Exame Bioquímico em Equinos

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PARTICULARIDADES DE
EXAMES BIOQUÍMICOS
EM EQUINOS@jpmazzovet
Exame Bioquímico
Utilizado para acompanhar funções vitais do paciente, auxiliando
o diagnóstico de afecções específicas de determinados órgãos.
Desta forma, podem ser indicadas mudanças no manejo
destes animais de acordo com as alterações encontradas.
Além de doenças, este método também é importante para
analisar o estado nutricional e o desempenho atlético do equino.
Exemplo: valores elevados de CK são indicativos de lesão muscular.
Alterações nos níveis séricos destas substâncias podem
indicar a presença de lesões em determinados tecidos!
Podem ser mensuradas enzimas, eletrólitos, glicose,
proteínas séricas, bilirrubina, ureia, creatinina, etc.
Serão abordadas neste post as análises bioquímicas referentes
a músculos, fígado e rins, além das principais proteínas.
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Perfil Muscular
O perfil bioquímico muscular de equinos pode
ser obtido através dos valores séricos de:
Devido à curta meia-vida, sua mensuração conjunta à AST
é importante para determinar o estado da lesão muscular!
Creatina quinase (CK)
Fosforilação reversível da creatina.
Presente no citoplasma das células musculares, sendo liberada
rapidamente quando estas são lesadas.
Meia-vida curta: 2h
AST normal e CK elevada: lesão muscular hiperaguda.
AST e CK elevadas: lesão muscular recente.
AST elevada e CK normal: lesão hepática/lesão muscular finalizada.
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Por não ser músculo-específica, deve ser associada à CK, para
elucidar se a origem do seu aumento é hepática ou muscular!
Transaminação reversível de aspartato e 2-cetoglutarato.
Aspartato aminotransferase (AST)
Presente no citoplasma e mitocôndrias de hepatócitos e células musculares.
Meia-vida longa: 7-8 dias.
Por estar relacionada à síntese de lactato, serve como
marcadora da atividade enzimática anaeróbica, que
aumenta nos exercícios de alta intensidade e curta duração!
Perfil Muscular
@jpmazzovet
Oxidação reversível do lactato.
Lactato desidrogenase (LDH)
Presente em diversos tecidos, não sendo uma enzima específica.
5 isoenzimas: LDH1-LDH5 (relacionada ao tecido muscular).
O perfil bioquímico muscular de equinos pode
ser obtido através dos valores séricos de:
(C) também pode indicar
lesão hepática!
Comparação das atividades de CK e AST
em lesão muscular hiperaguda (A),
recente/ativa (B) ou terminada (C). 
Perfil Hepático
Para suspeita de lesão de hepatócitos, podem ser
mensuradas as seguintes enzimas de extravasamento:
Melhor opção para análises hepáticas de grandes animais em relação à
ALT, pois esta se encontra em concentrações reduzidas nestes animais.
Aspartato aminotransferase (AST)
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Apesar de ser preferível para o diagnóstico de lesão hepática em
equinos, não existem kits comerciais de fácil acesso para sua dosagem.
Sorbitol desidrogenase (SDH)
Oxidação reversível do sorbitol.
Presente no citoplasma de hepatócitos e em baixos níveis nas demais células.
Os kits para sua análise são muito caros para a rotina
clínica, então sua mensuração não é comumente realizada.
Boa sensibilidade para afecções hepáticas em equinos.
Glutamato desidrogenase (GLDH)
Incorporação da NH3 ao alfa-cetoglutarato.
Presente na mitocôndria de hepatócitos, células renais e musculares
cardíacas.
Perfil Hepático
Para suspeita de colestase, podem ser
mensuradas as seguintes enzimas de indução:
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Pode se apresentar elevada em éguas prenhes ou potros
(<1 ano) sem estar associada a nenhuma afecção!
Fosfatase alcalina (FA)
Hidrólise de ésteres do ácido fosfórico.
Presente na membrana de células de diversos órgãos, principalmente ossos
(osteoblastos) e fígado (hepatócitos)..
Pode estar relacionada à colestase ou à produção de osteoblastos.
Apesar da produção em diversos órgãos, a origem
da GGT plasmática é principalmente hepática!
Transferência do grupo gamacarboxila a um peptídeo.
Gama glutamiltransferase (GGT)
Presente na membrana e no citoplasma das células do epitélio dos ductos
biliares, hepatócitos, pâncreas e até nos rins.
Mais sensível para suspeitas de colestase em equinos que a FA.
Perfil Hepático
@jpmazzovet
Ácidos biliares
Sintetizados a partir do colesterol.
Considerados indicadores sensíveis de doenças hepatobiliares.
Hiperbilirrubinemia conjugada: lesão hepática.
Hiperbilirrubinemia livre: hemólise, queda de suprimento
sanguíneo ao fígado, jejum.
Originada principalmente pela degradação da hemoglobina.
Bilirrubina
Pode ser separada em 2 frações, sendo: conjugada e não conjugada.
Para análise de função hepática são mensuradas substâncias que
normalmente são metabolizadas pelo fígado e excretadas pelo sistema biliar:
Sua análise é importante nas suspeitas de síndrome metabólica, síndrome
de Cushing, além do monitoramento da glicemia de potros neonatos.
Principal fonte energética para o organismo.
Glicose
Enfermidades hepáticas podem gerar aumento/redução dos níveis glicêmicos.
Proteínas
Além da proteína total plasmática, é possível mensurar também:
Albumina
Proteína mais abundante no plasma.
Hiperalbuminemia: hemoconcentração e desidratação.
Hipoalbuminemia: perdas proteicas pelo intestino/rins
ou síntese reduzida pelo fígado.
Hipogamaglobulinemia pode ser encontrada em potros
neonatos com falha de transmissão de imunidade passiva!
Composta pelas frações alfa, beta e gama-globulina.
Globulinas
Alfa-globulina: elevada em casos de parasitismo e inflamação aguda.
Beta-globulina: elevada em hepatopatias e migração de vermes.
Gama-globulina: elevada em situações que levam à produção de anticorpos.
Por essa resposta rápida, é considerado uma proteína de fase aguda!@jpmazzovet
Fator I de coagulação produzido pelo fígado.
Fibrinogênio
Eleva-se rapidamente em resposta a danos teciduais.
Perfil Renal
O perfil bioquímico renal de equinos pode ser
obtido através dos valores séricos de:
Ureia
Principal forma de excreção do nitrogênio.
Pode haver aumento da uremia em situações de aumento do catabolismo
proteico, dietas com excesso proteico, proliferação bacteriana, azotemia pré
e pós-renal, etc.
@jpmazzovet
Afecções musculares graves podem gerar aumento transitório
da creatinina sem ocorrer necessariamente lesão renal.
Importante lembrar que a reserva renal é grande, ou seja, níveis
normais indicam que ao menos 25% da filtração glomerular está
acontecendo, sem excluir a possibilidade de haver lesão dos rins!
Creatinina
Produto final do metabolismo muscular.
Eliminada através da filtração glomerular, sem reabsorção significativa.
Melhor indicativo da função renal que a ureia.
@jpmazzovet
Lembrando que posts de instagram não
substituem a consulta e orientação do
médico veterinário!
 
Se seu animal está doente, chame o médico
veterinário de sua confiança!