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Fisiopatologia da Depressão

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Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
Fisiopatologia 
UCXVI 
Fisiopatologia da depressão 
Doenças mentais 
Doenças Neurodegenerativas 
• Mal de Alzheimer 
• Mal de Parkinson 
• Doença de Huntington 
• Esclerose lateral amiotrófica (ELA) 
Doenças Funcionais (não Neurodegenerativas) 
• Esquizofrenia 
• Depressão 
• Transtorno bipolar 
• Epilepsia 
Transtornos do humor 
Os transtornos do humor podem ser subdivididos em 
dois grupos: 
• Unipolares: os pacientes têm somente depressão 
• Bipolares: uma pessoa com a doença alterna fases 
de depressão com outros de mania (ou 
hipomania), de incontrolável euforia. 
Depressão 
• A depressão é um transtorno do humor comum, 
que interfere na vida diária, capacidade de 
trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a 
vida. 
• Alguns tipos de depressão tendem a ocorrer em 
famílias. No entanto, a depressão também pode 
ocorrer em pessoas sem histórico familiar do 
transtorno. 
• A depressão é resultado de uma complexa 
interação de fatores sociais, psicológicos e 
biológicos. Pessoas que passaram por eventos 
adversos durante a vida (desemprego, luto, trauma 
psicológico) são mais propensas a desenvolver 
depressão. 
• Há relação entre a depressão e a saúde física; 
doenças cardiovasculares, por exemplo, podem 
levar à depressão e vice e versa. 
• No Brasil, 5,8% da população têm depressão e as 
mulheres são mais afetadas 
Transtornos depressivos – DSM-5 
• Transtorno depressivo maior (incluindo episódio 
depressivo maior) 
• Transtorno depressivo persistente 
• Transtorno disruptivo da desregulação do humor 
• Transtorno depressivo induzido por substância/ 
medicamento 
• Transtorno depressivo devido a outra condição 
médica 
O termo depressão é utilizado com frequência para se 
referir a qualquer um dos vários transtornos 
depressivos. A característica comum desses 
transtornos é a presença de humor triste, vazio ou 
irritável, acompanhado de alterações somáticas e 
cognitivas que afetam significativamente a 
capacidade de funcionamento do indivíduo. O que 
difere entre eles são os aspectos de duração, 
momento ou etiologia presumida. 
O DSM-V introduziu algumas mudanças na 
classificação dos transtornos depressivos: 
• Incluiu o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual como 
um diagnóstico validado de depressão → 
Transtorno Depressivo Persistente (+2 anos) 
• Distimia (forma crônica da depressão) → 
Transtorno Depressivo Persistente (+2 anos) 
Manifestações clínicas da depressão 
• A anormalidade básica na depressão é uma 
alteração do humor 
Sintomas segundo o CID-10: apenas CRÔNICA 
• Sintomas fundamentais: humor deprimido, perda 
de interesse, fatigabilidade 
• Sintomas acessórios: concentração e atenção 
reduzidas, autoestima e autoconfiança reduzidas, 
ideias de culpa e inutilidade, visões desoladas e 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
pessimistas do futuro, sono perturbado, apetite 
diminuído 
Um episódio depressivo pode ser categorizado como 
leve, moderado ou grave, a depender da intensidade e 
número dos sintomas – mínimo 2 semanas 
 Leve: 2 fundamentais e 2 acessórios 
 Moderado: 2 fundamentais e 3-4 acessórios 
 Grave: 3 fundamentais e >4 acessórios 
Tristeza Depressão 
Tem motivo Não tem motivo 
Aperto no peito, 
taquicardia, choro 
Não melhora com 
acontecimentos felizes 
Pensamentos repetitivos 
sobre a razão da tristeza 
Pensamentos suicidas 
2+ semanas de tristeza 
profunda e contínua 
 
Sintomas físicos: perda de memória, insônia, cefaleia, 
dor no peito, náuseas e vômitos, constipação, mal-
estar, fadiga, artralgia, perda de peso, etc 
Transtorno depressivo maior 
• Distúrbio depressivo maior (DDM) ou transtorno 
depressivo maior (TDM), conhecido como 
depressão, é um distúrbio mental caracterizado 
por pelo menos duas semanas de sintomas. 
o Se > 2 anos: depressão persistente 
• Caracteriza-se pela sensação de tristeza 
persistente e a falta de interesse ou prazer em 
atividades previamente recompensadoras ou 
agradáveis. 
• Pode também alterar o sono e apetite, e são 
comuns o cansaço e falta de concentração. 
• Os efeitos da depressão podem ser duradouros ou 
recorrentes e podem afetar dramaticamente a vida 
das pessoas (OMS) 
• Os pacientes podem parecer infelizes, com olhos 
lacrimejantes, testa enrugada, cantos da boca 
voltados para baixo, postura retraída, pouco 
contato visual, perda da expressão facial, pouco 
movimento corporal e mudanças no discurso (voz 
suave, uso de palavras monossilábicas). 
• A nutrição pode estar gravemente comprometida, 
exigindo intervenção imediata. 
• Alguns pacientes depressivos negligenciam a 
higiene pessoal ou mesmo seus filhos, entes 
queridos ou animais de estimação 
Critérios diagnósticos do transtorno depressivo maior: 
A. No mínimo cinco dos sintomas devem estar 
presentes durante um período de 2 semanas até 
2 anos: (Associação Americana de Psiquiatria- 
DSM-5) 
1. Humor deprimido na maior parte do dia, 
indicado por relato subjetivo. Em crianças e 
adolescentes, pode ser humor irritável quase 
todos os dias 
2. Diminuição do interesse ou prazer em todas 
ou quase todas as atividades na maior parte 
do dia (anedonia) 
3. Perda ou ganho significativo de peso (sem 
dieta) ou diminuição ou aumento do apetite 
4. Insônia ou hipersonia 
5. Agitação ou retardo psicomotor 
6. Fadiga ou perda de energia 
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva 
ou inadequada 
8. Capacidade diminuída de pensar ou 
concentrar-se, ou indecisão 
9. Pensamentos de morte recorrentes, ideação 
suicida recorrente sem um plano específico, 
tentativa de suicídio ou plano específico para 
cometer suicídio 
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo. 
C. O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos 
de uma substancia ou a outra condição médica. 
No diagnóstico da depressão, aceita-se agora 
especificadores como "com Características Mistas" e 
"com Ansiedade". A presença de características mistas 
deve alertar o clínico para um possível quadro do 
espectro bipolar 
 Um dos pontos de maior polêmica, no que diz 
respeito à depressão, foi a retirada do luto como 
critério de exclusão do Transtorno Depressivo 
Maior. 
 No DSM-5 é possível aplicar esse diagnóstico 
mesmo àqueles que passaram pela perda de um 
ente querido há menos de dois anos. 
Transtorno depressivo persistente 
• Sintomas depressivos que persistem por ≥ 2 anos 
sem remissão são classificados como Transtorno 
depressivo persistente (TDP), uma categoria que 
consolida os transtornos anteriormente 
denominados transtorno depressivo maior crônico 
e transtorno distímico. 
• Os sintomas tipicamente começam insidiosamente 
durante a adolescência e podem persistir por 
muito anos ou décadas. O número de sintomas 
muitas vezes oscila acima e abaixo do limiar para 
episódio depressivo maior. 
• Os pacientes afetados podem estar habitualmente 
melancólicos, pessimistas, sem senso de humor, 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
passivos, letárgicos, introvertidos, hipercríticos de 
si mesmos e dos outros e queixosos. 
• Pacientes com TDP também têm maior 
probabilidade de apresentar transtornos de 
ansiedade, transtorno por uso abusivo de 
substâncias ou transtornos de personalidade 
subjacentes (personalidade borderline). 
Transtorno disruptivo de 
desregulação do humor 
• É um transtorno observado em crianças e 
adolescentes. 
o Apenas entre 7-18 anos 
• A característica central desse distúrbio é a 
irritabilidade crônica grave. Essa irritabilidade 
grave apresenta duas manifestações clínicas 
proeminentes: 
o Frequentes explosões de raiva, verbais ou 
comportamentais (na forma de agressão 
contra propriedade, si mesmo ou outros). 
o Humor persistentemente irritável ou zangado 
que está presente entre as explosões de raiva. 
A apresentação deste transtorno deve sercuidadosamente distinguida das apresentações de 
outras condições relacionadas, em particular o 
transtorno bipolar na infância 
O início do transtorno deve ser antes dos 10 anos, e o 
diagnóstico não deve ser aplicado a crianças com 
menos de 6 anos. 
Como os sintomas do transtorno provavelmente se 
modificam à medida que a criança cresce, o uso do 
diagnóstico deve ser restringido a faixas etárias 
similares àquelas em que a validade foi estabelecida (7 
a 18 anos). 
Fisiopatologia da depressão 
A causa exata é desconhecida, mas provavelmente 
envolve hereditariedade, alterações nos níveis de 
neurotransmissores (neuroquímica), alteração da 
função neuroendócrina (neuroendócrina) e fatores 
psicossociais. 
• Neuroquímica: alterações dos níveis dos 
neurotransmissores, como desregulação dos 
neurotransmissores colinérgicos, 
catecolaminérgicos (noradrenérgicos e 
dopaminérgicos) glutamatérgicos e 
serotoninérgicos (5-hidroxitriptamina). 
• Neuroendócrina: A desregulação neuroendócrina 
pode ser um fator, com ênfase nos eixos 
hipotálamo-hipófise-adrenal, hipotálamo-hipófise 
tireoide 
Alterações neuroquímicas 
Hipótese Monoaminérgica: Foi a primeira teoria sobre 
a fisiopatologia da depressão e orientou a descoberta 
e a produção de fármacos antidepressivos (inibidores 
de receptação de serotonina) 
 Essa teoria tem destaque por conta dos fármacos 
 Diminuição particularmente de noradrenalina (NA) 
e serotonina (5-HT), além de glutamato e 
dopamina 
Alterações neuroendócrinas 
• Depressão → aumento na secreção de cortisol 
o Anti-inflamatório, catabolismo proteico, 
aumenta a FC, entre outras funções 
o STRESS CRÔNICO 
• Alteração do ciclo circadiano (ciclo sono-vigília e de 
temperatura corporal, pressão sanguínea, 
liberação de hormônio TSH, GH e melatonina) 
• A secreção excessiva e prolongada de cortisol pode 
levar à supressão da neurogênese (promovendo 
infra regulação do BNDF), alterando número, 
densidade e tamanho de neurônios e células da 
glia. 
 
Hipótese neurotrófica 
• O fator neurotrófico derivado do cérebro (Brain-
Derived Neurotrophic Factor – BDNF) membro da 
família das neurotrofinas, é expresso desde a fase 
embrionária, sendo responsável pelo 
desenvolvimento das redes neuronais. 
• Este fator está envolvido no crescimento, 
diferenciação, plasticidade e apoptose dos 
neurônios no adulto. 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
6° fase Medicina 
• A hipótese neurotrófica associa a diminuição da 
expressão de BDNF (por muita secreção de cortisol, 
baixa de serotonina) e atrofia de estruturas 
límbicas com a depressão. 
Depressão e stress: 
O NF-kB é um fator de transcrição envolvido no 
controle da expressão de diversos genes ligados à 
resposta inflamatória 
Stress → aumenta cortisol → diminui BDNF → 
aumenta NF-kB → AUMENTA citocinas (inflamação), 
quimiocinas → diminui a formação de NE e 5-HT e 
aumenta ainda mais CRH (aumentando + cortisol) 
Fatores psicossociais 
Estressores vitais importantes, em especial separações 
e perdas, comumente precedem episódios de 
depressão maior; entretanto, tais eventos não causam, 
em geral, depressão grave e duradoura, exceto em 
pessoas predispostas a um transtorno do humor. 
Alterações neurofisiológicas 
Estudos com ECG do sono mostram que portadores de 
depressão têm: 
• Diminuição do sono de ondas lentas (sono 
profundo) 
• Tempo mais curto antes do início do sono de 
movimentos rápidos dos olhos (REM) 
• Períodos mais longos de sono REM, comparados a 
sujeitos sem depressão 
Indivíduos deprimidos, têm um hipermetabolismo 
relativo das regiões frontoparietais e do tálamo 
durante a transição da vigília para o sono não REM, o 
que pode ajudar a explicar essas anomalias. 
Doenças clínicas que podem apresentar 
sintomas depressivos 
• Doenças Endócrinas: Hipotireoidismo, Cushing 
• Pulmonar obstrutiva crônica 
• Doença renal em estágio terminal 
• Câncer de pâncreas 
• Doenças Virais hepatite C, AIDS 
• Doenças Auto-imune: Lupus, artrite reumatóide 
• Doenças Neurológica: Parkinson, Alzheimer 
• Dor crônica 
Diagnóstico 
Critérios clínicos (DSM-5) + Exames laboratorias: para 
descartar doenças físicas que provocam depressão, 
como por exemplo: 
 
• Hemograma 
• Eletrólitos 
• Níveis de hormônio tireoestimulante (TSH) 
• Vitamina B12 (bariátrica, genética, veganismo) e 
folato 
Para auxiliar a diferenciar transtornos depressivos de 
variações comuns no humor, deve existir sofrimento 
significativo ou comprometimento do funcionamento 
social, ocupacional; 
Tratamento 
Suporte: 
• Eletroconvulsoterapia: Depressão suicida grave, 
Depressão com agitação ou retardo psicomotor, 
Depressão delirante, Depressão durante a 
gestação, Pacientes que pararam de comer podem 
precisar de ECT para impedir a morte. A ECT é 
especialmente eficaz para depressão psicótica. A 
resposta terapêutica torna-se evidente após 6 a 10 
sessões de ECT. 
Psicoterapia 
Fármacos: 
• Inibidores da recaptação de Serotonina: 
Fluoxetina, Citalopram, Sertralina 
• Inibidores da MAO (Monoaminoxidase): 
Imipramina, Amitriptilina 
• Atípicos: Bupropion 
Aumento de monoaminas na sinapse: durante o 
transtorno depressivo, há ↓ de 5-HT e NA; após o início 
do tratamento, ↑ 5-HT e NA 
Curso e prognóstico 
• Um episódio depressivo pode começar súbita ou 
gradualmente. 
• A duração de um episódio não-tratado pode variar 
de algumas semanas a meses ou mesmo anos, 
embora exista a hipótese que a maioria dos 
episódios depressivos desapareça de forma 
espontânea em cerca de 6 meses. 
• O prognóstico para qualquer episódio depressivo é 
geralmente bom, particularmente em vista da 
eficácia dos medicamentos antidepressivos 
disponíveis 
• Um número substancial de pacientes vai ter uma 
recorrência de depressão em algum momento de 
sua vida, e em torno de 20% vão desenvolver uma 
forma crônica do transtorno. 
• O suicídio é a complicação mais séria da depressão. 
Cerca de 10 a 15% detodos os pacientes 
hospitalizados com depressão tiram a própria vida.

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