8.3 Passagem ao subestágio 4 ................................................................ 14 8.4 Esquemas do Subestágio 4 ................................................................ 15 9 SUBESTÁGIO 5 (12 - 18 MESES) ............................................................ 16 9.1 Reações Circulares Terciárias ........................................................... 16 3 9.2 Desaparece o erro de subestágio 4 ................................................... 17 9.3 Erro de transposição no estágio V ..................................................... 17 10 SUBESTÁGIO 6 (18 - 24 MESES) ........................................................ 18 10.1 Invenção de novas combinações de esquemas a partir de suas representações. ..................................................................................................... 18 11 A INTELIGÊNCIA SENSÓRIO-MOTORA DEPOIS DE PIAGET ........... 19 12 ORIGEM SIMBÓLICA ............................................................................ 20 12.1 Significantes e significados ............................................................. 20 13 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA .......................... 21 13.1 Estágios do desenvolvimento motor e potencialidades da aprendizagem ........................................................................................................ 22 14 ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM ......................................................... 23 15 SÍNDROMES E TRANSTORNOS ......................................................... 25 15.1 Síndromes ....................................................................................... 25 15.2 Transtornos ..................................................................................... 26 16 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM X DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM ...................................................................................................... 27 16.1 Transtorno de Aprendizagem .......................................................... 27 16.2 Dificuldade de Aprendizagem ......................................................... 29 17 OS DESAFIOS DA COORDENAÇÃO MOTORA .................................. 30 17.1 Atividades de equilíbrio ................................................................... 31 17.2 Atividades de Conscientização do Corpo ........................................ 31 17.3 Atividades de consciência espacial ................................................. 32 17.4 Movimentos e atividades de dança ................................................. 32 17.5 Empurrar e puxar ............................................................................ 33 18 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 34 4 1 DESENVOLVIMENTO HUMANO O desenvolvimento humano é muito rico e diversificado. Cada pessoa tem suas características próprias, que as distinguem das outras pessoas, e seu próprio ritmo de desenvolvimento. Por mais que estudemos e nos esforcemos para compreender o comportamento humano e seu desenvolvimento, ele sempre reserva surpresas e imprevistos. Fonte: www.psicologiamsn.com A singularidade do ser humano, que foge a padrões pré-estabelecidos é que produz o avanço, o progresso e a mudança. Como diz Piaget, “é o desequilíbrio que gera o desenvolvimento, pois este, é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. O que faz a vida valer a pena é essa constante incerteza quanto ao momento seguinte; é isso que nos estimula a inventar, a criar, a realizar, a tentar melhorar nosso mundo. Entretanto, apesar das diferenças e da incerteza que marcam o desenvolvimento humano, alguns pesquisadores estabeleceram fases de 5 desenvolvimento, as quais obedecem a certa sequência, válida para todos. Isto é, todas as pessoas, ao se desenvolverem, passam por essas etapas embora varie a idade e as características. 2 FASES DO DESENVOLVIMENTO Fonte: www.minutopsicologia.com.br O desenvolvimento humano, não apresenta momentos de modificações radicais; a evolução é gradual e contínua. Entretanto, em alguns momentos ocorrerão maiores alterações como por exemplo, o crescimento físico na infância e na adolescência e mais acentuado, e perceptível do que na idade adulta, que é um período de maior estabilidade. Mesmo considerando-se o desenvolvimento contínuo, para estudá-lo dividiu-se o processo em cinco fases, cada uma com características próprias. 1. Pré-natal 2. Infância de zero a 12 anos 3. Adolescência - dos 12 a 18 anos ou 21 anos) 4. Idade adulta - dos 21 aos 60 anos 5. Velhice - dos 60 ou mais. A divisão das fases vai depender dos critérios que se estabelecem para se concluir que alguém é adulto. No entanto estaremos focando apenas a fase da infância 6 por ser esta a população atendida pelas atividades. A idade não pode ser o único critério na avaliação do grau de desenvolvimento do indivíduo, muito mais importante que a idade são as várias dimensões da maturidade, emocional, social, intelectual e física. Maturidade significa o nível de desenvolvimento em que a pessoa se encontra, em comparação com a maioria das pessoas de sua idade. Os vários tipos de maturidade estão interligados; um não se desenvolve sem que os outros também se desenvolvam. A maturidade pode ser dividida em quatro dimensões principais: Maturidade emocional – diz respeito à expressão e ao controle das emoções nas diversas idades. Parte fundamental da vida humana. Maturidade social – compreenda a evolução da sociabilidade, no sentido de superação do egocentrismo infantil, na contribuição para o bem-estar social e a participação nas decisões de interesse social. Maturidade física – engloba o desenvolvimento das características físicas, estatura, peso, sexo, ser canhoto, índio, etc. Maturidade intelectual – refere-se à maneira como a pessoa vai conhecendoa si mesma e ao mundo que a cerca. O desenvolvimento mental envolve: - A ampliação dos horizontes: o indivíduo torna-se sempre mais capaz de compreender e de pensar o passado, o presente e o futuro, a criança pequena só tem condições de perceber e viver o presente. - Há um aumento da capacidade para lidar com abstrações e símbolos. O exemplo mais característico é o da linguagem, por volta dos 2 anos a criança usa 150 palavras; aos 7 anos pode utilizar aproximadamente 2500 palavras e com o desenvolvimento torna-se cada vez mais complexa e rica em expressões e ideias. - A capacidade de atenção e concentração por períodos cada vez mais longos; quanto mais nova a criança, menor sua capacidade de atenção e concentração em uma tarefa. Ela se cansa mais facilmente e tende a mudar de atividade. - Um declínio do devaneio e fantasia; os sonhos devaneios e fantasias infantis não constituem fuga da realidade, mas são normais e necessários para o desenvolvimento da criança. - O desenvolvimento da memória; não é na infância que a pessoa tem maiores possibilidades no campo da memória, pois a linguagem, as experiências, as 7 percepções e a compreensão infantis estão longe de ter atingido o seu desenvolvimento máximo para essa possibilidade. - Um aumento da capacidade de raciocínio; o raciocínio será mais ingênuo e egocêntrico na fase infantil. 3 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Fonte: institutopensi.org.br A conduta humana organiza-se em esquemas de ações ou de representações adquiridos, elaborados pelo indivíduo a partir de sua experiência individual, que podem coordenar-se variavelmente em função de uma meta intencional e formar estruturas de conhecimento de diferentes níveis. A função que integra essas estruturas e sua mudança é a inteligência. 3.1 A Inteligência é definida por dois aspectos Organização: forma determinada de organização do conhecimento. Exemplo: não pensamos em como caminhamos, simplesmente caminhamos, ou seja, tenho uma estrutura conhecido, a ação é o plano representativo deste esquema. Adaptação: realiza-se através da assimilação e acomodação. 8 3.2 Assimilação e Acomodação Assimilação: transforma o objeto de conhecimento de acordo com o que temos construído. Exemplo: comer maçã o organismo absorve, faz parte dele. Acomodação: adaptar-se ao objeto de conhecimento através do sujeito. O sujeito se transforma para acomodar o objeto. Exemplo: a criança difere que existem vários tipos de cães, pequeno, grande, feroz, amigo. 4 ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (0-2 ANOS) Fonte: 4.bp.blogspot.com Desenvolvimento inicial das coordenações e relações de ordem entre ações, início de diferenciação entre o próprio corpo e os objetos; aos 18 meses, mais ou menos, constituição da função simbólica (capacidade de representar um significado a partir de um significante). No estágio sensório-motor o campo da inteligência aplica- se a situações e ações concretas. Subestágios do estágio sensório-motor: Subestágio 1(0-1 meses); Subestágio 2(1-4 meses); Subestágio 3(4-8 meses); Subestágio 4(8-12 meses); Subestágio 5(12-18 meses); Subestágio 6(18-24 meses). 9 4.1 Reação Circular Segmento de conduta que o bebê associa a uma consequência que tenta reproduzir repetindo tal conduta. O resultado deste exercício é o fortalecimento do esquema motor, que tenderá a conservar-se e a aperfeiçoar-se. 4.1.1 Reações Circulares primárias São esquemas simples, descobertos fortuitamente pelo bebê e circunscritos a seu próprio corpo. Exemplo: chupar a mão; 4.1.2 Reações Circulares secundárias São coordenações de esquemas simples cujas consequências são inicialmente casuais. Ao contrário das primeiras, os efeitos associados à conduta ocorrem não mais no próprio corpo, senão no meio físico ou social. Exemplo: adulto tamborilar os dedos sobre a mesa, o bebê se agita e o adulto entende que deve repetir o ato. 4.1.3 Reações Circulares terciária Resultam da coordenação flexível de esquemas secundários, experimentando novos meios que levam a um efeito desejado, servem para "ver o que acontece". Exemplo: a criança usa um objeto para lançar outro. 10 5 SUBESTÁGIO 1 (0-1 MESES) Fonte: t2.uc.ltmcdn.com O bebê relaciona-se com o mundo através dos sentidos e da ação. Os reflexos inatos proporcionam-lhe um repertório mínimo de condutas, mas que é suficiente para sobreviver. A conduta reflexiva é desencadeada quando ocorre uma determinada estimulação. Exemplo: sucção. Este estágio é caracterizado pela repetição dos esquemas motores inatos. O processo fundamental na adaptação é a assimilação: a experiência derivada do exercício do reflexo permite ao recém-nascido adaptar-se a novas condições de estímulo repetindo assimiladoramente o mesmo esquema de ação; ou seja, reagindo de modo semelhante a ambas, a assimilação nova à anterior. A Assimilação apresenta 3 aspectos: Repetição: assimilação funcional ou reprodutora, que assimila o objeto à função. Exemplo: suga o mamilo sempre que este é aproximado; Generalização: assimilação extensiva a objetos novos e variados. Exemplo: suga todo objeto colocado próximo a boca (fralda, bico) 11 Reconhecimento: a duração, intensidade ou os componentes do esquema motor reflexo diversificam-se em função das características do estímulo; por isso dizemos que o indivíduo reconhece o objeto. Exemplo: diferenciar o-chupável-que- alimenta do o-chupável-que-não alimenta. 6 SUBESTÁGIO 2 (1-4 MESES) Fonte: cdn.multibrand3.pgsitecore.com 6.1 6.1 As primeiras adaptações adquiridas e a reação circular primária. Formação das primeiras estruturas adquiridas: os hábitos. Exemplo: quando o bebê faz algo intencional que o agrada/atrai tenta repetir a ação; Esta é uma reação circular primária porque, por um lado, o efeito inicial produziu-se de maneira fortuita e porque, por outro, as ações que a criança repete de modo rotineiro e invariável estão concentradas em seu próprio corpo. Começam a surgir as primeiras coordenações motoras como pressão-sucção, visão-audição. 6.2 Contágio Condutual O assimilador antecedente à assimilação: a criança só imita o adulto quando a conduta a ser imitada existe previamente no seu repertório. Exemplo: imitar um som que o adulto faça, que por sua vez imitou uma vocalização que a criança já produzia. 12 7 SUBESTÁGIO 3 (4-8 MESES) Fonte: www.agravidez.com 7.1 A reação circular secundária Reações circulares secundárias: A reação circular secundária envolve objetos externos; ex: casualmente o bebê alcança o móbile de seu berço; este movimento tende a ser repetido; o bebê começa a recuperar objetos escondidos. Neste estágio a criança já interage com o meio, sua estrutura já não é mais só biológica, os novos esquemas são mais ricos e variados e possibilitam uma atividade mais liberada. A assimilação generalizadora com os objetos é muito ativa, a criança explora com curiosidade aplicando esquemas conhecidos associados a efeitos que já é capaz de antecipar tais como: chupar sacudir e bater. 13 7.2 Coordenação de esquemas secundários A criança já é capaz de encontrar objetos escondidos; no subestágio anterior, o bebê descobre o objeto por acaso; agora, desde o início, existe um objetivo; o bebê demonstra originalidade e procura utilizar esquemas antigos; seria o que Piaget chama de "assimilação generalizadora". A assimilação recognitiva também está relacionada com êxitos posteriores, pois neste subestágio aparece o reconhecimento motor ela já associa um objeto ao movimento, ao sacudir o braço ela faz soar o chocalho. Agora a atenção e o interesse da criança deslocam-se até o resultado das suas ações, ela não faz mais só por fazer, a criança é cada vez mais sensível as mudanças da realidade, fonte de desequilíbrio e novas acomodações.Os avanços na conduta mostram a proximidade da atividade intencional, porém ainda não foi estabelecida a coordenação entre meios e fins. O efeito produzido pela reação secundária acontece com repetições casuais e também acontece casualmente. A relação entre a conduta e a meta, por exemplo espernear para conseguir mexer com os pés um brinquedo pendurado. No terceiro subestágio, a criança imita somente a conduta visível em seu próprio corpo. A existência do objeto continua ligada as ações e percepções da criança ela só o procura se ele está parcialmente oculto, o espaço está restrito a ação momentânea pois nesta fase existe a ausência da conservação do objeto. 14 8 SUBESTÁGIO 4 (8 - 12 MESES) Fonte: d1b6tx2agdphz5.cloudfront.net/philips-br 8.1 Coordenação de Esquemas Secundários Aplicados a Relações Meios / Fins Esquema Sucessão de ações que possuem uma organização de ações e que são sucessíveis de repetição em situações semelhantes. Ex: Sacudir um chocalho para fazê-lo soar. 8.2 Relações Meios / Fins. Um esquema media o êxito de uma meta associada a outro esquema. Ex: Agarrar um brinquedo, retirando um obstáculo que está entre a criança e o brinquedo. 8.3 Passagem ao subestágio 4 Aparecimento da intencionalidade. Acentua-se a atenção que ocorre no meio. Aparecimento das primeiras coordenações do tipo meios-fios. As reações secundárias coordenam-se em função de uma meta não imediata. 15 Meios adequados para a consecução do objetivo proposto. 8.4 Esquemas do Subestágio 4 Procedem do repertório prévio da criança, havendo a coordenação intencional. Sacudir um chocalho para produzir um som. Os esquemas ainda não possuem a mobilidade necessária, a conduta se repete tipicamente como foi aprendida. Encontrar um objeto que foi escondido, quando isso é feito diante dela. Progressos nas habilidades de imitação aproximada. Entre chocar de mãos quando deve bater palmas. Progressos nas habilidades de imitação análoga. Abrir e fechar as mãos quando deve abrir e fechar os olhos. Possibilidade de imitar movimentos invisíveis. Mover os lábios. Tocar o nariz, a orelha. Mostrar a língua. Coordenação dos esquemas de representação facilitando a compreensão de objetos e fatos. Disposição de sair de casa quando lhe colocam determinada roupa. Quando sua fralda é retirada sabe que irá tomar banho. Esquemas de conhecimento têm progressos, como os relativos à captação do espaço. Observação e provocação de deslocamentos de objetos. Distinção das pessoas (6 - 8 meses) Chorar quando algum estranho se aproxima sem que uma figura bem conhecida e protetora esteja presente. Repetição de conduta tal como foi aprendida. 16 9 SUBESTÁGIO 5 (12 - 18 MESES) Fonte: static.mildicasdemae.com.br 9.1 Reações Circulares Terciárias É o descobrimento de novas relações instrumentais como resultado de um processo de experimentação ajustada à novidade da situação. A assimilação agora não é mera repetição pois na reação circular terciária o esquema sensório-motor está integrado por elementos móveis e variáveis em cada repetição, à medida que as condições da ação são modificadas. A busca ativa de uma nova relação entre meios e fins inicia-se de modo intencional, mas é atingida normalmente de modo fortuito: quando um esquema prévio não é eficaz, a criança ensaia procedimentos aproximados até que o tateio leve à resposta correta. A criança começa a usar meios novos para atingir seus objetivos e realiza verdadeiros atos de inteligência e de solução de problemas. Aproxima um objeto puxando algo sobre o qual está situado, por exemplo uma manta ou uma almofada. 17 A conduta do barbante é semelhante e consiste em atrair um objeto puxando o prolongamento do mesmo que pode ser um barbante; A conduta do bastão consiste em usar um bastão ou um pau para alcançar um objeto afastado. Puxar um lençol sobre o qual está de pé até compreender que precisa sair de cima para poder pegá-lo. Tentar passar um boneco horizontalmente através das grades verticais do parque até entender que precisa fazê-lo girar para conseguir fazê-lo passar. A criança descobre o uso correto do ancinho como instrumento para aproximar objetos, brinca aproximando-os e afastando-os alternadamente. 9.2 Desaparece o erro de subestágio 4 Já que o esquema de busca prévio não é eficaz, a criança ensaia outros procedimentos, até obter o resultado desejado. Ex: quando a bola desaparece sob a mesa, nós buscamos ali e não embaixo do sofá. 9.3 Erro de transposição no estágio V A criança não consegue ainda enfrentar os deslocamentos invisíveis do objeto. A criança é incapaz de inferir que, se o objeto não está na mão do experimentador, deve estar embaixo do lenço. Ainda pesam muito as evidências perceptivas diretas; por isso a elaboração da permanência do objeto ainda é vista com dificuldade quando ocorrem deslocamentos dos objetos com trajetórias ocultas para a criança. A experimentação e o ensaio permitem à criança incorporar a seu repertório imitativo novos esquemas. 18 10 SUBESTÁGIO 6 (18 - 24 MESES) Fonte: bebesencamino.com 10.1 Invenção de novas combinações de esquemas a partir de suas representações. Caracteriza-se pelo aparecimento da representação e, então, os problemas podem começar a ser resolvidos no plano simbólico e não mais puramente prático. Esquemas e ações suscetíveis de ser realizadas com ou sobre os objetos que compartilham alguma propriedade (por exemplo agarrar objetos de certo tamanho, pode-se girar objetos redondos ou cilíndricos) assim, os esquemas assimilam os objetos. Os esquemas de ação proporcionam o primeiro conhecimento sensório-motor dos objetos como são sob o ponto de vista perceptivo; e o que pode ser feito com eles no plano motor. Através da ação dos esquemas, a criança vai elaborando o seu conhecimento dos próprios objetos e das relações espaciais e causais que colocam em contato certos objetos e acontecimentos com outros. 19 O sujeito já não resolve, então, os problemas por tateio, mas parece fazer uma reflexão prévia. A criança tentar subir num banquinho, mas, ao apoiar-se nele, ele se desloca. Em um momento determinado, a criança se detém na sua ação, parece refletir, pega o banquinho e o apoia na parede, evitando, assim, seu deslocamento e, a seguir, sob novamente. A aquisição da linguagem mudará as relações da criança. Com o seu aparecimento entramos em uma nova etapa representativa, que abrirá novas perspectivas para o seu desenvolvimento intelectual. As novas habilidades são exercitadas em ações predominantemente assimilatórias, tais como jogo simbólico, baseado na aceitação do "como se". Ex: Brincar com uma caixa "como se" fosse um carro. 11 A INTELIGÊNCIA SENSÓRIO-MOTORA DEPOIS DE PIAGET A descrição da fase sensório motora de Piaget foi feita com a observação de seus três filhos, então outras pessoas quiseram pesquisar se este processo ocorre igualmente em populações diferentes. E foi constatado que Piaget tinha razão, embora algumas diferenças cronológicas foram constatadas, mas por causa da estimulação, do meio e da forma como as crianças eram criadas. Após muitas pesquisas os psicólogos descobriram a capacidade dos bebês nas primeiras semanas de vida demonstrando uma conduta mais precoce do que Piaget supunha. A coordenação intersensoial aparece desde os primeiros dias de vida e a conservação do objeto ocorre antes do que Piaget supunha, principalmente se o objeto é algo significativo para a criança. O que Piaget interpretou em função da competência cognitiva foi interpretado posteriormente em função da execução motora. Piaget dizia que crianças não procuram o objeto, pois não tem uma representação do mesmo,enquanto outros autores dizem que a criança não tem é a habilidade motora para pegar o objeto, ex: bebês de nove meses levantam um obstáculo para buscar um objeto escondido sob. E um de 5 meses não o faz, mas é porque os de 9 já desenvolveram uma habilidade motora para tal. 20 Na função simbólica os estudos de Piaget fecham com os novos dados coletados, a construção da função simbólica é a elaboração do conhecimento sobre a realidade e os dois aspectos principais são: a representação e a comunicação. Os símbolos são instrumentos criados a serviço da relação interpessoal e a permanência do objeto adianta-se quando o objeto é uma pessoa relacionada a criança. O final deste estagio é paralelo a existência de ajustes entre mãe e filho a comunicação pré- linguística e a aquisição da linguagem. 12 ORIGEM SIMBÓLICA Os símbolos originam-se da ação tanto como significantes; quanto como significados. Dar significado ou compreender um objeto é assimilá-lo aos esquemas disponíveis. 12.1 Significantes e significados Diferenciam-se, facilitam-se mutuamente, enriquecem-se e coordenam-se no desenvolvimento sensório-motor do mesmo modo que o fazem as funções de assimilação e acomodação. A experimentação e o ensaio permitem à criança incorporar a seu repertório imitativo novos esquemas. SIGNIFICANTES Procedem predominantemente da imitação, são dados por práticas sociais das quais o indivíduo se apropria através da imitação: diferida ou internalizada (manejo de imagens mentais). SIGNIFICADOS Tem seu valor como elementos de assimilação. 21 13 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DA CRIANÇA Fonte: www.terapikuba.com Padrão motor: é uma série de movimentos inter-relacionados, para alcançar um objetivo. Ocorre em 3 fases: preparatória, ação e contínua Os elementos do movimento são 4: 1 - Tempo; 2 - Peso; 3 - Espaço; 4 - Forma. Fatores que afetam as respostas motoras: -Conhecimento do espaço -Qualidade da força -E seu inter-relacionamento 22 13.1 Estágios do desenvolvimento motor e potencialidades da aprendizagem Para a criança estar pronta para movimentos perceptivos motores e voluntários é necessário seguir o desenvolvimento dos movimentos básicos, que são fundamentais como pré-requisitos. Movimento voluntário (2 a 6 anos – saindo do corpo vivido entrando no corpo percebido) Os movimentos reflexos são involuntários. São elementos fundamentais para o desenvolvimento motor Movimentos reflexos são executados sem o pensamento consciente em resposta a um estímulo. O desenvolvimento básico dos reflexos baseia-se em: posturais, segmentares e de preensão. -equilibrar-se num pé só -andar sobre uma linha em diferentes curvas e formas -hiperestender o corpo em vários níveis e direções -transportar objetos na cabeça - correr para perto e para longe de objetos em movimento Movimentos básicos Essa é a fase mais crítica para que o desenvolvimento motor seja correto. Normalmente a criança desenvolve pela prática Podem ser: -Locomotores: Rastejar, andar, saltar, pendurar, rastejar -não locomotores: puxar, empurrar, virar, curvar -Manipulativos: Em sala de aula (preensão, cópia, etc.) 1-perceptivo motor: Baseia-se nos estágios anteriores, acrescentando outra dimensão: a percepção que antecede a resposta motora. A criança interpreta antes de responder a um movimento. Importantíssimo para o desenvolvimento da inteligência 2-habilidades físicas: 23 Estas determinam adequação ao movimento. A criança muito nova não tem essa adequação. Adquire essas habilidades na fase do corpo percebido (5-6 anos). Essas habilidades são relativas ao esporte e à dança. Em habilidades mais complexas as crianças nessa idade ainda não têm maturidade total 3-movimentos criativos: É a resposta ao "movimento" através da comunicação. Aqui ocorre o desenvolvimento motor expressivo e interpretativo. Estímulos do ambiente são motivadores nessa faixa de idade São desenvolvidos também em classe (artes visuais- música). 14 ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM Fonte: www.contigosalud.com 1-Imitação: A criança observa e executa uma imitação do que está vendo (ação) Esse movimento é carente de coordenação (ou controle muscular) - é uma forma imatura e imperfeita. Ocorre com crianças até 3 anos. 2-Manipulação: 24 A criança desempenha a ação de acordo com orientações dadas; não se baseia somente na observação 3-Conceituação: Nessa fase a criança alcança exatidão, equilíbrio e outras habilidades de precisão podem ser alcançadas (na pré-escola) 4-Discriminação: Coordenação de uma série de ações com sequência adequada. Começam a surgir as habilidades motoras rítmicas e a complexa coordenação óculo-motora -bater na bola de soprar com as mãos abertas procurando mantê-la no ar -Arremessar uma bola de meia ou pequenos sacos de areia num balde ou caixa com abertura de tamanho igual ao da bola -Em sala de aula: encaixar pinos de madeira- jogar bilboquê, etc. 5-Naturalidade: Atinge o desempenho mais alto de capacidade e a ação quase não requer energia psíquica (pensamento). As respostas são automáticas e espontâneas Ex: andar é uma ação motora que se desenvolve na criança até o nível de maturidade 25 15 SÍNDROMES E TRANSTORNOS Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 15.1 Síndromes Pode ser chamada de síndrome toda condição patológica que não possui uma causa definida. Ex: Síndrome de Down, apesar de ser ocasionada pela trissomia (aparecimento de três cromossomos ao invés de dois) do cromossomo 21, são inúmeras as causas que levam o indivíduo a essa condição. Síndrome de Edwards, também conhecida por Trissomia 18, trata-se da duplicação de um determinado cromossomo. Ela afeta um a cada 8000 recém- nascidos, o que pode se considerar uma síndrome rara, mas intensificada no caso da mãe ter idade avançada, acima de 35 anos. Esta é considerada a segunda síndrome mais comum, ficando atrás apenas da Síndrome de Down. Sindrome de Rett, os sintoma aparecem na infância e conduzem a uma severa e complexa descapacidade em contraste com o desenvolvimento normal temporal sem uma explicação etiológica. Pode-se considerar como um “transtorno secundário do movimento” devido a não haver debilidade ou dano nas áreas motoras primárias, 26 porem nos mecanismos usados para o controle final das informações do córtex cerebral. Síndrome de Treacher Collins (STC), também conhecida como Disotose Mandibulo facial é um distúrbio genético que causa deformidades craniofaciais causadas por mutações no gene TCOF1, é transmitida por herança hereditária em metade dos casos. 15.2 Transtornos O transtorno já é referente a alterações mentais, que afetam a saúde cognitiva. O termo é utilizado para determinar qualquer condição psicológica ou mental que cause sofrimento ou comprometimento das ações ou da personalidade. Alguns tipos comuns de transtorno são mais decorrentes atualmente, apontados como condições mentais causadas por situações do dia a dia, por estresse ou pela pré-disposição do indivíduo a estar sensível em determinadas situações. Ex: Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno de ordem neurobiológica reconhecido pela Organização Mundial da Saúde pela CID-10 que apresenta como principais característicasa dificuldade de concentração, esquecimento, agressividade, inquietação, entre outros. Dislexia Um problema crônico que envolve a dificuldade na aprendizagem e no reconhecimento dos signos verbais, sendo comum trocá-los ou não conseguir identificá-los. Discalculia Quando a criança tem dificuldade de aprender tudo que esteja direta ou indiretamente ligado a questões que envolvem números, como probleminhas, aplicações e conceitos matemáticos. Disgrafia Ocorre quando o alunoapresenta dificuldade na elaboração da linguagem escrita. A criança pode encontrar dificuldades para desenvolver suas habilidades na área mencionada e que, em muitos casos, pode vir acompanhada de uma dislexia. 27 16 TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM X DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM Fonte: neurosaber.com.br 16.1 Transtorno de Aprendizagem Transtorno de Aprendizagem envolve muitas variáveis e aspectos, como questões sociais, biológicas, cognitivas e começa a mostrar alguns sinais na tenra idade. Precocidade: o Transtorno de Aprendizagem dá sinais logo bem cedo, o que não ocorre na Dificuldade de Aprendizagem. Uma dica é reparar se a criança apresenta alguma dificuldade no desenvolvimento neuropsicomotor, assim como atrasos motores, socialização, linguagem e memorização. Hereditariedade: casos de Transtorno de Aprendizagem podem vir de algum parente da criança, como pais, avós, tios, primos; o que não ocorre nas Dificuldades de Aprendizagem. Transtorno de Aprendizagem e cognição: importante salientar que o Transtorno de Aprendizagem é um conjunto de disfunções cognitivas e neurofuncionais. Uma das características é a criança apresentar dificuldade de 28 absorção do conteúdo que lhe é ensinado, mesmo que ela não apresente nenhum sinal de problema neurológico e demonstre inteligência. Auxílio terapêutico para a vida escolar: a criança com Transtorno de Aprendizagem precisa de acompanhamento médico e terapêutico. É comum que ela necessite de auxílio neuropsicológico, fonoaudiológico e neurofuncional para o seu desenvolvimento na vida estudantil a fim de que haja mais progressos nas funções cognitivas do pequeno. Discernimento: importante saber separar a Dificuldade de Aprendizagem do Transtorno de Aprendizagem. No último caso (TA), há a ocorrência de Dislexia, Disgrafia, Discalculia e Transtornos de Aprendizagem Não-Verbal. Na Dificuldade de Aprendizagem, o problema encontrado está na metodologia de ensino e não nos transtornos diagnosticados. Dificuldades: as crianças com Transtorno de Aprendizagem encontram mais dificuldades em responder às intervenções especializadas. Além disso, elas precisam mais de apoio em clínicas e sala de reforço multifuncional. Histórico: importante salientar que a criança que nasce prematura; que tem ou teve epilepsias, meningites, traumas cranianos com complicações e baixo peso ao nascer também são propensas a terem algum tipo de Transtorno de Aprendizagem. Por isso, é importante a comunicação entre os médicos, terapeutas e educadores do pequeno. 29 16.2 Dificuldade de Aprendizagem Fonte: geneticliteracyproject.org Estamos falando sobre um ser que possui uma maneira diferente de aprender. Se trata de um obstáculo, uma barreira, um sintoma, que pode ser de origem tanto cultural quanto cognitiva ou até mesmo emocional. Meios de prevenção, baseado em evidências: Melhorar sempre o nível educacional das mães e cuidadores; Orientar no pré-natal, durante a gravidez, ações que sejam benéficas para o cérebro do futuro bebê e como evitar práticas por outro lado nocivas ao desenvolvimento cerebral, como drogas lícitas ou ilícitas; Disponibilizar desde muito cedo meios de estimulação de pré-requisitos para leitura e escrita nos Centros Infantis (CEI-CMEI’s); Detectar e intervir precocemente em crianças com atrasos de desenvolvimento neuropsicomotor, especialmente aquelas com distúrbios motores, de linguagem e com problemas de atenção e de memória; Disponibilizar especialistas em desenvolvimento em instituições que cuidam e participam dos primeiros anos de vida das crianças; Prevenir meningites e traumas cranianos na infância com o intuito de proteger o cérebro de agentes potencialmente lesivos as suas funções; 30 Viver em espaços estimuladores, com condições nutricionais e lúdicos adequados (brincar, alimentar-se bem, socializar-se). 17 OS DESAFIOS DA COORDENAÇÃO MOTORA Fonte: neurosaber.com.br Falhas na coordenação motora podem ser causadas pela deficiência de movimentos desde o período de amamentação até a 1ª infância -Andar (explorar diversas maneiras de andar, correr saltar) -Andar de lado -Andar com artelhos para fora e calcanhares unidos -Correr com as mãos sobre a cabeça -Correr com as mãos nos quadris -Correr com as mãos presas às costas -Correr na ponta dos pés -Saltitar nos dois pés -Saltitar num pé só -Saltar para frente -Saltar para trás -Saltitar para o lado direito, para o esquerdo 31 17.1 Atividades de equilíbrio -subir escada, elevando o joelho o mais alto possível -passo de elefante: inclinada para frente na altura da cintura, deixar os braços e mão soltos imitando o elefante. (Propor outras imitações) -andar de joelhos: a criança anda ajoelhada com as mãos no ar -passo de pato: com as mãos seguras nas costas, em forma de cauda, andar inclinada ou agachada para frente ou qualquer outra variação -pulo do coelho: saltitar para frente sobre dois pés e apoio com as mãos no solo 17.2 Atividades de Conscientização do Corpo A criança necessita de atividade que envolvam os dois lados do corpo, para se obter o máximo de eficiência nos movimentos. -deitada em decúbito dorsal, com os pés elevados do solo, executar círculos -deitada em decúbito dorsal, braços estendidos ao longo do corpo, deslizar os dois braços ao mesmo tempo até tocar a cabeça com as mãos. -Deitada em decúbito dorsal, braços estendidos ao longo do corpo, deslizar o braço esquerdo para cima e perna esquerda para cima, perna direita para fora -Deitar no solo, com os olhos fechados e tocar as partes do corpo que forem citadas 32 17.3 Atividades de consciência espacial Fonte: playtable.com.br Usar a imaginação da criança. Não dar exemplo. Pedir à criança: -Ser uma árvore -Procurar ser mais alta que possa -Procurar ser menor que possa -Apontar a uma parede. Tocar e voltar -Apontar uma parede. Correr até ela e voltar -Sem sair do lugar, mover os pés rapidamente 17.4 Movimentos e atividades de dança A execução das atividades motoras grossas ocorre paralelamente ao desenvolvimento integral da criança. Para estimular o auto- conceito: movimentos com conhecimento das partes do corpo e do que o corpo pode executar. -Imagem corporal (melhorar o autoconceito) -Esconder partes do corpo (nariz, orelha, etc.) 33 -mover braços, cabeça, pernas e pé de maneira ritmada -colocar objeto sobre diferentes partes do corpo -Transmitir mensagens usando as diferentes partes do corpo -Desenhar partes do corpo num papel (em classe) -mover parte do corpo em determinada direção -tocar diferentes partes do corpo com os olhos fechados -Brincadeiras, como: "o macaco disse"- o professor dá os comandos - espelhar-se num parceiro imitando seus movimentos 17.5 Empurrar e puxar -Cabo de guerra- dois a dois usando corda curta -Cobra: deitar em decúbito dorsal, braços estendidos sobre a cabeça, deslizar o corpo no solo, inclinando o quadril na linha da cintura, para a esquerda e para a direita -Peixe: em decúbito dorsal, no solo, executar movimentos de nadar -Urso: andar em quatro apoios, movimentando ao mesmo tempo, braço esquerdo, perna esquerda, braço direito, perna direita. 34 18 BIBLIOGRAFIA GALVÃO, M.I. 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