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MICROBIOLOGIA - PROVA 2 Streptococcus Pertecem a família Streptococcaceae, os gêneros de importância clínica são Enterococcus e Streptococcus. As espécies do gênero Streptococcus são catalase-negativa, imóveis e anaeróbios facultativos, microaerófilos ou capnofílicos (maioria), precisam de pouco O2. Streptoccus são Gram-positivos, não esporulados e quimioorganotróficos. São visualizados em corrente ou aos pares. Para a incubação é necessário um ambiente anaeróbio, comumente são utilizadas jarras anaeróbias com o intuito de criar um ambiente anaeróbio. Elas contem anaerobacs, composto que, com a adição de água, libera hidrogênio, que reage com o O2 formando água. São bactérias homofermentadoras, ou seja, liberam sempre ácido lático ao degradar compostos orgânicos. O Streptococcus estão presentes na microbiota normal do organismo e são patógenos oportunistas. Com relação ao meio de cultivo, esses microorganismos são fastidiosos, ou seja, precisam de meio enriquecido para crescer. Os meios de cultura enriquecidos contém glicose 1 a 2%, sangue, estrato de fígado; são eles: meio ágar sangue azida, Mitis-salivarius, Todd Hweitt. As principais patologias humanas são meningite, otiti, endocardite, pneumonia, doenças de pele, etc. Nos animais dentre as principais patologias podemos citar amigdalite, mastite, endometrites, garrotilho e septicemias neonatais. Geralmente a porta de entrada ou saída é o sistema respiratório superior e a disseminação do microorganismo ocorre pela circulação sanguínea. Os fatores de virulência do Streptococcus são dois: (1) Estruturas de superfície: Proteína M - liga-se ao ácido lipoteicoico promovendo a fixação e é antifagocítica, pois impede que os receptores do sistema imune se liguem ao C3b. Cápsula com ácido hialurônico. (2) Produtos extracelulares: Hemolisinas - dois tipos, Estreptolisina S, principal responsável pelo halo em ágar sangue, são oxigênio-estável e não é imunogênica. O outro tipo é a Estreptolisina O, que além de lesar hemácias, pode lesar leucócitos, é oxigênio-lábil, imunogênica e combina-se com antistreptolisina. Exotoxinas pirogênicas - toxinas eritrogênicas, dissemina-se por via hematogênica e atuam como superantígenos (autoagressão). Três procedimentos laboratoriais são usados para diferenciar estreptococos: tipo de hemólise, agrupamento de Lancefield (propriedades sorológicas) e teste bioquímicos. • Hemólise: (1) beta-hemólise é hemólise completa indicada por zona clara ao redor das colônias. (2) alfa-hemólise é parcial ou incompleta indicada por zona esverdeada ou pouco clara ao redor das colônias. (3) gama-hemólise não causa alterações observáveis ao redor das colônias no ágar sangue. �1 MICROBIOLOGIA - PROVA 2 • Agrupamento de Lancefield: Os Estreptococos beta-hemolíticos podem se dividir em grupos naturais por métodos sorológicos (especificidade imunológica), como o de Lancefield, que faz a classificação com base na substância C grupo-específica (polissacarídeo) da parede celular. -Streptococcus Grupo A: ramnose N-acetil glicosamina. Streptococcuspyogenes - ocorrência: trato respiratório. -Streptococcus Grupo B: ramnose glicosamina galactose. Streptococcusagalactiae - ocorrência: trato intestinal, trato genital feminino. -Streptococcus Grupo C: ramnose N-acetil galactosamina. S.equissimilis, S.dysagalactiae - ocorrência: trato respiratório, intestinal, genital -Streptococcus Grupo D: glicerol ácido teióico D-alanina glicose. S.bovis, Enterococcusfaecalis, Enterococcus faecium - ocorrência: trato intestinal, podem ser utilizados como probióticos. -Grupo viridas: sem hemólise e sem antígeno polissacarídeo de parede. • Testes bioquímicos: ajudam a identificar bactérias do grupo viridas. (1) Bacitacina: S. Pyogenos sensível; (2) Optoquina: S. Pneumonie sensível; (3) Bile-esculina: capacidade de hidrolisar esculina na presença da bile; (4) Prova de NaCl a 6,5%: capacidade do microorganismo crescer em presença de altas concentrações de sal. (5) Prova do hipurato: S. Agalactie; (6) Fator CAMP: potencializa a ação lítica da hemolisina de 5 aurais (hemólise em forma de seta) semeados em estrias perpendiculares. 1. S. pyogenes A espécie S. pyogenes é beta-hemolítico, pertence ao Grupo A e contém proteínas M. Essa espécie é a principal causa de faringite e amigdalite, com febre. Podendo evoluir para sinusites e otits. Ela pode causar também piodermites (erisipela e impetigo), doenças auto imunes como escarlatina, que é o aumento da permeabilidade dos capilares, o que causa vermelidão, e choque tóxico, causado por toxinas pirogênicas, febre e leva a falência renal. As sequelas de doenças causadas por S. pyogenes são glomerulonefrite, que é precedida de infecção cutânea, causa dano renal pelo depósito de complexos antígeno-anticorpo nos glomérulos, levando a insuficiência renal, hipertensão, sangue e proteína na urina, e a febre reumática, precedida de infecções das vias respiratórias, são lesões inflamatórias dos músculos e valvas cardíacas, sintomas são febre, poliartrite migratória, inchaços e nódulos cutâneos. �2 MICROBIOLOGIA - PROVA 2 2. S. agalactil A espécie S. agalactil é beta-hemolítico, pertence ao Grupo B, contém cápsula com ácido hialurônico e produz fator CAMP. A S. agalactil é causadora de doenças como mastite bovina, piometra, septicemias, infecções perinatais e endometrite pós-parto. 3. S. pneumonie A espécie S. pneumonie é alfa-hemolítico e se apresenta na forma de pneumococos ou diplococos. Possui importância clínica em doenças como pneumonias, meningites e septicemias. 4. S. viridans São hemolíticos gama ou alfa, não possuem antígenos de superfície e são resistentes à optoquina. As espécies pertencentes a este grupo são: Streptococcus mutans, Streptococcus sanguis, Streptococcus mitis, Streptococcus salivarius e Streptococcus anginosus. Importância clínica: cárie dental e endocardite. 5. Enterococus Pertencem ao Grupo D e são gama-hemolítico. Apresentam características fisiológicas distintas dos estreptococos. Fazem parte da microbiota intestinal do homem e animais. Causa doenças como mastite, infecções do trato urinário, septicemia (através de cateteres intravasculares). Algumas estirpes são probióticas 6. S. canis Pertencem ao Grupo G e são beta-hemolítico. Causam infecções em cães, levando a doenças como piometra, doenças respiratórias e pneumonia. 7. S. suis Pertencem ao Grupo S e são alfa-hemolítico. Causam febre, depressão, anorexia, meningite, edema e congestão do cérebro, em suínos. 8. S. difficile Pertence ao Grupo B e são gama-hemolítico. Estreptococose na criação de tilápias, variações bruscas de temperatura, manejo inadequado, baixa qualidade da água, alta densidade e deficiências nutricionais colaboram para o aparecimento da doença. Os sinais clínicos são anorexia, natação errática, exoftalmia, opacidade de córnea, hemorragias, escurecimento da superfície corporal, muco sanguinolento no intestino e ânus. �3
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