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O leite materno (LM): Importante para o crescimento e para o sistema imunológico da criança. Além de possuir vantagens para a criança e para a mãe. É facilmente digerido, quando comparado com leites de outras espécies (possui anticorpos da mãe). Capaz de suprir sozinho. Importância e vantagens do aleitamento materno: Diminuição da mortalidade infantil. Proteção anti-infecciosa: diarreia, doenças respiratórias, otites. Proteção antialérgica: adequado desenvolvimento maxilo-facial (diminui o risco de má oclusão dentária), previne cáries e excelente nutrição. Diminui risco de hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes. Reduz a chance de obesidade, estimula o desenvolvimento cognitivo. Não é como o leite de vaca, que pode ser irritante para a criança, fazendo com que a criança desenvolva uma alergia. Vantagens para a mãe: Reduz risco de DM2, câncer de mama, câncer de ovário, câncer de útero, hipercolesterolemia, hipertensão e doença coronariana, obesidade, doença metabólica, perda de peso. Evita nova gravidez, pois existem mulheres que não menstruam nesse período pois os hormônios são inibidos pela amamentação. A mulher que está amamentando precisa usar algum método contraceptivo. Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: Esse vínculo traz ao bebê benefícios psicológicos, fortalece os laços afetivos. O custo do aleitamento artificial através das fórmulas tem um custo muito alto, assim, as vezes é substituído pelo leite de caixinha ou de vaca o que leva a criança a ter algum déficit. AME até 6 meses: Indicador de qualidade do aleitamento em uma população (OMS): Muito bom: 90 a 100% Bom: 50 a 89% Razoável: 12 a 49% Ruim: 0 a 11 Os índices de amamentação diminuíram pois quando a licença maternidade acaba e a mulher precisa voltar ao trabalho muitas vezes se torna inviável ordenhar o leite no local de trabalho, ocasionando a diminuição do leite da mulher. Fatores associados a menor tempo de AME além da volta ao trabalho: O bebê fica sugando a chupeta desestimulando a amamentação no peito da mãe (desestimulação da sucção). Fatores de risco para o desmame: Insegurança materna, problemas emocionais ou doenças maternas (depressão pós-parto), doenças do recém-nascido, retorno da mãe ao trabalho (diminuição do aleitamento materno) e falta de uma “rede de apoio”. Recomendações OMS/MS/SBP: Início na primeira hora de vida (Golden hour); Aleitamento materno por 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses. Práticas ótimas de alimentação recomendada: O início precoce da amamentação dentro de uma hora após o nascimento; Amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses de vida; Amamentação continuada até os 2 anos de idade ou mais, com introdução de alimentos complementares (sólidos) nutricionalmente adequados e seguros aos 6 meses de idade. Aleitamento materno exclusivo: somente leite materno (diretamente da mama, ou leite humano ordenhado) e nenhum outro alimento líquido ou sólido, com possível exceção para medicamentos. Aleitamento materno predominante: leite materno + outros líquidos (água ou bebidas à base de água, como sucos de frutas ou chás), mas não recebe outro leite. Aleitamento materno complementado: leite materno + qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Aleitamento materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. Duração ideal da amamentação: AM exclusiva até 6 meses. Introdução precoce de alimentos complementares conferem menor aporte nutricional. Reduz duração do aleitamento. Reduz absorção de nutrientes do LM (ferro e zinco). Introdução precoce de fórmulas leva à exposição a proteínas heterólogas e risco de apresentar alergia. AM complementado: até 2 anos ou mais. ANATOMIA DA MAMA: A mama feminina é composta por glândulas túbulo-alveolares chamadas de lobos mamários (cerca 15 a 20 em cada mama), os quais são constituídos por lóbulos (entre 20-40). Cada lóbulo é composto por alvéolos envolvidos por células mioepiteliais. O leite produzido nos alvéolos é conduzido até os seios lactíferos por uma rede de ductos. Para cada lobo mamário há um seio lactífero com saída independente no mamilo. Reflexo da ejeção: ele fica ativo quando a criança está sugando. FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO: LACTOGÊNESE FASE 1: Na fase I, já durante a gestação, a mama é preparada para a amamentação, sobretudo, pela ação de alguns hormônios como o estrogênio responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e pelo progestogênio (estrogênio + progesterona) que forma os lóbulos e outros que contribuem para o crescimento mamário (lactogênio placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica). Na segunda metade da gestação, os ácinos e alvéolos ficam distendidos devido ao acúmulo de colostro. Início: na gestação. Término: 2 a 4 dias após o parto. Estrogênio: ramificação ductos lactíferos. Progesterona: formação de lóbulos e alvéolos. Prolactina: crescimento dos alvéolos. Lactogênio placentário: crescimento mama, aréola e mamilo, e ramificação dos ductos. Também inibe a secreção de leite nesta fase. O lactogênio (placenta) impede a produção de leite. LACTOGÊNESE FASE 2 (NASCIMENTO): A fase II da lactogênese ocorre após o nascimento da criança e expulsão da placenta, quando ocorre uma queda acentuada do progestogênio, com consequente liberação da prolactina pela hipófise anterior (produção do leite). A hipófise posterior, por sua vez, produz ocitocina, a qual contrai as células mioepiteliais que envolvem os alvéolos expulsando o leite contido nos mesmos. Logo após o nascimento, a produção de leite é controlada principalmente por hormônios. O início da secreção do leite ocorre graças à queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos de progestogênio após a expulsão da placenta, com consequente liberação de prolactina pela hipófise anterior. A síntese do leite após o nascimento da criança é controlada basicamente pela ação hormonal, e a “descida do leite”, que costuma ocorrer até o 3º ou 4º dia após o parto, ocorre mesmo sem a sucção da criança ao seio. LACTOGÊNESE FASE 3 (APÓS APOJADURA): Após o 3°/4° dia após o parto ocorre a “descida do leite”, processo que ocorre independente da criança realizar ou não a sucção. Com isso, inicia-se a fase III da lactogênese, chamada galactopoiese, a qual depende da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. O leite possui “peptídeos supressores da lactação” que inibem a produção do leite e ao serem removidos pelo esvaziamento da mama há a garantia da reposição do leite removido com o esvaziamento anterior. O leite de uma mamada é produzido, em sua maior parte, enquanto a criança mama por meio do estímulo da prolactina (esta é inibida pela dopamina, logo, nesse período, a dopamina tem sua liberação inibida) e da ocitocina. Esta última é liberada através de alguns estímulos: sucção da criança, visão, cheiro e choro da criança, motivação, tranquilidade e autoconfiança; ao passo que, estresse, ansiedade, dor, desconforto e medo inibem a ejeção do leite, prejudicando a lactação. Essa fase persiste por toda a lactação; Estímulo: sucção do bebe e esvaziamento das mamas; Aumento da produção e secreção do leite; Qualquer fator materno ou da criança que limite o esvaziamento das mamas pode causar diminuição na síntese do leite, por inibição mecânica e química; A remoção contínua de peptídios supressores da lactação (feedback inibitor of lactation – FIL) do leite garante a reposição total do leite removido; Outro mecanismo local que regula a produção do leite envolve os receptores de prolactina na membrana basal do alvéolo; À medida que o leite se acumula nos alvéolos, a forma das células alveolares fica distorcida e a prolactina não consegue se ligar aos seus receptores, criando assim um efeito inibidor da síntese de leite. Mecanismos fisiológicos da produção láctea:Ocitocina: ejeção do leite. Fatores estimuladores: sucção, visão, cheiro, choro da criança, autoconfiança, motivação e tranquilidade da mãe. Fatores inibidores: dor, desconforto, estresse, ansiedade, medo, insegurança. Produção do leite: Grande parte do leite de uma mamada é produzido enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina. Liberação de prolactina e ocitocina é regulada pelos reflexos da produção e ejeção do leite, respectivamente, ativados pela estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção da criança. A liberação da ocitocina também ocorre em resposta a estímulos condicionados, como visão, olfato e audição (ouvir o choro da criança), e a fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir o reflexo de ejeção do leite, prejudicando a lactação. Volume: A secreção de leite aumenta de menos de 100 mL/dia no início da lactação para aproximadamente 600 mL no 4° dia, em média. O volume de leite produzido na lactação já estabelecida varia de acordo com a demanda da criança. Em média, é de 850 mL por dia no 6° mês na amamentação exclusiva. A produção de leite após cada mamada varia, sendo maior quando a mama é esvaziada com frequência. Habitualmente, a capacidade de produção de leite da mãe é maior que a demanda de seu filho. Plasil ajuda na estimulação do leite. Composição do colostro, do leite materno e leite de vaca: O leite de mães de recém-nascidos pré-termo tem mais calorias, lipídios, proteínas e lactose. Apesar do leite de vaca ter mais proteínas do que o materno, a principal proteína deste é a caseína, a qual tem difícil digestão se comparada com a principal proteína do leite materno que é a lactoalbumina. Nos primeiros 10 dias após o nascimento a secreção láctea é chamada colostro que contém mais proteínas, menos gordura e mais IgA secretória do que o “leite maduro”. Outra peculiaridade é a existente entre o leite que sai no início da mamada, chamado de “leite anterior” e o leite que sai ao final da mamada ou “leite posterior”. Este possui mais gordura, mais energia e, portanto, sacia mais a criança. Com isso, no início da mamada devido ao alto teor de água e componentes hidrossolúveis o leite possui coloração de “água de coco”, no meio da mamada o leite tende a ter uma coloração branca opaca devido à caseína, enquanto que no final em virtude da concentração de pigmentos lipossolúveis o leite fica mais amarelado. A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. Composição do leite humano: Água: 90% da composição do leite. Carboidratos: lactose + Oligossacarídeos. Proteínas: lactoalbumina. Lipídios: ácidos graxos de cadeia longa (LC PUFAS). Propriedades imunológicas do leite materno: Deficiências do leite materno: Vitamina K: suplementação VitK ao nascimento. Vitamina D: suplementação nos primeiros 2 anos de vida. Ferro: suplementação dos 3 meses aos 2 anos de vida. TÉCNICA DE AMAMENTAÇÃO: Rosto do bebê de frente para a mama, com nariz em oposição ao mamilo (respira livremente). Corpo do bebê próximo ao da mãe. Bebê com cabeça e tronco alinhados (pescoço não torcido). Bebê bem apoiado (encostada na barriga da mãe). Aréola mais visível acima da boca do bebê. Boca bem aberta. Lábio inferior voltado para fora. Queixo tocando a mama. A pega correta é importante pois permite melhor esvaziamento da mama, mantém a produção do leite, permite esvaziar a mama anterior e posterior (leite mais rico em gordura) e menor risco de trauma e lesões nos mamilos. Gemelares: Recomenda-se descanso entre as mamadas, amamentação de ambos os RN ao mesmo tempo na posição em que a nutriz melhor se adaptar e alternância das mamas para cada RN. O médico tem que observar a mamada, para verificar se a posição e pega estão adequadas. LIVRE DEMANDA: O bebê deve mamar todas as vezes que quiser, sem horários fixos ou determinados. Depois de ele esvaziar o primeiro peito, a mãe deve oferecer-lhe o segundo. O completo esvaziamento da mama assegura a manutenção do estímulo de produção do leite. O tempo de esvaziamento da mama é variável para cada criança; alguns conseguem fazê-lo em poucos minutos e outros, em até 30 minutos. Frequência e duração das mamadas: É comum um bebê em AME sob livre demanda mamar de 8 a 12 vezes ao dia. Algumas mães podem interpretar esse comportamento como sinal de fome do bebê, leite fraco ou insuficiente. O tempo de permanência em cada mamada não deve ser preestabelecido, pode variar dependendo da fome, do intervalo desde a última mamada e do volume de leite armazenado na mama, entre outros fatores. Como terminar a mamada? Introduzir gentilmente o dedo mínimo no canto da sua boca, assim ele largará o peito, sem tracionar o mamilo. Após a mamada, colocá-lo de pé no colo, quando ele poderá ou não arrotar. Contraindicação ao aleitamento materno: Absolutas: Mães portadoras de HIV. Fazem uso de antineoplásicos e radiofármacos. Criança portadora de galactosemia, tirosinemia (teste do pezinho). Interrupção temporária: Infecção herpética com lesões na mama. Varicela materna com lesões 5 dias antes e 2 dias após parto (criança receberá Ig humana antivaricela zoster). Fase aguda da doença de Chagas. Consumo de drogas. Problemas com a mama puerperal: Fissura mamilar, candidíase, ingurgitamento mamário, ductos bloqueados, mastite, abcesso mamário. A maioria desses problemas é causado pelo esvaziamento inadequado da mama. A mastite não é contraindicação para amamentar, deverá ser oferecido tratamento antibiótico para a mãe com ordenha da mama afetada e mamada na mama sadia. Situações possíveis de dificuldade na amamentação: Disfunções orais: Anquiloglossia. Aconselhamento em amamentação: Escuta ativa: ouvir e observar com atenção, avaliar o conhecimento da mãe. Linguagem corporal: “olho no olho” e privacidade. Atenção e empatia: aceitar seus sentimentos e opiniões, não julgá-la, ser acolhedor. Tomada de decisões: identificar suas duvidas e seus tabus, informações básicas e ajudar na tomada de decisão. Seguimento: estar disponível, particularizar cada caso, encorajar e elogiar. CASOS CLÍNICOS: CASO 1: Mãe primigesta traz RN 8 dias em primeira consulta ao pediatra, e queixa- se que seu leite é fraco, pois o bebê mama cerca de 8 vezes ao dia. Ao pesar o bebê, você verifica que ele está com o mesmo peso que nasceu. Qual a sua orientação? CASO 2: Existem contraindicações absolutas ao aleitamento materno? Quais? O que fazer nestas situações? CASO 3: Mãe refere dor ao amamentar seu filho de 1 mês, e queixa-se de “ferida” no mamilo. Qual a orientação? CASO 4: Fernanda tem 20 anos, procura a unidade básica de saúde para consulta de puerpério, pois desde o nascimento do seu bebê vem apresentando dificuldades na amamentação. RN está com 20 dias de vida e perdeu 20% do peso de nascimento, sem conseguir recuperar até o presente momento. Fernanda estava tratando fissuras em ambas as mamas e está sentido muita dor ao amamentar principalmente na mama direita, que está mais quente, apresenta uma região de hiperemia, dor a palpação e tensão localizada, sem flutuações. Há 1 dia vem apresentando febre e mal estar. O que provavelmente aconteceu nesse caso? Como orientar? CASO 5: Mãe de bebê com 5 meses está se preparando para retornar ao trabalho no mês que vem e deseja continuar o AM. Como você orientará a manutenção do AM? CASO 6: Mãe de bebê de 3 meses refere que notou que a criança está com dificuldade para mamar, desde que ofereceu chupeta há cerca de 10 dias. O que pode estar acontecendo?CASO 7: Mãe de bebê de 2 meses em AMELD foi diagnosticada com COVID-19 por RT-PCR. Mãe está bem, com sintomas leves. Qual a recomendação quanto à manutenção, ou não, do AM? CASO 8: Mãe profissional de saúde está amamentando seu filho de 8 meses e quer saber se poderá receber a vacina contra o COVID-19. Qual a recomendação? CASO 9: Que orientações fará para uma mãe que faz uso eventual de álcool e maconha? ALOJAMENTO CONJUNTO: Local em que a mulher e o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanecem juntos, em tempo integral, até a alta. Propicia aos pais e acompanhantes a observação e cuidados constantes ao recém-nascido, possibilitando a comunicação imediata de qualquer anormalidade. O alojamento conjunto ajuda os pais nos conhecimentos básicos a respeito do recém-nascido, dando apoio e instruções. O Alojamento Conjunto destina-se a: Mulheres clinicamente estáveis e sem contraindicações para a permanência junto ao seu bebê; Recém-nascidos clinicamente estáveis, com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico; peso maior ou igual a 1800 gramas e idade gestacional maior ou igual a 34 semanas (criança termo); Recém-nascidos com acometimentos sem gravidade, como por exemplo: icterícia, necessitando de fototerapia, malformações menores, investigação de infecções congênitas sem acometimento clínico, com ou sem microcefalia; Recém-nascidos em complementação de antibioticoterapia para tratamento de sífilis ou sepse neonatal após estabilização clínica na UTI ou UCI neonatal. Por que ficar 48 horas? O que fazer nesse período? Primeiro exame físico do recém-nascido; Amamentação: sucção, pega e posicionamento; coordenação sucção-deglutição-respiração (*); Eliminações fisiológicas e controle térmico adequado; Triagens neonatais: teste do coraçãozinho, teste do olhinho, teste da orelhinha e teste do pezinho; Reconhecimento de sinais de alerta: perda de peso acima do esperado, icterícia e hipoglicemia. Exceto contraindicações formais. O recém nascido na primeira semana perde uma porcentagem esperada de peso, depois retomam o ganho de peso. Quando a curva do peso está fora da normalidade, pode ser por dificuldade de sucção. A perda pode decorrer de edemas, e também porque no inicio o bebê está em fase de adaptação inicial. Esperado é a perda de 5-10% do peso em até 15 dias, após isso ele volta a recuperar. E se a apojadura demorar, ou se tiver pouca produção de leite? Primeira opção: LM ordenhado, na impossibilidade, utilizar leite procedente de banco de leite humano, caso o mesmo não esteja disponível, utilizar uma FI, reavaliando sempre a necessidade da manutenção de forma total ou parcial. Preferencialmente o suplemento deve ser oferecido por sonda de pequeno calibre (ex. uretral no 4) fixada à mama, cuja ponta deve coincidir com o mamilo (translactação), copinho, sonda-dedo, seringa ou colher, evitando-se o uso de mamadeiras e/ou chucas, que podem levar à “confusão de bicos”. ICTERÍCIA: Precoce: acontece nas primeiras 24 horas. Pode ser sinal de alguma alteração, incompatibilidade sanguínea, infecção congênita (hiperbilirrubinemia). Uso de fototerapia: HIPOGLICEMIA: Quando a mãe é diabética, a glicemia da mãe é elevada então o bebê produz mais insulina. Quando ele nasce, os níveis de glicemia ainda estão altos e na fase de adaptação em que ainda não consegue fazer a mamada correta, pode desenvolver hipoglicemia. Antes da alta: Avaliar vitamina K, BCG, avaliar se o bebê evacuou e teve diurese, triagem neonatal, avaliar a sucção para saber se tem a capacidade de mamar em casa, além dos sinais vitais da criança nos intervalos das mamadas. TRIAGEM NEONATAL: Rastreamento populacional, identificar doenças/distúrbios em tempo oportuno, intervenção adequada, tratamento e acompanhamento contínuo, reduz morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida. Identificar, em uma população assintomática, os indivíduos que estão sob risco de desenvolver determinada doença ou distúrbio e que se beneficiariam de investigação adicional, ação preventiva ou terapêutica imediatas. 0-28 dias de vida. Quais doenças são elegíveis? 1. Ter seu curso modificado quando o tratamento é instituído precocemente; 2. Ter uma frequência populacional que justifique sua investigação; 3. Ter metodologia de coleta e o custo compatível com o alcance pretendido (cobertura populacional), com alta sensibilidade (pouquíssimos falso-negativos) e razoável especificidade (poucos falso-positivos). TESTE DO OLHINHO: Teste do reflexo vermelho da retina, devendo fazer parte do primeiro exame físico do RN. Consiste na identificação de agravos que levam à opacificação do cristalino, com diagnóstico de retinoblastoma, catarata congênita e outros transtornos oculares congênitos e hereditários. TESTE DA ORELHINHA: Deve ser realizada antes da alta hospitalar (24-48 horas de vida), nos casos positivos encaminhar para diagnóstico e tratamento de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Uso de antibiótico, asfixia, infecção intrauterina... TESTE DO CORAÇÃOZINHO: Visa a detecção oportuna de malformações cardíacas graves. Realizar oximetria de pulso em membro sup direito e em um membro inferior entre 24-48 horas de vida. Dependendo do resultado da saturação realizar ecocardiograma ou segmento neonatal de rotina. Anormal: abaixo de 95%. TESTE DA LINGUINHA: Serve para diagnosticar e indicar o tratamento precoce de problemas no freio da língua de recém-nascidos (frênulo lingual), que podem prejudicar a amamentação ou comprometer o ato de engolir, mastigar e falar. Anquiloglossia. Protocolo de Bristol – MS 24-48 horas de vida. TESTE DO PEZINHO: Detecção em RN (3°-5° dia de vida) dos seguintes distúrbios congênitos e hereditários: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita. Serviços de referência em triagem neonatal: 1. Recepção das amostras biológicas; 2. Realização do cadastro; 3. Realização dos exames; 4. Disponibilização dos resultados; 5. Atendimento dos pacientes triados; 6. Confirmação do diagnóstico; 7. Tratamento dos casos confirmados; 8. Seguimento dos casos confirmados. HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRA-RENAL: Deficiência da 21-hidroxilase. Forma clássica perdedora de sal (sexo feminino ocorre virilização da genitália externa, aumenta o clitóris na menina, excesso de andrógenos, no sexo masculino tem diferenciação normal). Na outra forma não tem diferenciação do mineralocorticoide. Detectar os casos graves da doença (perdedores de sal) para prevenção de choque, dano cerebral e morte por meio de tratamento pré-sintomático. Impedir ou reduzir o tempo de registro civil incorreto que pode ocorrer em meninas afetadas virilizadas. Prevenir os efeitos progressivos do excesso de androgênio (baixa estatura e distúrbios psicossociais). É a única forma de reconhecer precocemente os meninos com a forma virilizante simples. HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO: Emergência pediátrica! Incapacidade da glândula tireoide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos. Primária (TRH), secundária (TSH) e terciária (T3 e T4). Hipotonia muscular, dificuldades respiratórias, cianose, icterícia prolongada, constipação, bradicardia, anemia, sonolência excessiva, livedo reticularis, choro rouco, hérnia umbilical, alargamento de fontanelas, mixedema, dificuldade na alimentação, deficiente crescimento pôndero-estatural, atraso na dentição, retardo na maturação óssea, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor, retardo mental. Principal causa evitável de deficiência intelectual. Dosa T3, T4 e TSH. FENILCETONÚRIA: Erro inato do metabolismo.Fenilalanina-hidroxilase, acumula fenilalanina. Atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), deficiência mental, agitação neuropsicomotora, comportamento “autista-like” e convulsões. DEFICIÊNCIA DA BIOTINIDASE: Manifesta-se a partir da sétima semana de vida com crises convulsivas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopecia e dermatite eczematoide.
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