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Autora: Profa. Valdice Neves Pólvora Colaboradoraa: Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano Gestão Hospitalar Integrada Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Professora conteudista: Valdice Neves Pólvora Doutoranda em Economia pela Universidade Federal de La Matanza, em Buenos Aires, Argentina, mestre em Administração e Valores Humanos e graduada em Economia, especialista na Formação de Gestores Públicos na Área de Saúde – Ênfase em Administração Hospitalar e Eticista. Na área educacional, está comprometida com o ensino-aprendizagem e com a formação de cidadãos éticos. Leciona há mais de quinze anos em cursos superiores e há nove anos atua como coordenadora de cursos. Tem experiência de mais de trinta e oito anos na esfera governamental, atuando como docente na formação de servidores públicos, com experiência em Ensino a Distância. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) P779g Pólvora, Valdice Neves. Gestão Hospitalar Integrada. / Valdice Neves Pólvora. – São Paulo: Editora Sol, 2016. 96 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2-087/16, ISSN 1517-9230. 1. Gestão hospitalar. 2. Farmácia hospitalar. 3. Serviços terceirizados. I. Título. CDU 614:658 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Aline Ricciardi Giovanna Oliveira Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Sumário Gestão Hospitalar Integrada APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 USO DA TECNOLOGIA NA ÁREA DE SAÚDE .............................................................................................9 1.1 A saúde no Brasil: contexto histórico, legal e político .............................................................9 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE SAÚDE DE ABRANGÊNCIA NACIONAL ................................. 11 2.1 Implantação do Departamento de Informática do SUS (Datasus) .................................. 13 2.2 Sistema de Logística em Saúde (Silos) ......................................................................................... 15 2.3 Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) .................................................................. 17 2.4 Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) ......................................... 19 2.5 Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus) ................................ 22 2.6 Business intelligence (BI)................................................................................................................... 23 2.7 Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops) ....................... 26 2.8 Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) ................... 28 2.9 Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS) .................................. 28 2.10 Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) ............................ 31 2.11 O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) ....................................................................... 31 3 SERVIÇOS LABORATORIAIS E EXAMES CLÍNICOS ............................................................................... 33 3.1 Critérios de acreditação para laboratórios clínicos ................................................................ 36 3.2 Classificação dos laboratórios clínicos ........................................................................................ 37 3.3 Causas pré-analíticas de variações dos resultados de exames laboratoriais .............. 39 3.3.1 Variação cronobiológica ..................................................................................................................... 39 3.3.2 Gênero ........................................................................................................................................................ 40 3.3.3 Idade ........................................................................................................................................................... 40 3.3.4 Posição ....................................................................................................................................................... 40 3.3.5 Atividade física ....................................................................................................................................... 40 3.3.6 Jejum .......................................................................................................................................................... 41 3.3.7 Dieta ............................................................................................................................................................. 41 3.3.8 Uso de fármacos e drogas de abuso .............................................................................................. 41 3.3.9 Outras causas de variação ................................................................................................................. 42 3.3.10 Precauções no uso de torniquete .................................................................................................. 43 3.3.11 Higienização das mãos ...................................................................................................................... 43 4 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE (RSS) ...................................................................................................... 44 4.1 Identificação dos resíduos ................................................................................................................ 47 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 4.2 Manejo dos RSS ................................................................................................................................... 47 4.3 Transporte interno de RSS ............................................................................................................... 49 4.4 Armazenamento dos resíduos sólidos de saúde ..................................................................... 49 Unidade II 5 SERVIÇOS DE ENFERMAGEM, FARMÁCIA E NUTRIÇÃO HOSPITALAR ........................................ 54 5.1 Serviços de enfermagem ................................................................................................................... 54 5.1.1 Enfermagem e o processo de comunicação ...............................................................................55 5.2 Documentação ..................................................................................................................................... 56 5.2.1 Garantia da qualidade ......................................................................................................................... 56 5.2.2 Reembolso ................................................................................................................................................. 56 5.2.3 Evidências legais...................................................................................................................................... 57 5.2.4 Ensino e pesquisa .................................................................................................................................... 57 6 FARMÁCIA HOSPITALAR ............................................................................................................................... 58 6.1 Integração com outras áreas ........................................................................................................... 62 6.1.1 Enfermagem.............................................................................................................................................. 62 6.1.2 Corpo clínico (médicos) ........................................................................................................................ 63 6.1.3 Administração superior ........................................................................................................................ 63 6.1.4 Institucional .............................................................................................................................................. 63 6.2 Farmácia satélite ................................................................................................................................... 64 6.3 Dispensação de medicamentos ...................................................................................................... 64 6.4 Fracionamento de medicamentos ................................................................................................. 67 6.4.1 Indústria ..................................................................................................................................................... 67 6.4.2 Farmácias ................................................................................................................................................... 68 7 SERVIÇOS TERCEIRIZADOS E PROCESSOS HOSPITALARES ............................................................. 69 7.1 Processos hospitalares ........................................................................................................................ 69 7.1.1 Processos principais do serviço de nutrição ................................................................................ 73 8 SERVIÇOS DE TERCEIROS ............................................................................................................................. 76 8.1 Lavanderia hospitalar ......................................................................................................................... 76 7 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 APRESENTAÇÃO Caro aluno, A administração hospitalar, em meio a um cenário altamente competitivo, requer profissionais capacitados para conhecer a dinâmica desse segmento. O desenvolvimento de competências é fundamental para o desempenho dessa função, tais como: uma boa administração de materiais na área de saúde, na prestação dos serviços de enfermagem, na administração da farmácia hospitalar, no cuidado com os preparativos da alimentação para os pacientes e também com a gestão dos sistemas que dão suporte às áreas fim e meio de uma instituição de saúde. O objetivo desta disciplina é abordar os sistemas de informações na área de saúde de abrangência nacional que dão suporte à tomada de decisão dos gestores públicos e da iniciativa privada que atuem nas organizações do segmento de saúde. Além disso, serão discutidos também os serviços de enfermagem, farmácia e nutrição e sua importância para a segurança do paciente e das equipes responsáveis por esses serviços. Destacaremos os processos que dão suporte às atividades de saúde e também serão abordados os serviços hospitalares passíveis de terceirização, tais como: lavanderia hospitalar, manutenção de equipamentos hospitalares e alimentação hospitalar. Esperamos que esse material sirva de apoio para o desenvolvimento de suas competências, habilidades e atitudes, contribuindo para uma gestão eficaz na sua área de atuação. Bons estudos! INTRODUÇÃO A área de saúde desempenha um papel fundamental no contexto social e requer uma gestão com capacidade de tomada de decisão frente aos grandes desafios que norteiam a saúde no Brasil. Os recursos na área de saúde são cada vez mais escassos, o que requer do gestor uma visão sistêmica de todos os processos e serviços que são demandados e ofertados para a sociedade. De acordo com Borba (2006, p. 120), a eficiência das atividades no hospital deve ser comparada à eficiência da aviação ou da Fórmula 1, em que tudo flui de maneira que inspire confiança e que todos tenham certeza e acreditem no sistema, tranquilizando-se nos aspetos de segurança, pois acreditam nos métodos empregados e têm a consciência de que as falhas são reduzidas ao mínimo, ou quase plenamente eliminadas. Serão abordados os sistemas de informações de abrangência nacional que dão suporte à gestão das unidades de saúde, desde os utilizados pelos órgãos de controle e gestão, com informações que 8 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 subsidiam as politicas públicas nessa área, até os sistemas utilizados para aprimorar o atendimento ao público e de usuários dos serviços de saúde. Vamos abordar também os serviços laboratoriais e exames clínicos, em especial as causas de variação dos resultados de exames laboratoriais. Serão abordados os serviços de enfermagem, farmácia e nutrição hospitalar, bem como a importância do mapeamento dos processos que suportam as atividades desenvolvidas nas instituições de saúde a sua importância na gestão com qualidade e segurança. Ainda abordaremos os tipos de serviços passíveis de terceirização e a governança desses serviços, tais como lavanderia hospitalar, manutenção de equipamentos hospitalares e alimentação hospitalar. 9 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA Unidade I 1 USO DA TECNOLOGIA NA ÁREA DE SAÚDE Primeiramente, uma abordagem sobre os sistemas de informação em saúde será feita e, para entender o sistema de informação em saúde no Brasil, seus componentes, sua função e seu uso, torna-se conveniente que se conheça um pouco da origem, da evolução e da estrutura atual da organização das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde no país. Sabemos da importância das informações sobre a saúde da população e das dificuldades em obtê-las de forma rápida e eficiente, o que, na área de saúde, é fundamental para o diagnóstico preciso e a adoção de um tratamento com maior eficácia. As ações implementadas pelos órgãos da Administração Pública, notadamente o Ministério da Saúde, são fundamentais para a compreensão da abrangência e da qualidade dos dados que são gerados, processados e disponibilizados pelos diversos sistemas, e que depois são utilizados em diferentes finalidades de planejamento, gestão, avaliação, controle social, ensino e pesquisa na área de saúde. A seguir, será abordado o contexto histórico de forma resumida, a fim de levar o aluno ao conhecimento dos aspectos legais e políticos que nortearam a adoção de estratégias na área de Tecnologia da Informação. 1.1 A saúde no Brasil: contexto histórico, legal e político O relatório do Ministério da Saúde, elaborado com o apoio da OrganizaçãoPan-americana da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (BRASIL, 2009a), nos traz uma visão bastante ampla sobre os esforços que têm sido feitos no sentido de racionalizar o setor de saúde no Brasil. Basicamente, partiu-se de uma estrutura quase anárquica – com múltiplos agentes, na maioria das vezes, descoordenados, duplicando ou triplicando, nas diferentes esferas de governo, ações em algumas áreas, deixando outras descobertas – para uma organização sistêmica e estruturada, englobando o setor público e o privado conveniado (BRASIL, 2009a). A primeira iniciativa surgiu com a edição da Lei nº 6.229 (BRASIL, 1975), que dispunha sobre a organização do Sistema Nacional de Saúde. Definia para estados, territórios e Distrito Federal, principalmente, atividades de operação de serviços de saúde. A necessidade de unificação e padronização das informações no âmbito da saúde levou ao desenvolvimento de vários sistemas de controle que possibilitam aos gestores tomar decisões em suas áreas de atuação, visando à utilização dos recursos de forma eficiente. 10 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I A seguir observaremos o que a lei prescrevia para os municípios: • Manter os serviços de saúde de interesse da população local, especialmente os de pronto-socorro. • Manter a vigilância epidemiológica. • Articular seus planos locais de saúde com os planos estaduais e federais para a área. • Integrar seus serviços de proteção e recuperação da saúde no Sistema Nacional de Saúde. Observe que são ações que demandam esforços dos gestores na sua implementação e controle, sendo necessário a integração dessas informações com outras esferas de governo para minimizar os riscos no atendimento às demandas de cada munícipio. Importante destacar que, nesse contexto, a política nacional de saúde seria formulada pelo Ministério da Saúde e aprovada pelo então existente Conselho de Desenvolvimento Social: Foi uma tentativa de organizar a caótica situação da prestação de serviços de saúde no Brasil. Na época, poucos avanços foram conseguidos, pois, no nível federal, continuavam a existir múltiplas instituições promovendo ou executando ações de saúde, em especial, os Ministérios da Saúde, da Previdência Social, da Educação e Cultura, do Interior e do Trabalho. Pode-se dizer que, formalmente, porém, não de fato, o Ministério da Saúde começou a se caracterizar como o mentor do sistema. Naquele contexto, ainda em 1975, foram criados, no âmbito do Ministério da Saúde, o Sistema Nacional de Saúde (SNS) e um subsistema de mortalidade, a partir da adoção de um modelo único de declaração do óbito para todo o país. Todavia, cabe registrar que o SNS, tal como referido na Lei nº 6.229 (BRASIL, 1975), nunca foi efetivamente implementado. Entretanto, desde então, várias outras iniciativas foram empreendidas no sentido de integrar serviços e racionalizar a prática das ações de saúde: a reforma da assistência médica da Previdência Social, as Ações Integradas de Saúde e o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde. Paralelamente, também nos anos 1970, teve início, no âmbito acadêmico, um processo de discussão sobre a reformulação do setor Saúde no Brasil, conhecido, mais tarde, como Reforma Sanitária. Por ocasião do 1º Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, em 1979, já se delineavam os princípios que vieram a ser adotados pelo atual Sistema Único de Saúde: 1) o direito à saúde, concebido como universal e inalienável; 2) o caráter intersetorial dos determinantes da saúde; 3) o papel do Estado no sentido de regular “para obstaculizar os efeitos mais nocivos das leis do mercado na área da saúde”; 4) a descentralização, a regionalização e a hierarquização; 5) a participação popular e o controle democrático (CORDEIRO apud BRASIL, 2009a, p. 7). 11 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA Observação A necessidade de uma Política Nacional de Saúde está subentendida na Constituição do País, no seu artigo oitavo, inciso XIV, quando expressa a competência da União no estabelecimento de normas gerais da defesa e proteção da saúde (BRASIL, 1988). No Decreto-Lei nº 200 (BRASIL, 1967), entretanto, essa necessidade vem explicitada e vinculada ao âmbito do Ministério da Saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988, foi posteriormente regulamentado por duas leis federais: a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990) e a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que trata do controle social e do financiamento do setor Saúde (BRASIL, 1988; ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA apud BRASIL, 2009a, p. 8). Dessa forma, as diretrizes básicas para a organização do SUS consistiram em descentralização, com direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; e a participação da comunidade (BRASIL, 1988). No contexto, marcado pela valorização da gestão participativa, municípios e estados alçaram o estatuto de novos e importantes atores, uma vez que passaram a ter papel fundamental, inclusive na geração e no uso de dados necessários aos diferentes subsistemas de informação em saúde existentes no país. Observa-se que há necessidade de uma ação planejada para que essas informações possam possibilitar aos gestores de saúde a tomada de decisão. Dessa forma, o processo de descentralização consequente à implantação do SUS necessitou, para o seu funcionamento harmônico, de mecanismos de negociação entre as três esferas de governo. Foram criadas comissões intergestoras: uma comissão tripartite, formada por representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde; e comissões bipartites em cada estado, formadas por representantes das secretarias estaduais de saúde e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde. Nesse quadro, as decisões importantes passaram a ser pactuadas nessas comissões antes de serem implantadas. As pactuações envolvem a organização e o funcionamento do sistema, bem como seus mecanismos de financiamento. As decisões sobre implantação e desenvolvimento dos sistemas de informação em saúde são igualmente discutidas e pactuadas nessas instâncias. 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE SAÚDE DE ABRANGÊNCIA NACIONAL Um grande problema na área de saúde consiste na disponibilização de informações, haja vista tradicionalmente as informações sobre saúde no Brasil serem fragmentadas, resultado da atividade compartimentalizada das várias instituições que atuam no setor (CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE; BRASIL, 1994 apud BRASIL, 2009a). 12 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I Essa problemática é um das grandes questões na alocação de recursos de forma prática e com a finalidade de atender as regiões com maior necessidade de acompanhamento e medidas de saneamento no cuidado básico. A falta de integração dos diversos sistemas existentes dificulta a tomada de decisão dos gestores, portanto, há necessidade de ações que promovam essa integração na esfera de governo, tanto no âmbito federal quanto estadual e municipal. Um exemplo destacado pelo relatório (BRASIL, 2009a) era a obtenção de dados sobre morbidade, o que era difícil, em razão das diferentes fontes de dados, originárias principalmente de serviços e programas verticais, como materno-infantil, saúde escolar, malária, tuberculose, hanseníase e controle de poliomielite. As informações desses diferentes bancos de dados que existiam refletiam o panorama e a tendência de cada evento. Outro problema era o da qualidade das informações existentes, pois eram necessárias ações para melhorar o grau e a qualidade desses bancos de dados, transformá-los em informações e gerar o conhecimento necessário para o planejamento deprojetos na área de saúde. Outro aspecto a ser destacado era a dificuldade de coordenar as informações por eles produzidas, pois a falta de integração dos dados produzia resultados decepcionantes, em razão das inconsistências que acarretavam baixas possibilidades de análise da situação. Essa realidade ainda persiste, haja vista o número de sistemas existentes em diversos órgãos da Administração Pública, não apenas na área de saúde, como em outras áreas afins, como a segurança e educação. Dessa forma, havia grande quantidade de dados, mas estes eram esparsos e, portanto, não possibilitavam a geração de conhecimento coerente e útil para subsidiar decisões na área de saúde. Vale destacar que as iniciativas de disseminação de informações anteriores à redemocratização do país restringiam-se a bancos de dados cujo acesso era limitado aos gestores dos sistemas e aos gabinetes de assessoria técnica das autoridades. Tal limitação de acesso não se devia apenas às restrições tecnológicas da época, mas também, principalmente, a uma política de informação subordinada aos interesses da “segurança nacional” e ao viés corporativo das instituições. Em meados da década de 1970, o movimento sanitário propôs uma reforma sanitária estabelecendo as bases do que seria o SUS, e gerando uma demanda de informações em saúde atualizadas e detalhadas. Naquele período, ocorriam o progresso e a difusão da teleinformática, disponibilizando acesso remoto, por terminais, aos bancos de dados ainda restritos aos mainframes e, posteriormente, da microinformática, gerando a possibilidade de bases de dados descentralizadas. De acordo com o relatório citado anteriormente (BRASIL, 2009a), o primeiro momento da história recente da construção de sistemas de âmbito nacional para a captura de dados e a disseminação de informações sobre a saúde ocorreu em 1977, quando o Ministério da Saúde, com o objetivo de manter compatibilidade com outros países, padronizou os registros de óbitos no Brasil e criou um sistema informatizado para a captura dos dados, disponibilizando-os por meio de publicações. Na mesma época, os 13 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA gestores do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) demandaram à então denominada Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev) instrumentos que os apoiassem no planejamento e no controle da produção hospitalar. Os dados coletados possibilitaram, posteriormente, as primeiras iniciativas de disseminação de informações em saúde, ainda limitadas ao público interno da área da previdência social. Em 1980, percebendo a importância das informações para a gestão, a Dataprev – que já dispunha de uma rede nacional com pontos de acesso em todas as capitais brasileiras – desenvolveu um aplicativo precursor na disseminação de informações: o Sistema Integrado de Tratamento Estatístico de Séries Estratégicas (Sintese). Este sistema incorporava séries históricas ao seu acervo, inclusive de fontes externas, como o IBGE, e de naturezas distintas, como a cotação do dólar e a taxa de inflação, permitindo a contextualização dos dados e a comparabilidade dos dados financeiros ao longo do tempo. O sucesso do Sintese ultrapassou as fronteiras da Previdência, e a Dataprev tornou a capacitação no aplicativo uma das estratégias da empresa na formação e no aperfeiçoamento de profissionais em informação. 2.1 Implantação do Departamento de Informática do SUS (Datasus) Sabemos que a informação é fundamental para a democratização da saúde e o aprimoramento de sua gestão. A informatização das atividades do SUS, dentro de diretrizes tecnológicas adequadas, é essencial para a descentralização das atividades de saúde e viabilização do controle social sobre a utilização dos recursos disponíveis. Essas informações disponibilizadas aos tomadores de decisão no âmbito da saúde possibilitam a gestão por resultados, pois há possibilidade de obtenção de dados atualizados de ações planejadas em conjunto com outros órgãos gestores. Assim, havia a necessidade de criação de um órgão que fosse responsável pelo desenvolvimento e integração dessas informações, culminando com a criação do Departamento de Informática do SUS (Datasus). A partir de 2011, o Datasus passa a integrar a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, conforme Decreto nº 7.530 (BRASIL, 2011a), que trata da Estrutura Regimental do Ministério da Saúde. Dentre as atribuições do Departamento de Informática do SUS (Datasus), destacamos: Prover os órgãos do SUS de sistemas de informação e suporte de informática, necessários ao processo de planejamento, operação e controle do Sistema Único de Saúde, por meio da manutenção de bases de dados nacionais, apoio e consultoria na implantação de sistemas e coordenação das atividades de informática inerentes ao funcionamento integrado dos mesmos. São estas as competências definidas para o Datasus pelo Decreto: I. fomentar, regulamentar e avaliar as ações de informatização do SUS, direcionadas para a manutenção e desenvolvimento do sistema de informações em saúde e dos sistemas internos de gestão do Ministério; 14 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I II. desenvolver, pesquisar e incorporar tecnologias de informática que possibilitem a implementação de sistemas e a disseminação de informações necessárias às ações de saúde; III. definir padrões, diretrizes, normas e procedimentos para transferência de informações e contratação de bens e serviços de informática no âmbito dos órgãos e entidades do Ministério; IV. definir padrões para a captação e transferência de informações em saúde, visando à integração operacional das bases de dados e dos sistemas desenvolvidos e implantados no âmbito do SUS; V. manter o acervo das bases de dados necessárias ao sistema de informações em saúde e aos sistemas internos de gestão institucional; VI. assegurar aos gestores do SUS e órgãos congêneres o acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério; VII. definir programas de cooperação técnica com entidades de pesquisa e ensino para prospecção e transferência de tecnologia e metodologias de informação e informática em saúde; VIII. apoiar Estados, Municípios e o Distrito Federal, na informatização das atividades do SUS; e X. coordenar a implementação do sistema nacional de informação em saúde, nos termos da legislação vigente (DATASUS, 2016a). Com essa medida, o governo procurou aprimorar as informações sobre saúde no Brasil, o que possibilitou o gerenciamento e a alocação de recursos em ações demandadas por esse segmento. E o que é Sistema de Informação em Saúde na concepção da Organização Mundial de Saúde (OMS)? Para a OMS: Sistema de Informação em Saúde é um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária para organizar e operar os serviços de saúde e, também, para a investigação e o planejamento com vistas ao controle de doenças (CASTRO, 2003). Na definição da Organização Pan-americana da Saúde (Opas): Sistema de Informação em Saúde é o conjunto de componentes (estruturas administrativas, departamento de estatística de saúde, unidades de informação em saúde) que atuam de forma integrada e que têm por finalidade produzir a informação necessária e oportuna para implementar 15 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA processos de decisões no sistema de serviços de saúde (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE apud CASTRO, 2003). Observação Observe que a questão da integração das informações é fundamental para a geração de conhecimento, o que permitirá a melhoria dos processos e também dos serviços na área de saúde. Saiba mais Conheça os resultados da pesquisa que aborda o desenvolvimento histórico e conceitual da experiênciabrasileira em sistemas de informação em saúde. Acesse o endereço eletrônico a seguir: BRASIL. Ministério da Saúde. A experiência brasileira em sistemas de informação em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 2 v. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/experiencia_brasileira_sistemas_saude_volume1.pdf>. Acesso em: 29 set. 2016. Após essa revisão histórica sobre sistemas de informação na área de saúde, vamos analisar alguns sistemas que dão suporte à gestão em saúde, sua utilização e apoio às diretrizes governamentais. 2.2 Sistema de Logística em Saúde (Silos) O Sistema de Logística em Saúde (Silos) foi idealizado no Departamento de Logística em Saúde (DLOG), pela Coordenação-Geral de Gestão e Planejamento Logístico em Saúde (CGGPL) e desenvolvido pelo Datasus, tendo em vista a necessidade de automação dos processos de planejamento, controle e monitoramento das compras realizadas pelo Ministério da Saúde. Vale destacar que o processo de compras na área governamental segue um rito processual diferente da iniciativa privada, ou seja, é necessário licitar. O processo de licitação está regulamentado pela Lei Geral de Licitações, denominada Lei 8.666/93 e também está previsto na Constituição Federal no seu artigo 37, no inciso XXI, o seguinte: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 16 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I [...] XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (BRASIL, 1988, grifo nosso). Para tanto, foram desenvolvidos vários sistemas que dão suporte ao processo de compras, como a aquisição, controle e logística de distribuição, tanto na área de saúde como em outras áreas. Os objetivos que devem ser alcançados pelo Silos (BRASIL, 2012b) são os seguintes: I – Aperfeiçoar, reduzir e agilizar os fluxos, além de garantir a segurança e a integridade das informações. II – Planejar o processo de logística integrada do Ministério da Saúde. III – Planejar, coordenar, orientar e avaliar o armazenamento e a distribuição dos produtos adquiridos pelo Ministério da Saúde. IV – Consolidar o plano de demanda do Ministério da Saúde e assessorar as áreas demandadas. V – Criar e gerir o Planejamento Logístico do Ministério da Saúde. VI – Criar o TR eletrônico. Saiba mais Saiba mais sobre os procedimentos que devem ser adotados nas contratações destinadas ao fornecimento de bens e à prestação de serviços relativos a Insumos Estratégicos para a Saúde (IES): BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.710, de 17 de novembro de 2011. Brasília, 2011c. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ saudelegis/gm/2011/prt2710_17_11_2011.html>. Acesso em: 29 set. 2016. Verifique quais são os procedimentos necessários para a contratação de IES. Outro sistema que vamos abordar é o Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab). 17 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA 2.3 Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) O Siab foi implantado em 1998 em substituição ao Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Sipacs), pela então Coordenação da Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde, hoje Departamento de Atenção Básica/Secretaria de Atenção à Saúde, em conjunto com o Departamento de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE, para o acompanhamento das ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF). É importante salientar que o Siab é um sistema de informação territorializado cujos dados são gerados por profissionais de saúde das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). As informações são coletadas em âmbito domiciliar e em unidades básicas nas áreas cobertas pela ESF e pelo Sipacs. Essa descentralização na coleta de dados possibilita uma visão estratégica em relação à aplicação de recursos pelo Ministério da Saúde, priorizando ações em regiões que demandam tais recursos. O Siab foi desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Saúde e incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária. Essas características significaram avanços concretos no campo da informação em saúde. Dentre elas, destacamos: • microespacialização de problemas de saúde e de avaliação de intervenções; • utilização mais ágil e oportuna da informação; • produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organização das ações de saúde a partir da identificação de problemas; • consolidação progressiva da informação, partindo de níveis menos agregados para mais agregados. As informações obtidas por meio do Siab são: • Famílias – informações sobre cadastros de famílias. • Moradia – quais são as condições de moradia e saneamento. • Saúde – situações de saúde, produção e composição das equipes de saúde. Os principais instrumentos de coleta do Siab são: 18 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I • Ficha de cadastro das famílias e levantamento de dados sócio-sanitários, preenchida pelo agente comunitário de saúde (ACS) no momento do cadastramento das famílias, sendo atualizada permanentemente. • Fichas de acompanhamento de grupos de risco e de problemas de saúde prioritários, preenchidas mensalmente pelos agentes comunitários de saúde, no momento de realização das visitas domiciliares. • Fichas de registro de atividades, procedimentos e notificações, produzidas mensalmente por todos os profissionais das equipes de saúde Ficha de cadastro Ficha de registro Ficha de acompanhamento Figura 1 O Ministério da Saúde disponibiliza a base de dados do Siab na internet, sendo essa uma ação estratégica da política definida pelo Ministério. A utilização das informações disponibilizadas pelo Siab tem como objetivo fornecer informações que subsidiem a tomada de decisão pelos gestores do SUS, e a instrumentalização pelas instâncias de controle social, publicizando, assim, os dados para o uso de todos os atores envolvidos na consolidação do SUS. Com essas informações, é possível a geração de relatórios no campo da pesquisa acadêmica, no fomento a iniciativas que possam auxiliar na tomada de decisão para os gestores que atuam na área de saúde, tanto da iniciativa pública, quanto da privada, para elaboração do seu planejamento estratégico e definição de prioridades na alocação de recursos. Sabemos que, na área de Tecnologia da Informação, desenvolver sistemas não adianta, se não houver a atualização constante das informações disponibilizadas. Nesse sentido, faz parte da estratégia do Ministério da Saúde a constante atualização e revisão dos sistemas. Isso, atualmente, vem ocorrendo para que o sistema se transforme, de fato, numa ferramenta que permita o monitoramento e favoreça a avaliação da atenção básica. Saiba mais Faça uma pesquisa no Siab para verificação das informações sobre a Atenção à Saúde. Visite a página do Siab no endereço eletrônico a seguir: SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA (Siab). Informações estatísticas. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://www2.datasus. gov.br/SIAB/index.php?area=04>. Acesso em: 29 set. 2016. 19 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io- 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA Os dados gerados através das fichas de coleta são, em grade parte, agregados, e alguns deles são consolidados antes de serem lançados no programa informatizado. Uma vez processados os dados, são produzidos os relatórios de indicadores do Siab. São eles: • Consolidado de Famílias Cadastradas – apresenta os indicadores demográficos e sócio-sanitários por microárea, área, segmento territorial, zona (urbana/rural), município, estado e região. • Relatório de Situação de Saúde e Acompanhamento das Famílias – consolida mensalmente as informações sobre situação de saúde das famílias acompanhadas por área, segmento territorial, zona (urbana/rural), município, estado e região. • Relatório de Produção e Marcadores para Avaliação –consolida mensalmente as informações sobre produção de serviços e a ocorrência de doenças e/ou situações consideradas marcadoras por área, segmento territorial, zona (urbana/rural), município, estado e região. Outro importante sistema é o Sistema de Informações de Controle do Câncer do Colo do Útero, o Siscolo; vamos destacar os principais serviços disponibilizados por esse sistema. 2.4 Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) Na área de saúde, sabemos que o câncer de colo do útero é um grande problema, pois, em algumas regiões, não há informações suficientes para que os agentes públicos possam adotar medidas de controle e combate ao câncer do colo de útero que, em pleno século XXI, ainda é muito recorrente. Os elevados índices de incidência e mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil justificam a implementação de ações nacionais voltadas para a prevenção e o controle do câncer (promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos), tendo como base as diretrizes da Política Nacional de Atenção Oncológica (BRASIL, 2005b). No Brasil, o Ministério da Saúde, com o objetivo de implementar ações de controle para o câncer de colo do útero, desenvolveu, em 1997, um projeto piloto em seis localidades (Curitiba, Brasília, Recife, Rio de Janeiro e Belém) e, no estado de Sergipe, em janeiro de 1998. Em 1998, com a introdução do Sistema de Informações de Controle do Câncer do Colo do Útero, esse projeto foi se intensificado e, em 1999-2000, foram criadas coordenações estaduais do Programa Viva Mulher que, no início, priorizava o câncer de colo do útero em relação aos outros tipos de câncer. Fez parte dessa procura a implementação de estratégias importantes, tais como a padronização de procedimentos e de condutas que garantam a qualidade dos processos técnicos e operacionais para o controle do câncer. Um dos principais instrumentos que auxiliam a consolidação das ações de um programa de controle de câncer é a utilização de um sistema informatizado para gerenciamento das informações oriundas das unidades de saúde, o qual deve ser atualizado constantemente. 20 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I O Siscolo é utilizado em todo o território nacional desde 1999. Por meio da Portaria nº 287, foi implantada uma nova versão, atualizada de acordo com a Nomenclatura Brasileira de Laudos Citopatológicos (INCA, 2011). A portaria define que o Siscolo é o sistema oficial do Ministério da Saúde, a ser “utilizado para o fornecimento dos dados referentes aos procedimentos de citopatologia, histopatologia e controle de qualidade do exame de papanicolau” (artigos 1º e 2º). Vejamos o que dizem os artigos 1º e 2º da Portaria nº 287 (BRASIL, 2006b): Art. 1º Estabelecer que o pagamento dos procedimentos referentes à citopatologia: exame citopatológico cérvico-vaginal e microflora (código 12.011.01-0), histopatologia: exame anátomo patológico do colo uterino (código 12012.03-3) e o monitoramento externo da qualidade, através do exame citopatológico cérvico-vaginal e microflora (código 12.011.01-0), permanece vinculado à prestação das informações necessárias ao acompanhamento e avaliação das atividades de controle do câncer de colo do útero no Brasil, por intermédio de BPA em meio magnético, gerado exclusivamente pelo Siscolo (Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero). Art. 2º Definir que o Sistema de informática oficial do Ministério da Saúde, que deverá ser utilizado para o fornecimento dos dados informatizados referentes aos procedimentos previstos no Artigo 1º, é o Siscolo (Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero), fornecido pelo Departamento de Informática do SUS/Datasus, e que disponibilizará a partir da competência junho de 2006 a versão 4.0. § 1º – O Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero é composto por dois módulos operacionais: módulo laboratório e módulo coordenação. I. Módulo Laboratório: registrará os dados referentes aos procedimentos de citopatologia, histopatologia e monitoramento externo da qualidade. É o módulo responsável por gerar o BPA em meio magnético. II. Módulo Coordenação: registrará as informações de seguimento das mulheres que apresentam resultados de exames alterados. A alimentação dos dados é feita pela exportação dos dados do módulo laboratório para a coordenação. O acompanhamento e supervisão da informação a ser gerada são de responsabilidades da coordenação estadual de saúde, ou municipal, onde o sistema de informação estiver implantado. § 2º – O monitoramento Externo da Qualidade compreende a realização de nova leitura de lâmina do exame citopatológico, por outro laboratório, sendo sua implantação de responsabilidade dos gestores estaduais/municipais em acordo com as determinações estabelecidas na legislação vigente. 21 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA Lembrete Em 2008, por meio da publicação da Portaria nº 779 (BRASIL, 2008b), foi definida a implantação do Sismama como o sistema de informação oficial do Ministério da Saúde, a ser “utilizado para o fornecimento dos dados informatizados dos procedimentos relacionados ao rastreamento e à confirmação diagnóstica do câncer de mama” (artigo 1º). O Siscolo e o Sismama são subsistemas do Sistema de Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS), utilizados para cadastrar os exames citopatológicos e histopatológicos do colo do útero e mama, e também mamografia, no âmbito do SUS. O sistema permite: • Obter o Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I). • Registrar informações sobre condutas diagnósticas e terapêuticas relativas aos exames positivos/alterados (módulo seguimento da paciente). • Selecionar amostras para monitoramento externo da qualidade dos exames (Siscolo). • Coletar dados para construção de indicadores. Saiba mais O endereço eletrônico do Siscolo/Sismama está a seguir: BRASIL. Ministério da Saúde. Siscolo/Sismama. Brasília, 2008c. Disponível em: <http://w3.datasus.gov.br/siscam/index.php?area=04>. Acesso em: 4 out. 2016. Conheça os sistemas que apoiam a área de saúde, consulte a página da Datasus, o endereço eletrônico está a seguir: DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SUS (DATASUS). SIHSUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS. (s.l.), 2016c. Disponível em: <http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/hospitalares/sihsus>. Acesso em: 29 set. 2016. 22 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I 2.5 Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus) Sabemos que a demanda por medicamentos é enorme, portanto, a gestão na aplicação dos recursos destinados a essa atividade deve ser acompanhada e monitorada de forma eficiente e eficaz pelos órgãos públicos. Nesse sentido, foi desenvolvido o Hórus, um sistema para gestão dos medicamentos e insumos. Esse sistema é uma ferramenta bastante útil e pode ser utilizado em diversos tipos de serviços que gerenciam medicamentos e insumos. A seguir, é apresentado o fluxo de comunicação que pode ocorrerentre os estabelecimentos de saúde que utilizam o Hórus. ESTADO, MUNICÍPIO, DSEI, CASAI, PÓLO, ALDEIA, HOSPITALESTADO, DSEI, HOSPITAL Almoxarifado central Almoxarifado central Almoxarifado regional Almoxarifado Almoxarifado Almoxarifado Almoxarifado Departamento Cidadão Cuidado farmacêutico Almoxarifado regional Farmácia, unidade de dispensão Saídas diversas Saídas diversas RemanejamentosRequisição de envio com ou sem solicitação Figura 2 Os recursos despendidos na compra de medicamentos e insumos são elevados e requerem um acompanhamento pelos gestores de forma a minimizar a falta desses materiais na rede hospitalar. A Base Nacional de Dados de ações e serviços da Assistência Farmacêutica no SUS, regulamentada por meio da Portaria nº 957 (BRASIL, 2016b), é constituída por um conjunto de dados das entradas, saídas e dispensações realizadas pelos estabelecimentos de saúde dos estados, Distrito Federal e municípios, referentes aos medicamentos constantes da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) vigente e do Programa Farmácia Popular do Brasil. Os dados são coletados de sistemas eletrônicos disponibilizados pelo Ministério da Saúde: 23 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA • Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus). • Web service (serviço disponibilizado a municípios que possuem sistemas de informação próprios). • Sistema Autorizador do Programa Farmácia Popular. O acesso aos dados da Base Nacional pode ser realizado por meio de um Sistema de Suporte à Decisão (SSDDAF), que tem como objetivo gerar informação a partir de banco de dados internos e externos e que proporcionem aos gestores soluções que auxiliem e aprimorem o processo de tomada de decisão. BD farmácia popular BD Hórus Repositório Hórus Repositório Hórus Repositório Hórus Web service Base nacional de dados Mineração de dados Sistema de suporte à decisão XML Fontes de dados Sistemas não Hórus Dispositivos Desempenho Análises Relatórios Ferramenta fácil de usar Figura 3 2.6 Business intelligence (BI) Outra importante ferramenta desenvolvida pelo Datasus é o business intelligence (BI), que permite aos gestores obter informações estratégicas para a tomada de decisão. O BI ou inteligência de negócios vem ganhando cada vez mais força junto aos mais variados tipos de organização, principalmente para apoio às tomadas de decisões dos profissionais dos níveis táticos e estratégicos. Para desenvolver o BI, o Datasus incorporou a seus quadros profissionais e softwares especialistas para a construção de ferramentas para apoio à decisão utilizando os conceitos de BI. O BI adota arquitetura de servidores computacionais que permitam a construção de Data Warehouses/Data Marts apoiados por metodologia de modelagem multidimensional e automatização do processo de transformação e carga em bancos de dados integrados. 24 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I A implantação de um BI para instituições de saúde, de qualquer porte, possibilita a busca e interpretação de informações armazenadas para apoio às decisões dentro do ciclo de vida do cidadão (do nascimento ao óbito), bem como produtividade, controle, avaliação e gestão dos estabelecimentos, órgãos e secretarias do Ministério. Saiba mais Para consultar o Sage, acesse o endereço eletrônico a seguir: <http://sage.saude.gov.br/>. Para que haja uma política governamental na área de saúde, o governo, em todas as esferas, precisa investir na informatização. Vejamos, a seguir, a notícia sobre as medidas que o governo federal vem adotando para informatização do SUS. Ministério da saúde avança na informatização do SUS Plataforma vai unificar nove sistemas de dados hospitalares e ambulatoriais utilizados para registro de atendimentos. Prevista para ser implantada integralmente até 2017, deve reunir ainda dados da rede privada e suplementar. O Ministério da Saúde deu um passo fundamental para informatização do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram assinadas nesta quinta-feira (25), pelo ministro Ricardo Barros durante a Comissão Intergestores Tripartite (CIT), duas resoluções que vão aprimorar o registro de dados de serviços, reduzindo custos e tempo de alimentação por parte dos gestores de saúde: a que constitui o Conjunto Mínimo de Dados (CMD), ferramenta que unificará os sistemas existentes, e a que institui o Comitê Gestor da Estratégia E-Saúde, um grupo de ações de saúde por meio eletrônico. O aperfeiçoamento dos sistemas de informação do SUS é uma das prioridades já anunciadas pelo ministro. O objetivo é integrar o controle das ações, permitindo a correta aplicação dos recursos públicos e o fornecimento de dados adequados para o planejamento e para a execução das prioridades do setor. “Essa estratégia vai facilitar o registro de informações, em um layout único, evitando o abastecimento da mesma informação em sistemas diferentes, e ainda possibilitando economia financeira com a manutenção de cada sistema, tanto no nível local quanto nacional, e de capacitação de usuários”, avaliou o ministro Ricardo Barros. Para ele, este avanço colocará o SUS no patamar de sistemas de saúde avançados do ponto de vista do gerenciamento das informações. A implantação do Conjunto Mínimo de Dados (CMD) será gradual e unificará nove sistemas adotados no SUS: Boletim de Produção Ambulatorial (BPA), Autorização de 25 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA Procedimento Ambulatorial (APAC), Registro das Ações Ambulatoriais de Saúde (RAAS), Autorização de Internação Hospitalar (SISAIH01), Coleta da Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA01), Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), Sistema de Informação Hospitalar (SIH), Processamento da Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial (CIHA02) e Sistema de Regulação, Controle e Avaliação (SISRCA). O registro das informações no CMD será realizado por todos estabelecimentos de saúde públicos e privados em território nacional, e poderá ser realizado por meio dos sistemas já existentes que serão integrados no Barramento da Saúde, ou por meio de solução gratuita disponibilizada pelo Ministério da Saúde. A previsão é que o funcionamento do CMD ocorra em três etapas. O sistema começará a receber dados da Atenção Básica, por meio do e-SUS Atenção Básica, e da Saúde Suplementar, por meio das Guias da Troca de informações da Saúde Suplementar, (TISS), a partir da publicação das resoluções assinadas durante a CIT, com o desligamento da alimentação por meio dos respectivos sistemas ao longo de setembro. Já a segunda etapa prevê o recebimento no CMD de dados hospitalares e ambulatoriais, tanto dos procedimentos realizados no SUS quanto nas redes privada e suplementar, com o desfecho dos demais sistemas em meados de 2017. Na última etapa, já será possível realizar todo o faturamento ambulatorial e hospitalar do SUS por meio do CMD. e-SAÚDE – Também está avançando o projeto e-Saúde, conjunto de ações que qualifica a gestão da saúde por meio eletrônico, como o CMD, o Registro Eletrônico de Saúde (RES) e a Telemedicina. Nesta quinta-feira, foi firmado o entendimento com estados e municípios, por meio da CIT, para a instituição de um comitê gestor, que vai definir a política e as estratégias para o aprimoramento e expansão do SUS no campo virtual. O Comitê será composto por representantes de todas as secretarias do Ministério da Saúde, da ANS, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Os trabalhos do grupo deverão ser iniciados em 15 dias, a partir da indicação dos membros de cada órgão integrante e da elaboração do seu Regimento Interno. Os membros vão coordenar o desenvolvimento de aplicaçõesinformatizadas no âmbito do Ministério da Saúde, além de apoiar atividades administrativas de estabelecimentos de saúde e de fluxo na rede de atenção à saúde, garantindo maior resolutividade em um menor número de sistemas. Também foi apresentada durante a CIT a plataforma Mapa da Saúde, que permite a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada. A ferramenta passa por ajustes e deverá ser utilizada na identificação das necessidades de saúde da população de cada município, região ou estado, orientando o planejamento e contribuindo para o estabelecimento de metas. Fonte: MINISTÉRIO... (2016). 26 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I Observação Com os avanços na informatização do SUS, os gestores poderão planejar as ações de controle, organizar a rede de assistência para diagnóstico e tratamento, avaliar a necessidade de capacitações e acompanhar as estatísticas na área para a tomada de decisão. Destacamos, ainda, outros sistemas de informações que auxiliam o gestor no planejamento das ações destinadas à área de saúde. 2.7 Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops) Quanto se gasta em saúde no Brasil? Nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste, essa é uma questão fundamental para o planejamento e alocação de recursos. Com esse intuito, foi criado o sistema Siops, institucionalizado, no âmbito do Ministério da Saúde, com a publicação da Portaria Conjunta MS/PGR nº 1.163, de 11 de outubro de 2000, posteriormente retificada pela Portaria Interministerial MS/PGR nº 446, de 16 de março de 2004, sendo, atualmente, coordenado pelo Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento, da Secretaria Executiva do Ministério da Saúde. Até o exercício 2012, o banco de dados do Siops é alimentado pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, por meio do preenchimento de formulário em software desenvolvido pelo Departamento de Informática do SUS (Datasus), com o objetivo de apurar as receitas totais e as despesas em ações e serviços públicos de saúde. A partir do exercício 2013, em decorrência da publicação da Lei Complementar nº 141 (BRASIL, 2012a), o registro de dados passa a ser obrigatório, inclusive para a União. Os dados contidos no Siops têm natureza declaratória e buscam manter compatibilidade com as informações contábeis, geradas e mantidas pelos estados e municípios, além de conformidade com a codificação de classificação de receitas e despesas, definidas pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (STN/MF). As informações prestadas são provenientes do setor responsável pela contabilidade do ente federado. Tais informações são inseridas e transmitidas eletronicamente para o banco de dados do sistema, através da internet, gerando indicadores de forma automática. Com base nessas informações, os gestores podem atuar de forma proativa na alocação de recursos destinados aos projetos prioritários em sua região. Como exemplo, destacamos que um dos indicadores gerados é o do percentual de recursos próprios aplicados em ações e serviços públicos de saúde, que demonstra a situação relativa ao cumprimento da Constituição Federal, com base nos parâmetros definidos na Resolução do Conselho Nacional de Saúde 27 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA nº 322 (2003), até 2012, diante da não regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 (BRASIL, 2000) e, a partir daí, com base nos requisitos da Lei Complementar nº 141 (BRASIL, 2012a), que regulamentou a referida emenda. Assim, o Siops desde a sua criação, em 2000, constitui instrumento para o acompanhamento do cumprimento do dispositivo constitucional que determina aplicação mínima de recursos em ações e serviços públicos de saúde, tendo sido reconhecido seu papel na própria Lei Complementar nº 141 (BRASIL, 2012), que o elege para tal. A Lei Complementar nº 141 (BRASIL, 2012a), regulamento o parágrafo 3º do artigo 198 da Constituição Federal, conforme preâmbulo a seguir: Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; e dá outras providências. A vantagem do Siops é facultar aos Conselhos de Saúde e à sociedade em geral a transparência e a visibilidade sobre a aplicação dos recursos públicos. Constitui importante instrumento para a gestão pública em saúde, pois a partir das informações sobre recursos alocados no setor, há subsídios para a discussão sobre o financiamento e planejamento do SUS. Observação A consolidação das informações sobre gastos em saúde no país é uma iniciativa que vem proporcionar a toda a população o conhecimento sobre quanto cada unidade político-administrativa tem aplicado na área. Saiba mais Saiba mais sobre os procedimentos do Siops, acesse o endereço eletrônico a seguir: PORTAL DA SAÚDE SUS. Coordenação Geral da Economia da Saúde (CGES). Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento (DESID). Brasília, 2016. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/ index.php/o-ministerio/principal/siops>. Acesso em: 29 set. 2016. 28 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I 2.8 Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) O Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) é de suma importância para os programas de vacinação, pois possibilita aos gestores envolvidos no programa uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do estoque de imunos necessário aos administradores que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. Saiba mais Acesse o endereço eletrônico do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações: BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. Brasília, 2014. Disponível em: <http://pni.datasus. gov.br/consulta_Influenza_14_selecao.asp?naofechar=N&enviar=ok&gru po=todos&faixa=todos&sel=vacinometro&sel_parcial=10&sel_parcial_ csv=10>. Acesso em: 5 out. 2016. 2.9 Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS) Os fundamentos legais do SUS (artigos nº 196 a 200 da Constituição Federal de 1988 e das Leis Orgânicas da Saúde – nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 e nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990), acrescidos do conjunto normativo do Ministério da Saúde e, mais recentemente, do Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, definem a organização do SUS e as atribuições dos seus entes federados, cujas bases estão estruturadas pelo Pacto Interfederativo. Entre essas atribuições, se incluem o planejamento, o controle e a avaliação de ações e serviços de saúde, que buscam garantir os princípios e as diretrizes do SUS e consequente a melhoria das condições de saúde dos indivíduos e da coletividade. A Política Nacional de Regulação, instituída pela Portaria nº 1.559 (BRASIL, 2008a), estabelece como ação, na dimensão Regulação da Atenção à Saúde, a avaliação de desempenho dos serviços da gestão e de satisfação dos usuários. Em 2015, foi publicada Portaria nº 28 (BRASIL, 2015), que reformula o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS). 29 Re vi sã o: A line - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA O objetivo do PNASS é avaliar a totalidade dos estabelecimentos de atenção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares, contemplados com recursos financeiros provenientes de programas, políticas e incentivos do Ministério da Saúde, quanto às seguintes dimensões: Estrutura Produção do cuidado PNASS Satisfação dos usuários Gerenciamento de risco Processo Resultado Figura 4 A seguir, apresentamos os objetivos específicos e os critérios de inclusão dos estabelecimentos, conforme determinado pelo PNASS. Quadro 1 Objetivos específicos Critérios de inclusão dos estabelecimentos • Consolidar o processo de avaliações sistemáticas dos estabelecimentos de atenção especializada em saúde, ambulatoriais e hospitalares. • Conhecer o perfil da gestão dos estabelecimentos de Atenção Especializada avaliados. • Aferir a satisfação dos usuários do SUS nos estabelecimentos avaliados. • Incorporar indicadores que meçam o resultado da atenção/assistência prestada pelos estabelecimentos avaliados. • Conhecer a inserção dos estabelecimentos de Atenção Especializada avaliados como ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde. • Incentivar, pedagogicamente, a cultura avaliativa no processo de trabalho dos gestores de saúde. • Incentivar a cultura avaliativa em estabelecimentos de saúde do SUS. • Consolidar o PNASS como um instrumento de gestão do SUS. • Transformar o PNASS em uma ferramenta estratégica de regulação do SUS. • Estabelecimentos que receberam recursos financeiros do Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC). • Estabelecimentos habilitados/qualificados na Rede Cegonha. • Estabelecimentos habilitados/qualificados na Rede de Urgências e Emergências. • Estabelecimentos habilitados em Terapia Renal Substitutiva (TRS). • Estabelecimentos habilitados como Centro Especializados de Reabilitação (CER). • Estabelecimentos habilitados em Oncologia. • Estabelecimentos hospitalares de natureza jurídica pública (federais, estaduais ou municipais). Fonte: PNASS (2016). 30 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I Foram excluídos os estabelecimentos hospitalares considerados hospitais de pequeno porte (HPP), definidos como aqueles que tinham 49 leitos ou menos (leitos de especialidades mais os complementares). Os HPP foram objeto de avaliação pelo Departamento de Atenção Hospitalar e Urgências do Ministério da Saúde (DAHU/SAS/MS) por outro tipo de instrumento de avaliação. Somente serão avaliados pelo PNASS os HPP que possuam algum tipo de habilitação de acordo com os critérios citados anteriormente (PNASS, 2016). Saiba mais Para mais informaçõs, acesse: PORTAL DA SAÚDE SUS. Programa Nacional de Avaliação dos Serviços de Saúde (PNASS). Brasília, 2016. Disponível em: <http://portalsaude.saude. gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/1039-sas-raiz/drac- raiz/cgra/l1-cgra/16806-PNASS>. Acesso em: 4 out. 2016. Outra importante ferramenta para análise das informações na área de saúde é a de Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Esse sistema é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória – Portaria nº 204 (BRASIL, 2016a) –, mas é facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, como varicela no estado de Minas Gerais ou difilobotríase no município de São Paulo. A utilização efetiva desse sistema permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo, assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. Salientamos que o seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções. Saiba mais Para consultar o Sinan, acesse o endereço eletrônico a seguir: <http://portalsinan.saude.gov.br/>. 31 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA 2.10 Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) Vale destacar o que diz a Coordenadora Rosany Bochner, que aborda o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), o qual tem como principal atribuição coordenar a coleta, a compilação, a análise e a divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento notificados no país. Os registros são realizados pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciats), localizados em vários estados brasileiros, parte deles integrantes da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat). As notificações são encaminhadas ao Sinitox, responsável pela consolidação e divulgação anual dos dados, em âmbito nacional. Segundo Bochner (apud SINITOX, 2009), o sistema também desenvolve atividades de pesquisa nas áreas de intoxicação, informação em saúde e saúde pública, contribuindo para o enriquecimento dessas discussões no cenário brasileiro de intoxicação e envenenamento, principalmente no que concerne a questões preventivas. Saiba mais Acesse o endereço eletrônico a seguir para consultar o Sinitox: <http://sinitox.icict.fiocruz.br/>. 2.11 O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) tem como finalidade registrar todos os atendimentos provenientes de internações hospitalares que foram financiadas pelo SUS e, a partir desse processamento, gerar relatórios para que os gestores possam fazer os pagamentos dos estabelecimentos de saúde. Além disso, o nível federal recebe mensalmente uma base de dados de todas as internações autorizadas (aprovadas ou não para pagamento) para que possam ser repassados às Secretarias de Saúde os valores de Produção de Média e Alta complexidade, além dos valores da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), do Fundo de Ações Estratégicas e Compensações (FAEC) e de Hospitais Universitários – em suas variadas formas de contrato de gestão. O sistema tem como objetivo: • Armazenar os dados das internações hospitalares. • Apresentar e processar mensalmente a Autorização de Internação Hospitalar (AIH) dos estabelecimentos de saúde públicos, conveniados e contratados. • Disponibilizar aos gestores relatórios com informações para pagamento da produção aos prestadores. • Acompanhar o desempenho dos hospitais quanto às metas firmadas nos contratos entre gestor e hospitais. 32 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I • Garantir ferramenta de auxílio para as ações de controle, avaliação e auditoria locais. • Calcular o valor global a ser pago aos prestadores e o acompanhamento dos tetos financeiros estabelecidos na programação. • Conhecer gestores, prestadores e profissionais envolvidos na prestação de assistência hospitalar e todas as regras contidas no sistema. • Ao gestor, interferir oportunamente no processamento da produção mensal da produção hospitalar. O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) auxilia também: • O conhecimento ou a construção do perfil de morbidade e mortalidade hospitalar. • O direcionamento adequado das ações de prevenção e promoção da saúde para uma população definida. • A avaliação da qualidade da atenção à saúde ofertada a uma população. Com base na análise dessas informações, o gestor pode avaliar a assistência ambulatorial prestada a sua população,as atividades de prevenção e educação em saúde, o controle de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS e, até mesmo, a vigilância sanitária e epidemiológica. O perfil epidemiológico, a morbidade e mortalidade hospitalar são, entre outros fatores, os resultados da qualidade da atenção primária e secundária ofertada a uma população. É uma ferramenta de cunho gerencial e estratégico, pois, a partir do acompanhamento e avaliação dessas informações, o gestor poderá planejar melhor as ações de saúde em todos os níveis. O SIHD apresenta-se como ferramenta de gerenciamento dos atendimentos hospitalares, utilizada pelas secretarias municipais e estaduais de saúde, seus distritos e regionais. Desenvolvido para realizar captação, controle e cálculo dos valores brutos dos procedimentos hospitalares prestados no atendimento ao cidadão, oferece aos gestores locais autonomia para fazerem o processamento e a gestão das informações de internação. Apresenta seis submódulos: “configuração”, “manutenção”, “produção”, “controle/avaliação”, “processamento” e “relatórios”; e tem sua versão atualizada mensalmente. Utiliza o cadastro de estabelecimentos mantido pelo sistema CNES e ainda: É fonte de informação para tomada de decisão de gestores, auxiliando no planejamento de ações de saúde e atuação da Vigilância Sanitária e Epidemiologia. • Produz relatórios detalhados, com grande abrangência de utilização pela equipe de controle do processamento e pela equipe de gestão do atendimento (Controle, Avaliação e Auditoria). 33 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA • Tem como funcionalidade: • Programa o orçamento para cada estabelecimento, inclusive separando Média e alta complexidade e por especialidade; • Facilita a análise das duplicidades, permitindo várias agregações, visualizando-se os motivos de bloqueio e o responsável pela ação; • Possibilita que os auditores bloqueiem, cancelem e liberem as AIH no próprio sistema; • Atualiza mensalmente o Banco de Dados Nacional do SUS (BD Nacional); • Gera os arquivos compatíveis com diversos aplicativos como TABNet (DATASUS, 2016b). Saiba mais BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação Hospitalar descentralizado (SIHD). Rio de Janeiro, [s.d.]. Disponível em: <http://www2. datasus.gov.br/SIHD/index.php>. Acesso em: 4 out. 2016. 3 SERVIÇOS LABORATORIAIS E EXAMES CLÍNICOS Quando um médico solicita a determinada pessoa um rol de exames clínicos, o objetivo é obter uma avaliação detalhada da situação do paciente e, dessa forma, realizar o diagnóstico correto. Nesse sentido, uma das principais finalidades dos resultados dos exames laboratoriais é reduzir as dúvidas que a história clínica e o exame físico fazem surgir no raciocínio médico. No entanto, para que o laboratório clínico possa atender, adequadamente, a esse propósito, é indispensável que todas as fases do atendimento ao paciente sejam desenvolvidas seguindo os mais elevados princípios de correção técnica, considerando a existência e a importância de diversas variáveis biológicas que influenciam, significativamente, na qualidade final do trabalho. Os exames laboratoriais são de extrema importância na atividade clínica. A correta avaliação auxilia o reconhecimento das disfunções. Quando de posse dos resultados, se houver dúvidas quanto ao diagnóstico, e necessário repetir os testes duvidosos para um controle de qualidade mais efetivo, que garanta a confiabilidade aos resultados. Podemos definir os exames laboratoriais como sendo um conjunto de exames e testes encaminhados por um médico responsável e efetuados em laboratórios de análises clínicas. 34 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I Os exames laboratoriais têm como objetivo o diagnóstico da doença ou apenas um checkup, que significa controle e prevenção. Dessa forma, o exame laboratorial, além de colaborar com o diagnóstico, também desenvolve um papel muito importante na medicina preventiva. Diversas patologias podem ser prevenidas com a realização desses exames. Os profissionais que realizam as análises clínicas são: Farmacêutios Biomédicos Bioquímicos Médicos Figura 5 Esses profissionais são altamente capacitados e supervisionados, e o seu trabalho é validado pelo responsável técnico legal do laboratório clínico. Os laboratórios seguem padrões de qualidade e são fiscalizados pela Vigilância Sanitária e seus técnicos de nível superior, por seus respectivos conselhos profissionais. Vamos verificar a sequência de ações que ocorrem dentro de um laboratório: Coleta Manipulação Conservação Análise Laudo Figura 6 O atendimento aos protocolos e normas vigentes e a qualidade do serviço laboratorial garantem a eficiência do exame e facilitam o diagnóstico da doença. O conteúdo dos protocolos contempla informações técnico-científicas atualizadas e contextualizadas com relação à realidade regional da assistência em saúde. São consideradas também as diretrizes propostas pelas Boas Práticas de Laboratório (BPL) e pelo Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial. Os protocolos foram estruturados de acordo com o processo da assistência laboratorial conforme segue: 35 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 GESTÃO HOSPITALAR INTEGRADA • Fase pré-analítica – indicação e solicitação do exame (preparo do paciente); coleta, armazenamento e transporte. • Fase analítica – realização do teste. • Fase pós-analítica – análise do resultado, liberação do laudo de exame. Vejamos os procedimentos em cada uma dessas fases. Atualmente, tem-se tornado comum a declaração de que a fase pré-analítica é responsável por cerca de 70% do total de erros ocorridos nos laboratórios clínicos que apresentam um sistema de controle da qualidade bem estabelecido. A despeito de todas as dificuldades para a comprovação dessa afirmativa, a implantação, cada vez mais frequente, de procedimentos automatizados e robotizados na fase analítica permite assumi-la como verdadeira. Adicionalmente, algumas características dessa fase aumentam, em muito, o grau de complexidade e, por consequência, a oportunidade de ocorrência de erros e não conformidades. A fase pré-analítica inclui a indicação do exame, redação da solicitação, transmissão de eventuais instruções de preparo do paciente, avaliação do atendimento às condições prévias, procedimentos de coleta, acondicionamento, preservação e transporte da amostra biológica até o momento em que o exame seja, efetivamente, realizado. Dessa forma, a fase pré-analítica se desenvolve pela sequência de ações de um grande número de pessoas, com diferentes formações profissionais, focos de interesse e grau de envolvimento. As partes interessadas no resultado dos exames são: • Médico: interesse na obtenção, às vezes, em caráter de urgência, de um resultado laboratorial. • Paciente: preocupação com o possível desconforto do preparo e da coleta da amostra. • Flebotomista: preocupação com o cumprimento dos requisitos técnicos da coleta e com os riscos biológicos potenciais. • Demais envolvidos: pessoas encarregadas do acondicionamento, preservação e transporte da amostra, a elas restam os cuidados com a segurança e integridade do material e delas próprias. Existem alguns procedimentos que devem ser observados para garantiar a validade dos exames clínicos, são eles: • Registro do horário de coleta, referindo o uso de determinados medicamentos (incluindo tempo de uso e dosagem). 36 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 10 /2 01 6 Unidade I • Cuidados técnicos de procedimento, como o uso ou não do garrote, de tubos, anticoagulantes e conservantes específicos. • A descrição exata do local da coleta, por exemplo, nos casos de amostras para exames microbiológicos etc. Para a coleta
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