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Tutoria 05 - M2 - Etapa 2 - Defesa Baixa

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Ivan Gabriel Santos 2ª período - Mecanismos de agressão e defesa MEDICINA -FITS
Tutoria 05 -M2 - Etapa 2
Defesa Baixa
Hipersensibilidade:
Definição:
● Hipersensibilidade é o termo
usado quando uma resposta
imune resulta em reações
exageradas ou inapropriadas,
danosas para o organismo;
● O termo alergia é
frequentemente associado à
hipersensibilidade, porém, seu
uso mais exato deve ser
limitado a reações mediadas por
IgE;
Tipo I: Hipersensibilidade imediata
(Anafilática):
● Uma reação de
hipersensibilidade imediata
ocorre quando um antígeno
(alérgeno) se liga à IgE na
superfície de um mastócito,
seguido pela consequente
liberação de diversos
mediadores;
● O processo inicia quando um
antígeno induz a formação de
anticorpos do tipo IgE, os quais
se ligam firmemente, por meio
de sua porção Fc, a receptores
existentes na superfície de
mastócitos e basófilos. A
reexposição ao mesmo antígeno
resulta na ligação cruzada deste
aos anticorpos IgE ligados às
células, na degranulação e na
liberação de mediadores
farmacologicamente ativos em
poucos minutos (fase imediata);
● A fase tardia da inflamação
mediada por IgE ocorre
aproximadamente seis horas
após a exposição ao antígeno e é
devida à ação de mediadores
que são sintetizados após a
degranulação celular;
● Esses mediadores causam um
influxo de células inflamatórias,
como neutrófilos e eosinófilos, e
ocorrem sintomas que incluem
eritema e endurecimento do
tecido. Os eosinófilos, por
exemplo, possuem um papel
preponderante na reação tardia
da asma;
● O complemento não está
envolvido com as reações
imediatas ou tardias porque a
IgE não ativa o complemento;
● os alérgenos envolvidos nas
reações de hipersensibilidade
são substâncias, como pólen,
pelos de animais, alimentos
(sementes, crustáceos) e vários
fármacos, contra os quais a
maioria das pessoas não
apresenta qualquer sintoma
clínico;
● No entanto, alguns indivíduos
respondem a essas substâncias
com a produção de grandes
quantidades de IgE e, como
resultado, manifestam vários
sintomas alérgicos;
● A elevação de IgE é o resultado
de um aumento na mudança de
classe para IgE nas células B,
provocada por grandes
quantidades de interleucina
(IL-4) produzida por células
Th-2;
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● A manifestação clínica que
ocorrerá depende,
principalmente, da rota de
entrada do alérgeno e da
localização dos mastócitos que
carreiam a IgE específica para o
alérgeno. Por exemplo, alguns
indivíduos expostos ao pólen no
ar desenvolvem rinites e
conjuntivites, ao passo que
pessoas que ingerem alérgenos
no alimento apresentam
diarreia;
● A forma mais grave de
hipersensibilidade do tipo I é a
anafilaxia sistêmica, na qual
broncoconstrição grave e
hipotensão (choque) podem ser
potencialmente fatais. As causas
mais comuns da anafilaxia são
alimentos, como amendoim e
crustáceos, veneno de abelhas e
fármacos, como a penicilina. No
caso de profissionais da área
médica, as reações de
hipersensibilidade do tipo I
contra luvas de látex são de
importância particular,
podendo manifestar-se na
forma de urticária, asma e até
anafilaxia sistêmica;
Mediadores, responsáveis pelas
manifestações:
● A Histamina ocorre, em um
estado pré-formado, em
grânulos de mastócitos e
basófilos teciduais. Sua
liberação induz vasodilatação,
aumento na permeabilidade
capilar e contração da
musculatura lisa. Algumas
manifestações: rinite alérgica,
urticária e angiedema podem
ocorrer. O broncospasmo
também é resultado da
liberação de histamina. Os
fármacos anti-histamínicos
bloqueiam os locais receptores
de histamina e podem ser
relativamente eficiente no
tratamento de rinites, mas não
no caso da asma;
● A substância de ação de
anafilaxia consiste em
diversos leucotrienos, os
quais não existem em um
estado pré-formado, mas são
produzidos durante reações de
anafilaxia. Leucotrienos são
produzidos a partir do ácido
araquidônico, por meio da via
da lipoxigenase, e causam
aumento na permeabilidade
vascular e contração da
musculatura lisa. Eles são os
principais mediadores da
broncoconstrição observada na
asma e não são influenciados
por anti-histamínicos;
● O fator quimiotático dos
eosinófilos na anafilaxia é
um tetraptídeo pré-formado que
existe no interior dos grânulos
de mastócitos. Quando liberado
durante a anafilaxia, atrai
eosinófilos que são
proeminentes em reações de
hipersensibilidade imediata. O
papel dos eosinófilos nas
reações de hipersensibilidade do
tipo I é incerto, porém, eles são
capazes de liberar histaminase e
arilsulfatase, as quais degradam
dois importantes mediadores,
histamina e SRS-A,
respectivamente;
● A serotonina encontra-se
pré-formada em mastócitos e
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plaquetas. Quando liberada
durante a anafilaxia (é uma
reação de hipersensibilidade
aguda potencialmente fatal),
essa substância causa dilatação
capilar, aumento da
permeabilidade vascular e
contração da musculatura lisa;
● Prostaglandinas e
tromboxanos são
relacionados aos leucotrienos
(são mediadores lipídicos
derivados do ácido
araquidônico. Existem
evidências que receptores da
imunidade inata interagem com
receptores para LTs
amplificando funções efetoras
de macrófagos.) Essas
substâncias são derivadas do
ácido araquidônico a partir da
via da cicloxigenase. As
prostaglandinas causam
dilatação e aumento da
permeabilidade de vasos
capilares, além de
broncoconstrição. Tromboxanos
agregam plaquetas.
● O fator de ativação
plaquetária (PAF) é um
fosfolipídio produzido por
mastócitos, capaz de causar
broncoconstrição, hipotensão e
aumento da permeabilidade
vascular. são ativos somente por
alguns minutos após sua
liberação; eles são inativados
enzimaticamente e
ressintetizados de forma lenta.
Atopia: são reações de
hipersensibilidade imediata que
apresentam uma forte predisposição
familiar e estão associadas a altos
níveis de IgE. Diversos processos
parecem estar associados à atopia, por
exemplo, falha na regulação dos níveis
de células T, aumento da aquisição e
apresentação de antígenos ambientais
e hiper-reatividade dos órgãos-alvo. Os
órgãos afetados, em geral, apresentam
quantidades elevadas de células Th-2 e
acredita-se que estas apresentem um
papel primordial na patogênese das
reações atópicas. Exemplo: rinite,
conjuntivite, asma e urticária.
A exposição de indivíduos não atópicos
a essas substâncias não gera reação
alérgica;
hipersensibilidade atópica é
transferível pelo soro não por células
linfoides
Existem evidências de que o início da
resposta atópica ocorre quando
proteases presentes em alérgenos,
como os alérgenos fúngicos, pólens e
excrementos de ácaros, clivam o
fibrinogênio. Os produtos resultantes
da clivagem ativam, então, receptores
semelhantes ao Toll (TLR-4) na
superfície de macrófagos, e as células
que revestem as vias aéreas ativam a
resposta atópica;
Tipo II: Hipersensibilidade Citotóxica:
● A hipersensibilidade citotóxica
ocorre quando um anticorpo
direcionado a antígenos da
membrana celular ativa o
complemento;
● Isso gera o complexo de ataque
à membrana que danifica a
membrana celular;
● O anticorpo (IgG ou IgM)
liga-se ao antígeno por meio de
sua porção Fab e funciona como
uma ponte para o complemento
por meio de sua região Fc.
Como resultado, acontece a lise
mediada pelo complemento
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observada nas anemias
hemolíticas, nas reações de
transfusão associadas ao
sistema ABO ou na doença
hemolítica associada ao Rh.
Além da lise, a ativação do
complemento atrai fagócitos ao
local, com consequente
liberação de enzimas que
danificam as membranas
celulares;
● Fármacos (p. ex., penicilinas,
fenacetina, quinidina) podem
ligar-se a proteínas na
superfície de hemácias e iniciar
a formaçãode anticorpos. Estes
anticorpos autoimunes (IgG)
interagem com a superfície
celular das hemácias, o que
resulta em hemólise;
● Alguns fármacos (p. ex.,
quinina) podem ligar-se a
plaquetas e induzir
autoanticorpos que lisam essas
plaquetas, produzindo
trombocitopenia e,
consequentemente, tendência a
sangramentos;
● Outros (p. ex., hidralazina)
podem modificar tecidos do
hospedeiro e induzir a produção
de anticorpos direcionados
contra o DNA celular. Como
resultado, doenças com
manifestações semelhantes ao
lúpus eritematoso podem
ocorrer;
Tipo III: Hipersensibilidade Citotóxica:
● A hipersensibilidade por
imunocomplexos ocorre quando
complexos antígeno-anticorpo
induzem uma reação
inflamatória nos tecidos;
● Em geral, imunocomplexos são
logo removidos pelo sistema
reticuloendotelial, mas às vezes
eles persistem e são depositados
nos tecidos, resultando em
distúrbios graves;
● Em doenças autoimunes,
antígenos “próprios” podem
induzir a produção de
anticorpos que se ligam aos
antígenos dos órgãos ou se
depositam nestes na forma de
complexos, principalmente nas
articulações (artrite), nos rins
(nefrite) ou nos vasos
sanguíneos (vasculite);
● Sempre que imunocomplexos
são depositados, eles ativam o
sistema do complemento;
● Duas típicas reações de
hipersensibilidade do tipo III:
Reação de Arthus:
● é o nome designado à
inflamação causada pela
deposição de imunocomplexos
em um determinado local
localizado;
● se um antígeno é fornecido
repetidamente a animais até
que eles desenvolvam altos
títulos de anticorpos IgG3 e esse
antígeno é, então, injetado via
subcutânea ou intradérmica,
intenso edema e hemorragia
desenvolvem-se, alcançando um
pico dentro de três a seis horas.
● Uma reação de Arthus também
pode ocorrer no local onde
foram realizadas imunizações
contra o tétano, caso essas
vacinações tenham sido
administradas num mesmo
local, com um intervalo muito
curto entre as imunizações.
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Doença do soro:
● é uma resposta inflamatória
sistêmica à presença de
imunocomplexos depositados
em muitas áreas do corpo;
● Após a injeção de soro estranho
o antígeno é excretado
lentamente. Durante este
período, a produção de
anticorpos inicia. A presença
simultânea de antígeno e
anticorpo leva à formação de
imunocomplexos, os quais
podem circular ou ser
depositados em vários locais.
● A doença do soro típica resulta
em febre, urticária, artralgia,
linfadenopatia, esplenomegalia
e eosinofilia, sintomas que
surgem no período de alguns
dias até duas semanas após a
injeção do soro estranho ou do
fármaco.
● Embora sejam necessários
vários dias até o surgimento dos
sintomas, a doença do soro é
classificada como uma reação
imediata, pois os sintomas
surgem imediatamente após a
formação dos imunocomplexos.
● Lúpus eritematoso sistêmico
O lúpus eritematoso sistêmico é
uma doença autoimune crônica
e inflamatória que afeta
diversos órgãos, principalmente
a pele da face, as articulações e
os rins. Anticorpos são
formados contra o DNA e outros
componentes do núcleo das
células. Esses anticorpos
formam imunocomplexos que
ativam o complemento. A
ativação do complemento
produz C5a, que atrai
neutrófilos, que, por sua vez,
liberam enzimas, danificando o
tecido;
Tipo IV: Hipersensibilidade Tardia (Mediada
por células)
● A hipersensibilidade tardia
ocorre em função de linfócitos
T, não de anticorpos;
● Ela pode ser transferida por
células T imunologicamente
ativas (sensibilizadas), não pelo
soro. A resposta é “tardia” (i.e.,
inicia horas ou dias após o
contato com o antígeno e
frequentemente dura muitos
dias);
● Em certas hipersensibilidades
de contato, como com o
carvalho-venenoso, o exantema
vesicular pruriginoso é causado
por células T citotóxicas
CD8-positivas que atacam
células da pele que apresentam
o óleo da planta como antígeno
estranho. No teste dérmico da
tuberculina, a pápula
endurecida na pele é cau- sada
por células T auxiliares
CD4-positivas e macrófagos que
são atraídos para o local da
injeção;
● Eritema multiforme, síndrome
do jhonson
Reações de hipersensibilidade tardia
clinicamente importantes
Hipersensibilidade de
contato:
● Essa manifestação de
hipersensibilidade celular
acontece após a sensibilização
por compostos químicos
simples, materiais oriundos de
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plantas, fármacos aplicados
topicamente, alguns cosméticos,
sabões e outras substâncias.
● Em todos os casos, pequenas
moléculas funcionando como
haptenos penetram na pele,
ligam-se a proteínas corporais e
tornam-se antígenos completos.
Acredita-se que estas proteínas
normais da pele, para as quais o
sistema imune é tolerante,
passem a funcionar como
proteínas carreadoras, pois o
hapteno altera a proteína
suficientemente para que o
sistema imune a reconheça
como estranha. A
hipersensibilidade celular é
particularmente induzida na
pele. Após novo contato da pele
com o agente ofensivo, o
indivíduo sensibilizado
desenvolve dermatite de
contato, caracterizada por
eritema, coceira, vesículas,
eczema ou necrose da pele
dentro de 12 a 48 horas, em
razão do ataque de células T
citotóxicas. Testes adesivos em
pequenas áreas da pele podem,
às vezes, identificar o antígeno
ofensivo. Evitar o contato
subsequente com o material
pode prevenir recorrências
Imunodeficiências
Imunodeficiências congênitas:
Deficiências de células B:
Agamaglobulinemia Ligada ao X: Um
Defeito na Sinalização Pré-Bcr Ligada
ao X
● Células pré-B estão presentes,
mas estas falham na
diferenciação em células B. Essa
falha é causada por uma
mutação no gene codificante
para a tirosina-cinase, uma
importante proteína de
transdução de sinal. A
imunidade celular é
relativamente normal.
● defeitos mais restritos às células
B resultam em doenças nas
quais a anormalidade primária
está na produção de anticorpos;
● A agamaglobulinemia ligada ao
X, também chamada
agamaglobulinemia de Bruton,
é causada por mutações ou
deleções no gene que codifica
uma enzima chamada tirosina
quinase de Bruton as quais
resultam na falha de
amadurecimento das células B
após o estágio de células pré-B
na medula óssea;
● A doença é caracterizada pela
ausência anticorpos
(gamaglobulinas) no sangue;
● Falha na maturação das células
B;
● A Btk está envolvida na
transdução de sinais do
pré-BCR que são necessários
para a sobrevivência e
diferenciação de células pré-B;
● Em mulheres portadoras da
doença, as únicas células B
maduras são aquelas que têm o
cromossomo X portador do
alelo mutante inativo. Pacientes
com agamaglobulinemia ligada
ao X geralmente apresentam Ig
sérica baixa ou indetectável,
redução ou ausência de células
B no sangue e tecidos linfoides
periféricos, ausência de centros
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germinativos dos linfonodos e
de plasmócitos nos tecidos;
● Alguns estudos revelam
diminuição de células T ativadas
nos pacientes;
● A Btk também é relevante para
a ativação de células mieloides,
e a suscetibilidade a infecções
pode refletir a ausência total ou
quase absoluta de anticorpos,
além de também resultar da
função imune inata defeituosa;
● Tratamento: injeções de
preparações contendo um pool
de IgG. Essas preparações
contêm anticorpos
pré-formados contra patógenos
comuns e conferem uma
imunidade passiva eficiente.
Deficiências Seletivas de Isotipos de
Imunoglobulina:
● A mais comum é a deficiência
seletiva de IgA;
● A deficiência de IgA geralmente
ocorre de maneira esporádica,
mas muitos casos familiares
com padrões de herança
autossômica recessiva ou
autossômica dominante
também são conhecidos. As
manifestações clínicas são
variáveis;
● Essas manifestações refletem a
importância da IgA secretora na
proteção das barreiras mucosas
dos microrganismos comensaise patogênicos;
● A deficiência de IgA é
caracterizada por baixos níveis
séricos de IgA, com níveis
normais ou elevados de IgM e
IgG e pouca IgA nas secreções
de mucosas. O defeito nesses
pacientes é um bloqueio na
diferenciação de células B em
plasmócitos secretores de
anticorpos IgA. Os genes de
cadeia pesada α e a expressão
de IgA associada à membrana
são normais;
● Em uma pequena proporção de
pacientes com deficiência
seletiva de IgA, foram descritas
mutações no gene TACI
(ativador transmembrana e
modulador de cálcio que
interage com o ligante de
ciclofilina, um dos três tipos de
receptores para as citocinas
BAFF (fator de ativação das
células B), e APRIL (um ligante
indutor de proliferação) que
estimulam a sobrevivência e a
proliferação das células B;
Deficiências de células T:
Síndrome de Wiskott-Aldrich:
● É uma doença ligada ao X,
caracterizada por eczema,
trombocitopenia (redução de
plaquetas sanguíneas) e
susceptibilidade à infecção
bacteriana.
● Nas fases iniciais da doença, o
número de linfócitos está
normal e o principal defeito é a
incapacidade de produzir
anticorpos em resposta a
antígenos polissacarídeos
independentes de células T,
razão pela qual esses pacientes
são especialmente suscetíveis a
infecções por bactérias
encapsuladas. Os linfócitos (e as
plaquetas) são menores do que
o normal. À medida que a idade
aumenta, os pacientes
apresentam redução do número
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de linfócitos e imunodeficiência
mais grave.
● O gene alterado na síndrome de
Wiskott-Aldrich codifica uma
proteína citoplasmática
chamada proteína da síndrome
de Wiskott-Aldrich expressa
exclusivamente em células
derivadas da medula óssea e
regulam o rearranjo do
citoesqueleto de actina;
● A formação defeituosa de
sinapses imunológicas entre as
células T e as células
apresentadoras de antígeno
resultam em fraca ativação dos
linfócitos e mobilidade
comprometida de todos os
leucócitos, o que explica a
imunodeficiência observada
nesta síndrome.
Síndromes de Hiper-IgE:
● representam um conjunto de
síndromes de imunodeficiências
primárias nas quais os pacientes
apresentam eczema, eosinofilia,
infecções pulmonares
recorrentes e abcessos cutâneos
causados por estafilococos e
fungos;
● Uma forma autossômica
dominante de HIES resulta de
mutações dominantes negativas
em heterozigose do fator de
transcrição STAT3, resultando
em respostas Th17 defeituosas;
● Outra causa autossômica
recessiva de HIES resulta de
mutações no gene que codifica
DOCK8, um fator de troca do
nucleotídeo guanina. Mutações
no gene DOCK8 resultam em
números reduzidos de células T,
células B e células NK, e
defeitos na sinalização de
linfócitos e rearranjos do
citoesqueleto que se
assemelham àqueles observados
na síndrome de
Wiskott-Aldrich.
● Embora o nome dessa síndrome
enfatize os níveis elevados de
IgE no sangue, as base dessa
anormalidade é desconhecida;
Síndrome Linfoproliferativa Ligada ao
X:
● é um distúrbio caracterizado
pela incapacidade de eliminar o
EBV, levando eventualmente à
mononucleose infecciosa
fulminante e ao
desenvolvimento de linfomas de
células B;
● a doença é causada por
mutações no gene que codifica
uma molécula adaptadora
chamada proteína associada à
molécula de sinalização da
ativação do linfócito. ou SAP,
que se liga a uma família de
moléculas da superfície celular
envolvidas na ativação de
células NK e de linfócitos T e B.
● Defeitos na SAP contribuem
para o enfraquecimento da
ativação de células T e NK,
resultando no aumento da
susceptibilidade a infecções
virais;
● a SAP é necessária para o
desenvolvimento das células T
auxiliares foliculares (Tfh, do
inglês, T follicular helper), e a
incapacidade dos pacientes com
XLP de produzir centros
germinativos e anticorpos de
alta afinidade provavelmente
também contribui para a
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hipogamaglobulinemia e
susceptibilidade a infecções
virais associadas.
● o defeito genético não está na
SAP, mas no gene que codifica o
inibidor de apoptose ligado ao X
(XIAP). O aumento da apoptose
de células T e células NKT
resultante provoca uma
depleção acentuada destes tipos
celulares. A imunodeficiência
manifesta-se mais comumente
por meio de graves infecções
oportunistas pelo EBV.
Defeitos na Função dos CTL e das
Células NK: Síndromes Familiares de
Linfo-histiocitose Hemofagocítica:
● As síndromes de
linfo-histiocitose
hemofagocítica (HLH)
constituem um grupo de
doenças de imunodeficiência
potencialmente fatais, nas quais
as células NK e os CTLs
apresentam defeitos em sua
capacidade de matar células
infectadas.
● Em decorrência dessa
característica, outro nome para
estas doenças é síndrome de
ativação do macrófago. Uma
característica tardia, mas
marcante desses transtornos, é
a ingestão de hemácias por
macrófagos ativados
(hemofagocitose);
● As mutações no gene perforina
são a causa mais comum de
HLH, mas mutações em genes
que codificam a maquinaria
celular envolvida na exocitose
de grânulos são encontradas em
alguns casos da síndrome.
Especificamente, as mutações
no gene RAB27A, uma pequena
guanosina trifosfatase envolvida
na fusão vesicular, e no gene
MUNC13-4, que codifica um
adaptador que participa na
exocitose de grânulos,
comprometem a fusão dos
grânulos líticos com a
membrana plasmática e assim
contribuem para vários subtipos
de HLH.
Deficiências de células T e B juntas:
Síndrome de Wiskott-Aldrich:
● É uma doença ligada ao X e,
portanto, ocorre apenas em
meninos.
● O defeito mais importante é a
incapacidade de montar uma
resposta via IgM contra os
polissacarídeos capsulares de
bactérias, como os
pneumococos.
● Os níveis de IgG e IgA são
normais, mas a imunidade
dependente de células é
variável.
● O defeito parece estar na
capacidade das células T em
auxiliar as células B. O gene
mutante codifica uma proteína
envolvida na montagem do
filamento de actina.
● O transplante de medula óssea
pode ser útil.
Doença da imunodeficiência
combinada grave (SCID):
● Em algumas crianças, as células
B e T estão ausentes; em outras,
o número de células é normal,
mas elas não funcionam
adequadamente;
● todas elas devido a um defeito
na diferenciação de uma
célula-tronco precoce. Existem
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dois tipos: ligada ao X e
autossômica
● Alguns pacientes com SCID
ligada ao X possuem um defeito
no receptor de IL-12 em células
T. Eles não possuem a cadeia y
do receptor de IL-12 que é
essencial para o
desenvolvimento de células T.
● A cadeia do receptor de IL-12 é
compartilhada com o receptor
de IL-7 e, dessa forma, a SCID
também pode resultar de uma
falha de IL-7 em estimular a
progressão de células-tronco em
células T e B.
● apresentam mutações nos genes
RAG-1 e RAG-2, que codificam
enzimas recombinases que
catalisam a recombinação do
DNA, etapa necessária para
gerar os receptores de antígenos
das células T e o monômero de
IgM das células B, que
funcionam como receptores de
antígenos.
● uma mutação no gene que
codifica para uma tirosina-ci-
nase denominada ZAP-70, que
desempenha um papel na trans-
dução de sinal em células T.
● Elas precisam ser protegidas da
exposição a microrganismos, o
que geralmente é feito por meio
de seu enclausuramento em
“bolhas” plásticas.
● Vacinas vivas e atenuadas não
devem ser administradas.
● O transplante de medula óssea
pode restaurar a imunidade. É
interessante observar que, como
as crianças com SCID não
rejeitam aloenxertos, os
transplantes de medula óssea
não requerem fármacos
imunossupressores.
● Pacientes com uma ausência
hereditária de adenosina
desaminase (ADA) e purina
nucleosídeo fosforilase (PNP)
podem apresentar uma
deficiência grave de células B e
T, causando SCID.
● A ausência dessas enzimas
resultaem uma acumulação de
desoxiadenosina trifosfato
(dATP), um inibidor da
ribonucleotídeo redutase, e,
consequentemente, em um
declínio nos precursores
desoxinucleosídeos trifosfatos
do DNA. Esse fenômeno reduz a
formação de precursores de
células B e T na medula óssea.
Transplantes de medula óssea
podem ser úteis.
● Injeções de ADA conjugada com
polietilenoglicol reduzem o
número e a gravidade das
infecções;
Deficiências de fagócitos:
Doença granulomatosa crônica (DGC):
● A DGC ocorre em razão de um
defeito na atividade microbicida
intracelular de neutrófilos e
resulta da falta da atividade da
enzima NADPH oxidase. Assim,
o peróxido de hidrogênio ou os
superóxidos não são produzidos
(i.e., não ocorre o ataque
oxidativo), de forma que os
microrganismos, embora
fagocitados, não são mortos.
● As funções das células B e T são
normais.
● O nome doença granulomatosa
crônica originou-se em razão
dos vários granulomas
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dispersos encontrados nos
pacientes, mesmo na ausência
de doença clínica aparente. Os
granulomas podem tornar-se
grandes o suficiente para causar
obstruções do estômago, do
esôfago ou da bexiga. A causa
dos granulomas não é
conhecida.
Síndrome de Chédiak-Higash:
● Isso é resultado de uma falha
dos lisossomos de neutrófilos
que não se fundem com
fagossomos. As enzimas dos
lisossomos, portanto, não são
disponibilizadas para matar os
microrganismos fagocitados;
● Grandes inclusões
citoplasmáticas granulares,
compostas por lisossomos
anormais, podem ser
observadas
● Além disso, os neutrófilos não
funcionam corretamente
durante a quimiotaxia, em razão
de microtúbulos defeituosos;
● O gene mutante nessa doença
codifica uma proteína
citoplasmática envolvida no
transporte de outras proteínas.
● A formação de peróxido e
superóxido é normal, assim
como as funções das células B e
T.
● O tratamento envolve fármacos
antimicrobianos. Não há uma
terapia eficiente para a correção
do defeito na fagocitose.
Deficiência da mieloperoxidase:
● A deficiência da
mieloperoxidase (quantidade
reduzida ou função reduzida) é
bastante comum;
● De maneira surpreendente, a
maioria dos pacientes com essa
deficiência não apresenta
aumento na suscetibilidade a
doenças infecciosas.
● A mieloperoxidase catalisa a
produção de hipoclorito, um
importante agente
antimicrobiano, de forma que
um aumento no número de
infecções era esperado.
Entretanto, outros mecanismos
de morte intracelular estão
intactos, e devem ser suficientes
para matar os micróbios
fagocitados;
Deficiência do receptor de
reconhecimento de padrão:
Receptores na superfície das células do
sistema imune inato:
● A deficiência do receptor
semelhante ao Toll- 5 (TLR-5)
resulta em uma falha no
reconhecimento da flagelina
bacteriana e em uma
suscetibilidade notória a
infecções por Legionella;
● A deficiência do ligante de
ligação à manose (MBL)
também é comum, e resulta em
uma falha na ativação do
complemento, conduzindo a
infecções graves por bactérias
gram-negativas, como
Neisseria.
Receptores no interior das células do
sistema imune inato
● Os receptores NOD no
citoplasma reconhecem o
peptideoglica- no de bactérias
gram-positivas e
gram-negativas. A deficiência de
NOD-2 resulta em um defeito
na imunidade intestinal que
Ivan Gabriel Santos 2ª período - Mecanismos de agressão e defesa MEDICINA -FITS
está envolvido na patogênese da
doença de Croh;
● Os receptores RIG helicase
reconhecem RNAs virais
dupla-fita que são sintetizados
durante a replicação no
citoplasma. A deficiência desses
recep- tores resulta em uma
resposta de interferon reduzida
a diversos vírus;

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