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tutoria 3p M1C1

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Laura Costa Tutoria FPS MED20 2022.2 
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Que responsabilidade! 
Objetivos: 
1) Conhecer os componentes do sistema 
urinário, compreendendo suas funções e a 
anatomia 
2) Compreender a fisiologia dos rins, 
explicando sua importância na homeostase: 
regulação íons, volume, pressão arterial, 
hormônios, Ph... 
3) Analisar a estrutura do néfron, 
diferenciando as funções das suas estruturas. 
4) Entender a estrutura dos ureteres e da 
bexiga, analisando suas funções. 
 
Resumo: 
Fisiologia renal 
 
Funções dos Rins: 
Eliminar o material indesejado, limpa o sangue 
filtrando substâncias indesejadas 
• Funções homeostáticas: 
 Excreção de produtos indesejáveis do 
metabolismo e de substâncias químicas 
estranhas 
 Regulação do equilíbrio de água e dos 
eletrólitos 
 Regulação da osmolaridade (propriedades da 
osmose) dos líquidos corporais e da 
concentração de eletrólitos 
 Regulação da pressão arterial 
 Regulação do equilíbrio ácido-base 
 Regulação da produção de hemácias 
 Secreção, metabolismo e excreção de 
hormônios 
Gliconeogênese 
 
Excreção de produtos indesejáveis do 
metabolismo, de substâncias químicas 
estranhas, fármacos e metabólitos hormonais 
Meio primário da eliminação de produtos 
indesejáveis, como ureia (dos aminoácidos), 
creatinina (da creatina muscular), ácido úrico 
(dos ácidos nucleicos), prod finais da 
degradação da hemoglobina (como bilirrubina) 
e metabolitos de hormônios 
-Também elimina pesticidas, fármacos e 
aditivos alimentares (substâncias ingeridas e 
absorvidas do meio) 
 
Regulação do equilíbrio de água e dos eletrólitos 
Manutenção da hemostasia necessita de um 
controle na excreção de água e eletrólitos 
A manutenção depende da ingestão de sólidos e 
de líquidos da pessoa 
O rim tem uma alta capacidade de se adaptar ao 
aumento da ingestão de eletrólitos (sódio) e de 
água, mantendo o volume extracelular e do 
sangue quase constante. 
 
Regulação da pressão arterial 
O rim tem papel dominante na regulação da 
pressão arterial, pela excreção de quantidades 
variáveis de sódio e água 
Também a curto prazo pela secreção de 
hormônios e fatores ou substâncias vasoativas 
(renina), que levam a produção de vasoativos. 
 
Regulação do equilíbrio ácido-base 
Acontece junto com os pulmões e tampões deos 
líquidos corporais 
Os rins excretam ácido e regulam os estoques 
de tampões nos líquidos corporais 
Sendo a única forma de eliminar alguns ácidos 
produzidos pelo metabolismo das proteínas: ác. 
Sulfúrico e ác. Fosfórico 
 
Regulação da produção de Eritrócitos 
Os rins estimulados pela hipoxina secretam a 
eritropoetina→ Produção de células vermelhas 
do sangue 
Pessoas com a função renal comprometida 
desenvolvem anemias graves 
 
Regulação da produção da 1,25-Di-
hidroxivitamina D3 
Através da hidroxilação os rins produzem a 
forma ativa da vit D (que é essencial para o 
metabolismo do cálcio, e a regulação do Ca e 
Fosfato) 
 
Síntese de Glicose 
Durante jejum prolongado, os rins têm uma 
função equivalente ao fígado. 
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Sintetiza glicose a partir de aminoácidos e outro 
precursores (GLICONEOGÊNESE) 
 
 
 Anatomia fisiológica dos rins 
 
Organização geral dos rins e do trato urinário 
O lado medial do rim apresenta o hilo, que 
passam a artéria e veia renais, vasos linfáticos, 
suprimento nervoso e o ureter 
Regiões: córtex externo e medula interna 
Medula pirâmides renais (limite da região 
cortical até a papila) 
*pelve renal- estrutura em formato de funil que 
continua na extremidade superior do ureter; 
dividido em cálices maiores e menores que 
coletam a urina dos túbulos das papilas 
*bexiga, armazena a urina até que seja 
eliminada na micção 
 
 
Suprimento sanguíneo renal 
O fluxo sanguíneo que chega aos dois rins 
corresponde normalmente a 22% do débito 
cardíaco 
A artéria entra pelo hilo e se divide formando: 
Aa. Interlobares, Aa. Arqueadas, Aa. 
Interlobulares 
Que terminam em capilares 
 
A circulação renal tem dois leitos capilares, o 
glomerular e o peritubular 
Essas arteríolas ajudam no controle da pressão 
hidrostática nos capilares 
Pressão hidrostática nos capilares 
glomerulares- filtração rápida de líquido e 
eletrólitos 
Pressão hidrostática nos capilares 
peritubulares permite rápida reabsorção 
*os capitares peritubulares se esvaziam noos 
vasos do sistema venoso 
 
Néfron é a unidade funcional do rim 
Os néfrons são capazes de formar urina, porém 
o rim não tem capacidade de regenerar novos 
néfrons 
Os nefros contêm: glomérulos (grupo de 
capilares glomerulares), que filtra o líquido do 
sangue; e longo túbulo, que o filtrado é 
convertido em urina 
O glomérulo: contém rede de capilares 
glomerulares unificados e anastomosados, com 
pressão hidrostática alta 
A cápsula de Bowman envolve o glomérulo, que 
recebe o líquido filtrado 
O túbulo proximal (zona cortical) recebe o 
líquido proveniente da capsula de Bowman 
O líquido segue para a alça de Henle, que 
consiste em ramo descente e ascendete 
Após a alça de Henle o líquido segue pelo túbulo 
distal pelos túbulos coletores até o ducto coletor 
 
 
Diferença de nefros corticais e justamedulares 
 
 
 Micção 
A micção é o processo pelo qual a bexiga se 
esvazia quando fica cheia 
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Dividindo-se em duas etapas principais: 
Primeira, a bexiga se enche, até a tensão na 
parede atingir o nível limiar 
Segunda, reflexo de micção (esvazia a urina ou 
causa desejo consciente de urinar) 
Bexiga anatomia fisiológica 
Corpo e colo 
M. detrusor: musculo liso vesical, que contrai 
atingindo níveis altos de pressão no interior da 
bexiga (a contração desse musculo detrusor é a 
etapa principal no esvaziamento da bexiga) 
O colo vesical tem parede composta por 
musculo detrusor, que nessa área é chamado de 
esfíncter interno, que evita o esvaziamento da 
bexiga 
A uretra passa pelo diafragma urogenital 
(esfíncter externo da bexiga), músculo do tipo 
esquelético voluntário 
 
Inervação da bexiga: Plexo sacro conectam os 
nervos pélvicos a medula espinhal 
Nervos pélvicos fibras sensoriais e motoras 
(parassimpáticas) 
Nervos pudendos fibras motoras esqueléticas 
(esfíncter externo) 
 
 
Urina do rim para a bexiga, através dos ureteres 
A urina flui dos cálices renais, pelos ureteres, até 
a bexiga 
A pelve renal e o ureter recebem contrações 
peristálticas 
O ureter contém musculo liso, inervados por 
fibras simpáticas e parassimpáticas 
*complicação REFLUXO VESICOURETERAL: 
a urina é propelida de volta ao ureter 
 
Reflexo da micção 
Pelo enchimento da bexiga, muitas contrações 
de micções começam a aparecer, que são 
resultado dos reflexos dos receptores sensoriais 
de estiramento (são conduzidos pelos nervos 
pélvicos e retornam pelas fibras 
parassimpática). 
É considerado “autorregenerativo”, se repete 
continuamente até a bexiga ter alcançado alto 
grau de contração 
 
O reflexo de micção é cíclico 
1- Aumento rápido e progressivo da pressão 
2- Período de pressão sustentada 
3- Retorno da pressão ao tônus basal da bexiga 
A medida que a bexiga fica cada vez mais cheia, 
a frequência do reflexo aumenta 
 
Quando o reflexo se torna suficiente os nervos 
pudendos produzem outro reflexo para relaxar o 
esfíncter externo 
 
Inibição da micção pelo cérebro 
o reflexo de micção pode ser inibido pelos 
centros cerebrais: centros facilitadores e 
inibitórios no tronco cerebral (ponte), vários 
centros do córtex 
 
como: 
1-Até a vontade de urinar, os centros superiores 
mantem o reflexo de micção se mantem 
parcialmente inibido 
2-Até o momento conveniente, os centros 
superiores podem evitar a micção, até a 
presença da micção está presente, pela 
contração tônica do esfíncter externo 
3-No momento de micção, os centros corticais 
ajudam os centros sacrais a iniciar o reflexo de 
micção, inibindo a contração do esfíncter vesical 
externo 
 
URINA: FILTRAÇÃO GLOMERULAR, 
REABSORÇÃO TUBULAR E 
SECREÇÃOTUBULAR 
a intensidade da excreção das substâncias vai 
depender de todo processo renal 
 
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Taxa de excreção urinaria = 
Taxa de filtração-taxa de reabsorção+taxa de secreção 
 
 
 
Grande quantidade de líquido, praticamente 
sem proteína é filtrada dos capilares na capsula 
de Bowman (mesma concentração que o 
plasma) 
Nos túbulos é modificado a concentração pela 
reabsorção de água e solutos especificas 
 
 
A reabsorção é quantitativamente mais 
importante. A maioria das substâncias que 
devem ser retiradas do sangue são pouco 
absorvidas. Aminoácidos e glicose são 
totalmente reabsorvidos 
As alterações da filtração glomerular e da 
reabsorção tubular geralmente agem de forma 
coordenada para produzir as alterações 
necessárias na excreção renal 
 
Alta FG permite controle rápido e preciso do 
volume e da composição dos líquidos corporais 
Filtração glomerular 
O filtrado glomerular é o líquido que entra no 
espaço capsular. A parte do plasma sanguíneo 
que se torna FG é chamada de fração de 
filtração. 
Mais de 99% do filtrado glomerular volta a 
corrente sanguínea, pela reabsorção, sendo 
excretados de 1 a 2 litros de urina. 
-Membrana de filtração: 
 
A membrana da fenda perite a passagem de 
água, glicose, vitaminas, aminoácidos, proteínas 
plasmáticas muito pequenas, amônia, ureia e 
íons 
 
O princípio da filtração (uso da pressão para 
foras os líquidos e solutos através de uma 
membrana) é o mesmo para os capilares 
glomerulares. 
Porém, o líquido filtrado pelo corpúsculo renal é 
muito maior do que outros capilares, pois tem 
maior área de superfície para a filtração; a 
membrana de filtração é fina e porosa; a pressão 
sanguínea capilar glomerular é alta 
 
-Pressão efetiva de filtração: 
A pressão efetiva é o resultado de todas essas 
pressões: 
PHGS (pressão hidrostática glomerular do 
sangue): promove a filtração, pressão do sangue 
nos capilares glomerulares 
PHC (pressão hidrostática capsular): opõe a 
filtração, pressão contra a membrana de 
filtração pelo líquido presente no espaço 
capsular e no túbulo renal 
PCOS (pressão coloidosmótica do sangue): se 
opõe a filtração, presença de proteínas 
 
PEF = PHSG - PHC - PCOS 
 
-Taxa de filtração glomerular: 
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A quantidade de filtrado formado em todos os 
corpúsculos renais. 
O mecanismo de regulação da TFG opera por 
dois princípios: ajustando o fluxo sanguíneo 
para dentro e para fora do glomérulo; alterando 
a área de superfície disponível para filtração 
capilar glomerular. 
TFG fluxo sanguíneo nos capilares glomerulares 
área de filtração TFG 
 
-Regulação da TFG: 
Autorregulação renal: 
Os rins regulam o fluxo sanguíneo renal e a 
TFG constante, por 2 mecanismos: mecanismo 
miogênico e o feedback tubuloglomerular 
Mecanismo miogênico: 
PA →  fluxo sanguíneo renal → TFG 
PA elevada distende as arteríolas, em resposta 
as fibras de musculo liso da parede da arteríola 
se contrai, reduzindo o lúmen da arteríola, 
como resultado: 
 fluxo sanguíneo renal →  TFG (nível 
normal) 
 
O inverso também ocorre, quando a pressão 
está baixa 
 
Feedback tubuloglomerular (mais lento que o 
controle miogênico): túbulos renais fornecem 
feedback ao glomérulo 
PAS → TFG →  velocidade do líquido 
filtrado flui →  tempo para absorver Na+, Cl- e 
água →  Na+, Cl- e água → Vaso dilata → 
 sangue fluindo →  captação → 
 concentração no filtrado → regula PAD 
 
As celulas da macula densa detectam o aumento 
das substâncias → inibem a liberação de óxido 
nítrico (NO) das celulas (AJG) 
*NO provoca vasodilatação 
PAS  → Na+, Cl- e água → NO → arteríolas 
glomerulares aferentes se contraem → TFG 
(menor que a normal) 
 
Com a pressão sanguínea cai e TFG fica menor 
que a normal, ocorre a sequência de eventos 
opostas 
 
regulação neural TFG: 
os vasos renais são inervados por fibras 
simpáticas do SNA, que liberam norepinefrina 
(vaso constritor) 
com maior estímulo, como durante exercícios e 
hemorragia esse mecanismo é ativado, porém 
em repouso a autorregulação prevalece. 
fluxo sanguíneo para os vasos capilares → 
TFG 
Tem duas consequências: reduz o débito 
urinário (conserva o volume do sangue) e 
possibilita um maior fluxo sanguíneo para 
outros tecidos 
Regulação hormonal: 
Dois hormônios contribuem para a regulação 
da TFG →  perda de liquido 
Angiotensina II (vasoconstrictor) - TFG 
PNA (peptídio natriurético atrial) - TFG, por 
aumentar a área aumenta 
 
Reabsorção e secreção tubular 
Reabsorção: retorno da maior parte da água 
filtrada e de muitos solutos filtrados para a 
corrente sanguínea (99% da água filtrada é 
reabsorvida) 
Solutos que são reabsorvidos: glicose, 
aminoácidos, ureia e íons (Na+, K+, Ca2+, Cl-, 
HCO3- e HPO42-), proteínas e peptídeos 
pequenos (por pinocitose) 
 
Secreção tubular: transferência de materiais das 
celulas do sangue e do túbulo para o filtrado 
glomerular; são as substâncias secretadas H+, 
K+, íons amônia, creatina e fármacos 
Tem dois resultados importantes: A secreção de 
H+ ajuda a controlar o pH sanguíneo; A 
secreção de outras substâncias ajuda a eliminá-
las do corpo pela urina. 
Pela secreção tubular, substâncias passam do 
sangue para a urina e podem ser detectadas no 
exame de urina (antidoping) 
 
-Vias de reabsorção 
Tem duas vias antes de entrar em um capilar 
peritubular, que pode ser entre as celulas ou 
através das celulas 
Reabsorção paracelular- entre as celulas 
Reabsorção transcelular- passa através 
-Mecanismo de transporte: pode ser ativo ou 
passivo, transporte ativo (“uso” de ATP). 
O transporte ativo de solutos (Na+, Cl-, glicose), 
impulsiona a reabsorção de água, por osmose 
(reabsorção de água obrigatória), no túbulo 
contorcido proximal e parte descente da alca de 
Henle 
A absorção dos restos 10% de água (reabsorção 
de água facultativa) é regulada pelo HAD e 
ocorre principalmente nos ductos coletores 
 
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Locais de filtração, reabsorção e secreção 
 
 
 
 
 
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Regulação homeostática da reabsorção e as secreção tubular 
Cinco hormônios afetam a reabsorção de Na+, Cl-, Ca2+ e água, e secreção de K+ 
Esses hormônios são angiotensina II, a aldosterona, o hormônio antidiurético, o peptídio natriurético 
atrial e o hormônio paratireóideo. 
 
 
 
Sistema renina-angiotensina-aldosterona 
volume de sangue → pressão arterial 
paredes das arteríolas glomerulares aferentes 
são menos distendidas → células 
justaglomerulares secretam a enzima renina no 
sangue. 
A renina retira um peptídio com 10 aminoácidos 
(angiotensina I) a partir do angiotensinogênio. 
Ao retirar mais dois aminoácidos, a enzima 
conversora de angiotensina (ECA) converte a 
angiotensina I em angiotensina II, que é a forma 
ativa do hormônio. 
 
A angiotensina II afeta a fisiologia renal de três 
modos principais: 
1.Ela diminui a taxa de filtração glomerular, 
causando vasoconstrição das arteríolas 
glomerulares aferentes. 
2.Ela aumenta a reabsorção de Na+, Cl– e água 
no túbulo contorcido proximal, estimulando a 
atividade dos contratransportadores Na+-H+. 
3.Ela estimula o córtex da glândula suprarrenal 
a liberar aldosterona, um hormônio que por sua 
vez estimula as células principais dos ductos 
coletores a reabsorver mais Na+ e Cl– e a secretar 
mais K+. A consequência osmótica de reabsorver 
mais Na+ e Cl– é que mais água é reabsorvida, 
provocando aumento do volume sanguíneo e da 
pressão arterial.

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