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CORRIMENTO VAGINAL

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AULA 1 – CORRIMENTO VAGINAL 
DANIELA FRANCO 
FLORA VAGINAL NORMAL 
• Leucorréia fisiológica = corrimento fluido, cor 
branca, transparente, sem odor fétido 
• Ph vaginal ácido (4,0-4,5) 
• Polimicrobiana (5-15 espécies de bactérias) - 
predominante Lactobacillus acidophilus (bacilos 
döderlein). Outros: Candida sp (fungo), 
Gardnerella vaginalis (bactéria). Se no exame vir 
cândida não precisa se assustar é normal, mas tem 
que estar em equilíbrio. 
• Desequilíbrio = proliferação de microorganismos 
(inclusive patógenos) 
• Causas de desequilíbro: diabetes 
(principalmente descontrolada), duchas vaginais, 
uso de lubrificantes, relação sexual, hormônios 
(hipoestrogenismo – climatério e menopausa), 
estresse, absorventes internos e externos 
(ambiente úmido e abafado causa proliferação de 
fungos). 
SINDROME DO CORRIMENTO VAGINAL 
1) Vaginose bacteriana 
2) Candidíase 
3) Tricomoníase 
4) Vulvovaginite inespecífica 
5) Cervicite 
6) Doença inflamatória pélvica 
 
VAGINOSE BACTERIANA 
• Agente: Gardnerella + outros 
• Diagnóstico: critérios de Amsel (presença de 3 
dos 4 critérios) 
1) Corrimento branco acinzentado, fino, 
homogêneo 
2) pH vaginal > 4,5 (normal < 4,5) 
3) Presença de clue cells ou células alvo (exame a 
fresco) 
Clue cells apresentam esse alvo no meio. Indica a 
presença bacteriana 
 
4) Teste de aminas (Whiff test): positivo (odor 
desagradável, peixe podre). Adiciona potássio no 
corrimento se tiver odor fético é positivo. 
 
TRATAMENTO 
• Quando tratar: sintomáticas e grávidas (toda 
infecção na gestante tem que ser tratada). 
Metronidazol gel vaginal, 1 aplicador cheio, via 
vaginal, à noite, por 5 dias. 
• O tratamento das parcerias sexuais não está 
recomendado (Não é uma IST) 
• Evitar relação sexual durante tratamento 
 
OBS: Consumo de bebida alcoólica não pode, tem 
interação causa mal estar, cefaleia, náusea entre 
outros (reação antabuse) 
CANDIDÍASE 
• Estima-se que 75% das mulheres desenvolverão 
pelo menos um episódio de candidíase durante a 
vida. 
• Agente: Candida sp 
• Quadro clínico 
 - Corrimento branco, grumoso, aderido, 
inodoro, aspecto de leite coalhado 
 - Prurido, disúria, dispareunia, hiperemia e 
edema vulvar. pH vaginal normal (4,0- 4,5) 
Exame a fresco: 
presença de hifas, 
leveduras 
 
TRATAMENTO: 
- Primeira opção: Creme imidazólico tópico, 1 
aplicador cheio, via vaginal, à noite, por 7 dias. 
- Segunda opção: Fluconazol 150 mg, via oral, dose 
única. (CI em gestantes e lactantes) 
- Casos recorrentes: Creme imidazólico tópico por 
14 dias ou Fluconazol 150 mg, VO, dias 1,4 e 7. 
 
Obs: parceiro sexual só trata se tiver sintomas. 
QUESTÃO USP – 2019 
Mulher de 35 anos apresenta queixa de irritação e 
prurido vulvar. O exame de espéculo revela 
hiperemia e edema de fórnice vaginal posterior, 
com conteúdo vaginal aumentado, sem odor e com 
pH de 4,0. Qual o diagnóstico mais provável? 
a) Candidíase 
b) Vaginose bacteriana 
c) Tricomoníase 
d) Vaginite gonocócica 
 
TRICOMONÍASE 
• Agente: Trichomonas vaginalis 
• É uma IST e a sua via de transmissão é quase 
unicamente sexual (lembrar de convocar parceria 
sexual) 
Diagnóstico: 
• Corrimento verde-amarelado, bolhoso, de 
odor desagradável o pH > 5,0 
• Ardência, hiperemia, edema 
• Exame a fresco = protozoário móvel 
• Colposcopia (vê o colo pelo microscópio) = 
colo em framboesa (altamente específico) 
• Whiff – teste: positivo (hidróxio de potássio) 
 
 
 
 
 COLO EM FRAMBOESA: colpite focal ou difusa 
TRATAMENTO: deve ser sistêmico!!! (incluindo 
gestantes e lactantes) 
- Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos, VO, dose 
única (2g) 
- Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, 2x por dia, 
por 7 dias. 
 
• Parcerias sexuais devem ser tratadas com o 
mesmo esquema 
• Rastrear outras ISTs 
• Evitar relações sexuais no período de tratamento 
• Evitar ingestão de álcool (efeito Antabuse) 
• Crianças = abuso sexual 
 
QUESTÃO FMABC – 2018 
Mulher de 26 anos, comparece ao serviço de 
Ginecologia com queixa de corrimento genital 
amarelado com odor, acompanhado de dor em 
baixo ventre há 3 dias. Ao exame: BEG, afebril, 
hidratada, PA: 12x8, dor a palpação profunda em 
hipogástrio. Especular: colpo cervicite difusa e 
focal intensa. O agente etiológico é: 
a) Candidíase 
b) Tricomoníase 
c) Gonococo 
d) Vaginite mista 
VULVOGINITE INESPECÍFICA 
- Corresponde a 70% das queixas pediátricas em 
GO (pode ser abuso) 
- Vulvovaginite não infecciosa 
- Inflamação vulvar, sem descarga vaginal 
- Diagnóstico: exclusão após exame físico, exame a 
fresco e EPF normais 
 
TRATAMENTO: medidas de higiene, banho de 
assento, tratar verminoses, acalmar familiares 
CERVICITE 
• Definição: inflamação do epitélio glandular 
•Agentes: Chlamydia trachomatis e Neisseria 
gonorrhoeae (gonococo) 
• Transmissão: sexual 
• Quadro clínico: corrimento vaginal + queixas 
baixas (dor) + alteração no colo 
 
Ectoderme em contato com vagina e endocervice 
em contato com o útero. Cervicite é o corrimento 
saindo do orifício saindo do colo do útero, é uma 
inflamação do epitélio glandular. 
 
• Diagnóstico: corrimento cervical (especular) + 
colo hiperemiado, friável, dispareunia (dor na 
relação sexual), pode dar sangramento pós coito 
 
TRATAMENTO: Antibiótico, tratar parceria 
sexual, rastrear outras ISTs 
- Gonococo: Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única + 
Azitromicina 500 mg, 2 cp, dose única. 
- Clamídia: Doxiciclina 100 mg 12/12h por 7 dias 
(não pode em gestantes) ou Azitromicina 500 mg, 
2 cp, dose única. 
 
COMPLICAÇÕES: DIP, dor pélvica crônica, 
infertilidade 
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP) 
• Definição: Síndrome clínica secundária à 
ascensão e disseminação, no trato genital feminino 
superior, de microorganismos provenientes da 
vagina e/ou da endocérvice, que podem acometer 
o útero, trompas de falópio, ovários, superfície 
peritoneal e/ou estruturas contíguas (fígado). 
 
Pode ser uma complicação de uma cervicite não 
tratada que ascende. 
 
• Principais agentes: Chlamydia trachomatis e 
Neisseria gonorrhoeae (gonococo) 
 
• Faixa etária prevalente: 15-25 anos 
 
 
 
• Quadro clínico: 
- Assintomáticas 
- Sintomáticas: corrimento vaginal + febre + dor 
abdominal infraumbilical (mais sistémico) 
 
• Diagnóstico: 3 critérios maiores + 1 critério 
menor OU apenas 1 critério elaborado 
 
TRATAMENTO: critérios de MONIF 
 
• Se é uma paciente com acometimento de 
útero e tuba, mas não tem peritonite trata 
ambulatorialmente e reavalia em 72h. 
• Se tem acometimento de útero, tubas e tem 
peritonite vai tratar hospitalar. 
• Se tiver abcesso no exame de imagem vai 
tratar hospitalar. 
• Se o abcesso já se rompeu tem que fazer 
cirurgia. 
 
AMBULATORIAL: CEFTRIAXONA + DOXICICLINA + 
METRONIDAZOL + TRATAR PARCERIA SEXUAL 
HOSPITALAR: CLINDAMICINA + GENTAMICINA 
(endovenoso) 
 
COMPLICAÇÕES: 
PRECOCES: óbito, abscesso tubo-ovariano, fase 
aguda síndrome de Fitz-Hugh-Curtis (= cordas de 
violino, já atingiu o fígado como hepatite) 
TARDIAS: D (dispareunia), I (infertilidade), P 
(prenhez ectópica)

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