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Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo

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FARMACOTÉCNICA II
Keline Lang
Formas farmacêuticas 
semissólidas de uso 
interno e externo 
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as principais formas farmacêuticas semissólidas de uso 
interno e externo.
 � Classificar as principais formas farmacêuticas semissólidas.
 � Identificar as principais características das formas farmacêuticas 
semissólidas. 
Introdução
Entre as diversas formas farmacêuticas existentes está a semissólida, que 
é amplamente empregada na indústria farmacêutica e nas farmácias de 
manipulação. A grande empregabilidade dos semissólidos se deve a sua 
utilização, na maioria dos casos, via tópica, o que facilita a administração 
e garante a eficácia do medicamento. 
Neste capítulo, você vai estudar as principais formas farmacêuticas 
semissólidas de uso interno e externo. Verá como são classificadas e 
conhecerá suas principais características.
Principais formas farmacêuticas semissólidas 
As principais formas farmacêuticas semissólidas são as seguintes: 
 � Pomada: conforme a Farmacopeia Brasileira, 6ª edição (BRASIL, 
2019), a pomada é uma forma farmacêutica semissólida de aplicação 
tópica ou em mucosas. É uma solução ou dispersão de um ou mais 
princípios ativos, em concentração baixa, em uma base, normalmente, 
oleosa. 
 � Creme: é uma preparação semissólida em que um ou mais fármacos 
estão dissolvidos ou dispersos em emulsão óleo em água (O/A) ou água 
em óleo (A/O), ou, até mesmo, em outro tipo de base removível com 
água (TOMPSON; DAVIDOW, 2013). É uma forma farmacêutica muito 
utilizada por sua facilidade da aplicação e remoção. Geralmente, creme 
e pomada são os semissólidos mais produzidos na indústria farmacêutica 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013). Conforme a Farmacopeia dos 
Estados Unidos (THE UNITED STATES PHARMACOPEIA, 2019), 
normalmente, os cremes têm mais de 20% de água ou um insumo volátil 
e menos de 50% de insumo hidrocarboneto, ceras, polióis, que serão 
o veículo do medicamento. No mercado, há diversos produtos que são 
denominados “cremes” por terem aparência cremosa; no entanto, não 
são uma emulsão (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
 � Pasta: é uma forma farmacêutica semissólidas de alta consistência, pois 
contém uma alta concentração de sólidos finamente dispersos (20% a 
50%). Entre as apresentações pomada, creme e pasta, a pasta é a que 
possui maior consistência, é mais firme, espessa e de difícil remoção. 
Como, normalmente, não fluem à temperatura corporal, as pastas são 
utilizadas como revestimentos de proteção oclusivos (fechados). Sendo 
assim, são, frequentemente, usadas para ação protetora (THE UNITED 
STATES PHARMACOPEIA, 2019). Conforme Brasil (2012), as pastas 
têm características similares às pomadas, porém são menos gordurosas. 
Têm alto poder secativo e pouca ou nenhuma penetração na pele.
 � Gel: é uma dispersão de pequenas partículas inorgânicas ou de grandes 
moléculas orgânicas em um líquido aquoso. Para atingir a sua carac-
terística principal, o aspecto de geleia, deve ser adicionado um agente 
gelificante à formulação. Os géis são considerados dispersões coloidais, 
pois são formados por partículas de dimensão coloidal (1 nm a 0,5 µm) 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
 � Colódio: é uma solução viscosa composta por piroxilina (produto da 
degradação da celulose) dissolvida em uma mistura de álcool e éter 
(THE UNITED STATES PHARMACOPEIA, 2019). Geralmente é 
piroxilina a 4% (p/v) em uma proporção 3:1 de éter e álcool. Após a 
volatilização do solvente, o produto forma uma película protetora na 
pele. Tem o intuito de manter as bordas das incisões (cortes) unidas 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo2
A maioria das formas farmacêuticas semissólidas é utilizada para uso 
externo, porém, há casos de uso interno. Conforme Prista, Alves e Morgado 
(1991), a diferença de uso interno e externo é a seguinte:
 � Medicamento de uso interno é quando o medicamento entra no or-
ganismo via oral ou por outras cavidades, como retal, vaginal, nasal, 
auricular, parenteral (injetável) ou traqueopulmonar. Sua ação pode 
ser local ou sistêmica. 
 � Medicamento de uso externo é aquele aplicado na pele ou em muco-
sas de fácil acesso, que podem ser consideradas de aplicação tópica. 
Exemplos são a epiderme (via tópica) e os olhos (via oftálmica), além 
da aplicação tópica (parte externa) das vias retal, vaginal, auricular, 
nasal e bucal. Sua ação sempre será local.
 � Ação local: quando a ação farmacológica ocorre no local da aplicação do medi-
camento. Por exemplo, aplicação de uma pomada oftálmica para que o fármaco 
atue diretamente nos olhos.
 � Ação sistêmica: a ação farmacológica ocorre quando o fármaco precisa atingir 
a corrente sanguínea para chegar até o sítio de ação. É o caso da administração 
oral, por exemplo, em que o fármaco é deglutido (na boca), chega ao trato gas-
trointestinal, é absorvido, entra na circulação sistêmica e, então, é direcionado 
para o local da ação. 
Fonte: Allen Jr, Popovich e Ansel (2013).
As pomadas, os cremes e os géis podem ser de uso interno, ou seja, pode-se 
produzir medicamentos nas formas farmacêuticas creme e pomada para serem 
administrados via retal e vaginal, e medicamentos na apresentação gel para 
serem administrados pela via oral. Entretanto, todas as formas farmacêuticas 
são utilizadas via tópica — uso externo. Acompanhe:
 � Pomada — vias epidérmica, oftálmica, intranasal, retal, vaginal e 
auricular.
 � Creme — vias epidérmica, oftálmica, intranasal, retal, vaginal e 
auricular.
 � Pasta — vias epidérmica e oral (mucosa).
3Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo
 � Gel — vias epidérmica, oftálmica, retal, vaginal e oral (mucosa).
 � Colódio — via epidérmica.
Classificação das formas farmacêuticas 
semissólidas
As formas farmacêuticas semissólidas podem ser classificadas quanto à via de 
administração. Sendo assim, vejamos as classificações para pomadas, cremes, 
pastas, géis e colódios.
Pomada
As pomadas podem ser utilizadas em diversas vias de administração. Veja 
a seguir.
 � Pomada tópica: é aquela preparação semissólida que pode ser aplicada 
na epiderme (pele), ter aplicação via retal (externa), via vaginal (externa) 
e via auricular (externa). 
 � Pomada oftálmica: é uma preparação semissólida aplicada nos olhos. 
Deve ser estéril e não apresentar qualquer aspereza. A base selecio-
nada não pode ser irritante para os olhos, além de permitir a difusão 
do fármaco pelas secreções e ter um ponto de fusão próximo ao da 
temperatura corporal (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
 � Pomada intranasal: é aquela preparação semissólida que deve ser 
administrada na mucosa interna do nariz.
 � Pomada vaginal: é uma pomada utilizada via vaginal, normalmente 
para ação anti-infecciosa ou contraceptiva. No caso de uso interno, é 
necessário utilizar um aplicador para introduzir a pomada no local. 
Outra forma de utilização da pomada vaginal é na região externa.
 � Pomada retal: é uma pomada utilizada via retal, normalmente com o 
intuito de ação tópica, como, por exemplo, alívio de prurido e dor no 
local, além de alívio no desconforto ocasionado por hemorroidas. Para 
a aplicação no local (uso interno), utiliza-se um aplicador. Também é 
possível que o intuito da aplicação da medicação via retal seja para 
ação sistêmica. A pomada retal também tem a opção de uso externo, 
com os mesmos objetivos farmacológicos.
Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo4
Creme
O creme tem as mesmas vias de administração interna e externa da forma 
farmacêutica pomada (tópica, oftálmica, intranasal, vaginal e retal). Quando 
o uso é externo, a preferência é pela forma farmacêutica creme, devido à faci-
lidade de remoção; quando o uso é interno, a pomada é amplamente utilizada, 
porém, ambas as formas farmacêuticas têm essa utilização.
Pasta
A pasta se destina à aplicação externa na pele (ALLEN JR;POPOVICH; 
ANSEL, 2013). As pastas são utilizadas em aplicações via epidérmica e oral, 
mais especificamente na mucosa bucal.
Gel
O gel pode ser administrado em várias vias. São elas:
 � Via oftálmica: aplicação do fármaco na forma farmacêutica gel na 
margem palpebral dos olhos. 
 � Via epidérmica: aplicação tópica do gel (sobre a pele).
 � Via retal: aplicação tópica na via retal (uso externo).
 � Via vaginal: aplicação tópica na via vaginal (uso externo).
 � Via intranasal: aplicação tópica na mucosa interna do nariz.
 � Via oral: esta é a única aplicação do gel para uso interno. Dessa forma, 
o medicamento passa pela boca e pelo trato gastrointestinal, é absorvido 
pela circulação sistêmica e é encaminhado para o sítio de ação. Neste 
caso, a forma farmacêutica em gel tem ação sistêmica.
Colódio
O colódio é destinado apenas ao uso externo, aplicado na epiderme. 
5Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo
Características das formas farmacêuticas 
semissólidas
Pomadas
As pomadas que não possuem fármacos são denominadas bases para po-
madas, podendo ser utilizadas como emoliente ou lubrificante ou como veí-
culo para incorporar um fármaco (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013). 
As pomadas têm quatro tipos de base, que devem ser escolhidas conforme a 
ação farmacológica desejada, a natureza do fármaco (solubilidade, estabilidade, 
compatibilidade), necessidade de oclusão e área de aplicação, conforme Allen 
Jr, Popovich e Ansel (2013). Vejamos mais sobre esses tipos.
 � Base de hidrocarbonetos (hidrofóbica): é uma base oleosa; se houver 
a necessidade de incorporar água, deve ser em pequena quantidade. Tem 
efeito emoliente, protege a pele contra a perda de umidade e, portanto, 
é um agente oclusivo. Exemplos: vaselina, vaselina branca, pomada 
amarela, óleo mineral.
 � Base de absorção: é utilizada como emoliente, porém sem o mesmo grau 
de oclusão da base de hidrocarbonetos, mas também não é facilmente 
removível da pele. Pode ser de dois tipos:
 ■ Base que permite a incorporação de solução aquosa, resultando em 
uma emulsão A/O. Exemplos: petrolato hidrófilo, lanolina anidra.
 ■ Emulsão A/O que permite a incorporação de apenas pequenas quan-
tidades de soluções aquosas. Exemplos: lanolina, cold cream (cera de 
ésteres cetílicos, cera branca, óleo mineral, borato de sódio e água).
 � Base removível pela água: é uma emulsão O/A facilmente retirada 
da pele e da roupa com água. Tem aspecto de creme. Pode ser diluída 
com água ou soluções aquosas. Absorve material seroso em afecções 
dermatológicas. Exemplo: pomada hidrófila.
 � Base hidrossolúvel: é uma base que contém apenas componentes hi-
drossolúveis, ou seja, não tem nenhum componente oleoso. É removida 
com água. A base fica muito mole se adicionada solução aquosa, o que 
não é recomendável. É uma base utilizada para a incorporação de com-
ponentes sólidos ou não aquosos. Exemplo: pomada de polietilenoglicol.
Veja no Quadro 1 um resumo muito prático das diferentes bases para 
pomadas.
Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo6
Fonte: Brasil (2012).
Tipo de base Características
Constituintes 
principais
Oleaginosas: 
constituem-se de 
substâncias graxas.
Insolúveis em água, 
não laváveis, anidras, 
emolientes, oclusivas 
e gordurosas; sem 
absorção de água.
Petrolato branco; 
petrolato líquido; 
cera branca.
De absorção anidras: 
são bases de 
hidrocarbonetos e 
emulsificantes que 
formam emulsões 
água em óleo quando 
se adiciona água.
Insolúveis em água, 
não laváveis, anidras, 
emolientes, oclusivas 
e gordurosas; podem 
absorver água.
Lanolina; mistura 
de colesterol, álcool 
estearílico, cera branca 
de abelha e vaselina; 
mistura de vaselina, 
cera e sesquioleato 
de sorbitan.
De absorção emulsivas 
água em óleo: são 
bases emulsivas que 
contém água.
Insolúveis em água, não 
laváveis, emolientes, 
oclusivas e gorduras; 
podem absorver 
água (pouca).
Cold cream.
Laváveis emulsivas: 
são constituídas 
por emulsões óleo 
em água; também 
denominadas cremes.
Solúveis em água, 
laváveis, não oclusivas 
e não gordurosas; 
contêm água e podem 
absorver água.
Ceras 
autoemulsionantes.
Solúveis em água: 
são bases geralmente 
constituídas por 
polietilenoglicóis.
Solúveis em água, 
laváveis, não oclusivas 
e não gordurosas; 
podem conter ou 
absorver água.
Polietilenoglicóis.
Quadro 1. Características das diferentes bases para pomada
Cremes
Os cremes, assim como as pomadas, são formas farmacêuticas utilizadas 
para prolongar o tempo que o fármaco pode permanecer no local da aplicação 
(AULTON; TAYLOR, 2016). Outro tipo de creme é o creme evanescente. 
Trata-se de uma emulsão O/A com grande quantidade de água e ácido este-
7Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo
árico ou outro excipiente oleoso. Quando aplicado na pele, a água evapora, 
formando um fino filme do ácido esteárico ou do componente oleoso (ALLEN 
JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Pastas
As pastas gordurosas, com alta concentração de sólidos hidrofílicos, parecem 
menos oleosas e são mais absorventes do que as pomadas. São usadas para 
absorver secreções serosas e, geralmente, são preferidas para lesões agudas 
que tendem a formar crostas, vesículas ou exsudação (THE UNITED STATES 
PHARMACOPEIA, 2019). Normalmente, são preparadas como as pomadas, 
porém a incorporação do fármaco e dos componentes sólidos deve ocorrer 
com a presença de uma base (agente levigante); já no caso de pomadas, essa 
uniformização ocorre com um líquido, como, por exemplo, o óleo mineral 
(ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Levigação é o processo de redução da partícula de um sólido ao triturá-lo com uma 
pequena quantidade de líquido ou base fundida, na qual o sólido não é solúvel. Esse 
líquido ou base fundida é chamado de agente levigante (TOMPSON; DAVIDOW, 2013).
Comparando a pomada, o creme e a pasta, podemos considerar o seguinte: 
a pomada nada mais é do que uma mistura simples do fármaco com uma base. 
O creme já é uma emulsão, com uma sensação mais “leve”, “suave” e menos 
viscosa do que uma pomada, já que esta última, normalmente, tem base oleosa. 
A pasta, por sua vez, por ter mais materiais sólidos é mais consistente (“dura”) 
e menos penetrante, ou seja, mais difícil de ser absorvida. Se o objetivo do 
medicamento é uma ação protetora, a primeira opção deve ser a pasta (ALLEN 
JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Gel
O gel é composto de agente gelificante, água e conservante (AULTON; 
TAYLOR, 2016). Os agentes gelificantes são macromoléculas sintéticas, 
como, por exemplo, carbômero 934, hidrometilcelulose, carboximetilcelulose 
Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo8
ou gomas naturais (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013). Os géis podem 
ser tixotrópicos, formando semissólidos quando em repouso e se tornando 
menos viscosos por agitação (THE UNITED STATES PHARMACOPEIA, 
2019). Podem ser classificados quanto às suas ligações.
Os géis de fase única são moléculas que se ligam ao líquido de tal forma que 
essas ligações não ficam aparentes. Quando há uma massa do gel, formando 
pequenos flóculos de partículas distintas, esse sistema é chamado de duas 
fases e, então a preparação passa a se chamar magma ou leite. Um exemplo 
de magma é o leite de magnésia, que, na verdade, é um precipitado gelatinoso 
de hidróxido de magnésio (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
Outra forma de classificar os géis é conforme descrito pela Farmacopeia 
dos Estados Unidos (THE UNITED STATES PHARMACOPEIA, 2019), que 
determina duas classificações: os químicos e os físicos. Os géis químicos são, 
geralmente, géis reticulados covalentemente (tipo de ligação química), enquanto 
os géis físicos consistem em pequenas moléculas ou cadeias moleculares que 
são fisicamente reticuladas em redes, soluções ou dispersões coloidais, que 
são reforçadas por um agente gelificante.
O gel também é classificado em hidrofílico e hidrofóbico (BRASIL, 2012). 
O gel hidrofílico é o gel proveniente da incorporação de agentes gelificantes.O gel hidrofóbico é aquele formado de parafina líquida com polietileno ou 
óleos gordurosos com sílica coloidal ou sabões de alumínio ou zinco.
Colódio
O colódio é extremamente inflamável, devido à presença de álcool e éter. Com 
isso, deve ser armazenado longe do fogo e de fontes de calor, e em recipientes 
bem fechados e protegidos da luz (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
O colódio forma um filme rígido, o que o torna desconfortável. Com isso, 
há uma formulação que o transforma em um colódio flexível, mantendo o 
seu objetivo de unir as bordas das incisões. Esse colódio flexível possui a 
composição base de um colódio — piroxilina a 4% (p/v) em uma proporção 
3:1 de éter e álcool —, porém são adicionados 2% de cânfora e 3% de óleo 
de mamona, sendo que este último componente é que dará a flexibilidade 
ao produto. A cânfora deixará o produto impermeável à água. Um exemplo 
comum de colódio é o colódio de ácido salicílico (ácido salicílico a 10% em 
colódio flexível), que tem efeito queratolítico, ou seja, remove calosidades dos 
pés ou rugas (ALLEN JR; POPOVICH; ANSEL, 2013).
9Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo
ALLEN JR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação 
de fármacos. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 
AULTON, M. E.; TAYLOR, K. M. G. (ed.). Aulton: delineamento de formas farmacêuticas. 
4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasí-
lia, DF, 2019. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259143/
Volume+I+Pronto.pdf/4ff0dfe8-8a1d-46b9-84f7-7fa9673e1ee1. Acesso em: 10 nov. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário nacional da farmacopeia 
brasileira. 2. ed. Brasília, DF: ANVISA, 2012. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.
br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_setembro_2012_atual.
pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741. Acesso em: 10 nov. 2019.
PRISTA, L. V. N.; ALVES, A. C.; MORGADO, R. M. R. Técnica farmacêutica e farmácia galênica. 
4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1991. v. 1.
THE UNITED STATES PHARMACOPEIA: USP42. Rockville: United States Pharmacopeia 
Convention, 2019. 
TOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. 
3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Formas farmacêuticas semissólidas de uso interno e externo10

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