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IC: Síndrome Cardíaca Progressiva

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ICC
Lavínia Vasconcellos Patrus Pena 2021
2021
· Síndrome clínica resultante de disfunção estrutural ou funcional do coração, com alterações no enchimento e/ou ejeção ventricular
· Principais sintomas: congestão pulmonar e sistêmica (crepitação, dispneia, dispneia paroxística, jugular ingurgitada), baixo débito cardíaco (hipotensão, pulsos finos)
· Tipos de acordo com a FEVE
· ICFEP (IC com Fração de Ejeção Preservada): FEVE > 50% -> indivíduo pode ter sinais e sintomas de IC 
· ICFEI (IC com Fração de Ejeção Intermediária): FEVE entre 40-49%
· ICFER (IC com Fração de Ejeção Reduzida): FEVE < 40% -> sintomas próprios da IC, tratamento + significativo
· Tem caráter progressivo, podendo ser classificada em estágios:
· A: sem doença estrutural nem sintomas, mas com fatores de risco (hipertensão, diabetes, dislipidemia, história familiar de cardiopatia, história pregressa de doença coronariana)
· B: doença estrutural (ecocardiograma alterado: hipertrofia do VE, alterações musculares), sem sintomas
· C: sinais e sintomas de IC
· D: sintomas refratários (alterações no ECG: bloqueio de ramo, alargamento do QRS)
· Classe funcional (baseada nos sintomas):
· I: ausência de sintomas
· II: atividades habituais causam sintomas (limitação leve somente aos esforços maiores)
· III: atividades menos intensas que os habituais causam sintomas (limitação importante)
· IV: incapacidade para realizar qualquer atividade sem apresentar desconforto, mesmo no repouso
	Perfil A
Quente/seco
	Perfil B
Quente/úmido
	Perfil L
Frio/seco
	Perfil C
Frio/úmido
· Nos casos de IC aguda / descompensada: classificação baseia-se no perfil hemodinâmico: de acordo com a congestão e a perfusão
· Congestão: úmido (jugular ingurgitada por exemplo -> tratar com diurético) ou seco
· Perfusão: quente ou frio (baixo débito: pulsos finos, hipotensão, cianose, extremidades frias, choque cardiogênico -> tratar com dobutamina: melhora função de bomba do coração)
Epidemiologia
· 37,7 milhões de portadores de IC no mundo
· Aumento progressivo da incidência e mortalidade com a idade
· BREATHE (estudo): 
· IC descompensada: 64 ± 16 anos
· Mortalidade: 12,6%
· Média de internação: 5,8 dias
· Baixa renda: preditor de reinternação
· Uso de BB e iECA aquém do preconizado (57 e 65%)
· DAC 30%, HAS 20%, idiopática 15%, valvar 12%, Chagásica 11%
Etiologia
· IC: via final de diferentes doenças que acometem o coração
· Principais fatores de risco: HAS, DM, DAC (quase 2/3 casos em países desenvolvidos), obesidade e tabagismo
· Cardiopatia isquêmica e chagásica com pior prognóstico
· 1/3 dos pacientes sem etiologia definida
· Qualquer insulto ao funcionamento das estruturas cardíacas pode promover a IC
· Instalação súbita (ex: IAM) ou insidiosa (sobrecargas de pressão ou volume)
· Mecanismos compensatórios são deflagrados pelo dano cardíaco (períodos assintomáticos)
Fisiopatologia
· Mecanismos hemodinâmicos: funcionamento e dinâmica do coração
· Mecanismos neuro-hormonais: reação hormonal para manter o coração funcionante (ativação do sistema simpático adrenérgico para aumentar FC, do sistema renina-angiotensina para aumentar absorção de água para aumentar o DC)
Diagnóstico
· Síndrome complexa, com sinais e sintomas de baixo débito e/ou congestão pulmonar ou sistêmica
· Pacientes crônicos: sinais de congestão podem estar ausentes por mecanismos adaptativos
· B3 e ortopneia como sinais + específicos 
· Sinais e sintomas de congestão: dispneia progressiva aos esforços, dispneia paroxística noturna, ortopneia, taquipneia (>22), esforço respiratório, edema pulmonar agudo (dispneia, tosse rosa), turgência jugular a 45º, refluxo hepatojugular (compressão do fígado ingurgita a jugular), galope da 3ª bulha, estertores pulmonares crepitantes, edema de MMII, ascite, cardiomegalia ao RX de tórax, hipertensão venocapilar ou derrame pleural ao RX do tórax
· Sinais e sintomas de baixo DC: PAS < 90, PAS > 110 em paciente previamente hipertenso, fadiga, extremidades frias com perfusão reduzida, sudorese fria, pressão arterial com largura de pulso < 25%, desorientação, lactato elevado
	Sintomas
	Sinais
	Típicos
	Menos típicos
	+ específicos
	Menos específicos
	Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, fadiga/cansaço, intolerância ao exercício
	Tosse noturna, ganho de peso, dor abdominal, perda de apetite e de peso, noctúria e oligúria
	Pressão venosa jugular elevada, refluxo hepatojugular, B3, IC desviado para esquerda
	Crepitações, taquicardia, hepatomegalia, ascite, extremidades frias, edema periférico
· Ecocardiograma = exame de escolha para diagnóstico e seguimento: fração ventricular D/E, fração diastólica, espessura parietal, fração valvar, estimativa hemodinâmica não invasiva, doenças do pericárdio
· RNM e TC: quando ECO inconclusivo ou suspeita de miocardiopatias específicas e quando a janela do Ecocardiograma não está boa
· BNP e NT-ProBNP: auxiliam no diagnóstico e tem papel prognóstico 
· BNP: níveis elevados se associam a pior mortalidade e hospitalização
	Biomarcador
	IC improvável
	IC possível
	IC muito provável
	Paciente na emergência
	BNP
	< 100
	100-400
	> 400
	NT-ProBNP
	< 50 anos
	< 300
	300-450
	> 450
	50-75 anos
	< 300
	300-900
	> 900
	> 75 anos
	< 300
	300-1800
	> 1800
	Pacientes ambulatoriais
	BNP
	< 35-50
	
	
	NT-proBNP
	< 125
	
	
Exames complementares
· Avaliação laboratorial: avaliar presença e gravidade de lesão em outros órgãos-alvo, detectar comorbidades, verificar fatores agravantes do quadro clínico, monitorar resposta ao tratamento, biomarcadores
· ECG: sinais de cardiopatia estrutural (HVE, isquemia, fibrose, distúrbios da condução AV, arritmias, bloqueio de ramo esquerdo novo: infarto)
· RX tórax: avaliar cardiomegalia e congestão pulmonar, causas pulmonares de dispnéia, cefalização de fluxo, linhas B de Keller, infiltrado alveolar
· ECO: mudança do estado clínico e progressão de sintomas
· RNM: alternativa ao eco em casos selecionados -> como em ECO com janela ruim
· Fornece informações sobre perfusão, presença, extensão de fibrose e viabilidade miocárdica, caracterização tissular: doenças infiltrativas
· CTGM (cintilografia miocárdica): avaliação funcional não invasiva da perfusão em pacientes com DAC (isquemia e viabilidade)
· Ergoespirometria: avaliação + acurada da capacidade funcional e da dispnéia (fatores pulmonares ou musculoesqueléticos)
IC aguda
· Uma das principais causas de internação no Brasil e no mundo e um grave problema de saúde pública
· BREATHE: mortalidade intrahospitalar 13%
· Classificação
· Síndrome clínica (ICC, choque cardiogênico, EAP)
· Tempo de evolução da doença
· Tipo de disfunção ventricular
· Perfil hemodinâmico
· Critérios de Framingham para avaliação diagnóstica de IC aguda -> 2 critérios maiores e 1 menor
· Critérios maiores: dispneia paroxística noturna, turgência jugular a 45º, refluxo hepatojugular, estertores pulmonares crepitantes, cardiomegalia ao RX de tórax, edema pulmonar agudo, galope da 3ª bulha
· Critérios menores: edema de tornozelo bilateral, tosse noturna (quando paciente se deita, o edema espalha pelo pulmão), dispneia aos mínimos esforços, derrame pleural, taquicardia
· Para utilizar um critério menor: necessária a ausência de qualquer condição que possa justificar a presença desse critério
· Pesquisa de fatores de descompensação e das comorbidades descompensadas
· 50% dos pacientes com fator identificável
· Importante para melhor resposta ao tratamento
· Medicamentos inadequados
· Dieta inadequada: alguns indivíduos precisam de dieta restrita sem sódio (sal) e alta ingestão de líquido
· Estresse emocional ou físico
· IAM, miocardite, arritmias ventriculares frequentes, fibrilação atrial ou flutter atrial, dissecção aórtica (quadro + grave), insuficiência mitral ou aórtica agudizada
· Presença de infecção como endocardite
· Marcapasso DD ou VVI
· IR aguda
· Embolia pulmonar
· HAS não controlada, diabetes não controlada, anemia (baixa quantidade de hemoglobina que carrega O2), doença de tireoide
· Álcool e drogas, desnutrição
· Avaliação dos parâmetros clínicos-hemodinâmicose laboratoriais nos pacientes
	Parâmetro
	Frequência de monitorização
	FC, FR, PA, ECG e oximetria (SatO2)
	Medição contínua
	PNI (pressão não invasiva)
	A cada 15 minutos durante o ajuste de vasodilatadores venosos
A cada 30 minutos de forma regular
	Balanço hídrico parcial
	A cada 6 horas
	Ureia, creatinina, sódio, potássio e magnésio
	A cada 6-12 horas durante terapêutica intensa de descongestão
	Lactato venoso
	A cada 24 horas ou 12 horas se alterado
	RX de tórax
	A cada 24 horas
	ECG de 12 derivações
	A cada 24 horas
	Proteína-C reativa titulada e hemograma
	A cada 24 horas
	Troponina I (suspeita de isquemia)
	A cada 24 horas (caso positiva)
3
lAVÍNIA VASCONCELLOS PATRUS pena

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