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Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 COMPLEXO NASOMAXILAR CRESCIMENTO MAXILAR ● Enquanto a calota craniana aumenta em volume 2x durante o crescimento, a face aumenta em volume 5x - crescimento exponencial da face em relação a cabeça. ● O complexo maxilar corresponde a todos os ossos que compõem o ⅓ médio da face (ossos nasais, vômer, conchas nasais inferiores, ossos lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos e mandíbula). Estes crescem de forma análoga, interligada. Tipos de ossificação: ● Intramembranosa (principal): Sutural: quando acomete as suturas da face, principal sítio de crescimento do complexo nasofacial. Suscetível à ortopedia facial. Aposicional: quando ocorre nas superfícies; remodelação. Periodontal: relação osso-dente. Crescimento intramembranoso sutural: ● Predominante no complexo nasomaxilar. ● Influenciado pelo desenvolvimento funcional: respiração, fonação, etc. ● As posturas musculares corretas são estímulos fundamentais para que a face cresça em harmonia. Quando há um hábito deletério, normalmente há piora na mudança da face. ● Menor determinação genética. ● Influenciado por forças (pressão, tração): respiração bucal, hábito de sucção digital, etc. Atresia transversa da maxila. Hábito de sucção digital: tração da maxila para frente. Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 Consequências: palato alto e estreito (ogival), aumento do overjet do paciente, restrição no movimento de erupção dentária - oclusão classe II de Angel, mordida aberta anterior, mordida cruzada posterior, lábio inferior evertido, lábio superior retraído, alterações das funções estomatognáticas, hipotonia facial generalizada e alterações posturais. Aparelho ortopédico para tração reversa da maxila: Máscara apoiada na fronte no queixo do paciente. Princípio de ação do aparelho: abrir as suturas maxilares; tração reversa da maxila; com isso, as suturas são estiradas, estimulando a deposição de osso. Em sentido oposto, existem os aparelhos extrabucais, que fazem uma pressão sobre a maxila e dentes do arco superior, empurrando os dentes para trás. Como os dentes estão presos ao osso pelo ligamento periodontal, essa pressão faz com que as suturas sejam comprimidas, diminuindo o aporte de nutrição e restringindo o crescimento do complexo nasomaxilar. Crescimento vertical e ântero-posterior - Suturas da face: ● O crescimento vertical e ântero-posterior é fortemente impactado pelas suturas da face. ● As suturas da face são paralelas entre si e oblíquas em relação a face. Quando essas suturas geram osso, deslocam esses ossos tanto para baixo quanto para frente = Quando crescem, geram reflexo de deslocamento primário do complexo nasomaxilar para baixo e para frente. ● Suturas: fronto-maxilar, pterigopalatina, zigomaticomaxilar, zigomaticotemporal, frontonasal, nasomaxilar, frontozigomática, palatina mediana e palatina transversa. ● Algumas suturas são importantes para o crescimento transversal da face, especialmente a palatina mediana. ● As suturas trabalham de forma conjunta. Cada uma é um sítio de crescimento. Normalmente há estímulos naturais (ex: respiração) que fazem com que essas suturas possam potencialmente produzir osso. ● O crescimento intramembranoso depende de uma demanda funcional. ● O crescimento sutural é predominante para trás e para cima. Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 ▶ Cefalometria: ver tendência de crescimento do paciente; saber se o paciente precisa de alguma ação ortopédica para controle desse crescimento. Deslocamento: ● Primário: crescimento sutural da própria maxila → anterior e inferior. Sutura palatina transversa: crescimento anterior. Sutura palatina mediana: crescimento transversal. ● Secundário: crescimento sutural nos ossos adjacentes. ⅓ do crescimento do complexo nasomaxilar é o crescimento dos ossos adjacentes. ● Crescimento da base craniana: ⅓ do crescimento maxilar. Sincondroses. ● Crescimento do septo nasal. ▶ Principal sítio de crescimento do complexo nasomaxilar: suturas (que geram deslocamento primário e secundário). Túber: ● Principal local de deslizamento do complexo nasomaxilar. ● Aposição nas regiões posterior e lateral. ● O crescimento do túber da maxila explica o aumento do comprimento ântero-posterior maxilar. Após o 2º M decíduo irromper, não há crescimento esperado dali pra frente; todo crescimento é dali pra trás. ● Permite erupção dos molares e distalização nesta região. Processo alveolar: ● Crescimento vertical. ● Aprofundamento do palato. ● Crescimento transversal. ● 40% da altura da maxila. Região nasal: ● Absorção do soalho. ● Aposição no palato duro. ● A pressão da respiração nasal empurra toda a maxila para baixo, reabsorvendo a parte do assoalho nasal e apondo osso na abóbada palatina por deslizamento. ● Crescimento vertical. ● Deslizamento inferior do palato. Sutura palatina mediana: ● Crescimento em largura é típico do complexo nasomaxilar, pela existência da sutura palatina mediana (mas uma hora essa sutura se fecha). ● Apinhamento intra-ósseo antes do nascimento - sutura palatina mediana → crescimento transversal. ● Quanto mais aumenta a largura do perímetro, maior o perímetro. A arcada pode aumentar no sentido ântero-posterior (pelo túber) e transversal (pela sutura palatina mediana). Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 ● A maturação da sutura palatina mediana começa a partir dos 9 anos, quando a sutura começa a embricar. Aparelho expansor da maxila. ▶ A “luta” entre os dentes por espaço é saudável; faz com que eles se desloquem para vestibular, aumentando o perímetro da arcada. A língua também empurra o arco lateralmente, com aumento de espaço disponível para a erupção dentária. Disjunção/expansão maxilar: - Expansão lenta da maxila (ELM): até os 9 anos. Frequência de 1 a 3 ativações por semana. - Expansão rápida da maxila (ERM): 9 - 16 anos. - Assistência cirúrgica (ERMAC): Adultos. - Assistência com mini-implantes (MARPE). Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 ▶ Na mandíbula, não há sutura palatina mediana, ou seja, não há crescimento transverso. O crescimento é todo posterior. ▶ Arcada tipo I: diastemas na dentição decídua; comum, acima de 80%; fonte de espaço para os sucessores permanentes. Princípio V de Enlow: crescimento transversal. Os ossos maxilares têm forma de V. Quando crescem no sentido ântero-posterior, também crescem em largura. Ou seja, o túber também é importante para aumentar a largura da maxila. Remodelação: ● Em todas as superfícies maxilares e concomitante aos outros processos do crescimento maxilar. ● Ritmo de crescimento da face média: - Região alveolar: irrupção dos dentes decíduos e permanentes. - Proliferação sutural e remodelação: surto de crescimento puberal (11-13 anos em meninas; 13-15 em meninos). Problemas na dimensão transversal: mordida cruzada posterior, mordida profunda e mordida aberta anterior. ▶ Geralmente os problemas genéticos estão muito relacionados com ossos de origem endocondral, e as demandas funcionais tem mais a ver com o crescimento de ossos de origem intramembranosa. ▶ Em pacientes Classe III de Angle, realizar uma investigação familiar. CRESCIMENTO MANDIBULAR No nascimento: o corpo mandibular não está bem definido, os ramos mandibulares são curtos e os côndilos não tem forma definida. Importância da amamentação em bebês. Crescimento mandibular diferencial: estímulo para respiração nasal. Crescimento pós natal: área basal, área muscular e área alveolar. Principal local de crescimento: o crescimento em comprimento mandibular ocorre principalmente nos côndilos mandibulares. ● Crescimento endocondral. ● Áreas de muita pressão; pouca influência de tração/pressão. Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 ● A mentoneira age restringindo o crescimento mandibular excessivo. Apresenta um prognóstico ruim pois a região apresenta ossificação endocondral, crescimento pouco influenciado pela ortopedia. Deslocamento primário: crescimento predomina para cimae para trás e desloca a mandíbula na direção oposta. Deslocamento secundário: crescimento da base craniana e da face média desloca a mandíbula para baixo e para frente. Deslizamento: ● Ramo mandibular: reabsorção no bordo anterior, aposição no bordo posterior. Aumento do comprimento mandibular e espaço para os molares. Erupção dentária e crescimento ósseo alveolar: aumento vertical do corpo mandibular e da face. Crescimento transversal (largura): sínfise aberta até 6-12 meses de idade. Princípio V de Enlow. Remodelação: secundária às demandas funcionais. Adaptação ao crescimento de estruturas adjacentes. Manutenção da morfologia com o crescimento. Perímetro dos arcos dentais: espaço para irrupção dental. A largura da maxila é determinada pela sutura palatina e seu comprimento pelo túber. A largura da mandíbula é determinada pela sínfise (1 ano) + remodelação e seu comprimento pelo ramo mandibular. Rotação mandibular: ● Rotação excessiva para frente - horizontal - mordida profunda - ângulo goníaco fechado. ● Rotação excessiva para trás - vertical - mordida aberta - ângulo goníaco aberto. ▶ Se houver incompetência em controlar rotações, o tratamento recomendado é a cirurgia ortognática. ▶ Retrusão/retrognatismo mandibular. ▶ Protrusão/prognatismo mandibular - classe III - mordida cruzada anterior (alteração nos arcos dentários). ▶ O crescimento mandibular é tardio em relação ao crescimento da face/estatura. Taxa alta de recidiva de tratamento ortodôntico classe III pois há crescimento mandibular tardio, endocondral, condilar. ▶ O surto de crescimento nos côndilos ocorre na mesma época ou logo depois do surto de crescimento em altura e termina um pouco mais tarde. ▶ Sinais de pico de crescimento puberal: mudança de estatura rápida e aparecimento de características secundárias. Ana Caroline de Almeida Peçanha - UFES - 2021 Bionator: mais utilizado no Brasil. Eficiente para tratamento de da classe II por deficiência mandibular na dentição decídua e mista. Se encaixa nos 2 arcos, projetando a mandíbula e favorecendo todo o potencial de crescimento endocondral, e restringindo o crescimento da maxila. O aparelho gera um crescimento antecipado da mandíbula e restringe o acentuado na maxila. Melhora o overjet do paciente. Liberação/antecipação do crescimento mandibular. 2, 3 anos de tratamento. Melhor performance do paciente. Coloca a mandíbula na melhor posição possível para permitir seu crescimento ideal. Não possui ativação. O aparelho vem montado de forma que a mandíbula se desloque para frente, tornando a musculatura o fator ativador. Lingualiza anteriores superiores e avança incisivos inferiores. Aparelhos distalizadores: pêndulo de Hilgers.
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