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Conceito de Literatura e seus Gêneros

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1 
 
 
 
 
 
 
O que é Literatura? 
 
 
 
Literatura = Texto Literário 
 
 
 
Conceito de Literatura 
Origem da Palavra 
Evolução 
• Séc. XVII 
 
• Séc. XX 
Texto Literário: criação (x realidade) 
Texto Literário: segundas intenções 
Manuel Bandeira 
 
 
2 
 
Texto Literário = Linguagem Conotativa 
• Linguagem é um show à parte 
 
 
 
 
Texto Não-Literário = Linguagem Denotativa 
 
 
 
 
 
 
TREM: Conjunto de veículos, locomotivas e vagões, que formam uma composição ferroviária. Para os 
efeitos de circulação, equipararam-se aos trens as locomotivas e veículos isolados que trafegam nas 
linhas férreas. 
(Fonte: ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres) 
 
 
Apenas informa 
Exemplos 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Os gêneros literários são uma classificação que a gente faz para evidenciar cada texto literário 
de acordo com suas características específicas e suas semelhanças com textos da mesma 
família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gêneros Literários 
Origem da Palavra 
Os três gêneros 
 
 
2 
 
 
 
• Expressa emoções 
• Predomínio da subjetividade 
• Texto musical 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gênero Lírico 
 
Gênero Épico 
• Texto em 3ª pessoa 
• Grandes feitos de um povo ou de alguém 
• Envolve aventuras 
 
 
3 
 
 
 
• Texto para ser encenado 
• Tragédias e comédias 
 
 
 
ZÉ 
(Olhando a igreja) 
É essa. Só pode ser essa. 
 
(Rosa pára também, junto aos degraus, 
cansada, enfastiada e deixando já entrever uma 
revolta que se avoluma). 
 
ROSA 
E agora? Está fechada. 
 
 ZÉ 
É cedo ainda. Vamos esperar que abra. 
 
 
 
 
 
Gênero Dramático 
 
 
4 
 
 
 
• O lírico é a “palavra cantada”, porque, no tempo dele, os textos literários eram declamados e 
acompanhados por instrumentos musicais. 
• O épico é a “palavra narrada”, porque relatava grandes feitos heroicos. 
• E o gênero dramático se trata da “palavra representada”, ou seja, eram textos escritos para 
uma peça teatral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
Aristóteles 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
• “Prosa” tem origem na expressão latina prosa oratio, que significava “discurso simples, direto, 
sem a ornamentação do texto versificado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos falar sobre prosa 
Prosa 
Prosa X Poesia 
 
Modalidades de prosa 
 
1ª Demonstrativa 
 
 
2 
 
 
 
 
 
• A prosa é mais recente do que a poesia! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características da prosa 
 
1ª Narrativa 
Narrador voltando ao exterior 
Conotação ao final do texto 
 
 
3 
 
A Função da Arte/1 
 Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. 
Viajaram para o Sul. 
 Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim 
alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. 
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. 
 E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 
 — Me ajuda a olhar! 
(Eduardo Galeano) 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
Vem do grego poíesis: fazer, criar, alguma coisa. 
 
 
 
 
 
Versos
Estrofes
Rima
Métrica
Eu lírico
Ritmo
Vamos falar sobre poesia 
Poesia 
Elementos da poesia 
 
 
 
2 
 
 
NEL MEZZO DEL CAMIN 
 
 
 
 
 
 
 
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada 
E triste, e triste e fatigado eu vinha. 
Tinhas a alma de sonhos povoada, 
E alma de sonhos povoada eu tinha... 
 
E paramos de súbito na estrada 
Da vida: longos anos, presa à minha 
A tua mão, a vista deslumbrada 
Tive da luz que teu olhar continha. 
 
Hoje segues de novo... Na partida 
Nem o pranto os teus olhos umedece, 
Nem te comove a dor da despedida. 
 
E eu, solitário, volto a face, e tremo, 
Vendo o teu vulto que desaparece 
Na extrema curva do caminho extremo. 
OLAVO BILAC
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gêneros narrativos - Romance 
ROMANCE 
“ROMANCE” “ROMANICE”: obra escrita em romano (língua falada 
nas regiões ocupadas pelos romanos). 
 
Gênero Épico 
Romance 
 
 
2 
 
 
Gênero Épico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO ROMANCE 
SUBGÊNEROS 
Romance romântico, 
realista, naturalista. 
Romance policial, de 
ficção científica. 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Idade Média, a palavra “CONTO” não estava ligada a um gênero narrativo. 
Usava-se “FÁBULA”, “PARÁBOLA”. 
 
 
 
 
 
 
 
Gêneros Narrativos - Conto 
CONTO 
A partir do séc. XIX, o termo se 
torna autossuficiente. 
 
O ato de contar histórias curtas 
vem de longe! 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÉCULO XIX: ESPLENDOR DO CONTO 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
Prova de Amor 
“Meu bem, deixa crescer a barba para me agradar”, pediu ele. 
E ela, num supremo esforço de amor, começou a fiar dentro de si e a laboriosamente expelir 
aqueles novos pelos, que na pele fechada feriam caminho. 
Mas quando, afinal, doce barba cobriu-lhe o rosto, e com orgulho expectante entregou sua 
estranheza àquele homem: “você não é mais a mesma”, disse ele. 
E se foi. 
(Marina Colasanti) 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO CONTO 
 
 
4 
 
 
 
Caiu da escada e foi para o andar de cima. 
Adrienne Myrtes 
 
 
 
 
Uma vida inteira pela frente. O tiro veio por trás. 
Cíntia Moscovich
 
 
 
CONFISSÃO 
 
- Fui me confessar ao mar. 
- O que ele disse? 
- Nada. 
Lygia Fagundes Telles 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fala de acontecimentos corriqueiros do cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
Gêneros narrativos - Crônica 
CRÔNICA 
“CRÔNICA” vem de “CRONOS”, o deus do tempo e rei dos titãs. 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 de agosto de 1889 
Bons dias! 
Hão de fazer-me esta justiça, ainda os meus mais ferrenhos inimigos: é que não sou curandeiro, eu 
não tenho parente curandeiro, não conheço curandeiro, e nunca vi cara, fotografia ou relíquia, sequer, 
de curandeiro. Quando adoeço não é de espinhela caída, — coisa que podia aconselhar-me a 
curandeira; é sempre de moléstias latinas ou gregas. Estou na regra; pago impostos, sou jurado, não 
me podem arguir a menor quebra de dever público. 
(Machado de Assis) 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA CRÔNICA 
 
CRONISTAS BRASILEIROS 
 
 
3 
 
 
Quando vinha [o padeiro] deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para 
não incomodar os moradores, avisava gritando: 
- Não é ninguém, é o padeiro! 
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? 
“Então você não é ninguém?” 
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater 
a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma 
voz que vinha lá de dentro perguntando quem era: e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: 
“não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém... 
(“O Padeiro”, Rubem Braga) 
 
 
 
Pai não entende nada 
A filha de 14 anos chega para o pai e diz: 
- Pai, preciso comprar um biquíni novo. 
- Mas filha, você comprou um biquíni no ano passado. 
- Ah pai, quero um biquíni novo. 
- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim. 
- Mas eu quero pai. 
- Tá boa filha. Pegue esse dinheiro e compre um biquíni maior. 
- Maior não pai. Menor. 
Pai não entende nada mesmo! 
(Luis Fernando Verissimo) 
 
 
 
 
 
4 
 
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não 
tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que 
esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidosna secretária eletrônica. Recados chatos. 
Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado. 
(“Desabafo”, João Emanuel Carneiro) 
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o 
predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da 
linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois 
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. 
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. 
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. 
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. 
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação.
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hoje, costuma-se dizer que a novela está situada entre o romance e o conto. 
 
 
 
 
 
 
 
Gêneros Narrativos - Novela, Fábula, Conto de Fadas 
NOVELA 
Capítulos diversos, com incentivo da curiosidade 
Enredo Linear 
Linguagem objetiva 
Tempo cronológico, aliado ao espaço 
Número de personagens reduzido 
 
 
2 
 
 
 
 
 
A fábula da raposa e das uvas - Esopo 
 Chegando uma Raposa a uma parreira, viu-a carregada de uvas maduras e formosas e 
cobiçou-as. Começou a fazer tentativas para subir; porém, como as uvas estavam altas e a subida era 
íngreme, por muito que tentasse não as conseguiu alcançar. Então disse: 
 - Estas uvas estão muito azedas, e podem manchar-me os dentes; não quero colhê-las verdes, 
pois não gosto delas assim. 
 E, dito isto, foi-se embora. 
Moral da história 
É fácil desdenhar daquilo que não se alcança. 
 
 
 
Caracterizam-se por apresentarem personagens fantásticas, como fadas, bruxas, monstros. 
 
 
FÁBULA 
CONTO DE FADAS 
Conflitos existenciais (realização pessoal) 
Enfrentamento de obstáculos 
Final feliz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O professor de Matemática levanta uma folha de papel em uma das mãos e pergunta para Joãozinho: 
- Se eu dividir essa folha de papel em quatro pedaços, Joãozinho, com o que eu fico? 
- Quatro quartos, professor! 
- E se eu dividir em oito pedaços? 
- Oito oitavos, professor! 
- E se eu dividir em cem pedaços? 
- Papel picado, professor! 
Elementos da Narrativa – Parte 01 
ELEMENTOS DA NARRATIVA- ENREDO 
É a sequência de 
acontecimentos que 
fazem a ação da 
história. 
 
Linear 
Não linear 
 ENREDO LINEAR 
 
 
2 
 
 
 
CAPÍTULO 1 - Óbito do Autor 
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em 
primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo 
nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não 
sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a 
segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. 
(Memórias Póstumas de Brás Cubas. M. de Assis) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ENREDO NÃO LINEAR 
ELEMENTOS DA NARRATIVA = PERSONAGEM 
É quem realiza as ações 
 
Principal 
Secundário 
ELEMENTOS DA NARRATIVA- NARRADOR 
É quem conta a história 
1ªPessoa 
3ªPessoa 
 
 
 
3 
 
 Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, 
não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma 
semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. 
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a 
pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor 
deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma 
hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as 
aflições do dia. 
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, 
Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na 
camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, 
conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 
(“Apelo”. Dalton Trevisan) 
Sobre o texto, assinale a alternativa incorreta. 
a) A frase “até o canário ficou mudo” poderia ser substituída, sem mudança de sentido, por “inclusive 
o canário ficou mudo”. 
b) Pode-se dizer que a frase “Venha para casa, Senhora, por favor” justifica o título da narrativa. 
c) A narrativa faz parte do gênero fábula, pelo ensinamento que traz. 
d) Justificando a passagem “Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta”, poderíamos dizer 
que os encantos que a novidade provoca afastam o sentimento de ausência. 
e) Dimensionando-se a questão do tempo em “Não foi ausência por uma semana”, pode-se afirmar 
que essa ausência começou a ser vivenciada após uma semana. 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
— Lembra-se da febre amarela em 1850? 
— Não estava aqui. 
— Verdade! Foi um ano terrível. Meu pai, minha mãe, meus manos, todos caíram doentes: só havia 
em pé minha tia e eu. Uma vizinha que viera acudir-nos, adoecera à noite e não amanheceu. Ninguém 
mais se animou a fazer-nos companhia. Estávamos na penúria; algum dinheiro que nos tinham 
emprestado mal chegara para a botica. O médico, que nos fazia a esmola de tratar, dera uma queda 
de cavalo e estava mal. Para cúmulo de desespero, minha tia uma manhã não se pôde erguer da 
cama; estava também com a febre. Fiquei só! Uma menina de 14 anos para tratar de seis doentes 
graves, e achar recursos onde os não havia. Não sei como não enlouqueci. 
(Luíola. José de Alencar) 
 
 
Elementos da Narrativa – Parte 02 
ELEMENTOS DA NARRATIVA - TEMPO 
Cronológico 
Psicológico 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
Texto I 
Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes 
proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que 
aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos 
dezesseis anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, 
indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os 
lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que 
vinham das embarcações... 
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento). 
Texto II 
À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro – ali 
os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, prove ̂ as suas necessidades de cachaça 
e pirão. No trivial contentavam-se com as sobras do mercado. 
TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento). 
 
(ENEM-2010) Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem 
literária recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos, 
ELEMENTOS DA NARRATIVA - ESPAÇO 
Ambiente 
Paisagem 
 
 
3 
 
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados. 
b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens. 
c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social. 
d) o espaço onde vivem os personagens é uma das marcas de sua exclusão. 
e) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é direta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS DA NARRATIVA - CONFLITO 
Choque, enfrentamento, TRETA 
ELEMENTOS DA NARRATIVA - DESFECHO 
Solução, conclusão, desenlace1 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Literária é um segmento determinado de uma época em que predominou um estilo na 
literatura. Cada uma dessas Escolas recebeu um nome: Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo 
etc. 
Uma Escola Literária tem início, ponto culminante e declínio. 
Mas é bom as datas são meros pontos de referência! 
 
 
 
 
 
 
Os estilos caem de moda mas fica registradas na cultura. 
Conceito de Escola Literária 
CONCEITO DE ESCOLA LITERÁRIA 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helena: “Era uma moça de 16 a 17 anos, delgada sem magreza, estatura um pouco acima de mediana, 
talhe elegante e atitudes modestas. (…) As linhas puras e severas do rosto parecia que as traçara a 
arte religiosa. Se (…) os olhos alçassem as pupilas ao céu, disséreis um daqueles anjos adolescentes 
(…)”. 
(Machado de Assis) 
 
 
Partenon (Atenas, séc. V a. C.) 
Panthéon (Paris, séc. XVIII) 
Panthéon (Paris, séc. XVIII) Pantheon (Roma, séc. II a. C.) 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLAS LITERÁRIAS NO BRASIL 
 
ESCOLAS LITERÁRIAS EM PORTUGAL 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É maneira própria de cada indivíduo se expressar. 
 
OS DIFERENTES ESTILOS 
(...) narra-se aqui, em diversas modalidades de estilo, um fato comum da vida carioca, a saber: o 
corpo de um homem de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada pelo vigia de uma 
construção, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, não existindo sinais de morte violenta. 
 
Estilo interjetivo 
Um cadáver! Encontrado em plena madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem 
desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que morreu quando a cidade acordava! Que 
pena! 
 Estilo Individual x Estilo de Época 
 
 
Estilo Individual 
La Gioconda, 1503 Leonardo da Vinci 
 
 
2 
 
Estilo então 
Então o vigia de uma construção em Ipanema, não tendo sono, saiu então para passeio de 
madrugada. Encontrou então o cadáver de um homem. Resolveu então procurar um guarda. Então o 
guarda veio e tomou então as providências necessárias. Aí então eu resolvi te contar isso. 
 
Estilo preciosista 
No crepúsculo matutino de hoje, quando fulgia solitária e longínqua da Estrela-d’Alva, o atalaia de 
uma construção civil, que perambulava insone pela orla sinuosa e murmurante de uma lagoa 
serena, deparou com a atra e lúrida visão de um ignoto e gélido ser humano, já eternamente sem o 
hausto que vivifica. 
(Paulo Mandes Campos) 
 
 
 
É o estilo que predominou nas manifestações culturais de determinada época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É arte moderna, que procurou valorizar o homem. Porém enquanto Portinari foca no trabalho, Di 
Cavalcanti retrata costumes e festas populares. 
 
 
Estilo Época 
Cinco moças de Guaratinguetá. Di Cavalcanti O lavrador de café. Portinari 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos anos 80 o estilo rock teve um grande momento no Brasil. As manifestações, porém, foram 
bastante diversificadas, com canções mais intimistas dividindo espaço com death metal. 
 
 
ESCRAVOCRATAS 
Oh! trânsfugas do bem que sob o manto régio 
Manhosos, agachados - bem como um crocodilo, 
Viveis sensualmente à luz dum privilégio 
Na pose bestial dum cágado tranquilo. 
 
Eu rio-me de vós e cravo-vos as setas 
Ardentes do olhar - formando uma vergasta 
Dos raios mil do sol, das iras dos poetas, 
E vibro-vos à espinha - enquanto o grande basta 
(...) 
(Cruz e Sousa) 
1986 1987 
 
 
4 
 
 
Considerando a maneira própria de cada escritor se expressar e o estilo que predomina nas 
manifestações culturais de uma determinada época, é correto afirmar que 
I. o estilo de um autor caracteriza-se, individualmente, como decorrência do seu objetivo ao escrever 
um texto e de como trabalha o material linguístico que escreveu. 
II. o emprego das palavras, a construção frasal e a elegância de um estilo individual são ditados, 
exclusivamente, pela tradição linguística. 
III.um texto literário é resultante do cruzamento do estilo de época com o estilo individual. 
IV. as inovações linguísticas consagradas por escritores, com base na tendência da fala popular, podem 
se institucionalizar gerando mudanças na língua. 
Estão corretas 
a) apenas as afirmações I, II e III. 
b) apenas as afirmações I, II e IV. 
c) apenas as afirmações I, III e IV. 
d) apenas as afirmações II, III e IV. 
e) as afirmações I, II, III e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quinhentismo – Parte 01 
 
QUINHENTISMO 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
LITERATURA DE INFORMAÇÃO 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1549 – Companhia de Jesus 
 
 
1553 – Padre José de Anchieta 
Quinhentismo – parte 02 
QUINHENTISMO 
 
 
2 
 
Missões dos Jesuítas: catequizar os índios e fortalecer a fé nos colonizadores. 
 
POESIA, SERMÃO... 
TEATRO 
 
 
 
 
Cordeirinha linda, 
como folga o povo 
porque vossa vinda 
lhe dá lume novo! 
Cordeirinha santa, 
de Iesu querida, 
vossa santa vinda 
o diabo espanta. 
Por isso vos canta, 
com prazer, o povo, 
porque vossa vinda 
lhe dá lume novo. 
Vossa formosura 
honra é do povo, 
porque vossa vinda 
lhe dá lume novo. 
Virginal cabeça 
pela fé cortada, 
com vossa chegada, 
já ninguém pereça. 
Vinde mui depressa 
ajudar o povo, 
pois com vossa vinda 
lhe dais lume novo.
Padre José de Anchieta 
Literatura de Formação 
 
 
3 
 
 
 
Victor Meirelles. Primeira missa no Brasil (1860) 
 
C. Portinari. O descobrimento do Brasil (1956) 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
Início no Brasil: 1601, com Prosopopeia, de Bento Teixeira. 
1. Baros (grego): “pesado”. 
2. Barocchio (italiano): “engano”. 
3. A palavra “barroco” era usada para designar uma pérola de formato irregular. 
 
 
 
Término das Grandes Navegações; 
Reforma Protestante (Martinho Lutero); 
Contrarreforma 
- Concílio de Trento; 
- Companhia de Jesus; 
- Inquisição. 
 
Barroco – Parte 01 
BARROCO 
FATOS HISTÓRICOS DO SÉCULO XVI 
 
 
 
2 
 
 
A Bíblia de Lutero (1534) 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ms0ITk5Ynw4 
Programa Trato Feito (History Channel) 
 
 
 
Reforma X Contrarreforma 
Material X Espiritual 
Razão X Emoção 
 
Igreja e Convento de São Francisco (Salvador) 
DUALIDADE 
 
 
3 
 
 
As meninas (Diego Velasquez, 1656) 
 
A lição de anatomia do Doutor Tulp (Rembrandt, 1632) 
 
A captura de Cristo (Caravaggio, 1602) 
 
 
4 
 
A alternativa que apresenta as principais características do Barroco é: 
a) Racionalismo, Universalismo, perfeição formal, presença de elementos da mitologia greco-latina e 
humanismo. 
b) Pastoralismo, bucolismo, nativismo, tom confessional, espontaneidade dos sentimentos e exaltação 
da pureza, da ingenuidade e da beleza. 
c) Preocupação formal, preferência por temas descritivos, objetivismo, apego à tradição clássica e 
vocabulário culto. 
d) Subjetivismo e individualismo, eurocentrismo, patriarcalismo e nacionalismo exacerbado. 
e) Apelo religioso, misticismo, erotismo, castigo como decorrência do pecado, fugacidade da vida e 
instabilidade das coisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
• 1623 ou 1633-1695 ou 1696. 
• Não publicou nada em vida. 
• Estudou direito em Coimbra. 
• De volta ao Brasil, é afastado da Igreja. 
• Declama poesia em público. 
• Exílio. 
 
 
 
 
 
 
Predomina, como traço caracterizador, o teor crítico aos vícios e costumes do brasileiro, mais 
precisamente da sociedade baiana, à hipocrisia do clero e à incompetência do administrador 
português. 
 
 
 
 
 
 
Barroco – Gregório de Matos 
BARROCO – GREGÓGIO DE MATOS 
POESIA SATÍRICA 
 
“Boca do Inferno” 
 
 
 
2 
 
TRISTE BAHIA 
Triste Bahia! ó quão dessemelhante 
Estás e estou do nosso antigo estado! 
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, 
Rica te vejo eu já, tu a mi abundante. 
 
A ti trocou-te a máquina mercante, 
Queem tua larga barra tem entrado, 
A mim foi-me trocando, e tem trocado, 
Tanto negócio e tanto negociante. 
 
Deste em dar tanto açúcar excelente 
Pelas drogas inúteis, que abelhuda 
Simples aceitas do sagaz Brichote. 
 
Oh se quisera Deus que de repente 
Um dia amanheceras tão sisuda 
Que fora de algodão o teu capote! 
 
Glossário 
• Trocou-te: comerciar e modificar. 
• Máquina mercante: naus. 
• Simples: ingredientes para feitura de drogas. 
• Brichote: estrangeiro. 
 
 
3 
 
 
1971- Faixa 3: “Triste Bahia” 
 
 
 
Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente 
comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos 
corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado. 
 
 
 
POESIA LÍRICA 
 
 
4 
 
À MESMA D. ÂNGELA 
Anjo no nome, Angélica na cara! 
Isso é ser flor, e Anjo juntamente: 
Ser Angélica flor, e Anjo florente, 
Em quem, senão em vós, se uniformara: 
 
Quem vira uma tal flor, que a não cortara, 
De verde pé, da rama fluorescente; 
E quem um Anjo vira tão luzente, 
Que por seu Deus o não idolatrara? 
 
Se pois como Anjo sois dos meus altares, 
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, 
Livrara eu de diabólicos azares. 
 
Mas vejo, que por bela, e por galharda, 
Posto que os Anjos nunca dão pesares, 
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. 
 
Glossário 
• Florente: florido. 
• Uniformar: uniformizar. 
• Custódio: protetor. 
• Galharda: elegante. 
 
 
 
5 
 
 
 
Vários textos do poeta tratam do tema da salvação espiritual do homem. No soneto a seguir, o poeta 
ajoelha-se diante de Deus, com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-
se. Observe um trecho: 
 
SONETO A NOSSO SENHOR 
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, 
Da vossa alta clemência me despido; 
Porque quanto mais tenho delinquido 
Vos tem a perdoar mais empenhado. 
(...) 
 
 
 
Cultismo: “Inventado” por Luis de Góngora y Lopes tem a ver com linguagem culta. Trata-se do jogo 
de palavras, a forte utilização de figuras de estilo, como a antítese (a cara do Barroco, por ter ideias 
opostas em um mesmo pensamento), metáfora e hipérbole. 
 
 
 
POESIA RELIGIOSA 
ESTILO DE ESCRITA 
 
 
6 
 
 
 
 
(PUC-Campinas) 
Que falta nesta cidade?... Verdade. 
Que mais por sua desonra?... Honra. 
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha. 
O demo a viver se exponha, 
Por mais que a fama a exalta, 
Numa cidade onde falta 
Verdade, honra, vergonha. 
Pode-se reconhecer nos versos acima de Gregório de Matos: 
a) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço de uma crítica, em tom de sátira, do perfil 
moral da cidade da Bahia. 
b) caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando piedosa lamentação 
pela falta de fé do gentio. 
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o poeta se investe das funções de um 
autêntico moralizador. 
d) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica do arrependimento 
do poeta pecador. 
e) estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom lírico as reflexões do poeta sobre o 
perfil moral da cidade da Bahia. 
DICA DE LEITURA: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
• Lisboa, 1607-1697. 
• Veio à Bahia criança, onde estudou no Colégio dos Jesuítas de Salvador. 
• Em 1640, retorna para Portugal. 
• Viaja pela Europa, lutando contra a Inquisição e o preconceito contra os judeus. 
• No Brasil, combate os interesses escravagistas dos colonos. 
• De volta à Europa, é perseguido pela Inquisição. 
• No Brasil, promove missões entre os índios. 
• Morre em Salvador. 
 
 
 
• Desenvolveu a prosa barroca em Portugal e no Brasil. Em estilo conceptista, fez cerca de 
200 sermões, dos quais se destacam: 
• Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda (1640) 
• Sermão dos Bons Anos (1642) 
• Sermão do Mandato (1645) 
• Sermão de Santo Antônio aos Peixes (1654) 
• Sermão da Quinta Dominga da Quaresma (1654) 
• Sermão da Sexagésima (1655) 
• Sermão do Bom Ladrão (1655) 
Barroco - Padre Antônio Vieira 
BARROCO – PADRE ATÔNIO VIEIRA 
SERMÕES 
 
 
 
2 
 
 
 
Tem sua origem em Francisco de Quevedo. Consiste no jogo de ideias. A organização da frase obedece 
a uma ordem rigorosa com o intuito de convencer e ensinar. Ocorre especialmente na prosa. 
Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode proceder de um de três princípios: ou da parte 
do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de 
um sermão, há-de haver três concursos: há-de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; 
há-de concorrer o ouvinte com o entendimento, percebendo; há-de concorrer Deus com a graça, 
alumiando. 
(“Sermão da Sexagésima”) 
 
Mãos desenhando (1948), Escher 
 
Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes 
colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem 
os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das 
cidades, os quais já com mancha, já com forças roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do 
seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam. 
(“Sermão do Bom Ladrão”) 
 
CONCEPTISMO 
 
 
3 
 
(UFSM) Leia o trecho a seguir. 
Por isto são maus ouvintes os de entendimentos agudos. Mas os de vontades endurecidas ainda são 
piores, porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos mesmos fios e vencer-se uma 
agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, 
antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam na 
pedra. Oh! Deus nos livre de vontades endurecidas, que ainda são piores que as pedras. 
(Sermão da Sexagésima, de Pe. Antônio Vieira.) 
Pelo trecho reproduzido, pode-se concluir que o Sermão da Sexagésima trata da: 
a) problemática da pregação religiosa, considerando as figuras dos pregadores e dos fiéis. 
b) necessidade do engajamento dos fiéis nas batalhas contra os holandeses. 
c) perseguição sofrida pelo pregador em função do apoio que emprestava a índios e negros. 
d) exortação que o pregador fazia em favor de seu projeto de criar a Campanha das Índias Ocidentais. 
e) condenação aos governantes locais que desobedeciam aos princípios do mercantilismo seiscentista. 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
• Início: “Obras Poéticas” (Cláudio Manuel da Costa). 
• Espaço: Minas Gerais (as potências do Brasil, no século XVIII, eram MG e RJ). 
• Inconfidência Mineira. 
 
 
ARCÁDIA: lugar mitológico onde reina a felicidade, a simplicidade e a paz em um ambiente idílico 
habitado por uma população de pastores que vivem em comunhão com a natureza. 
 
Arcadismo 
ARCADISMO (1768-1836) 
 
 
2 
 
 
 
Na mitologia grega, Pã é o deus dos bosques, 
bem como também dos campos, dos rebanhos 
e dos pastores, sendo o protetor de tudo que 
tem relação com estas coisas. 
 
 
 
IMAGENS DO RENASCIMENTO: 
 
 
 La Gioconda – da Vinci 
 
 
A última ceia – da Vinci 
NEOCLASSICISMO 
 
 
3 
 
 
Davi – Michelangelo 
 
 
 
• Racionalismo; 
• Carpe Diem; 
• Pastoralismo; 
• Bucolismo; 
• Fuga para o campo; 
• Utilização da mitologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
• A publicação de “Obras Poéticas” (1768) 
representa o marco inicial do 
movimento no País. 
• Em 1768, fundou uma Arcádia chamada 
“Colônia Ultramarina”, na cidade de Vila 
Rica. 
• Além de escritor, ele foi advogado, 
jurista brasileiro e participou da 
Inconfidência Mineira (1789). 
 
 
 
 
(ENEM 2016) Soneto VII 
Onde estou? Este sítio desconheço: 
Quem fez tão diferente aquele prado? 
Tudo outra natureza tem tomado; 
E em contemplá-lo tímido esmoreço. 
Uma fonte aquihouve; eu não me esqueço 
De estar a ela um dia reclinado: 
Ali em vale um monte está mudado: 
Quando pode dos anos o progresso! 
Árvores aqui vi tão florescentes 
Que faziam perpétua a primavera: 
Nem troncos vejo agora decadentes. 
Arcadismo – Cláudio M. da Costa e T. Antônio Gonzaga 
Cláudio Manuel da Costa 
 
 
2 
 
Eu me engano: a região esta não era; 
Mas que venho a estranhar, se estão presentes 
Meus males, com que tudo degenera. 
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma 
reflexão em que transparece uma 
a) angústia provocada pela sensação de solidão. 
b) resignação diante das mudanças do meio ambiente. 
c) dúvida existencial em face do espaço desconhecido. 
d) intenção de recriar o passado por meio da paisagem. 
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra. 
 
 
 
 
 
• Nasceu em Portugal. 
• No Brasil, trabalhou como Ouvidor dos 
Defuntos e Ausentes da comarca de 
Vila Rica, sediada na atual cidade 
de Ouro Preto. 
• Foi inconfidente. 
• Conhece Maria Doroteia Joaquina de 
Seixas Brandão. 
• Escreve Marília de Dirceu. 
 
 
 
Tomás Antônio Gonzaga 
 
 
3 
 
 
 
Esprema a vil calúnia, muito embora 
entre as mãos denegridas e insolentes 
os venenos das plantas 
e das bravas serpentes; 
Chovam raios e raios, no meu rosto 
não hás de ver, Marília, o medo escrito, 
e medo perturbado, 
que infunde o vil delito. 
Eu tenho um coração maior que o mundo, 
tu, formosa Marília, bem o sabes: 
um coração..., e basta, 
onde tu mesma cabes. 
(...) 
Podem muito, conheço, podem muito, 
as fúrias infernais, que Pluto move; 
mas pode mais que todas 
um dedo só de Jove. 
Este deus converteu em flor mimosa, 
a quem seu nome deram, a Narciso; 
fez de muitos os astros, 
qu’inda no céu diviso. 
 
 
4 
 
Ele pode livrar-me das injúrias 
do néscio, do atrevido, ingrato povo; 
em nova flor mudar-me, 
mudar-me em astro novo. 
Porém se os justos céus, por fins ocultos, 
em tão tirano mal me não socorrem; 
verás então, que os sábios, 
bem como vivem, morrem. 
Ele pode livrar-me das injúrias 
do néscio, do atrevido, ingrato povo; 
em nova flor mudar-me, 
mudar-me em astro novo. 
 
Porém se os justos céus, por fins ocultos, 
em tão tirano mal me não socorrem; 
verás então, que os sábios, 
bem como vivem, morrem. 
Eu tenho um coração maior que o mundo, 
tu, formosa Marília, bem o sabes: 
um coração..., e basta, 
onde tu mesma cabes. 
(...) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
• Nasceu em Minas, onde hoje é 
Tiradentes. 
• Estudos em colégio jesuíta, mas não 
tinha inclinação religiosa. 
• Foi um grande intelectual e poeta. 
• Termindo Sipilio é seu codinome 
árcade. 
• Sua obra mais relevante é O Uraguai 
(1769). 
 
 
• O Uraguai critica os jesuítas e defende a política pombalina. 
• O assunto histórico é a expedição luso-espanhola, chefiada por Gomes Freire de Andrade, contra 
as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul, em 1756, com o objetivo de assegurar as normas 
impostas pelo Tratado de Madri: as missões dos Sete Povos do Uraguai passariam para os 
domínios portugueses na América e a Colônia de Sacramento, para a Espanha. 
 
Arcadismo – Demais autores 
Basílio da Gama 
 
 
2 
 
• Quanto à forma, o poema épico O Uraguai foge do modelo camoniano, tão apreciado pelos poetas 
neoclássicos. Ele possui cinco cantos e foi escrito em decassílabos brancos (sem rima) e sem 
estrofação. 
• Os personagens criados por Basílio da Gama são: Tanajura (feiticeira índia), Cacambo (chefe da 
tribo), Lindóia (mulher de Cacambo), Caitutu (guerreiro índio e irmão de Lindóia), Balda (padre 
jesuíta que administra a aldeia), Cepé (índio guerreiro) e General Gomes Freire de Andrade (chefe 
das tropas de Portugal). 
• Aldeia catequizada por Balda (espanhol). 
• Cacambo (coragem) e Lindóia (beleza). 
• Baldeta e Lindóia. 
• Balda manda Cacambo para a guerra. 
• Cacambo sobrevive, mas é preso. 
• Na prisão, relata a vida na aldeia e descobrem que o vilão é outro. 
• Balda o envenena. 
• No dia do casamento, a mulher se mata, deixando que uma cobra peçonhenta lhe pique: 
 
“Descobrem que se enrola no seu corpo 
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge 
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. 
Fogem de a ver assim sobressaltados, 
E param cheios de temor ao longe; 
E nem se atrevem a chamá-la, e temem 
Que desperte assustada, e irrite o monstro”. 
 
 
 
 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): 
“O homem nasce bom e a sociedade o 
corrompe”. 
 
 
3 
 
 
 
 
• O mineiro nasceu em 1722. 
• Formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra e ingressou na Ordem de Santo Agostinho. 
• Sua obra mais conhecida é Caramuru, de 1759. 
• Caramuru é o nome que Diogo Álvares Correia ganha assim que passa a viver entre os índios 
Tupinambás, depois de sobreviver a um naufrágio no litoral baiano. Considerado um herói 
"cultural", que ensina as leis e as virtudes aos "bárbaros". 
 
 
José de Santa Rita Durão 
Dica de filme: em 2001, foi feito 
Caramuru – A invenção do Brasil, 
com Guel Arraes na direção e 
Selton Melo no papel de Diogo. 
 
 
 
4 
 
(UFRGS) Assinale a INCORRETA em relação à obra "O Uraguai“. 
a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de Andrade, Governador do Rio de Janeiro, às 
missões jesuíticas espanholas da banda oriental do rio Uruguai. 
b) "O Uraguai" segue os padrões estéticos dos poemas épicos da tradição ocidental, como a 
"Odisseia“, a "Eneida" e "Os Lusíadas". 
c) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em relação aos indígenas, acentuando seu caráter 
bárbaro, incapaz de sentimentos nobres e humanitários. 
d) As figuras de Cacambo e Sepé representam o povo autóctone [indígena] que defende o solo natal. 
e) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de amor após o desaparecimento de seu amado, 
Cacambo. 
 
EM 1500 
LITERATURA QUASE NÃO TINHA 
ERA O TEATRO DO ANCHIETA 
E A CARTA DO CAMINHA 
 
BARROCO E ARCADISMO 
NÃO SÃO NADA “IGUAL” 
ENQUANTO UM É EMOTIVO 
O OUTRO É RACIONAl.
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
REVOLUÇÃO FRANCESA: 
• Queda da aristocracia (Luís XVI) e da Igreja; 
• Ascensão da BURGUESIA. 
 
 
 
 
Há uma espécie de culto ao “eu”, um egocentrismo bem forte. Inclusive é bastante comum textos em 
1ª pessoa. 
 
O romântico vai falar de tudo de acordo os seus sentimentos. A razão, o objetivismo, vão ficar em 
segundo plano. 
 
Romantismo 
ORIGENS DO ROMANTISMO 
CARACTERÍSTICAS 
INDIVIDUALISMO 
SENTIMENTALISMO 
 
 
2 
 
 
 
Se eu falo das coisas de acordo com os meus sentimentos, vou falar do meu jeito, diminuindo ou 
aumento as coisas, de acordo com a minha subjetividade! 
 
 
“Era uma moça de 16 a 17 anos, delgada sem magreza, estatura um pouco acima de mediana, talhe 
elegante e atitudes modestas. (…) As linhas puras e severas do rosto parecia que as traçara a arte 
religiosa. Se (…) os olhos alçassem as pupilas ao céu, disséreis um daqueles anjos adolescentes (…)”. 
(Helena. Machado de Assis) 
 
 
A supervalorização da terra-natal. 
 
NACIONALISMO 
IDEALIZAÇÃO 
 
 
3 
 
 
 
Conhecido como “mal-do-século”. Como o artista percebe a impossibilidade de realizar seu sonho, o 
sonho do “eu”, ele fica triste, melancólico, desesperado, inquieto, se sente só. 
 
 
O romântico se sente “um peixe fora d’água e realiza a evasão: 
NO TEMPO: retorna ao passado. 
NO ESPAÇO: a procura por lugares exóticos. 
NA MORTE: solução para as dores do mundo. 
 
John Constable, de 1821 
 
(UFPE - adaptada) Leia o texto a seguir. 
Muito romântico 
 
Nenhuma força virá me fazer calar 
Faço no tempo soar minha sílaba 
Canto somente o que pede para se cantar 
Sou o que soa 
Eu não douro pílula. 
Tudo o que eu quero 
É um acorde perfeito, maior 
PESSIMISMO 
EVASÃO 
 
 
4 
 
Com todo mundo podendo brilhar 
Num cântico 
Canto somente o que não pode mais se calar 
Noutras palavras, sou muito romântico. 
Caetano Veloso 
 
Com base no que foi estudadoa respeito dos aspectos do romantismo como estado de alma e estilo 
literário, assinale cada uma das afirmativas com V (verdadeira) ou F (falsa). 
( ) É comum encontrarmos traços de romantismo até na literatura dos nossos dias, a exemplo 
desses versos, em que o eu lírico mostra seu estado de alma romântico. 
( ) Como estado de alma, o romantismo encontra-se unicamente concentrado no Romantismo 
Literário (primeira metade do século XIX). 
( ) Pela temática explorada, o compositor Caetano Veloso integra o estilo de época chamado 
Romantismo. 
( ) Não há qualquer distinção entre romantismo (estado de espírito) e Romantismo (estilo de 
época). 
( ) Fuga da realidade por meio da imaginação, comportamento baseado na liberdade, na emoção e 
na idealização da realidade definem o estado de alma romântico. 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
Início: Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães. 
Características: 
Sentimentalismo; 
Subjetivismo; 
Individualismo; 
Idealização (mulher, amor e indígena); 
Nacionalismo/Indianismo; 
Liberdade Formal (poesia). 
 
 
 
 
1ª Geração: 
NACIONALISTA/INDIANISTA 
Nomes: 
Gonçalves Dias 
Gonçalves de Magalhães 
 
 
 
Romantismo no Brasil - Poesia 
ROMANTISMO NO BRASIL (1836- 81) 
POESIA 
POESIA E PROSA 
 
 
2 
 
CANÇÃO DO EXÍLIO 
Gonçalves Dias 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o Sabiá, 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite – 
Mais prazer encontro eu lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que desfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu’inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá. 
 
 
UMA CANÇÃO 
Mario Quintana 
Minha terra não tem palmeiras... 
E em vez de um mero sabiá, 
Cantam aves invisíveis 
Nas palmeiras que não há. 
Minha terra tem relógios. 
Cada qual com a sua hora 
Nos mais diversos instantes... 
Mas onde o instante de agora? 
Mas onde a palavra "onde"? 
Terra ingrata, ingrato filho. 
Sob os céus de minha terra 
Eu canto a Canção do Exílio! 
 INTERTEXTUALIDADE 
 
 
3 
 
 
 
Narrador: um velho timbira, testemunha dos fatos. 
O timbiras, valentes, capturam um tupi e, após um tempo, pedem para ele se apresentar. 
Ele conta sobre o povo guerreiro e o pai, debilitado; mesmo assim, será escravo. 
O chefe timbira o solta; ele diz que voltará. 
O pai e o filho retornam: o pai agradece, mas quer que ritual se complete. 
O chefe timbira não quer, pois considera o guerreiro tupi um covarde. 
 
 
 
 
 
 
O poema” I-Juca Pirama”, publicado no livro 
Últimos cantos (1851), é composto por 10 cantos 
e 484 versos, protagonizados pelos índios tupis 
e timbiras. 
 
 
 
4 
 
Em relação à “Canção do exílio”, é CORRETO afirmar que: 
a) exalta a natureza brasileira em sua fauna e sua flora, destacando-se pela temática regionalista. 
b) trata-se de um soneto clássico que celebrizou o poeta como um dos mais importantes do 
Romantismo brasileiro. 
c) é um canto de amor à pátria e teve alguns dos seus versos incorporados à letra do Hino Nacional. 
d) as estrelas e as flores, referidas na segunda estrofe, simbolizam a falta de preocupação com os 
problemas do Período Colonial. 
e) os versos da última estrofe acentuam o sentimento do exílio e expressam o desejo do poeta de 
morrer em Portugal. 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
2ª Geração: 
MAL-DO-SÉCULO 
Nomes: 
Álvares de Azevedo 
Casimiro de Abreu 
Fagundes Varela 
 
 
 
George Gordon Byron 
 
 
“Ainda que tivesse que ficar só, não trocaria a minha liberdade de pensar por um trono.” 
― Lord Byron 
 
Romantismo no Brasil – Poesia – Parte 02 
POESIA 
 
 
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SE EU MORRESSE AMANHÃ 
Se eu morresse amanhã, viria ao menos 
Fechar meus olhos minha triste irmã; 
Minha mãe de saudades morreria 
Se eu morresse amanhã! 
 
Quanta glória pressinto em meu futuro! 
Que aurora de porvir e que amanhã! 
Eu perdera chorando essas coroas 
Se eu morresse amanhã! 
(...) 
 
MEUS OITO ANOS 
Casimiro de Abreu 
Oh! que saudades que tenho 
Da aurora da minha vida, 
Da minha infância querida 
Que os anos não trazem mais! 
 
Que amor, que sonhos, que flores, 
Naquelas tardes fagueiras 
À sombra das bananeiras, 
Debaixo dos laranjais! 
(...) 
CARPE DIEM 
 
 
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3ª Geração: 
ABOLICIONISTA 
Nomes: 
Castro Alves Sousândrade 
 
 
 
 
Johann Moritz Rugendas, 1830 
 
“Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura… se é verdade 
Tanto horror perante os céus… 
Ó mar! por que não apagas 
Co’a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?… 
Astros! noite! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão!” 
(Trecho de “O Navio Negreiro”. Castro Alves) 
 
 
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Teu romantismo bebo, ó minha lua, 
A teus raios divinos me abandono, 
Torno-me vaporoso ... e só de ver-te 
Eu sinto os lábios meus se abrir de sono. 
(Álvares de Azevedo, “Luar de verão”) 
Nesse excerto, o eu lírico parece aderir com intensidade aos temas de que fala, mas revela, de 
imediato, desinteresse e tédio. Essa atitude do eu lírico manifesta a: 
a) ironia romântica. 
b) tendência romântica ao misticismo. 
c) melancolia romântica. 
d) aversão dos românticos à natureza. 
e) fuga romântica para o sonho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações: 
 
 
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• Werther (Goethe), ainda do século XVIII, 
é considerado o primeiro romance 
romântico do mundo. 
• No Brasil, é A moreninha, de 1844, 
escrito por Joaquim Manuel de Macedo, 
é o ponto de partida. 
 
 
 
 
 
Romantismo no Brasil - Folhetim 
ROMANTISMO NO BRASIL - PROSA 
Romance Romântico 
 
 
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1844 
• Elementos cativantes dos romances de FOLHETIM: um amor proibido, toquezinho de humor, 
reviravoltas no final... 
• Trama: Augusto (o protagonista), o Leopoldo e o Fabrício vão passar o dia de Sant’Ana na casa da 
avó do Felipe, amigo da galera. A casa ficava na ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Augusto, que 
nunca conseguia manter uma relação duradoura com moça nenhuma, prometeu que se ficasse 
apaixonado por uma só mulher durante 15 dias ou mais, escreveria um romance sobre essa 
história. Lá ele encontra Carolina e se apaixona... 
 
 
 
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• Le feuilleton, que seria “nota de rodapé”. Na França, jornais e revistas começaram a deixar o 
rodapé para entretenimento. Surgiram, então, prosas românticas. 
• A moreninha, que foi publicado primeiramente no rodapé do antigo Jornal do Commercio. 
• As publicações em periódicos (jornais, revistas) podiam ser DIÁRIAS, SEMANAIS ou MENSAIS. 
• Preocupação com o público (telenovelas). 
 
 
 
• Folhetim 
• 1808: vinda da Família Real 
 
Moça com livro (1879) - Almeida Júnior 
FOLHETIM 
ROMANTISMO E A LITERATURA 
 
 
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Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante 
meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela 
dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos 
com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei 
agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os 
noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina 
Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de 
encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não 
tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferênciasdevidas à 
idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações 
como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, 
a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha 
parenta. 
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006. 
O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença 
de D. Firmina Mascarenhas como “parenta” de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais 
inseridas no contexto do Romantismo, pois 
a) o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a mulher ao retratar a condição feminina na sociedade 
brasileira da época. 
b) o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos sociais no enredo de seu romance. 
c) as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do narrador 
romântico. 
d) o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente independente. 
e) o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele período 
histórico. 
 
 
 
 
 
 
 
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• O maior prosador romântico brasileiro! 
• Mecejana (CE), 1829-77. 
• Mudou-se para o Rio, na infância, por causa do trabalho do pai. 
• Foi advogado, jornalista, escritor. 
 
 
 
 
ROMANCE URBANO: Lucíola, Senhora... 
ROMANCE INDIANISTA: O Guarani, Iracema e Ubirajara. 
ROMANCE REGIONALISTA: O Sertanejo, O Gaúcho... 
ROMANCE HISTÓRICO: As Minas de Prata e Guerra dos Mascates. 
 
Romantismo no Brasil – José de Alencar 
José de Alencar 
 
 
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Lúcia e Paulo: o amor purificador. 
 
 
 
 
 
 
Gênero: ROMANCE 
Data: 1862 
Escola: ROMANTISMO 
Narrador: 1ª PESSOA (Paulo) 
Espaço: Rio de Janeiro 
Tempo: 1855 
Capítulos: XXI 
 
“Admirei-lhe do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância. O vestido que o moldava 
era cinzento com orlas de veludo castanho e dava esquisito realce a um desses rostos suaves, puros 
e diáfanos, que parecem vão desfazer-se ao menor sopro, com os tênues vapores da alvorada”. 
 
 
 
Iracema e Martim: o amor que une dois mundos. 
 
 
 
 
 
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Aurélia e Fernando: o amor e o comércio. 
 
 
 
 
(UFPR) Qual das informações sobre José de Alencar é correta? 
a) Inaugurou a ficção brasileira com a publicação de sua obra Cinco minutos. 
b) Foi um romancista que soube conciliar um romantismo exacerbado com certas reminiscências do 
Arcadismo, manifestas, principalmente, na linguagem clássica. 
c) Apesar de todo o idealismo romântico, conseguiu, nas obras Lucíola e Senhora, captar e denunciar 
certos aspectos profundos, recalcados, da realidade social e individual, em que podemos detectar um 
pré-realismo ainda inseguro. 
d) Sua obra, objetivando atingir a História do Brasil e a síntese de suas origens, volta-se 
exclusivamente para assuntos indígenas. 
e) Seu indianismo baseou-se em dados reais e pesquisa antropológica, apresentando, por isso, uma 
imagem do índio brasileiro sem deformação ou idealismo. 
 
 
 
 
 
 
 
Anotações:

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