Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Julia Jordão Maiara- TXXII - Os colágenos, são as proteínas mais abundantes no organismo humano e sofrem diversas modificações pós-traducionais e necessitam, portanto, de um endereçamento adequado para o seu destino fora das células. Eles garantem a resistência física e integridade estrutural, importante na flexibilidade do tecido ósseo. - Nos tecidos conectivos tais como ossos e tendões, a matriz extracelular (rede de proteína e cadeias de polissacarídeos secretadas pela célula que sofre os choques mecânicos aos quais o tecido está sujeito) é abundante. Ela é rica em colágeno - Tecido Conjuntivo tem função: estrutural, sustentação, preenchimento, proteção e defesa. É um meio de trocas que usa os vasos sanguíneos. Além disso, armazena gordura e faz a reparação de tecidos; tem células residentes e transitórias - Matriz extracelular fibrilar (tem fibras do sistema colágeno e do elástico) e a não fibrilar (tem glicosaminoglicanos livres: ácido Hialurônico, etc.) - Entre as proteínas fibrosas estão os colágenos, que é a principal proteína da matriz extracelular - Uma característica do colágeno é sua estrutura rígida de sua fita tripla helicoidal, na qual três cadeias polipeptídicas (cadeias α) são enroladas umas nas outras. No caso do colágeno é um tipo de estrutura quaternária. Diferença entre as cadeias α geram diferentes tipos de colágenos - Tem sequência típica de aminoácidos: 35% glicina, 12% prolina e 10% hidroxiprolina/hidroxilisina Obs: A tripla hélice são 3 cadeias polipeptídicas unidas por pontes de hidrogênio. Elas são resistentes a stress mecânico por causa da estrutura quaternária do colágeno - Diferença entre as cadeias alfa origina os diferentes tipos de colágeno: mais de 25 tipos de colágeno- rigidez, elasticidade, força de tensão variáveis - A partir da tríplice hélice, forma fibrila, que se organiza em fibra, que se organiza em feixes, formando o tendão, associado em músculo ou osso, por exemplo (resistente a estresses físicos) Tipos de colágeno: - Fibrilares: longas fibrilas- colágeno I, II, III, V e XI- tendão, cartilagem, derme, osso; - Colágenos associados a fibrilas: estruturas curtas (ligação)- IX, XII, XIV; - Formam redes ou malhas: colágeno do tipo IV- lâmina basal; - Colágeno de ancoragem: tipo VII- ancora fibrilas de colágeno I à lâmina basal; - Colágenos transmembranais: XIII e XVII- hemidesmossomos Cada tipo de colágeno tem uma forma polimerizada (polímeros formados a partir de tropocolágeno) com determinada função de distribuição. Problemas na sua síntese, podem causar uma série de consequências no organismo e causará síndromes: Ehlers-Danlos (tipo III- pele frágil, vasos sanguíneos e articulações hiperflexíveis), condrodisplasia (tipo II- cartilagem anormal que leva a deformações nos ossos e articulações), osteogênese imperfeita (tipo I- fraqueza dos ossos e facilidade de fraturas), epidermólise bolhosa (tipo XVII e VII) - Colágeno tipo I: é o mais encontrado, localizado nos ossos, peles, tendões, ligamentos. Pertence à classe dos colágenos fibrilares (tipo I, II, III, V e XI). Após serem secretados no meio extracelular, os colágenos se reúnem e formam fibrilas de colágeno (é um polímero) - Colágenos tipo IX e XII: são colágenos associados a fibrilas porque ficam na superfície das fibrilas de colágeno. Eles ligam as fibrilas umas nas outras e a outros componentes na matriz extracelular. Localizados na cartilagem. Sua função é determinar a organização das fibrilas na matriz. - - Colágeno tipo IV: formadores de redes/malhas, constitui a maior parte da lâmina basal. Nesse tipo de colágeno os tropocolágenos se associam para formar essa rede - Colágeno tipo VII: são fibrilas ancoradouras, portanto auxiliam na conexão da lâmina basal do epitélio de múltiplas camadas ao tecido conjuntivo subjacente. Anexa fibrilas de colágeno I a lâmina basal - Colágeno tipo XIII e XVII: colágeno transmembrana, pois possui um domínio transmembranal e é encontrado nos hemidesmossomos (junção da célula com a lâmina basal que dá resistência ao epitélio) - Colágeno tipo XVIII: é um núcleo proteico de um proteoglicano da lâmina basal * Os colágenos tipo XVII e XVIII tem estrutura não fibrilar, se ocorrer mutação nos colágenos em que a forma polimerizada é fibrila a pessoa terá pele frágil e articulações frouxas Matriz extracelular - Matriz fibrilar: fibras do sistema colágeno I - Função estrutural - Sequência típica de aminoácidoas: 35% glicina, 12% prolina, 10% hidroxiprolina/hidroxilisina Síntese do colágeno - Inicialmente temos a formação do RNAm com a tradução, no RE, das cadeias alfa dos pró colágenos com seus peptídeos de registro (os polipeptídeos são denominados pró-colágeno, nesse momento, posteriormente sofrerão uma clivagem para ser o tropocolágeno, os peptídeos de registro são sequências sinal) - Posteriormente, ainda no retículo, há a hidroxilação dos resíduos prolina e lisina, que são dependentes de vitamina C (essa cadeia alfa já foi formada e sofre modificações pós traducionais) - Há a adição de grupamentos galactosil e glicosil, formando pontes de sulfeto entre as diferentes cadeias alfa, formando a tríplice hélice, pró colágeno (a presença de sequências de peptídicas alinham as cadeias) - Essa estrutura é direcionada para o Golgi, onde novos açucares serão adicionados na cadeia, haverá o empacotamento do pró colágeno em vesículas que, pelo citoesqueleto, vão para a superfície da célula se fundindo com a membrana plasmática, liberando o colágeno solúvel na superfície extracelular - A partir dessa disponibilização do pró colágeno, a pró colágeno peptidase vai clivar esses peptídeos, transformando o pró colágeno em tropocolágeno - Começa a associação lateral dessas moléculas, formando ligações cruzadas covalentes, formando uma estrutura fibrilar com ligações covalentes pela lisil oxidase Modificações do colágeno pós-tradução - Cadeia polipeptídicas de colágeno são feitas pelos ribossomos ligados as membranas e liberados no lúmen do RE como precursores maiores, chamados pro-cadeia α. - Os precursores possuem: peptídeo sinal na N- terminal para dirigir o polipeptídio nascente para o RE; possuem pro-peptídeos (aa adicionais) nas extremidades N e C terminal - Essa pro-cadeia α combina-se com outras duas para formar uma molécula helicoidal de três fitas ligadas por L.H chamada de pro-colágeno - Num tecido saudável, o colágeno é constantemente degradado e substituído. No escorbuto (causada por deficiênciana vitamina C) não há substituição, pois as pro-cadeias α sintetizadas não formam uma ligação estável da fita tripla helicoidal e são degradadas e a síntese do novo colágeno é inibida Obs: No escorbuto o epitélio se desprende pois não tem colágeno para aderir. Resíduos de lisina e prolina não são hidroxilados * Os pro-peptídeos são clivados em pró colágeno após sua secreção, para permitir a montagem das fibrilas - Pro-peptídeos são removidos do pró colágeno fibrilar por enzimas proteolíticas - Essa remoção converte o pró colágeno em colágeno que se reúnem no meio extracelular para formar as fibrilas de colágeno. -No meio intracelular os polirribossomos ligados a membrana do RE granuloso sintetizam cadeias polipeptídicas (pre- procolageno) que crescem para o interior das cisternas do RE onde ele é liberado. Quando isso ocorre, o peptídeo sinal é quebrado formando o pro-colágeno. As cadeias α começam a se formar e simultaneamente ocorre a hidroxilação de prolinas e lisinas, formando hidroxilisina e hidroxiprolina (feita pela prolina hidroxilase) que não serão incorporadas as cadeias polipeptídicas. Hidroxilisina então sofre glicosilação, em que recebe galactose ou glicosil galactose. Cada cadeia α tem dois peptidil registro nas extremidades (C e N), sendo que esses peptídeos registro alinham cadeias polipeptídicas para eles se arranjarem de maneira apropriada formando a tripla-hélice, que resulta na formação da molécula de pró colágeno. O pró colágeno é solúvel e será exocitado pela matriz extracelular. No meio extracelular, os peptídeos registro são removidos por proteases, as pro colágeno- peptidase. Sem os peptídeos de registro o pro colágeno chama-se tropocolágeno, e agora ele é insolúvel e capaz de polimerizar para formar as fibrilas de colágeno. Como tem muitas etapas para a síntese, tem muitas oportunidades para erro. Obs: Hidroxiprolina formam pontes de hidrogênio entre as cadeias α contribuindo para estabilizar a tripla hélice do tropocolágeno Obs2: As estruturas fibrilares são reforçadas por ligações covalentes entre os tropocolagenos, processo catalisado pela lisil oxidase (retira OH das hidroxilisinas assim torna a molécula mais estável e menos solúvel) Sobre os pró peptídeos - Possuem duas funções: guiam a formação intracelular do colágeno de três fitas e previnem a formação das fibrilas de colágeno Sobre as fibrilas de colágeno - São formadas pela polimerização do tropocolágeno (tem 3 cadeias polipeptídicas arranjadas em tripla hélice), isso ocorre nos bolsos da membrana plasmática, que são formados pela fusão de vesículas secretoras com a superfície extracelular - Elas são reforçadas pela formação de ligações covalentes cruzadas entre as lisinas do colágeno - Formam estrutura que resistem as forças tensoras Obs: Se a ligação cruzada for inibida, a força tensora das fibrilas é reduzida e o tecido colagenoso se torna frágil, assim pele, tendões e vasos sanguíneos tendem a romper-se Obs2: Agregação das fibrilas de colágeno tipo I e III formam fibras de colágeno e a associação destas formam feixes. Colágeno tipo II observado na cartilagem forma fibrilas mas não fibras Colágeno tipo IV encontrado nas laminas basais não forma fibrilas e nem fibras. * Os colágenos associados a fibrilas auxiliam na organização delas - Fibrilas de colágeno resistem as forças tensoras e estão associadas de diversas formas em diferentes tecidos - Células podem regular a disposição das moléculas de colágeno após sua secreção, conduzindo a formação das fibrilas de colágeno Saber - Colágenos associados as fibrilas (tipo IX e XII) diferem dos fibrilares nos seguintes aspectos: 1- Sua estrutura de hélice de fita tripla é interrompida por 1 ou 2 domínios não helicoidais que torna a molécula mais flexivel 2- Eles não são clivados após a secreção 3- Eles não se agregam uns aos outros para formar fibrilas. Na verdade, eles se ligam as superfícies das fibrilas de colágeno Obs: As células auxiliam na organização das fibrilas de colágeno que secretam, exercendo tensão na matriz - Pró colágeno: contém peptídeos de registro nas extremidades (solúvel) será secretado no meio extracelular - Pró colágeno peptidase: retiram os peptídeos de registro (insolúvel) formando o tropocolágeno, resultando na sua agregação (fibrilas de colágeno) - Estabilização por ligações cruzadas: enzima lisil oxidase, que tem com cofator a vitamina C Tropocolágeno: - Pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas, e muitas ligações cruzadas internas (entre cadeias alfa) e entre tríplice hélices mantem unidas as cadeias e as hélices - Processamento também no meio extracelular com a atuação da enzima lisil oxidase: ligção covalentes dependente de vitamina C (formação de fibrilas) - Muitas etapas para a síntese: muitas oportunidades para erros - Está na superfície externa ancorado a membrana Será que rugas é a ausência de colágeno na pele? Tomar cápsulas de colágeno previne o aparecimento de rugas? Começamos a ter rugas em um processo de envelhecimento que diminui a absorção de aminoácidos, incluindo a cadeia alfa do tropocolágeno, assim, o colágeno é sintetizado em menor quantidade por uma questão nutricional de aminoácidos. Mas, as rugas podem ter outras causas, com diferentes tipos de aminoácidos e vitaminas, e por isso, ingerir colágeno nem sempre resolverá a deficiência nutricional que causou essas rugas.
Compartilhar