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Temas da Administração Pública 
 
Fonte: 
http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&c
od_edicao_subsecao=1692 
 
Tema 1 - Estado, Organizações e Gestão Pública: reformas e inovações 
 
A Administração Pública, considerada como um agente operativo do Estado, é 
requerido que se reorganize, e elabore modelos de gestão que atendam às exigências 
e às necessidades sociais, políticas e econômicas. A reformulação e a modernização 
da administração pública, no sentido de racionalizar as ações e aumentar a efetividade 
das suas instituições, respondendo com agilidade e competência às demandas do 
Governo e da sociedade, fazem-se cada vez mais necessárias. 
As novas perspectivas teóricas apontam no sentido tanto de uma maior 
importância quanto de uma maior complexidade do papel do Estado, argumentando que 
instituições públicas eficientes e novas conexões políticas com a sociedade tornam-se 
fundamentais na oferta de serviços associados à expansão das capacidades humanas 
(POLLITT; BOUCKAERT, 2000). 
Considerando tais aspectos, justifica-se a relevância e pertinências da 
proposição do tema Estado, Burocracia e Gestão Pública no âmbito da Divisão de 
Administração Pública. 
De acordo com Kliksberg (1992, p.45), a administração pública e o seu 
funcionamento, modernização do Estado e as reformas administrativas não são a-
históricos: ?fazem parte de um processo histórico global que a marcou profundamente 
em suas características centrais e que ela por sua vez, contribuiu para modelar. (...) Sua 
historicidade visceral determina que muitos dos problemas que apresenta não são 
endógenos; são as manifestações, em seu nível, de problemas estruturais da sociedade 
em seu conjunto? 
Diante do exposto, este tema acolherá os estudos teóricos, empíricos e /ou 
teóricos-empíricos sobre 1) estratégias, estrutura, atores, processos, relações e poder 
intrínsecos ao Estado e à sua administração pública; 2) crises e as reformas no 
Executivo, no Legislativo e no Judiciário, tanto no contexto nacional e internacional; 3) 
relações entre poderes e a governabilidade;4) transformações nas configurações, 
papéis e funções assumidos pelo Estado; Assim como temas atuais e emergentes há 
interesse pela discussão sobre 5) inovação e empreendedorismo na gestão pública 
Palavras-chave: Modelos de Gestão Pública; Reforma do Estado ; Modernização 
Administrativa ; Inovação 
 
Tema 2 - Relações entre Estado e Sociedade Civil: setor público não-estatal, 
organizações do terceiro setor e governo aberto 
 
Este tema tem o intuito de promover o debate acadêmico que aborde 
potencialidades, desafios e estudos de caso que focalize as relações entre Estado e 
organizações do terceiro setor, que sejam organizações do campo da economia 
solidária (cooperativas, associações e organizações informais), organizações não-
governamentais, organizações da sociedade civil e sem fins lucrativos dos diversos 
segmentos de atuação. Dentro deste grande tema das Relações Estado e Sociedade 
serão privilegiadas propostas que abordem subtemas de interesse, como: 
Accountability, Transparência e interface com o cidadão; Governo aberto e governança 
democrática, relações com atores interessados e mecanismos de controle social. Além 
dos aspectos, anteriormente mencionados, que explorem as interações entre Estado e 
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Sociedade que aprofundem o debate sobre a cultura política, capital social e coprodução 
de bens públicos, isto é, o papel da sociedade civil na formulação, implementação, 
avaliação e monitoramento de ações públicos. Por fim, também são bem-vindas 
contribuições que a partir da interação Estado e Sociedade estabeleçam conexões 
sobre como estas podem impactar o desenvolvimento local, e em especial, as que 
tragam investigações qualitativas e quantitativas na qual apontem que a ação de 
organizações públicas não-estatais seja propulsora de ações de interesse público. 
 
Palavras-chave: Estado-Rede; Terceiro Setor; Transparência; Espaço Público; Governo 
Aberto 
 
Tema 3 - Federalismo, Relações Intergovernamentais e Descentralização 
 
A cooperação pública vem sendo utilizada como ferramenta da reforma pública 
(ALDAG; WARNER, 2018). Este modelo tem origem na união de recursos entre 
organizações públicas com vistas à melhoria dos serviços e diminuição dos seus custos. 
Poderá ser realizada entre atores da mesma esfera administrativa (cooperação 
intermunicipal) ou por diferentes esferas administrativas (União, Estados e/ou Municipal, 
assumindo-se aqui como cooperação interfederativa). 
Estudos sobre o tema vêm sendo desenvolvidos sobre duas óticas. Pela 
primeira, destaca-se a utilização da segunda geração do modelo de Escolha Racional 
proposto por Feiock (2007). Desenvolvido por pesquisadores Norte-americanos, 
procuram uma melhor compreensão das motivações que levam à cooperação, 
notadamente no âmbito regional e local. Assume-se, que a cooperação depende da 
natureza do problema e dos riscos de colaboração, visando a busca de objetivos 
comuns no território. Já a segunda abordagem vem sendo desenvolvida por 
pesquisadores Europeus (BEL; WARNER, 2015). Pelas Ciências da Administração, 
estes pesquisadores buscam o conhecimento dos fatores que têm efeito nos custos da 
ação e na economia de escala que resulta da cooperação intergovernamental. 
Blåka (2017) reporta que estudos empíricos sobre a cooperação pública são 
escassos. Notadamente, a maioria desses centra-se nas experiências de reforma das 
organizações públicas Ocidentais. Falta, contudo, o alargamento desses estudos a 
outras realidades. Já existem publicações abordando esse tema no Brasil (MEZA et al., 
2019) que, em geral, organiza o debate em quatro dimensões de análise (Grin apud 
2019): Fonte: Nascimento e Sano (2019) com base em Grin e Abrucio (2017). 
O painel proposto visa o debate necessário para desenvolvimento desse campo 
de pesquisa aplicada e acadêmica. Quanto ao primeiro, há implicações práticas para a 
tomada de decisão política e, em relação ao segundo, a necessidade de adensar 
estudos que testem os pressupostos teóricos da literatura no contexto brasileiro. 
Procura-se neste painel responder às seguintes questões: 
 
(1) Quais os fatores exógenos e endógenos que explicam a cooperação pública? 
(2) Em que medida a cooperação pública de relaciona com a economia de 
escala/eficiência/redução de custos na prestação de serviços? 
(3) Em que medida a cooperação pública se relaciona com os efeitos dos serviços (ex. 
alargamento dos serviços)? 
Em resumo, o tema congrega artigos sobre repartição de encargos e recursos 
entre esferas de governo. Processo de descentralização e governança territorial. Papéis 
dos governos estaduais e municipais. Poder e desenvolvimento em nível subnacional. 
Arranjos institucionais cooperativos. Consórcios intergovernamentais. Associativismo e 
arranjos produtivos locais. 
Palavras-chave: Federalismo; Relações intergovernamentais; Descentralização; 
Cooperação; Consórcios 
 
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Tema 4 - Análise de Políticas Públicas: tradição de 'Policy Analysis' 
 
O tema enfoca a teoria das políticas públicas pela abordagem de public policy 
analysis na tradição de policy studies. O debate no tema incorpora tanto a discussão 
mais teórica quanto contribuições empíricas ao estudo das políticas públicas. A área de 
políticas públicas encontra-se hoje bastante consolidada em torno deum conjunto de 
modelos analíticos e normativos de políticas públicas, que organizam o debate. Estes 
modelos são geralmente aplicados aos estudos sobre políticas públicas, comumente 
orientados pela noção (em si mesma bastante debatida) do ciclo de políticas: agenda-
setting, processo decisório, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de 
políticas públicas e de programas governamentais. No entanto, já há algum tempo, a 
agenda do campo de análise de políticas públicas vem se renovando, a partir de novas 
abordagens teóricas e metodológicas em gestão de políticas públicas. Ao lado do 
intenso debate sobre participação e democratização das políticas, vários outros temas 
têm frequentado a literatura e a produção acadêmica, ao mesmo tempo em que são 
enfrentadas e desafiam os policy makers: intersetorialidade, análise de redes, 
territorialidade, difusão de políticas públicas, políticas públicas baseadas em evidências, 
capacidades estatais e instrumentos de políticas públicas.,além da discussão sobre 
federalismo, parcerias e relações intergovernamentais na produção de políticas 
públicas. 
Palavras-chave: Análise de Políticas Públicas; Modelos Analíticos; Formulação ; 
Implementação; Avaliação 
 
Tema 5 - Casos e Aplicações de Políticas Públicas: tradição de 'Policy Orientation' 
 
O tema se propõe a discutir estudos e aplicações de políticas públicas em uma 
perspectiva multi e interdisciplinar e na tradição de policy orientation. Estudos orientados 
a política pública? (policy oriented), nos termos em que esta é definida na literatura das 
policy sciences, são aqueles que acumulam aspectos de multidisciplinaridade (e 
interdisciplinaridade), normatividade e ânimo na resolução de problemas. Busca-se 
enfatizar análise de casos de políticas, programas, projetos e atividades 
governamentais e públicos, assim como ações públicas não estatais e/ou advindas da 
sociedade que se relacionam com as políticas públicas governamentais nas mais 
diversas dimensões e setores de intervenção: econômico, social, ambiental, cultural, de 
infraestrutura, educacional, de ciência, tecnologia e inovação, intervenção 
administrativa, políticas de desenvolvimento territorial, entre outros. Tem-se como foco 
as técnicas e ferramentas de políticas públicas com abordagem aplicada, voltado ao 
processo de intervenção e mudança social e organizacional. Outras matrizes teóricas 
que alimentem o debate da consecução e aplicabilidade da política pública também 
serão consideradas para análise de contraditórios. Metodologicamente, o tema prioriza 
estudos de casos, multi-casos e análises comparativas sem, entretanto, descartar 
outros métodos de pesquisa. As montagens das seções serão realizadas 
prioritariamente por políticas públicas setoriais, entretanto considerando a inter-relação 
setorial, quando for o caso. 
Palavras-chave: Orientação Política; Casos sobre Políticas Públicas; Aplicações 
em Políticas Públicas; Perspectivas Práticas 
Tema 6 - Planejamento Governamental, Finanças Públicas e Controle no Setor Público 
 
O tema abrange os trabalhos sobre o processo de planejamento e orçamento 
governamental. Finanças públicas: tributação/arrecadação, gasto público e 
financiamento. Função de controle interno e externo; estudo sobre os órgãos de controle 
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e compliance no setor público; políticas; gestão; mecanismos; e instrumentos 
relacionados com as questões de prestação de contas, accountability, responsabilidade 
fiscal, contratualização de resultados e auditoria operacional no setor público; combate 
à corrupção; e qualidade do gasto público. 
Palavras-chave: Planejamento Governamental; Orçamento Público; Finanças 
Públicas; Accountability; Controle no Setor Público 
 
Tema 7 - Organização e Gestão de Serviços Públicos 
 
O tema destina-se aos trabalhos sobre gestão de serviços públicos pela 
perspectiva da prestação de serviços públicos em setores específicos: energia, 
transporte, telecomunicações, recursos hídricos, saneamento, saúde, educação, 
segurança pública, atendimento ao cidadão, entre outros. Modos de provisão dos 
serviços públicos: prestação direta ou delegada; desestatização, privatização, 
publicização, desregulamentação, concessão, coprodução e terceirização. Novos 
formatos organizacionais e a prestação de serviços públicos: organizações sociais 
(OSs), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS), Parcerias 
Público-Privadas (PPPs) e serviços sociais autônomos. Agências executivas e agências 
reguladoras. 
A apresentação do tema se justifica por incluir tópicos fundamentais na gestão 
de organizações públicas e serviços públicos. Com os avanços tecnológicos, as 
reformas da administração pública as preocupações dos governos com uma gestão 
pública voltada para resultados, tornam-se indispensáveis reflexões sobre modelos 
organizacionais, estruturas de governança e arranjos institucionais que facilitem a 
entrega de serviços públicos de qualidade. Acrescente-se, também, que todos os 
proponentes trabalham e pesquisam com os temas relacionados na proposta, quais 
sejam: administração pública, serviços públicos, prestação de serviços públicos, gestão 
de organizações públicas, coprodução de serviços públicos e políticas públicas. Outro 
fator considerado na formação da equipe é sua participação em diversos programas de 
várias instituições. 
Palavras-chave: Serviços públicos; Formas de provisão; Novos formatos 
organizacionais; Papel regulador do Estado; Agências reguladoras e executivas 
 
Tema 8 - Gestão de Organizações Públicas: Funções Gerenciais e Áreas Funcionais 
 
O tema é orientado para os artigos sobre funções e instrumentos gerenciais de 
planejamento estratégico, organização, direção e execução no âmbito 
intraorganizacional. Estilo e tomada de decisão em órgãos públicos. Estruturas, 
processos e comportamentos administrativos nas organizações públicas nas áreas 
funcionais de: gestão de pessoas, liderança e cultura organizacional; comunicação, 
marketing e qualidade em serviços públicos; gestão de materiais e patrimônio; logística, 
operações e suprimentos; gestão financeira e contábil; gestão de processos e sistemas 
de informações gerenciais. TICs no serviço público, governo eletrônico e governança 
digital. Abordagens e técnicas de gestão emergentes nas organizações públicas, tais 
como: gerenciamento de projetos, gestão do conhecimento, organizações matriciais, 
transformação digital no setor público, design thinking, análise de stakeholders dentre 
outros. Trata-se de um tema relevante na medida em que propõe reunir pesquisas que 
explorem os caminhos para uma gestão pública de qualidade nas suas mais diferentes 
frentes, isto é, nas suas áreas funcionais. Particularmente no contexto atual, no qual se 
reconhece restrições de diversas ordens às organizações públicas, aliadas a diversas 
mudanças do contexto ambiental - por exemplo, relacionadas à mudanças sociais, 
tecnológicas, dentre outras - torna-se ainda mais fundamental direcionar esforços de 
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pesquisas que tenham como propósito promover, em última análise, a busca pela 
eficiência organizacional e a qualidade na prestação dos serviços públicos. 
Palavras-chave: Organizações Públicas; Funções Gerenciais; Áreas Funcionais; 
Estruturas Intraorganizacionais; Gestão de Processos 
 
Tema 9 - Ontologias, Epistemologias, Teorias e Metodologias em Administração Pública 
 
No contexto da administração pública no Brasil, a discussãode matrizes 
ontológicas e epistemológicas, tem sido levantada no intuito de relatar a importância de 
compreensão do campo por um olhar multifacetado. Especificamente existe a 
necessidade de se pensar novos caminhos metateóricos pouco explorados tendo como 
inspiração referenciais diversos na análise das novas demandas da administração 
pública contemporânea. Há ainda uma escassez de trabalhos que utilizam abordagens 
críticas, hermenêuticas e fenomenológicas - aqui especificamente a teoria crítica como 
norteadora dos estudos na administração pública. Diante deste contexto, este tema, 
propõe-se fortalecer uma agenda de pesquisas que debata o fortalecimento teórico do 
campo da administração pública para além da perspectiva empírica. Busca-se, 
sobretudo fortalecer uma investigação disciplinar, interdisciplinar e/ou multidisciplinar na 
administração pública. São bem vindas propostas de trabalho que visem articular a 
administração pública tanto em âmbito técnico, quanto na perspectiva política, social e 
cultural. Assim, o tema volta-se ao debate sobre os fundamentos teóricos 
multi/interdisciplinares da administração pública. Processo de construção, delineamento 
e desenvolvimento do campo da administração pública do ponto de vista ontológico, 
epistemológico e metodológico. Paradigmas e modelos de gestão pública. Discussões 
sobre as abordagens teóricas que incidem na reflexão e análise dos objetos de estudo 
do campo: correntes do institucionalismo, nova gestão pública, novo serviço público, 
governança pública, entre outras. Estudos sobre as perspectivas metodológicas na 
pesquisa em administração pública. 
Palavras-chave: Paradigma; Conhecimento; Episteme 
 
Tema 10 - História, Memória e Estudos Comparados em Administração Pública 
 
Ementa: Historia e historiografia de la Administración Pública. Estudios 
comparativos en la Administración Pública. Fuentes para la memoria de la 
Administración Pública. Memoria de la Administración Pública Brasileña. Historia de 
vida. Hombres de Estado. Administración para el desarrollo. La Administración Pública 
en América Latina. La Administración Pública en una perspectiva internacional. 
Descritor: Na última década, ao lado de iniciativas mais perenes, como o trabalho 
continuado do Projeto MAPA (Memória da Administração Pública) do Arquivo Nacional, 
na esteira da celebração de efemérides, como os 200 anos da transferência da Corte 
portuguesa para o Rio de Janeiro, surgiram esforços pontuais (mas significativos) que 
atestam a renovação do interesse pelos estudos históricos no campo da administração 
pública. Assim, diversas publicações recentes vêm se juntar à vigorosa produção 
historiográfica que vicejou na área até a década de 1980. 
Não obstante os significativos resultados verificados nos últimos anos na 
retomada dos estudos históricos na área da Administração Pública, muito ainda há que 
ser feito no sentido de incorporar a essa produção historiográfica as principais 
conquistas da historiografia contemporânea. Com efeito, a maioria dos trabalhos 
recentes que vieram contribuir para renovação do campo pouco contribuiu para a 
superação das limitações indicadas pela crítica que se dirigia à monumental História 
Administrativa do Brasil, iniciada pelo DASP ainda nos anos 1950. 
De fato, a produção historiográfica sobre a administração pública esteve imune às 
mudanças de perspectiva teórico-metodológica introduzidas pela História dos Anais e 
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pela Nova História, negligenciando o aporte das ciências sociais, a incorporação de 
novos objetos, a adoção de temporalidades múltiplas e o uso de fontes alternativas. A 
história administrativa continuou a se apegar à narrativa de atos e fatos, valorizando os 
aspectos episódicos e biográficos e a ação individual de líderes e heróis providencias? 
- monarcas, tiranos, políticos e dirigentes em geral, caracterizando aquilo que os 
franceses chamam de história dos acontecimentos. A redescoberta da importância do 
conhecimento histórico e da influência mútua entre países no campo da Administração 
Pública deve vir acompanhada da renovação de temas, fontes e métodos de pesquisa, 
com a produção de dissertações, artigos e livros que discutem as transformações do 
Estado e da Administração Pública brasileira em perspectiva histórica e comparada. 
 
Palavras-chave: História Administrativa; Memória da Administração Pública; Estudos 
comparados; Trajetória e desenvolvimento da Administração Pública 
 
Tema 11 - Gestão Social e suas interfaces com a Gestão Pública 
 
Estudos recentes sobre gestão social apontam que sua definição busca 
incorporar aspectos relacionados aos espaços de cidadania, relações 
interorganizacionais e administração pública. A proposta é incorporar a gestão social na 
prática comunitária, mostrando seu potencial para se desenvolver em contextos 
diversos. 
Considera-se, portanto, que as interfaces entre Gestão Pública e Gestão Social 
discutem as interseções e distinções teórico-metodológicas, bem como as práticas entre 
gestão social, administração pública e desenvolvimento. Na democracia participativa 
espera-se uma relação mais estreita entre o Estado e a sociedade cujo protagonista 
deixa de ser o Estado que passa a intermediar as discussões e deliberações com os 
vários atores da sociedade civil. Nessa vertente e, sobretudo, considerando os desafios 
do atual contexto político e social do país, torna-se relevante a proposição de artigos 
que envolvam pesquisas sobre: Gestão social, governança e políticas públicas. Gestão 
Social, transparência e accountability. Gestão Social e coprodução de bens públicos. 
Gestão social em programas e projetos de desenvolvimento sustentável - dimensões 
social, ambiental e territorial. Gestão Social em políticas culturais. Gestão de políticas 
sociais: desigualdade, justiça e democracia. Inovação social, ação coletiva e 
cooperação para o bem comum. Cidadania ativa, participação e ação pública. Gestão 
social e controle social em ambientes públicos coletivos: fóruns, colegiados e conselhos. 
A proposta desse tema é explorar pesquisas acadêmicas que busquem contribuir com 
o avanço teórico nas interfaces entre Gestão Social e Gestão Pública - com modelos 
teóricos e conceituais, bem como com aplicações empíricas que busquem analisar 
exemplos pragmáticos. Acredita-se que tal proposta seja relevante aos pesquisadores 
e grupos de pesquisa da área. 
Palavras-chave: Gestão Social ; Desenvolvimento ; Democracia Participativa ; 
Abordagem Sociopolítica na Gestão Pública 
 
Tema 12 - Governança para a Sustentabilidade e Setor Público 
 
Governança para a Sustentabilidade busca discutir tópicos relacionados com a 
agenda de desenvolvimento das Nações Unidas em 2030, que exige 'uma visão 
supremamente ambiciosa e transformadora' e propõe dezessete Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS) para garantir a saúde e o bem-estar dos países, 
nosso planeta e as futuras gerações. Os ODS delineiam uma agenda ambiciosa que os 
indivíduos, as organizações públicas e privadas e sociedade têm grande potencial e 
capacidade de contribuir. O desenvolvimento sustentável e a agenda de 2030, em 
particular, uniram uma ampla gama de interessados da ciência, sociedade civil, governo 
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e empresas. Muitos expressaram seus compromissos para melhorar o bem-estar do 
planeta e da sociedade e se unem aos esforços para implementar a agenda. Um 
crescente corpo de pesquisas se desenvolveu nas últimas décadas sobre a governança 
do desenvolvimento sustentável. No entanto, lacunas importantes ainda existem. Assim, 
o tema busca artigosque envolvam pesquisas sobre as várias experiências de 
implementação da agenda nos diversos objetivos e níveis de governança e questões 
não resolvidas relativas ao papel, capacidade e impactos das empresas, governos, 
sociedade e organizações internacionais para abordar questões de desenvolvimento 
sustentável, que serão exploradas. Estudos em 'Governança para a sustentabilidade' 
conectam o local e o global, em virtude de seu próprio alcance contextual, incluindo o 
posicionamento da cadeia de suprimentos, seu poder de informar e moldar o 
comportamento do consumidor, sua responsabilidade e impactos sobre os recursos 
naturais e sociedades. Assim, as organizações são críticas, mas suas funções podem 
variarenormemente, dependendo de sua propriedade, setor, tamanho e 'residência' e 
outros países de operação. 
Cada uma das perspectivas acima tem uma dinâmica institucional direcionando 
corporações em certas direções (não) sustentáveis, e essas dinâmicas variam entre 
escalas, lugares e setores. Atenção para os meta papéis das organizações na 
governança, ou seja, tomar, fazer ou quebrar a boa governança e o nível em que isso 
ocorre, ou seja, micro, meso e macro. 
Palavras-chave: Governança; Sustentabilidade; ODS; Desenvolvimento; ONU 
 
Tema 13 - Administração Pública, Políticas Públicas e Relações Raciais no Brasil 
 
As Relações Raciais no Brasil é um tema pouco discutido no campo da 
Administração, na área da Administração Pública e das Políticas Públicas. A nossa 
sociedade negou a existência do racismo como elemento estruturante para o nosso 
processo de subdesenvolvimento e causa motora das diversas formas de 
desigualdades sociais. O mito da democracia racial que vigorou de forma hegemônica 
desde o fim da escravidão até meados dos anos de 1980, pressupunha a convivência 
harmônica entre negros e brancos, diferentemente das situações dos EUA ou da África 
do Sul. A partir das históricas denúncias da sociedade civil organizada liderada pelas 
diversas correntes do movimento negro e da análise das relações verticais em todos os 
setores da sociedade, essa utopia brasileira foi desnudada ao revelar intensas 
desigualdades raciais expressas em inúmeros indicadores sociais. 
Apenas nas últimas duas décadas, o governo passou a reconhecer esse abismo 
social e a implementar medidas para enfrentá-lo. Até o século passado, as medidas 
governamentais se restringiram a iniciativas de combate ao racismo (repressivas) e de 
valorização da matriz africana (culturalista). Essa nova resposta do governo Brasileiro 
deveu-se à pressão cada vez mais qualificada dos movimentos negros, acadêmicos e 
setores progressistas, além de tensionamento institucional em universidades, governos 
subnacionais e organizações da sociedade. A literatura mostra que a partir dos 
resultados da III Conferência Mundial contra o Racismo (Durban, 2001), o Brasil passou 
a ser um dos países que mais implementaram políticas públicas de combate ao racismo 
e promoção da igualdade racial de acordo o Plano de Ação da Conferência: criação do 
Ministério da Promoção da Igualdade Racial e diversos organismos estaduais e 
municipais congêneres e o fortalecimento da Fundação Cultural Palmares. No entanto, 
a crise econômica e político-institucional que vem se abatendo sobre o país a partir de 
2013, trouxe consequências nefastas para a sustentabilidade de todos os arranjos 
criados. Além de diversas resistências ideológicas ao novo modelo de gestão pública, 
os últimos anos mostraram um arrefecimento político, perda de espaço institucional e 
problemas na implementação de ações estratégicas, como as fraudes nas políticas de 
ação afirmativa de acesso as universidades e aos empregos públicos e a baixa adesão 
à política antirracista nas escolas. Diante desse quadro, procura-se discutir os avanços 
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e desafios para o campo da Administração Pública e das Políticas Públicas no que diz 
respeito ao tratamento integral das Relações Raciais como elemento endógeno ao 
objeto de pesquisa e de ensino dessas áreas de conhecimento. Tópicos propostos: 
administração pública, políticas públicas e racismo institucional;administração política e 
relações étnico raciais no Brasil contemporâneo; relações raciais e o ciclo das políticas 
públicas; estudos de caso; relações raciais e as políticas para povos e comunidades 
tradicionais e quilombolas; ações afirmativas no ensino superior e na administração 
pública; relações raciais, transversalidade e interseccionalidade nas políticas 
públicas;políticas públicas e patrimônio afro-brasileiro; modelos de gestão de 
comunidades tradicionais, ; as relações raciais e as políticas públicas de segurança 
pública; relações raciais, burocracia e arranjos institucionais; registros administrativos e 
análise de dados sobre população negra; burocracia representativa. 
 
Palavras-chave: Gestão Pública e Ações Afirmativas ; Relações Raciais ; Políticas da 
Promoção da Igualdade Racial ; Administração Política ; Desigualdades 
 
Tema 14 - Estado, Governança Global e Organizações Supranacionais: gestão e 
políticas públicas no plano internacional 
 
Nessa proposta temática, elencamos como objetivo principal tratar das 
interfaces, diálogos e convergências entre a Administração e os estudos acerca do 
internacional. Parte-se da premissa de que no plano internacional se localizam 
fenômenos e processos sociais cujas particularidades tem impactado, cada vez mais, 
os objetos de estudo da Administração, sejam estes as empresas, o Estado, as políticas 
públicas, a gestão de organizações da sociedade civil ou a própria gestão dos modos 
de desenvolvimento e produção capitalistas, entre outros. Nesse sentido, multiplicam-
se em programas de pós-graduação em Administração, Contabilidade e Turismo, 
trabalhos cuja problematização enfoca questões transfronteiriças, supranacionais ou 
mesmo globais. Além dos temas que já vem sendo cobertos no campo dos estudos da 
internacionalização de empresa, a proposta que aqui se apresenta visa concentrar 
trabalhos tanto no âmbito da grande área da Administração e dos Estudos 
Organizacionais, como interdisciplinares, que abordem (i) organizações supranacionais, 
internacionais ou multinacionais, (ii) cooperação internacional, suas agendas, gestão, 
discussão da eficácia e interfaces com a gestão pública e social local, (iii) governança 
internacional, (iv) internacionalização do capital, sistema-mundo e economia mundo, (v) 
relação entre agendas internacionais e políticas públicas locais, (vi) organizações da 
sociedade civil transnacional. Serão bem vindos trabalhos sobre outros fenômenos 
internacionais associados à Administração Pública não mencionados aqui. 
 
Palavras-chave: Governança Internacional ; Organizações Internacionais ; Cooperação 
Internacional ; Internacionalização e Mundialização 
 
Tema 15 - Administração Pública, Participação e Democracia: perspectivas a partir do 
Estado e da gestão pública 
 
Discute as relações entre administração pública, participação e Estado democrático de 
direito. Experimentações democráticas como práticas para ampliação da efetividade, 
legitimidade e justiça social na administração pública. Alcances e limites do agir 
participativo democrático nos sistemas políticos e na ação pública em territórios, 
instituições e organizações governamentais e não governamentais. Dinâmicas de 
aprendizado coletivo, investigação pública, controle social e accountability, inovações 
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sociopolíticas no setorpúblico e construção de respostas para os problemas públicos, 
a partir da participação social. 
Este tema busca abrir espaço para debates, teóricos e empíricos, sobre o fenômeno da 
experimentação democrática, a partir do agir participativo na administração pública. 
Focaliza os processos de baixo pra cima, fundados na participação democrática e na 
interface entre diversos atores, recursos, práticas e saberes na gestão pública. 
No Brasil, assim como em outros países, após a redemocratização, a Constituição e os 
marcos regulatórios da administração pública passam a incentivar uma gestão pública 
colaborativa co-construída pelos gestores públicos e outros agentes da sociedade civil, 
fortalecendo sistemas de democracia deliberativa (Midlej e Silva, 2019). 
Entretanto, mais recentemente, assistimos em todo o mundo à retomada de 
regimes de governo mais autoritários, com discursos antidemocráticos e refratários à 
participação. Nesse novo cenário, coloca-se a necessidade e urgência de se (re) discutir 
os processos de experimentação democrática e sua relação com a administração 
pública. 
Esse debate é atual e de suma importância, tendo em vistas as discussões 
recentes sobre as crises das democracias modernas em todo o mundo e seus 
desdobramentos na administração pública. Isso abre uma ampla agenda de pesquisa 
sobre os desafios, alcances e limites da governança colaborativa e de outras formas do 
agir democrático para a renovação da administração pública, tanto em âmbito 
internacional (Fung e Wright, 2003; Bohman, 2012; Ansell, 2007, 2012; Ansell e Torfing, 
2018) quanto no Brasil (Milani, 2008; Vaz, 2011; Avritzer, 2017; Andion et al, 2017; 
Midlej e Silva, 2019). 
Diante disso, coloca-se a relevância científica e prática desse painel que visa 
ampliar a compreensão sobre os alcances e limites das experimentações democráticas 
para fazer avançar e criar novas agendas de debate e novas práticas na administração 
pública. Em particular, nos interessa explorar novas perspectivas teórico-analíticas para 
o estudo das experimentações democráticas e do agir participativo em diferentes 
campos de prática como os sistemas políticos, a gestão pública, a gestão de políticas 
públicas, a ação pública nos territórios, as instituições e as organizações 
governamentais e não governamentais. 
Palavras-chave: Administração Pública Democrática; Governança Colaborativa; 
Experimentações Democráticas; Participação 
Tema 16 - Estudos sobre Burocracia(s): atores, processos e transformações 
 
Este tema incentiva pesquisas e estudos que buscam estudar a burocracia 
(enquanto estrutura e atores) e suas transformações contemporâneas a partir de 
múltiplas lentes analíticas. O tema acolhe estudos que focam em tendências e funções 
contemporâneas burocráticas, como a autonomia, o papel de órgãos auditores, 
fiscalizadores e controladores (ao exemplo dos tribunais de conta, controladorias, 
ministério público, entre outros), a agencificação, a regulação e o papel das agências 
reguladoras, a consolidação do centro do governo ou a representatividade burocrática. 
Trabalhos que buscam diagnosticar como os agentes burocráticos respondem às 
pressões por vezes conflitantes sociais e políticas são particularmente bem vindos, ao 
exemplo da interação da dinâmica burocrática com o combate à corrupção, com o 
populismo, ou com a tendência ao fortalecimento dos controles externos e internos. 
Como estas pressões afetam a reputação burocrática e a sua capacidade de 
implementação de políticas públicas? Convidam-se estudos que analisam 
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conceitualmente e empiricamente os atores coletivos implementadores de políticas 
públicas, desde o alto escalão, o médio escalão até a burocracia de rua, observando 
sua atuação, comportamento e interações com outros atores. O tema incentiva também 
pesquisas realizadas no contexto latino americano ou outros contextos que possam 
servir de base para a consolidação da pesquisa comparada com o Brasil. 
Palavras-chave: burocracia; agência; regulação; burocrata; controle

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