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Os direito das crianças e adolescentes à luz do ECA

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OBJETIVO:
O trabalho tem como objetivo trazer os direitos e deveres das crianças e adolescentes descritos pela norma regulamentadora – ECA; bem como a evolução dos direitos das crianças e adolescentes. Trazemos também nesse artigo, quais direitos, de fato são cumpridos. O principal objetivo do Estatuto da Criança e Adolescente é a proteção integral da criança/ adolescente; trazendo-os como sujeitos de direitos; tendo com isso a criação do Conselho Tutelar – órgão esse responsável por trabalhar e zelar pela defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
NARRATIVA HISTÓRICA: 
Ao longo dos anos, foram diversos os aprimoramentos somados ao ECA, como a Lei do Sistema Nacional Socioeducativo (SINASE) – que regulamenta a execução das medidas socioeducativas; a Lei da Primeira Infância – que obriga o Estado a estabelecer políticas, planos, serviços e programas para a primeira infância; e a Lei da Adoção – detalha o procedimento da adoção.
Porém, ainda faz-se necessário a implementação da integralidade do ECA e de leis corrateladas, trazendo políticas públicas que garantam direitos fundamentais, como educação, assistência médica, moradia, alimentação, convivência familiar e comunitária, cultura, esporte, lazer, entre outros.
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi criando em Julho de 1990, sendo um marco regulatório dos direitos humanos das crianças e adolescentes no Brasil; foi a primeira legislação com a doutrina da proteção Integral na América Latina a se inspirar na Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1979 e na Convenção internacional sobre os Direitos da Criança, aprovados pela ONU em 1989.
Para entender e evolução do ECA, devemos traçar uma linha do tempo, começando no Brasil Colônia, com a criação da “Roda dos Rejeitados”, até aos Bancos do Congresso sobre as mudanças da maioridade penal.
1º de Janeiro de 1726: Em 1726, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia criou a primeira "Roda dos Expostos", na Bahia. A criança era colocada ali para ser abrigada e criada pela entidade, preservando a identidade de quem a abandonava. A medida foi regulamentada em lei e se tornou a principal forma de assistência infantil nos séculos 18 e 19. Popularmente, também era conhecido por "Roda dos Rejeitados".
11 de Outubro de 1890 – Código Criminal da República determina penalização de crianças entre 9 e 14 anos: Crianças entre 9 e 14 anos passam a ser avaliadas psicologicamente e penalizadas de acordo com o seu “discernimento” (responsabilização penal passa a considerar a Teoria do Discernimento) sobre o delito cometido. Poderiam receber pena de um adulto ou ser considerado imputável.
5 de Janeiro de 1921 – Idade mínima para responder criminalmente passa a ser de 14 anos: Jovens autores ou cumplices de crime ou contravenção, considerados “menores delinquentes” tornaram-se imputáveis até os 14 anos, não valendo-se mais da Teoria do Discernimento; passando a vigorar a Lei nº 4.242, que tratava da assistência e proteção de “menores abandonados” e “menores delinquentes”, regulamentada posteriormente em 1923 através de decreto.
20 de Fevereiro de 1926 – Caso Bernardino: Aos 12 anos, o engraxate Bernardino foi preso por jogar tinta em uma pessoa que saiu sem pagar por seus serviços. Foi colocado em uma prisão, junto com 20 adultos. O menino negro foi violentado de diversas formas e jogado na rua. Levado para um hospital, narrou o ocorrido para jornalistas, causando assim um caso de grande repercussão e mobilizando debates sobre locais específicos para destinar uma criança a cumprir algum tipo de pena.
10 de Dezembro de 1927 – 1º Código de Menores: A Lei de Assistência e Proteção aos Menores, conhecida como Código de Menores, representou avanços na proteção das crianças. A lei proibiu a “Roda dos Expostos” e tornou os jovens imputáveis aos 18 anos e criou a “escola e preservação para delinquentes” e a “escola de reforma para o abandonado”. 
14 de Dezembro de 1932 – Reforma Penal: Em 1932, o Presidente Getúlio Vargas consolida mudanças na idade penal para 14 anos.
5 de Novembro de 1914 – SAM: Foi criado o Serviço de Assistência a Menores, primeiro órgão federal a se responsabilizar pelo controle de assistência aos menores, em escala nacional. Atendia os “menores abandonados”, encaminhando-os ás instituições oficiais existentes, internando-os em colônias correcionais e reformatórios.
1º de Dezembro de 1964 – FUNABEM E FEBEMs: Após o Golpe de 64, os militares extinguem o SAM e criam a Fundação Nacional do Bem Estar do Menor (FUNABEM) e a Política Nacional do Bem Estar do Menor, que deveriam coordenar todas as ações da área. A infância passou a ser tratada como um problema de segurança nacional, dando origem às FEBEMs em nível estadual.
19 de Junho de 1975 – CPI do Menor: Foi instaurada a 1º Comissão Parlamentear de Inquérito destinada a investigar o problema da criança desassistida no Brasil, contribuindo assim, para a elaboração do um Novo Código de Menores.
10 de Outubro de 1979 – 2º Código de Menores: Foi promulgado, em 1979, um Novo Código de Menores, trazendo a doutrina da proteção integral presente na concepção futura do ECA; porém, baseava-se no mesmo paradigma do menor em situação irregular da legislação de 1927.
5 de Outubro de 1985 – Ciranda da Constituinte: No dia em que foi votada no Congresso a Emenda da Criança, dando origem aos artigos 227 e 228 da Constituição; mais de 20 mil crianças; meninos e meninas, fizeram uma ciranda em torno do Congresso Nacional.
1º de Março de 1988 – Fórum da Defesa Civil das Crianças e Adolescentes: Entidades da sociedade civil, não governamentais, criaram o Fórum DCA, a partir de encontro de vários segmentos organizados de defesa da criança e do adolescente. Teve papel preponderante no processo de discussão e elaboração da Nova Constituição e do ECA. 
5 de Outubro de 1988: O artigo 277 da Constituição Federal de 1988 estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado é "assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão". 
13 de Julho de 1990 – ECA: É aprovado no Congresso Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo o marco legal que reuniu reinvindicações de movimentos sociais que trabalhavam em defesa da ideia de que crianças e adolescentes são também sujeitos de direitos e merecem acesso à cidadania e proteção. O ECA foi publicado sobre a Lei Federal nº 8.069.
2 de Setembro de 1990: Brasil assina Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. A Convenção é um tratado aprovado pela ONU, no ano de 1989, para o Brasil assegurar os direitos da criança mundialmente. Apesar do Brasil ter se baseado no documento para a elaboração do ECA, o Estado Brasileiro somente ratificou o tratado em 1990. 
1º de Janeiro de 2003 – DISQUE 100: o Disque Denúncia foi criado em 1997, por organizações não governamentais, que atuavam na promoção dos direitos das crianças e adolescentes; porém, o serviço passou a ser de responsabilidade do Governo Federal no ano de 97.
1º de Maio de 2003: Crimes bárbaros pautam discussão sobre a maioridade penal. Sempre que acontece no país algum crime de grande repercussão cometido por adolescente, o tema da redução da maioridade penal volta à pauta. Em 2003, o tema volta com força após o caso Champinha.
1º de Novembro de 2003: Brasil entrega o primeiro relatório sobre implementação da Convenção Internacional dos Direitos da Criança em 1992, e em seguida, a casa cinco anos. Porém, o Brasil deixou de cumprir essa obrigação por mais de 10 anos.
26 de Junho de 2014 – “Lei da Palmada”: Pela lei, crianças e adolescentes têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico, tratamento cruel ou degradante (violência moral e física). A lei ganhou o nome, pela Câmara de “Lei menino Bernardo”,em homenagem ao menino (Bernardo Boldrini) que foi morto com uma injeção letal, tendo o pai como um dos indiciados pelo crime.
2 de Julho de 2015: Câmara aprova emenda que reduz a maioridade penal para 16 anos. Sob o comando do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em menos de 24 horas a Câmara dos Deputados rejeito e em seguida aprovou a redução da maioridade penal no começo da madrugada do dia 2 de julho. A emenda substitutiva reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
DOS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO ECA
Princípio da Proteção Integral- Este princípio está expresso no art. 1º da Lei 8.069/90, que estabelece: “Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente”.
Conforme Nucci, este é um dos princípios exclusivos do âmbito da tutela jurídica da criança e do adolescente.
“Significa que, além de todos os direitos assegurados aos adultos, afora todas as garantias colocadas à disposição dos maiores de 18 anos, as crianças e os adolescentes disporão de um “plus”, simbolizado pela completa e indisponível tutela estatal para lhes afirmar a vida digna e próspera, ao menos durante a fase de seu amadurecimento. “(NUCCI, 2015)
O princípio da proteção integral, segundo o autor, “é princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF) levado ao extremo quando confrontado com idêntico cenário em relação aos adultos”.
Importante ressaltar, inclusive, que este princípio encontra respaldo na Constituição Federal, em seu art. 227, que prescreve:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Ao analisarmos tal dispositivo e suas interpretações, concluímos que, com tal princípio do ECA, o que se pretende é assegurar, prioritariamente, os direitos fundamentais do menor, que deve der protegido pela família e pelo Estado em cooperação, da forma mais ampla possível, bem como garantir que lhes sejam oferecidos todos os meios para seu pleno desenvolvimento.
Princípio da Prioridade Absoluta - Tal como o princípio anterior, o princípio da prioridade absoluta também tem suas bases no artigo 227 da CF e vem expressamente estabelecido no artigo 4º da Lei nº 8.069/90.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Este princípio estabelece a primazia em favor das crianças e adolescentes, em todos os aspectos dos direitos e garantias fundamentais da pessoa humana. Para melhor entendimento, podemos por tela tal princípio quando, por exemplo, ocorre uma catástrofe natural. Neste caso, deve-se atender, primeiramente, as necessidades das crianças e adolescentes, dado a maior fragilidade destes em situações de desamparo. Cabe ressaltar que o rol apresentado no parágrafo único do art. 4º do ECA é meramente exemplificativo, não se limitando o princípio da primazia à ele.
Princípio do Melhor Interesse- Este princípio tornou-se um “orientador”, tanto para o legislador quanto para o aplicador da norma.
Dado o princípio da prioridade absoluta, deve-se também garantir que toda e qualquer decisão relacionada ao menor seja tomada visando melhor atender aos seus interesses, não analisando-os de forma singular, mas levando em conta o quadro geral.
Assim, num cenário de disputa judicial pela guarda do menor, por exemplo, deve-se levar em conta não apenas qual dos genitores apresenta melhor condição financeira, mas também qual deles apresenta uma maior capacidade afetiva para com o menor, qual deles apresenta um ambiente de convivência mais harmônico etc. Logo, deve haver um equilíbrio entre os fatores influenciadores da decisão, a fim de proporcionar ao menor não apenas uma segurança econômica, mas também uma segurança emocional e psicológica, por exemplo.
Princípio da Municipalização- A lei nº 8069/90 seguiu a lógica estabelecida pelos arts. 204, I e 227, § 7º da CF, que reservam a execução das políticas assistenciais aos Estados e Municípios, bem como a entidades beneficentes e de assistência social.
Estabelece, portanto, em seu art. 88:
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
Esse princípio foi adotado a fim de melhor atender as necessidades das crianças e adolescentes, uma vez que cada região apresenta características específicas.
Princípio da Convivência Familiar
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
Assegurado no artigo acima mencionado, este princípio, pautado na dignidade da pessoa humana, busca assegurar à criança e ao adolescente um crescimento saudável e, para que isso ocorra, é tido como essencial a convivência familiar, dado que a família é reconhecida como base fundamental para formação de indivíduos.
Nesse sentido, Nucci afirma:
[...] um dos princípios deste Estatuto é assegurar o convívio da família natural e da família extensa com a criança e o adolescente; por isso, uma das políticas, calcada, na prática, em programas específicos do Estado, é harmonizar filhos e pais, dando-lhes condições de superar as adversidades. (NUCCI, 2015)
Cabe ressaltar ainda a previsão do artigo 19 acerca da família substituta, não a excluindo, portanto, da proteção deste princípio. Assim, nos casos de família substituta, seja decorrente de adoção, tutela ou guarda, fica ela responsável por proporcionar a proteção ao menor, antes responsabilidade da família natural.
Necessário, ainda, mencionar que, embora esteja expressa a importância da convivência familiar para os menores, faz-se mister que o Estado cumpra com sua função de garantidor de políticas públicas, oferecendo suporte básico às famílias para que estas, por sua vez, possam cumprir de forma adequada suas funções.
São deveres da criança e do adolescente:
1. Respeitar pais e responsáveis;
2. Frequentar a escola e cumprir a carga horária estipulada para a sua série;
3. Respeitar os professores, educadores e demais funcionários da escola;
4. Respeitar o próximo e as suas diferenças (como religião, classe social ou cor da pele);
5. Participar das atividades em família e em comunidade;
6. Manter limpo e preservar os espaços e ambientes públicos;
7. Conhecer e cumprir as regras estabelecidas;
8. Respeitar a si mesmo;
9. Participar de atividades culturais, esportivas, educacionais e de lazer;
10. Sempre que tiver dúvidas sobre seus direitos e deveres procurar o responsável legal ou o conselho tutelar;
11. Proteger o meio ambiente.
Esses deveres citados no ECA são, basicamente, todos os deveres que os demais cidadãos possuem de acordo com a Constituição Brasileira, independentemente da idade, sexo, credo, cor da pele ou religião. Isso garante o que, em direito, chamamos de princípio da isonomia.
Os direitos de cada um deles. Podemos resumi-los em:1. Não sofrer nenhum tipo de violência, seja ela física ou psicológica;
2. Poder expressar seus pensamentos, gostos e religião;
3. Ter acesso à condições dignas de saúde, com assistência médica e odontológica desde a fase de gestação até à adolescência;
4. Conviver em família e com a comunidade;
5. Ter acesso à educação de qualidade, cultura, lazer e esporte;
6. Ser protegido contra o trabalho infantil;
7. Ter a proteção de uma família, seja ela natural ou adotiva;
8. Desde o dia em que nascer, ter o direito ao nome e à nacionalidade, tornando-se, assim, um cidadão brasileiro.
5 direitos fundamentais das crianças e adolescentes contidos no Estatuto. De acordo com a legislação, crianças e adolescentes são resguardados nas seguintes áreas:
 
1 – Direitos à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade. Segundo a Lei, a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, como pessoas humanas em processo de desenvolvimento. Crianças e adolescentes podem opinar e se expressar, brincar, ter auxílio, refúgio e orientação
 
2 – Direito à convivência familiar e comunitária. Crianças e adolescentes têm o direito de serem criados e educados no seio de sua família, com a convivência familiar e comunitária garantidas, de acordo com a Lei 13.257, de 2016
 
3 – Direito à profissionalização e à proteção no trabalho. Toda criança e adolescente tem direito à educação, visando o desenvolvimento tranquilo e saudável, na forma com que este item seja um exercício da cidadania, além da qualificação para o trabalho. Segundo o estatuto, a profissionalização deve oferecer condições para a frequência regular na escola, tendo a pratica proibida para menores de 14 anos
 
4 – Educação, cultura, esporte e lazer. É direito da criança e adolescente ter acesso a informação, cultura, esporte, lazer diversões e espetáculos, desde que estes estejam de acordo com a faixa etária do indivíduo. A garantia está registrada no Artigo 70 da Lei 8.069/1990
 
5 – Ser protegido de casos de violência, seja ela física ou psicológica. O Artigo 17 da Lei 8.069/1990 garante o direito à integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente. A legislação abrange a preservação da imagem, identidade e autonomia, além dos valores, ideias e crenças
São deveres dos pais e responsáveis, dos educadores, do Estado e da sociedade como um todo zelar para que todas as crianças e adolescentes brasileiros tenham seus direitos fundamentais resguardados.
O NÃO CUMPRIMENTO DO ECA
Com 31 anos completados em 13 de julho, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ainda não é plenamente cumprido no país. A Lei Federal nº 8.069, aprovada após a promulgação da Constituição de 1988 e construída sob grande influência de organizações da sociedade civil e movimentos pela cidadania, rompeu o paradigma unicamente punitivo da legislação para dar lugar a uma visão integral de crianças e adolescentes, encarando-os como sujeito de direitos. Sua implementação, porém, segue um desafio no contexto de nossa frágil democracia.
Mas por que isso ocorre? São muitos os fatores. O primeiro deles está ligado ao profundo desconhecimento sobre o conteúdo da Lei, apesar de três décadas de existência. Infelizmente, até mesmo parte dos profissionais que atuam diretamente com esse público não a conhece a fundo. O assunto também não parece atrair o interesse da grande mídia: o ECA tende a ser evocado apenas em casos de violência cometida por adolescentes, o que gera uma imagem negativa sobre o Estatuto e muita desinformação sobre seu propósito. Não à toa, ainda prepondera no senso comum a ideia de que se trata de um dispositivo para “proteger infratores e bandidos”.
O propósito do Estatuto, porém, para além de estabelecer diretrizes para o amparo a jovens em conflito com a Lei, é assegurar a crianças e adolescentes – reconhecidos como pessoas em condição especial de desenvolvimento - o direito “à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”, conforme determina seu artigo 4º.
Outro aspecto que prejudica a implementação do ECA está ligado à realidade socioeconômica e política do país. Ao contrário do que está previsto no texto da Lei, a garantia de direitos para crianças e adolescentes não tem sido a prioridade de governos e da sociedade. Ou seja, se do ponto de vista jurídico, o Estatuto é um avanço, na prática, seu cumprimento tem sido ameaçado por investimentos insuficientes em políticas públicas de educação, saúde, assistência social e cultura. Na área de educação, só para citar um exemplo, ainda são 2,5 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola, e ainda estamos muito distantes de garantir a qualidade necessária para os que a frequentam.
Não podemos esquecer que a falta de serviços públicos reforça a situação de vulnerabilidade dessas crianças e jovens e os expõe a situações de violência e de trabalho infantil. De acordo com o Panorama Nacional da Infância e Adolescência, levantamento realizado pela Fundação Abrinq, o Brasil tem hoje 2,6 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Embora o senso comum tenda a ver com bons olhos o trabalho precoce, este é um dos maiores flagelos do país, porque é extremamente prejudicial ao desenvolvimento, biológico, psicológico e social dos sujeitos, como atestam várias pesquisas.
Em terceiro lugar, existe uma questão cultural, responsável pela baixa participação na vida pública para cobrar a efetivação do ECA. Os conselhos e fóruns municipais dos direitos da criança e do adolescente, conselhos tutelares e organizações da sociedade civil têm um papel decisivo para a implementação da Lei e devem ser apoiados, aperfeiçoados e cobrados. Contudo, hoje assistimos a uma preocupante desmobilização das instâncias participativas no Brasil.
Não restam dúvidas de que ainda há muito por ser feito para garantir os direitos de nossas crianças e adolescentes. Para que os preceitos de proteção integral previstos no ECA sejam cumpridos, ele deve ser mais debatido na sociedade como um todo e, em especial, nas escolas, de maneira a informar os alunos da Educação Básica sobre seus direitos. Não podemos esperar mais três décadas para propiciar condições efetivas para que nossas crianças e adolescentes tenham oportunidade de desenvolvimento integral. As frequentes e absurdas violações dos direitos de todos os segmentos vulneráveis da população não devem ser tomadas como razão para descrédito nas leis que os afirmam, mas, ao contrário, como encorajamento para transformar coletivamente as condições que geram sua não observância.
Quais os impactos da pandemia na realidade de crianças e adolescentes?
A pandemia resultou em uma série de mudanças nas famílias de todo o mundo – e as crianças não ficaram de fora, pois suas rotinas também foram afetadas. No entanto, nem todas passaram pelas mesmas situações.
Devido à necessidade de isolamento social, houve a suspensão das aulas presenciais. Alguns alunos puderam continuar os estudos na modalidade remota, por meio de aulas gravadas, ao vivo e suporte online para reduzir os impactos desse afastamento escolar. Porém, outros tiveram que lidar com a dificuldade de acessar às aulas por causa da falta de internet ou mesmo de aparelhos eletrônicos.
Devido às dificuldades de acesso aos estudos, o direito a uma educação de qualidade é afetado, de forma que muitos estudantes estão abandonando a escola ou, para conseguir manter os estudos, enfrentando condições complexas de acesso às aulas, o que vai resultar em um abismo ainda maior entre as condições sociais.
Outro aspecto a ser considerado sobre isso foi o isolamento digital, isso porque a internet passou a ser um recurso de comunicação e socialização para muitas pessoas – sem o acesso a ela, crianças e adolescentes perderam vínculos significativos, isolaram-se e, ao longo de meses, acumularam – e ainda acumulam – os efeitos psicológicos da desigualdade.
A alimentaçãoinfantil também foi afetada, pois muitas crianças e adolescentes dependem das refeições servidas na escola para complementar a boa nutrição diária. Junto disso, houve o agravante da condição financeira familiar: com o aumento do desemprego, a manutenção da nutrição familiar teve um grande declínio.
A pandemia ainda refletiu nas taxas de violências contra as crianças, sejam elas físicas, psicológicas, patrimonial, sexual ou institucional.
Os dados já eram altos antes da necessidade do isolamento: em 2019, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) indicou que cerca de 55% das denúncias recebidas se referiam a violações contra crianças e adolescentes.
Nas famílias que já apresentavam conflitos, as dificuldades financeiras, sobrecarga de trabalho e pressão psicológica decorrentes do cenário iniciado em 2020 indicam que as situações de negligência e violência contra os mais vulneráveis sejam maiores.
Além disso, os caos de trabalho infantil também constituem um quadro preocupante e que teve aumento nas taxas de ocorrência.
CONCLUSÃO: 
Foram expostos no trabalho alguns dos considerados principais princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente e, a partir de sua análise, percebemos que o ECA foi concebido a fim de proporcionar aos menores condições básicas para um bom desenvolvimento físico, psíquico e moral.
Há, portanto, uma preocupação da Lei em garantir que sejam proporcionados ao menor acesso à educação, saúde, alimentação, lazer, convivência familiar sadia etc. E, quando em situações de privação destes, procura estabelecer meios para que a deficiência seja suprida.
É nesta última situação exposta, apesar de não estar presente apenas nela, que melhor percebemos a vitalidade dos princípios na Lei nº 8.069, pois é a partir deles e procurando respeitá-los ao máximo que se examina formas de suprir as necessidades do menor desamparado.
Por fim, ao verificarmos que o ECA possui fontes e princípios próprios, podemos concluir que se trata de um ramo jurídico autônomo.
FONTES:
https://amandamarcenaro.jusbrasil.com.br/artigos/378041949/principios-do-eca-lei-n-8069-90 
https://memoria.ebc.com.br/cidadania/2015/07/apos-o-eca-pais-reduz-mortalidade-infantil-em-24
https://www.cartacapital.com.br/opiniao/por-que-ainda-nao-cumprimos-o-eca/
https://grupomarista.org.br/blog/o-que-e-eca-e-sua-importancia-em-meio-a-pandemia/
https://www.cnj.jus.br/eca-30-anos-brasil-precisa-dar-respostas-mais-efetivas-a-problemas-estruturais/

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