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Enanpad Temas da Administração Pública Fonte: http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&c od_edicao_subsecao=1692 Tema 1 - Estado, Organizações e Gestão Pública: reformas e inovações A Administração Pública, considerada como um agente operativo do Estado, é requerido que se reorganize, e elabore modelos de gestão que atendam às exigências e às necessidades sociais, políticas e econômicas. A reformulação e a modernização da administração pública, no sentido de racionalizar as ações e aumentar a efetividade das suas instituições, respondendo com agilidade e competência às demandas do Governo e da sociedade, fazem-se cada vez mais necessárias. As novas perspectivas teóricas apontam no sentido tanto de uma maior importância quanto de uma maior complexidade do papel do Estado, argumentando que instituições públicas eficientes e novas conexões políticas com a sociedade tornam-se fundamentais na oferta de serviços associados à expansão das capacidades humanas (POLLITT; BOUCKAERT, 2000). Considerando tais aspectos, justifica-se a relevância e pertinências da proposição do tema Estado, Burocracia e Gestão Pública no âmbito da Divisão de Administração Pública. De acordo com Kliksberg (1992, p.45), a administração pública e o seu funcionamento, modernização do Estado e as reformas administrativas não são a- históricos: ?fazem parte de um processo histórico global que a marcou profundamente em suas características centrais e que ela por sua vez, contribuiu para modelar. (...) Sua historicidade visceral determina que muitos dos problemas que apresenta não são endógenos; são as manifestações, em seu nível, de problemas estruturais da sociedade em seu conjunto? Diante do exposto, este tema acolherá os estudos teóricos, empíricos e /ou teóricos-empíricos sobre 1) estratégias, estrutura, atores, processos, relações e poder intrínsecos ao Estado e à sua administração pública; 2) crises e as reformas no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, tanto no contexto nacional e internacional; 3) relações entre poderes e a governabilidade;4) transformações nas configurações, papéis e funções assumidos pelo Estado; Assim como temas atuais e emergentes há interesse pela discussão sobre 5) inovação e empreendedorismo na gestão pública Palavras-chave: Modelos de Gestão Pública; Reforma do Estado ; Modernização Administrativa ; Inovação Tema 2 - Relações entre Estado e Sociedade Civil: setor público não-estatal, organizações do terceiro setor e governo aberto Este tema tem o intuito de promover o debate acadêmico que aborde potencialidades, desafios e estudos de caso que focalize as relações entre Estado e organizações do terceiro setor, que sejam organizações do campo da economia solidária (cooperativas, associações e organizações informais), organizações não- governamentais, organizações da sociedade civil e sem fins lucrativos dos diversos segmentos de atuação. Dentro deste grande tema das Relações Estado e Sociedade serão privilegiadas propostas que abordem subtemas de interesse, como: Accountability, Transparência e interface com o cidadão; Governo aberto e governança democrática, relações com atores interessados e mecanismos de controle social. Além dos aspectos, anteriormente mencionados, que explorem as interações entre Estado e http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse1 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse2 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse2 Sociedade que aprofundem o debate sobre a cultura política, capital social e coprodução de bens públicos, isto é, o papel da sociedade civil na formulação, implementação, avaliação e monitoramento de ações públicos. Por fim, também são bem-vindas contribuições que a partir da interação Estado e Sociedade estabeleçam conexões sobre como estas podem impactar o desenvolvimento local, e em especial, as que tragam investigações qualitativas e quantitativas na qual apontem que a ação de organizações públicas não-estatais seja propulsora de ações de interesse público. Palavras-chave: Estado-Rede; Terceiro Setor; Transparência; Espaço Público; Governo Aberto Tema 3 - Federalismo, Relações Intergovernamentais e Descentralização A cooperação pública vem sendo utilizada como ferramenta da reforma pública (ALDAG; WARNER, 2018). Este modelo tem origem na união de recursos entre organizações públicas com vistas à melhoria dos serviços e diminuição dos seus custos. Poderá ser realizada entre atores da mesma esfera administrativa (cooperação intermunicipal) ou por diferentes esferas administrativas (União, Estados e/ou Municipal, assumindo-se aqui como cooperação interfederativa). Estudos sobre o tema vêm sendo desenvolvidos sobre duas óticas. Pela primeira, destaca-se a utilização da segunda geração do modelo de Escolha Racional proposto por Feiock (2007). Desenvolvido por pesquisadores Norte-americanos, procuram uma melhor compreensão das motivações que levam à cooperação, notadamente no âmbito regional e local. Assume-se, que a cooperação depende da natureza do problema e dos riscos de colaboração, visando a busca de objetivos comuns no território. Já a segunda abordagem vem sendo desenvolvida por pesquisadores Europeus (BEL; WARNER, 2015). Pelas Ciências da Administração, estes pesquisadores buscam o conhecimento dos fatores que têm efeito nos custos da ação e na economia de escala que resulta da cooperação intergovernamental. Blåka (2017) reporta que estudos empíricos sobre a cooperação pública são escassos. Notadamente, a maioria desses centra-se nas experiências de reforma das organizações públicas Ocidentais. Falta, contudo, o alargamento desses estudos a outras realidades. Já existem publicações abordando esse tema no Brasil (MEZA et al., 2019) que, em geral, organiza o debate em quatro dimensões de análise (Grin apud 2019): Fonte: Nascimento e Sano (2019) com base em Grin e Abrucio (2017). O painel proposto visa o debate necessário para desenvolvimento desse campo de pesquisa aplicada e acadêmica. Quanto ao primeiro, há implicações práticas para a tomada de decisão política e, em relação ao segundo, a necessidade de adensar estudos que testem os pressupostos teóricos da literatura no contexto brasileiro. Procura-se neste painel responder às seguintes questões: (1) Quais os fatores exógenos e endógenos que explicam a cooperação pública? (2) Em que medida a cooperação pública de relaciona com a economia de escala/eficiência/redução de custos na prestação de serviços? (3) Em que medida a cooperação pública se relaciona com os efeitos dos serviços (ex. alargamento dos serviços)? Em resumo, o tema congrega artigos sobre repartição de encargos e recursos entre esferas de governo. Processo de descentralização e governança territorial. Papéis dos governos estaduais e municipais. Poder e desenvolvimento em nível subnacional. Arranjos institucionais cooperativos. Consórcios intergovernamentais. Associativismo e arranjos produtivos locais. Palavras-chave: Federalismo; Relações intergovernamentais; Descentralização; Cooperação; Consórcios http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse3 Tema 4 - Análise de Políticas Públicas: tradição de 'Policy Analysis' O tema enfoca a teoria das políticas públicas pela abordagem de public policy analysis na tradição de policy studies. O debate no tema incorpora tanto a discussão mais teórica quanto contribuições empíricas ao estudo das políticas públicas. A área de políticas públicas encontra-se hoje bastante consolidada em torno deum conjunto de modelos analíticos e normativos de políticas públicas, que organizam o debate. Estes modelos são geralmente aplicados aos estudos sobre políticas públicas, comumente orientados pela noção (em si mesma bastante debatida) do ciclo de políticas: agenda- setting, processo decisório, formulação, implementação, monitoramento e avaliação de políticas públicas e de programas governamentais. No entanto, já há algum tempo, a agenda do campo de análise de políticas públicas vem se renovando, a partir de novas abordagens teóricas e metodológicas em gestão de políticas públicas. Ao lado do intenso debate sobre participação e democratização das políticas, vários outros temas têm frequentado a literatura e a produção acadêmica, ao mesmo tempo em que são enfrentadas e desafiam os policy makers: intersetorialidade, análise de redes, territorialidade, difusão de políticas públicas, políticas públicas baseadas em evidências, capacidades estatais e instrumentos de políticas públicas.,além da discussão sobre federalismo, parcerias e relações intergovernamentais na produção de políticas públicas. Palavras-chave: Análise de Políticas Públicas; Modelos Analíticos; Formulação ; Implementação; Avaliação Tema 5 - Casos e Aplicações de Políticas Públicas: tradição de 'Policy Orientation' O tema se propõe a discutir estudos e aplicações de políticas públicas em uma perspectiva multi e interdisciplinar e na tradição de policy orientation. Estudos orientados a política pública? (policy oriented), nos termos em que esta é definida na literatura das policy sciences, são aqueles que acumulam aspectos de multidisciplinaridade (e interdisciplinaridade), normatividade e ânimo na resolução de problemas. Busca-se enfatizar análise de casos de políticas, programas, projetos e atividades governamentais e públicos, assim como ações públicas não estatais e/ou advindas da sociedade que se relacionam com as políticas públicas governamentais nas mais diversas dimensões e setores de intervenção: econômico, social, ambiental, cultural, de infraestrutura, educacional, de ciência, tecnologia e inovação, intervenção administrativa, políticas de desenvolvimento territorial, entre outros. Tem-se como foco as técnicas e ferramentas de políticas públicas com abordagem aplicada, voltado ao processo de intervenção e mudança social e organizacional. Outras matrizes teóricas que alimentem o debate da consecução e aplicabilidade da política pública também serão consideradas para análise de contraditórios. Metodologicamente, o tema prioriza estudos de casos, multi-casos e análises comparativas sem, entretanto, descartar outros métodos de pesquisa. As montagens das seções serão realizadas prioritariamente por políticas públicas setoriais, entretanto considerando a inter-relação setorial, quando for o caso. Palavras-chave: Orientação Política; Casos sobre Políticas Públicas; Aplicações em Políticas Públicas; Perspectivas Práticas Tema 6 - Planejamento Governamental, Finanças Públicas e Controle no Setor Público O tema abrange os trabalhos sobre o processo de planejamento e orçamento governamental. Finanças públicas: tributação/arrecadação, gasto público e financiamento. Função de controle interno e externo; estudo sobre os órgãos de controle http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse4 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse5 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse6 e compliance no setor público; políticas; gestão; mecanismos; e instrumentos relacionados com as questões de prestação de contas, accountability, responsabilidade fiscal, contratualização de resultados e auditoria operacional no setor público; combate à corrupção; e qualidade do gasto público. Palavras-chave: Planejamento Governamental; Orçamento Público; Finanças Públicas; Accountability; Controle no Setor Público Tema 7 - Organização e Gestão de Serviços Públicos O tema destina-se aos trabalhos sobre gestão de serviços públicos pela perspectiva da prestação de serviços públicos em setores específicos: energia, transporte, telecomunicações, recursos hídricos, saneamento, saúde, educação, segurança pública, atendimento ao cidadão, entre outros. Modos de provisão dos serviços públicos: prestação direta ou delegada; desestatização, privatização, publicização, desregulamentação, concessão, coprodução e terceirização. Novos formatos organizacionais e a prestação de serviços públicos: organizações sociais (OSs), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPS), Parcerias Público-Privadas (PPPs) e serviços sociais autônomos. Agências executivas e agências reguladoras. A apresentação do tema se justifica por incluir tópicos fundamentais na gestão de organizações públicas e serviços públicos. Com os avanços tecnológicos, as reformas da administração pública as preocupações dos governos com uma gestão pública voltada para resultados, tornam-se indispensáveis reflexões sobre modelos organizacionais, estruturas de governança e arranjos institucionais que facilitem a entrega de serviços públicos de qualidade. Acrescente-se, também, que todos os proponentes trabalham e pesquisam com os temas relacionados na proposta, quais sejam: administração pública, serviços públicos, prestação de serviços públicos, gestão de organizações públicas, coprodução de serviços públicos e políticas públicas. Outro fator considerado na formação da equipe é sua participação em diversos programas de várias instituições. Palavras-chave: Serviços públicos; Formas de provisão; Novos formatos organizacionais; Papel regulador do Estado; Agências reguladoras e executivas Tema 8 - Gestão de Organizações Públicas: Funções Gerenciais e Áreas Funcionais O tema é orientado para os artigos sobre funções e instrumentos gerenciais de planejamento estratégico, organização, direção e execução no âmbito intraorganizacional. Estilo e tomada de decisão em órgãos públicos. Estruturas, processos e comportamentos administrativos nas organizações públicas nas áreas funcionais de: gestão de pessoas, liderança e cultura organizacional; comunicação, marketing e qualidade em serviços públicos; gestão de materiais e patrimônio; logística, operações e suprimentos; gestão financeira e contábil; gestão de processos e sistemas de informações gerenciais. TICs no serviço público, governo eletrônico e governança digital. Abordagens e técnicas de gestão emergentes nas organizações públicas, tais como: gerenciamento de projetos, gestão do conhecimento, organizações matriciais, transformação digital no setor público, design thinking, análise de stakeholders dentre outros. Trata-se de um tema relevante na medida em que propõe reunir pesquisas que explorem os caminhos para uma gestão pública de qualidade nas suas mais diferentes frentes, isto é, nas suas áreas funcionais. Particularmente no contexto atual, no qual se reconhece restrições de diversas ordens às organizações públicas, aliadas a diversas mudanças do contexto ambiental - por exemplo, relacionadas à mudanças sociais, tecnológicas, dentre outras - torna-se ainda mais fundamental direcionar esforços de http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse7 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse8 pesquisas que tenham como propósito promover, em última análise, a busca pela eficiência organizacional e a qualidade na prestação dos serviços públicos. Palavras-chave: Organizações Públicas; Funções Gerenciais; Áreas Funcionais; Estruturas Intraorganizacionais; Gestão de Processos Tema 9 - Ontologias, Epistemologias, Teorias e Metodologias em Administração Pública No contexto da administração pública no Brasil, a discussãode matrizes ontológicas e epistemológicas, tem sido levantada no intuito de relatar a importância de compreensão do campo por um olhar multifacetado. Especificamente existe a necessidade de se pensar novos caminhos metateóricos pouco explorados tendo como inspiração referenciais diversos na análise das novas demandas da administração pública contemporânea. Há ainda uma escassez de trabalhos que utilizam abordagens críticas, hermenêuticas e fenomenológicas - aqui especificamente a teoria crítica como norteadora dos estudos na administração pública. Diante deste contexto, este tema, propõe-se fortalecer uma agenda de pesquisas que debata o fortalecimento teórico do campo da administração pública para além da perspectiva empírica. Busca-se, sobretudo fortalecer uma investigação disciplinar, interdisciplinar e/ou multidisciplinar na administração pública. São bem vindas propostas de trabalho que visem articular a administração pública tanto em âmbito técnico, quanto na perspectiva política, social e cultural. Assim, o tema volta-se ao debate sobre os fundamentos teóricos multi/interdisciplinares da administração pública. Processo de construção, delineamento e desenvolvimento do campo da administração pública do ponto de vista ontológico, epistemológico e metodológico. Paradigmas e modelos de gestão pública. Discussões sobre as abordagens teóricas que incidem na reflexão e análise dos objetos de estudo do campo: correntes do institucionalismo, nova gestão pública, novo serviço público, governança pública, entre outras. Estudos sobre as perspectivas metodológicas na pesquisa em administração pública. Palavras-chave: Paradigma; Conhecimento; Episteme Tema 10 - História, Memória e Estudos Comparados em Administração Pública Ementa: Historia e historiografia de la Administración Pública. Estudios comparativos en la Administración Pública. Fuentes para la memoria de la Administración Pública. Memoria de la Administración Pública Brasileña. Historia de vida. Hombres de Estado. Administración para el desarrollo. La Administración Pública en América Latina. La Administración Pública en una perspectiva internacional. Descritor: Na última década, ao lado de iniciativas mais perenes, como o trabalho continuado do Projeto MAPA (Memória da Administração Pública) do Arquivo Nacional, na esteira da celebração de efemérides, como os 200 anos da transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, surgiram esforços pontuais (mas significativos) que atestam a renovação do interesse pelos estudos históricos no campo da administração pública. Assim, diversas publicações recentes vêm se juntar à vigorosa produção historiográfica que vicejou na área até a década de 1980. Não obstante os significativos resultados verificados nos últimos anos na retomada dos estudos históricos na área da Administração Pública, muito ainda há que ser feito no sentido de incorporar a essa produção historiográfica as principais conquistas da historiografia contemporânea. Com efeito, a maioria dos trabalhos recentes que vieram contribuir para renovação do campo pouco contribuiu para a superação das limitações indicadas pela crítica que se dirigia à monumental História Administrativa do Brasil, iniciada pelo DASP ainda nos anos 1950. De fato, a produção historiográfica sobre a administração pública esteve imune às mudanças de perspectiva teórico-metodológica introduzidas pela História dos Anais e http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse9 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse10 pela Nova História, negligenciando o aporte das ciências sociais, a incorporação de novos objetos, a adoção de temporalidades múltiplas e o uso de fontes alternativas. A história administrativa continuou a se apegar à narrativa de atos e fatos, valorizando os aspectos episódicos e biográficos e a ação individual de líderes e heróis providencias? - monarcas, tiranos, políticos e dirigentes em geral, caracterizando aquilo que os franceses chamam de história dos acontecimentos. A redescoberta da importância do conhecimento histórico e da influência mútua entre países no campo da Administração Pública deve vir acompanhada da renovação de temas, fontes e métodos de pesquisa, com a produção de dissertações, artigos e livros que discutem as transformações do Estado e da Administração Pública brasileira em perspectiva histórica e comparada. Palavras-chave: História Administrativa; Memória da Administração Pública; Estudos comparados; Trajetória e desenvolvimento da Administração Pública Tema 11 - Gestão Social e suas interfaces com a Gestão Pública Estudos recentes sobre gestão social apontam que sua definição busca incorporar aspectos relacionados aos espaços de cidadania, relações interorganizacionais e administração pública. A proposta é incorporar a gestão social na prática comunitária, mostrando seu potencial para se desenvolver em contextos diversos. Considera-se, portanto, que as interfaces entre Gestão Pública e Gestão Social discutem as interseções e distinções teórico-metodológicas, bem como as práticas entre gestão social, administração pública e desenvolvimento. Na democracia participativa espera-se uma relação mais estreita entre o Estado e a sociedade cujo protagonista deixa de ser o Estado que passa a intermediar as discussões e deliberações com os vários atores da sociedade civil. Nessa vertente e, sobretudo, considerando os desafios do atual contexto político e social do país, torna-se relevante a proposição de artigos que envolvam pesquisas sobre: Gestão social, governança e políticas públicas. Gestão Social, transparência e accountability. Gestão Social e coprodução de bens públicos. Gestão social em programas e projetos de desenvolvimento sustentável - dimensões social, ambiental e territorial. Gestão Social em políticas culturais. Gestão de políticas sociais: desigualdade, justiça e democracia. Inovação social, ação coletiva e cooperação para o bem comum. Cidadania ativa, participação e ação pública. Gestão social e controle social em ambientes públicos coletivos: fóruns, colegiados e conselhos. A proposta desse tema é explorar pesquisas acadêmicas que busquem contribuir com o avanço teórico nas interfaces entre Gestão Social e Gestão Pública - com modelos teóricos e conceituais, bem como com aplicações empíricas que busquem analisar exemplos pragmáticos. Acredita-se que tal proposta seja relevante aos pesquisadores e grupos de pesquisa da área. Palavras-chave: Gestão Social ; Desenvolvimento ; Democracia Participativa ; Abordagem Sociopolítica na Gestão Pública Tema 12 - Governança para a Sustentabilidade e Setor Público Governança para a Sustentabilidade busca discutir tópicos relacionados com a agenda de desenvolvimento das Nações Unidas em 2030, que exige 'uma visão supremamente ambiciosa e transformadora' e propõe dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para garantir a saúde e o bem-estar dos países, nosso planeta e as futuras gerações. Os ODS delineiam uma agenda ambiciosa que os indivíduos, as organizações públicas e privadas e sociedade têm grande potencial e capacidade de contribuir. O desenvolvimento sustentável e a agenda de 2030, em particular, uniram uma ampla gama de interessados da ciência, sociedade civil, governo http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse11 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse12 e empresas. Muitos expressaram seus compromissos para melhorar o bem-estar do planeta e da sociedade e se unem aos esforços para implementar a agenda. Um crescente corpo de pesquisas se desenvolveu nas últimas décadas sobre a governança do desenvolvimento sustentável. No entanto, lacunas importantes ainda existem. Assim, o tema busca artigosque envolvam pesquisas sobre as várias experiências de implementação da agenda nos diversos objetivos e níveis de governança e questões não resolvidas relativas ao papel, capacidade e impactos das empresas, governos, sociedade e organizações internacionais para abordar questões de desenvolvimento sustentável, que serão exploradas. Estudos em 'Governança para a sustentabilidade' conectam o local e o global, em virtude de seu próprio alcance contextual, incluindo o posicionamento da cadeia de suprimentos, seu poder de informar e moldar o comportamento do consumidor, sua responsabilidade e impactos sobre os recursos naturais e sociedades. Assim, as organizações são críticas, mas suas funções podem variarenormemente, dependendo de sua propriedade, setor, tamanho e 'residência' e outros países de operação. Cada uma das perspectivas acima tem uma dinâmica institucional direcionando corporações em certas direções (não) sustentáveis, e essas dinâmicas variam entre escalas, lugares e setores. Atenção para os meta papéis das organizações na governança, ou seja, tomar, fazer ou quebrar a boa governança e o nível em que isso ocorre, ou seja, micro, meso e macro. Palavras-chave: Governança; Sustentabilidade; ODS; Desenvolvimento; ONU Tema 13 - Administração Pública, Políticas Públicas e Relações Raciais no Brasil As Relações Raciais no Brasil é um tema pouco discutido no campo da Administração, na área da Administração Pública e das Políticas Públicas. A nossa sociedade negou a existência do racismo como elemento estruturante para o nosso processo de subdesenvolvimento e causa motora das diversas formas de desigualdades sociais. O mito da democracia racial que vigorou de forma hegemônica desde o fim da escravidão até meados dos anos de 1980, pressupunha a convivência harmônica entre negros e brancos, diferentemente das situações dos EUA ou da África do Sul. A partir das históricas denúncias da sociedade civil organizada liderada pelas diversas correntes do movimento negro e da análise das relações verticais em todos os setores da sociedade, essa utopia brasileira foi desnudada ao revelar intensas desigualdades raciais expressas em inúmeros indicadores sociais. Apenas nas últimas duas décadas, o governo passou a reconhecer esse abismo social e a implementar medidas para enfrentá-lo. Até o século passado, as medidas governamentais se restringiram a iniciativas de combate ao racismo (repressivas) e de valorização da matriz africana (culturalista). Essa nova resposta do governo Brasileiro deveu-se à pressão cada vez mais qualificada dos movimentos negros, acadêmicos e setores progressistas, além de tensionamento institucional em universidades, governos subnacionais e organizações da sociedade. A literatura mostra que a partir dos resultados da III Conferência Mundial contra o Racismo (Durban, 2001), o Brasil passou a ser um dos países que mais implementaram políticas públicas de combate ao racismo e promoção da igualdade racial de acordo o Plano de Ação da Conferência: criação do Ministério da Promoção da Igualdade Racial e diversos organismos estaduais e municipais congêneres e o fortalecimento da Fundação Cultural Palmares. No entanto, a crise econômica e político-institucional que vem se abatendo sobre o país a partir de 2013, trouxe consequências nefastas para a sustentabilidade de todos os arranjos criados. Além de diversas resistências ideológicas ao novo modelo de gestão pública, os últimos anos mostraram um arrefecimento político, perda de espaço institucional e problemas na implementação de ações estratégicas, como as fraudes nas políticas de ação afirmativa de acesso as universidades e aos empregos públicos e a baixa adesão à política antirracista nas escolas. Diante desse quadro, procura-se discutir os avanços http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse13 e desafios para o campo da Administração Pública e das Políticas Públicas no que diz respeito ao tratamento integral das Relações Raciais como elemento endógeno ao objeto de pesquisa e de ensino dessas áreas de conhecimento. Tópicos propostos: administração pública, políticas públicas e racismo institucional;administração política e relações étnico raciais no Brasil contemporâneo; relações raciais e o ciclo das políticas públicas; estudos de caso; relações raciais e as políticas para povos e comunidades tradicionais e quilombolas; ações afirmativas no ensino superior e na administração pública; relações raciais, transversalidade e interseccionalidade nas políticas públicas;políticas públicas e patrimônio afro-brasileiro; modelos de gestão de comunidades tradicionais, ; as relações raciais e as políticas públicas de segurança pública; relações raciais, burocracia e arranjos institucionais; registros administrativos e análise de dados sobre população negra; burocracia representativa. Palavras-chave: Gestão Pública e Ações Afirmativas ; Relações Raciais ; Políticas da Promoção da Igualdade Racial ; Administração Política ; Desigualdades Tema 14 - Estado, Governança Global e Organizações Supranacionais: gestão e políticas públicas no plano internacional Nessa proposta temática, elencamos como objetivo principal tratar das interfaces, diálogos e convergências entre a Administração e os estudos acerca do internacional. Parte-se da premissa de que no plano internacional se localizam fenômenos e processos sociais cujas particularidades tem impactado, cada vez mais, os objetos de estudo da Administração, sejam estes as empresas, o Estado, as políticas públicas, a gestão de organizações da sociedade civil ou a própria gestão dos modos de desenvolvimento e produção capitalistas, entre outros. Nesse sentido, multiplicam- se em programas de pós-graduação em Administração, Contabilidade e Turismo, trabalhos cuja problematização enfoca questões transfronteiriças, supranacionais ou mesmo globais. Além dos temas que já vem sendo cobertos no campo dos estudos da internacionalização de empresa, a proposta que aqui se apresenta visa concentrar trabalhos tanto no âmbito da grande área da Administração e dos Estudos Organizacionais, como interdisciplinares, que abordem (i) organizações supranacionais, internacionais ou multinacionais, (ii) cooperação internacional, suas agendas, gestão, discussão da eficácia e interfaces com a gestão pública e social local, (iii) governança internacional, (iv) internacionalização do capital, sistema-mundo e economia mundo, (v) relação entre agendas internacionais e políticas públicas locais, (vi) organizações da sociedade civil transnacional. Serão bem vindos trabalhos sobre outros fenômenos internacionais associados à Administração Pública não mencionados aqui. Palavras-chave: Governança Internacional ; Organizações Internacionais ; Cooperação Internacional ; Internacionalização e Mundialização Tema 15 - Administração Pública, Participação e Democracia: perspectivas a partir do Estado e da gestão pública Discute as relações entre administração pública, participação e Estado democrático de direito. Experimentações democráticas como práticas para ampliação da efetividade, legitimidade e justiça social na administração pública. Alcances e limites do agir participativo democrático nos sistemas políticos e na ação pública em territórios, instituições e organizações governamentais e não governamentais. Dinâmicas de aprendizado coletivo, investigação pública, controle social e accountability, inovações http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse14 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse14 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse15 http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse15 sociopolíticas no setorpúblico e construção de respostas para os problemas públicos, a partir da participação social. Este tema busca abrir espaço para debates, teóricos e empíricos, sobre o fenômeno da experimentação democrática, a partir do agir participativo na administração pública. Focaliza os processos de baixo pra cima, fundados na participação democrática e na interface entre diversos atores, recursos, práticas e saberes na gestão pública. No Brasil, assim como em outros países, após a redemocratização, a Constituição e os marcos regulatórios da administração pública passam a incentivar uma gestão pública colaborativa co-construída pelos gestores públicos e outros agentes da sociedade civil, fortalecendo sistemas de democracia deliberativa (Midlej e Silva, 2019). Entretanto, mais recentemente, assistimos em todo o mundo à retomada de regimes de governo mais autoritários, com discursos antidemocráticos e refratários à participação. Nesse novo cenário, coloca-se a necessidade e urgência de se (re) discutir os processos de experimentação democrática e sua relação com a administração pública. Esse debate é atual e de suma importância, tendo em vistas as discussões recentes sobre as crises das democracias modernas em todo o mundo e seus desdobramentos na administração pública. Isso abre uma ampla agenda de pesquisa sobre os desafios, alcances e limites da governança colaborativa e de outras formas do agir democrático para a renovação da administração pública, tanto em âmbito internacional (Fung e Wright, 2003; Bohman, 2012; Ansell, 2007, 2012; Ansell e Torfing, 2018) quanto no Brasil (Milani, 2008; Vaz, 2011; Avritzer, 2017; Andion et al, 2017; Midlej e Silva, 2019). Diante disso, coloca-se a relevância científica e prática desse painel que visa ampliar a compreensão sobre os alcances e limites das experimentações democráticas para fazer avançar e criar novas agendas de debate e novas práticas na administração pública. Em particular, nos interessa explorar novas perspectivas teórico-analíticas para o estudo das experimentações democráticas e do agir participativo em diferentes campos de prática como os sistemas políticos, a gestão pública, a gestão de políticas públicas, a ação pública nos territórios, as instituições e as organizações governamentais e não governamentais. Palavras-chave: Administração Pública Democrática; Governança Colaborativa; Experimentações Democráticas; Participação Tema 16 - Estudos sobre Burocracia(s): atores, processos e transformações Este tema incentiva pesquisas e estudos que buscam estudar a burocracia (enquanto estrutura e atores) e suas transformações contemporâneas a partir de múltiplas lentes analíticas. O tema acolhe estudos que focam em tendências e funções contemporâneas burocráticas, como a autonomia, o papel de órgãos auditores, fiscalizadores e controladores (ao exemplo dos tribunais de conta, controladorias, ministério público, entre outros), a agencificação, a regulação e o papel das agências reguladoras, a consolidação do centro do governo ou a representatividade burocrática. Trabalhos que buscam diagnosticar como os agentes burocráticos respondem às pressões por vezes conflitantes sociais e políticas são particularmente bem vindos, ao exemplo da interação da dinâmica burocrática com o combate à corrupção, com o populismo, ou com a tendência ao fortalecimento dos controles externos e internos. Como estas pressões afetam a reputação burocrática e a sua capacidade de implementação de políticas públicas? Convidam-se estudos que analisam http://www.anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_edicao=106&cod_edicao_subsecao=1692#APBcollapse16 conceitualmente e empiricamente os atores coletivos implementadores de políticas públicas, desde o alto escalão, o médio escalão até a burocracia de rua, observando sua atuação, comportamento e interações com outros atores. O tema incentiva também pesquisas realizadas no contexto latino americano ou outros contextos que possam servir de base para a consolidação da pesquisa comparada com o Brasil. Palavras-chave: burocracia; agência; regulação; burocrata; controle