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2015_09_29-13_30_59_anexo_avaliacao_das_condicoes_higienico-sanitarias_de_queijo_minas_frescal_comercializado_em_feiras_livres_da_cidade_de_uberaba-mg


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AVALIAÇÃO DAS CONDIÇOES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE QUEIJO MINAS 
FRESCAL COMERCIALIZADO EM FEIRAS LIVRES DA CIDADE DE UBERABA-MG 
 
 
PACHECO, T. R.
1
; BORGES, D,O.² 
 
1
Graduanda do Curso de Engenharia de Alimentos das Faculdades Associadas de Uberaba (MG), e-mail: 
thuanereis18@hotmail.com 
2
Professora das Faculdades Associadas de Uberaba (MG), e-mail: danielle.enal@hotmail.com 
*Projeto Financiado por FAPEMIG 
 
RESUMO: As feiras livres são pontos de comércio de alimentos bastante populares no Brasil, porém nestes locais 
os alimentos muitas vezes ficam expostos sob condições insalubres, principalmente alimentos que necessitam de condições 
especiais de armazenamento, como o queijo Minas Frescal. O objetivo deste trabalho foi avaliar as condições higiênico-
sanitárias de feiras livres da cidade de Uberaba – MG e a qualidade microbiológica de queijo Minas Frescal vendidos pelos 
feirantes. Foram coletadas oito amostras no total para realização de analises microbiológica e aplicou-se um check-list de 
verificação das adequações das barracas de acordo com a RDC nº 216. De acordo com check-list aplicado, as feiras foram 
classificadas no grupo ruim pois nenhuma das barracas obteve mais de 50% de conformidade nos itens avaliados. Com 
relação à qualidade microbiológica, constatou-se contaminação de coliformes totais e termotolerantes em 87,5% das 
amostras, E. coli estava ausente em apenas uma delas, Staphylococus coagulase positiva foi encontrado em seis das oito 
amostras e bolores e leveduras eram contaminantes em todos os queijos avaliados. Não foi constatado a presença de 
Salmonela ssp em nenhuma das amostras. Pode-se concluir que as precárias condições de higiene em que esses alimentos 
são mantidos e fabricados são os fatores que influenciam no comportamento microbiológico do produto, confirmando 
assim os resultados do check-list que comprovou as condições higiênico-sanitárias insatisfatórias em que os alimentos se 
encontravam. 
 
PALAVRAS CHAVE: Feiras-Livres. Condições Higiênico-sanitárias. Queijo Minas Frescal. 
 
EVALUATION OF THE SANITARY-HYGIENIC CONDIÇOES OF CHEESE IS MINED BY 
YOU FRESH MARKETED IN MARKETS OF THE CITY OF UBERABA-MG 
 
ABSTRACT: The street markets are food places very popular in Brazil, however these local foods are often exposed 
under unhealthy conditions, especially foods that require special storage conditions, such as Minas Frescal cheese The goal 
of this study was to evaluate the sanitary conditions of tree street markets in the city of Uberaba - MG and the 
microbiological quality of Minas Frescal cheese sold by stall holder. Eight samples were collected in total for 
implementation of microbiological analysis and applied a checklist for verifying the adequacy of the stall according with 
the RDC No. 216. According checklist applied, the street markets were classified as bad as no group the stall got more 
than 50% compliance of the items assessed. In the microbiological quality, there was contamination of total and fecal 
coliforms in 87.5% of the samples, E. coli was absent in only one of them, coagulase positive Staphylococcus was found 
in six of the eight samples and all samples of cheese were contaminated by yeasts and molds. It wasn´t observed the 
presence of Salmonella ssp. in any sample. It can be concluded that the poor hygiene conditions in which these foods are 
kept and manufactured are the factors that influence the microbiological performance of the product, thus confirming the 
results by applying the checklist that proved the unsatisfactory sanitary conditions in which food meet. 
 
KEY WORDS: Street Markets. Sanitary hygienic conditions. Minas Frescal cheese. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
As feiras livres existem no Brasil desde os tempos 
coloniais e apesar dos "tempos modernos" e dos 
contratempos que elas causam nas grandes cidades, elas 
não desapareceram. Em muitos lugares no interior do país 
elas são o principal e, às vezes, o único local de comércio 
para a população, muitas vezes funcionando também como 
centros culturais e de lazer (SILVA, 2012). 
Na sua maioria, as feiras são frequentadas, por 
donas de casa e idosos, que possuem tempo disponível ou 
que não possuem veículos próprios. A feira livre oferece a 
possibilidade de o consumidor comparar preços entre 
diferentes comerciantes da mesma mercadoria sem ter que 
se deslocar a uma grande distância, como acontece entre os 
supermercados que geralmente ficam distantes uns dos 
outros (CARARO, 2012). 
Várias feiras livres no Brasil são consideradas 
pontos turísticos e uma opção de alimentação e lazer para a 
população durante os finais de semana. Entretanto, a 
segurança dos alimentos comercializados nestes locais é 
muito questionada, pois esse tipo de produto pode oferecer 
risco à saúde da população devido às condições higiênico-
sanitárias inadequadas em que são preparados, 
manipulados e conservados (BEIRÓ, 2009). 
Deve-se ressaltar ainda que nas feiras livres os 
alimentos ficam expostos sob condições insalubres, 
sujeitos as ações diretas dos microrganismos patogênicos 
ou deteriorantes provenientes da contaminação e poluição 
do ambiente, como também de insetos, quando não estão 
adequadamente acondicionados ou embalados 
(GERMANO 2003). 
Um dos principais produtos vendidos em feiras 
livres e que está sujeito a esta contaminação são os queijos, 
especialmente do tipo frescos. 
O queijo fresco do tipo Minas Frescal é um dos 
mais populares do Brasil devido ao fato de ser de 
fabricação simples, obter rendimento de produção e ser de 
baixo custo. Ele pode ser produzido tanto de forma 
artesanal quanto industrial, sendo que, na maioria das 
vezes os queijos frescos artesanais são elaborados a partir 
de leite cru e comercializados em feiras, embalados em 
sacos plásticos comuns, amarrados ou fechados com fecho 
metálico, sem uso de vácuo, e indicado para o consumo 
imediato com curta durabilidade no mercado (FURTADO, 
2000). 
De acordo com Sapata et al. (2008), a fabricação de 
queijo é uma das mais importantes atividades na indústria 
de laticínios, com principal destaque nas regiões Sul e 
Sudeste do Brasil, cuja produção se concentra 
principalmente em indústrias de pequeno e médio porte. 
Pelas estimativas da ABIQ - Associação Brasileira 
das Indústrias de Queijos (2014), o consumo per capita de 
queijos no Brasil deverá alcançar 11 quilos, em média, em 
2030, depois de ter avançado 76% entre 2005 e 2013. 
Considerando o consumo total, o avanço foi de 8% a 9% 
ao ano, em média, nos últimos anos. Em 2013, este 
consumo alcançou 1,032 milhão de toneladas (MILK 
POINT, 2014). 
De acordo com o Regulamento Técnico para 
Fixação de Identidade e Qualidade do Queijo Minas 
Frescal, entende-se por “Queijo Minas Frescal, o queijo 
fresco obtido por coagulação enzimática do leite com 
coalho e/ou outras enzimas coagulantes apropriadas, 
complementada ou não com ação de bactérias lácticas 
específicas” (BRASIL, 2004). 
Quanto a sua composição, o queijo Minas Frescal 
deverá possuir umidade entre 50% e 62%; de gordura entre 
17% a 19%; pH (com fermento) entre 5,0 e 5,3 e pH (com 
ácido lático) de 6,1 a 6,3; de sal de 1,4% a 1,6% e a 
temperatura de comercialização deve estar em torno de 5ºC 
(FURTADO, 2000). 
Durante a sua comercialização, é comum a 
observação de depósito de soro exsudado na embalagem 
do queijo Minas Frescal, isso ocorre devido a sua alta 
umidade e por não ter sofrido prensagem suficiente durante 
a fabricação. Essa dessora além de proporcionar um 
aspecto pouco atraente ao produto, favorece o crescimento 
microbiano e pode causar odores desagradáveis (ISEPON 
et al., 2003). 
Segundo Câmara et al. (2002), o queijo Minas 
Frescal, além de apresentar elevado teor de umidade e ser 
altamente perecível, passa por uma grande manipulação 
fornecendo condições ainda mais propícias para a 
contaminação, sobrevivência e multiplicação bacteriana,sendo que muitas dessas bactérias podem ser patogênicas 
ou produzir metabólitos microbianos que causam 
intoxicações e/ou infecções alimentares nos seres 
humanos. 
Os queijos frescos e macios constituem um meio 
adequado para o crescimento de muitos patógenos e têm 
sido frequentemente associados a várias doenças 
transmitidas por alimentos em muitos países. Dessa forma, 
as características físico-químicas do Queijo Minas Frescal 
podem aumentar o risco potencial da incidência de 
patógenos em queijos (CARVALHO, 2007). 
Dentre os principais microrganismos contaminantes 
em queijos destacam-se: coliformes termotolerantes, 
Staphylococcus spp., bolores e leveduras, Salmonella spp. 
e Listeria monocytogenes (PINTO et al. 2011). 
A comercialização dos queijos em desacordo com 
os padrões de qualidade microbiológica vigentes pode 
refletir na ocorrência de casos e surtos de Doenças 
Transmitidas por Alimentos, o que aumenta a preocupação 
com as características microbiológicas do produto 
(ALMEIDA, 2000). 
Para isto existe a RDC nº 216, de 15 de setembro de 
2004, que dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas 
Práticas para Serviços de Alimentação e estabelece 
procedimentos de boas práticas a fim de garantir as 
condições higiênicas sanitárias do alimento preparado 
(BRASIL, 2004). 
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo 
avaliar as condições higiênico-sanitárias de feiras livres da 
cidade de Uberaba – MG e a consequente qualidade 
microbiológica de Queijo Minas Frescal produzidos pelos 
feirantes. 
 
 MATERIAL E METODOS 
 
O presente estudo foi realizado no mês de Setembro 
de 2014, em feiras livres no município de Uberaba-MG 
situada na região do Triangulo Mineiro. Foram realizados 
estudos em oito estabelecimentos (barracas) escolhidos de 
forma aleatória e de acordo com a aceitação de 
participação por parte dos produtores. 
Um check-list foi aplicado nos estabelecimentos 
para verificação das adequações de acordo com a RDC 
nº216, onde foram avaliados os seguintes itens na TAB. 1, 
(1) Instalações (2) Manipulador (3) Higiene dos Produtos e 
(4) Utensílios. 
As opções de respostas para o preenchimento do 
check-list foram: “Conforme” (C) - quando a barraca 
atendeu ao item observado e “Não Conforme” (NC) - 
quando a mesma apresentou não-conformidade. 
 
Tabela 1- Categorias e quantidade de quesitos avaliados no 
check-list. 
Categoria Avaliada Número de Quesitos 
1- Instalações 7 
2- Manipulador 8 
3- Higiene do Produto 7 
4- Utensílios 4 
Total 26 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2014. 
 
Após a aplicação do check-list os estabelecimentos 
foram classificados em três grupos de acordo com a 
quantidade de conformidades encontradas: 
 
GRUPO 1 BOM – 75 a 100% de adequação; 
GRUPO 2 REGULAR – 50 a 75% de adequação; 
GRUPO 3 RUIM – 0 a 50% de adequação. 
 
A coleta das amostras de Queijo Minas Frescal de 
produção artesanal a partir de leite cru, foram realizadas 
em condições assépticas, utilizando saco plástico 
esterilizado e transportadas sob refrigeração em uma caixa 
térmica com gelo seco, para que não ocorresse mudanças 
nas características do produto. Todas as amostras coletadas 
foram enviadas diretamente para o laboratório de 
microbiologia da Laborphys. 
As análises microbiológicas foram realizadas de 
acordo com a metodologia de Vanderzant & Splittstoesse 
(1996), realizando-se a enumeração de Coliformes totais e 
termotolerantes, Staphylococcus Coagulase Positiva, 
Salmonella, bolores e leveduras e E. Coli, de acordo com a 
RDC nº 12 de 02 de janeiro de 2001. Cuidados éticos 
foram tomados para o recolhimento dos dados, sendo que 
todas as informações obtidas são de caráter sigiloso, não 
sendo divulgados os nomes dos produtores e numeração 
das barracas. 
 
RESSULTADO E DISCUSSÃO 
 
Partir da aplicação do check-list (ANEXO 1) para 
analisar os quesitos de conformidades e não conformidade 
de instalações, higiene do produto e do manipulador e 
utensílios, foi possível traçar as condições de adequação 
higiênico-sanitária das feiras visitadas. A FIG. 1 mostra o 
percentual de atendimento ou não às condições 
estabelecidas no quesito “Instalações”. 
 
 
Figura 1 - Percentual de conformidade e não conformidade no 
quesito instalações para as feiras em geral. 
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014. 
 
Observou-se grande falta de organização e cuidados 
quanto à presença de animais, lixos e sucatas, constatou-se 
que em 75% dos estabelecimentos havia presença de 
animais transitando entre as barracas, havia também lixo, 
poeiras e sucatas, favorecendo a contaminação dos 
produtos comercializados. Não havia lixeiras com pedal 
em nenhuma das barracas, fazendo com que todo resíduo 
fosse depositado na rua, causando mau cheiro e atraindo 
insetos e roedores. Havia um grande número de pessoas 
circulando nas barracas, entre proprietários e funcionários, 
e as bancadas utilizadas na maioria eram de madeira, em 
mal estado de conservação e muitas vezes entram em 
contato direto com o alimento, não possuindo nenhum tipo 
de barreira, além disso, em apenas 12,5% do total de feiras 
analisadas verificou-se que há a higienização regular da 
barraca após o expediente, sendo que o restante apenas era 
higienizado uma vez por semana. A má higienização das 
barracas, segundo alguns produtores, é devido à falta de 
pia com água corrente, recurso este que não é 
disponibilizado para os feirantes, dificultando o processo 
de limpeza. Ressaltando que a falta de abastecimento de 
água é um dos pontos críticos para higienização em feiras. 
A presença de poeira e galhos de arvores foi 
constatada em 37,5% do total das barracas analisadas, 
tendo em vista que estas barracas estavam sem barreira de 
proteção contra o vento, expostas a sujidades. De acordo 
com a Portaria nº326 de 30 de julho de 1997, os 
estabelecimentos que comercializam alimentos devem ser 
localizados em locais isentos de odores indesejáveis, 
fumaça, pó e outros contaminantes e não devem correr 
risco de inundações, além de ser irregular a entrada de 
animais em locais onde se encontram materiais de 
embalagem, matérias-primas, e alimentos prontos. 
Em estudo realizado por Marchiori (2009), onde foi 
avaliado o perfil higiênico sanitário das feiras livres em 
Brasília–DF, também constatou-se condições parecidas, 
sendo que os resíduos gerados de sobras e cascas de 
alimentos eram encostados em cantos ou jogados no chão, 
interferindo nas condições de sanidade do local. 
A FIG. 2 mostra o percentual de itens conformes e 
não conformes para o quesito instalação, para Souza 
(2006), a higiene dos manipuladores de alimentos é um 
fator que deve ser gerenciado e controlado para não 
comprometer a segurança dos alimentos e evitar 
contaminações e toxinfecções. 
 
 
Figura 2 - Porcentagem de Conformidade e Não Conformidade 
para o item Manipulador para as feiras em geral. 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2014. 
 
Entre as oito barracas avaliadas, em 87,5% foram 
observadas algum ato que poderia contaminar os alimentos 
como espirros, tosses e alimentação durante o trabalho, 
havendo ainda alguns manipuladores que fumavam e 
conversavam enquanto manipulavam o queijo. Além disso, 
todas as barracas observadas apresentavam vendedores que 
manipulavam os alimentos e recebiam respectivamente o 
pagamento das vendas, podendo haver contaminação 
cruzada. Em nenhuma das feiras visitadas havia banheiros 
químicos para uso dos feirantes, gerando um grande 
número de reclamações. 
Em 50% dos estabelecimentos analisados os 
manipuladores estavam com vestimentas inadequadas. 
Alguns não utilizavam nenhum tipo de EPI, como luvas, 
toucas e aventais, e quando utilizados, na sua maioria 
estavam sujos e impróprios. Quanto a higiene corporal dos 
manipuladores, em 5 das 8 barracas analisadas, os feirantes 
faziam uso de adornos como anéis, pulseiras, brincos e 
relógios, faziam usode barba e os cabelos sem touca. 
De acordo com a Portaria nº326 de 30 de julho de 
1997, toda pessoa que trabalha em uma área de 
manipulação de alimentos deve manter uma higiene 
pessoal alinhada e deve usar roupa protetora, sapatos e 
touca adequados. Todos estes elementos devem ser 
laváveis, a menos que sejam descartáveis e mantidos 
limpos de acordo com a natureza do trabalho. Durante a 
manipulação de matérias-primas e alimentos, devem ser 
retirados todos os objetos de adorno pessoal. 
 Em um estudo feito por Xavier et al. (2009), 
quanto ao quesito de hábitos higiênicos e vestuário dos 
manipuladores, notou-se que as feiras livres obtiveram um 
percentual irregular, visto que a maior nota foi de 49% de 
conformidade em uma das feiras, e a nota geral 23%; um 
valor considerado muito baixo. 
Cararo (2012) analisou os hábitos higiênicos do 
vestuário dos manipuladores e classificou o quesito como 
irregular. Foram constatados, que todos os feirantes 
trabalhavam com as mãos e unhas sujas, usavam adornos 
como anéis, pulseiras, brincos e relógios, apresentavam 
barba e cabelos desprotegidos e roupas sujas. 
Bow et al (2009), avaliaram as condições de higiene 
dos feirantes do município de Seropédica–RJ, e 
verificaram que 70,83% dos manipuladores não tinham o 
hábito de lavar as mãos durante o trabalho e também 
faziam uso de adornos. 
 
 
Figura 3- Porcentagem de Conformidade e Não Conformidade 
para o item Higiene do Produto para as feiras em geral. 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2014. 
A FIG. 3 ilustra a porcentagem de adequação das 
feiras em relação à higiene e às condições de estocagem e 
refrigeração do produto durante a comercialização. Quanto 
à refrigeração 12,5% do total de estabelecimentos 
analisados acondicionam os queijos em refrigeração 
adequada (5ºC) evitando contato com insetos e poeira, e 
(87,5%) armazena o produto inadequadamente, em 
caixotes de madeiras expostos à presença de insetos, 
poeiras e microrganismos contaminantes, ou em caixas de 
isopor desgastadas. 
Para o acondicionamento nas bancas, observou-se 
que os queijos não ficavam fisicamente separados dos 
outros alimentos, como recomendado. Os alimentos 
entravam em contato uns com os outros, favorecendo a 
contaminação cruzada e a impregnação de odores e sabores 
entre eles. 75% dos estabelecimentos separavam somente 
os queijos impróprios para o consumo. 
A Portaria nº326, alega que devem ser tomadas 
medidas eficazes para evitar a contaminação do alimento 
por contato direto ou indireto com material contaminado e 
equipamentos e/ou utensílios que tenham entrado em 
contato com matérias-primas ou com material contaminado 
devem ser limpos e desinfetados cuidadosamente antes de 
serem utilizados para entrar em contato com produtos 
acabado. 
 Rodrigues (2004), ao analisar as condições 
higiênico-sanitárias de feiras livres do Distrito Federal-DF 
verificou que os alimentos eram comercializados em 
prateleiras de ferro ou madeira, estando o excesso de 
alimentos acondicionadas em caixas plásticas embaixo da 
barraca, o que é considerado um fator de risco para a 
contaminação. 
No gráfico da FIG. 4 encontra-se ilustrada a 
porcentagem de adequação das feiras em relação ao uso de 
utensílios para facilitar o manuseio dos produtos de forma 
higiênica. 
 
 
Figura 4- Porcentagens de Conformidade e Não Conformidade 
para o item Utensílios nas férias em geral. 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2014. 
 
Mais da metade dos quesitos avaliados para 
utensílios estavam em conformidade com os requisitos da 
Portaria n° 326 de 30 de julho de 1997. 
Segundo Hobbs & Gilbert (1986), os alimentos 
podem ser contaminados pelo contato com utensílios, 
superfícies e equipamentos insuficientemente limpos, 
destaca-se como principais utensílios utilizados em 
barracas de feiras livres as facas, balanças, serras, 
espátulas, baldes, bacias e caixas de isopor, já os 
equipamentos utilizados são balanças e freezers. 
O uso de utensílios foi frequente em todas as 
barracas analisadas, os feirantes utilizavam facas de aço 
inox para cortes e preparo dos queijos, entre outros 
utensílios. De acordo com alguns feirantes, a limpeza dos 
equipamentos e utensílios, não acontecem nas bancas, 
sendo todo material higienizado em casa. São utilizados 
basicamente panos umedecidos para limpeza superficial de 
facas e balanças, visto que as balanças utilizadas são as 
mesmas para pesagem de todos os diversos tipos de 
alimentos comercializados. 37,5% destes materiais não 
estavam em boas condições de higiene, apresentavam mau 
estado de conservação, podendo ser veículos de 
contaminação. 
A Portaria nº326, deixa claro que todo o 
equipamento e utensílio utilizado nos locais de 
manipulação de alimentos que possam entrar em contato 
com o alimento devem ser confeccionados de material que 
não transmitam substâncias tóxicas, odores e sabores que 
sejam não absorventes e resistentes à corrosão e capaz de 
resistir a repetidas operações de limpeza e desinfecção. As 
superfícies devem ser lisas e estarem isentas de rugosidade 
e frestas e outras imperfeições que possam ser fontes de 
contaminação. Deve evitar-se o uso de madeira e de outros 
materiais que não possam ser limpos e desinfetados 
adequadamente, a menos que se tenha a certeza de que seu 
uso não será uma fonte de contaminação. Deve ser evitado 
o uso de diferentes materiais para evitar o aparecimento de 
corrosão por contato. 
Em um estudo feito em feiras livres da cidade de 
Governador Valadares – MG por Xavier et al. (2009), na 
avaliação de equipamentos e utensílios, todas as feiras 
apresentaram resultados insatisfatórios, sendo a menor nota 
0% e a maior de 50% de adequação. Beiró e Silva (2009) 
ao avaliarem as condições higiênico-sanitária de alimentos 
comercializados em feiras livres do Distrito federal-DF, 
constataram que 56,52% e 60,87% das barracas utilizavam 
refrigerador e freezer, respectivamente para o 
acondicionamento dos alimentos que necessitavam de 
refrigeração e apenas 4,35% das barracas utilizavam 
isopor. 
Mallon (2005) realizou um estudo em pontos de 
venda de produtos alimentícios na rua e constatou que, 
apesar de 62,5% apresentarem superfícies com material de 
fácil higienização e não contaminante, apenas 50,0% 
estava em bom estado de conservação, sendo que cerca de 
40,0% dos proprietários mantêm higienização constante. 
Na FIG.5 Estão as porcentagens de adequações 
conforme o check-list. Todas as barracas tiveram mais 
itens não conforme do que conforme. A barraca 1 da feira 
4, foi a que teve maior quantidade de itens não conformes 
do check-list, 73,08% (n=19), visto que foram avaliados no 
total 26 itens, merecendo destaque para o quesito avaliado 
sobre Manipulador, onde de 8 itens avaliados 7 estavam 
não conforme. 
Em relação às conformidades atendidas, a maior 
nota obtida foi de 46,15% (n=12) de itens avaliados com 
destaque à higiene do produto onde 5 dos 7 itens estavam 
conformes. 
 
 
Figura 5 - Porcentagem de itens conforme e não conforme para 
cada barraca. 
Fonte. Elaborada pelo Autor, 2014. 
 
A partir do estudo dos resultados de conformidade 
apontados pelo check-list pode-se traçar um perfil geral 
das feiras avaliadas. Nenhuma das barracas avaliadas 
obteve um percentual de 50% de conformidade, o que 
classifica as feiras na classe RUIM (0 à 50%). Devido a 
essa classificação e ao alto índice de irregularidade das 
condições higiênico-sanitárias das barracas analisadas, 
mostrou-se importante a realização de análises 
microbiológica, a fim de detectar possíveis contaminações 
nos queijos comercializados. 
Estes resultados se assemelham ao encontrado por 
Xavier et al. (2009), onde as notas obtidas pelas feiras-
livres avaliadas, foram classificadas como “ruim”, com 
nota média de 15%. Para Cararo (2012), os resultados 
encontrados, mostraram que 66,6% (n=6) feiras estão 
classificadascomo Ruim ou Regular e apenas 33,33% 
(n=3) em Bom estado. 
Para a coleta das amostras observou-se discordância 
quanto à exposição e conservação dos queijos. Em algumas 
barracas as amostras encontravam-se em caixas de isopor e 
embaladas em sacos plásticos, em outras tinham apenas a 
embalagem plástica e ficavam expostos nas bancas em 
temperatura ambiente. O local de exposição também se 
mostrou inadequado, pois em alguns casos onde os queijos 
ficavam expostos junto com outros produtos. Visivelmente 
nenhuma das oito amostras colhidas apresentou odor ou 
aparência imprópria, nem presença de materiais estranhos. 
As bactérias do grupo coliformes são os principais 
agentes causadores de contaminação associados à 
deterioração de queijos, causando fermentações anormais e 
estufamento precoce dos produtos (OLIVEIRA et al., 
1998; ALMEIDA e FRANCO, 2003). Abrangem todos os 
bacilos gram negativos, aeróbios e anaeróbios facultativos, 
que não formam esporos e são capazes de fermentar a 
lactose com produção de gás em 24-48 horas a 35ºC 
(coliformes totais), e 45,5ºC (coliformes termotolerantes), 
em meio de cultura sólida ou líquida (SILVA et al. 2001). 
Na TAB. 2 encontram-se os resultados da 
enumeração de Coliformes Totais e Termotolerantes das 
oito amostras coletadas de queijo minas Frescal. De acordo 
com a resolução da ANVISA, RDC n°12 de 02 de janeiro 
de 2001, o valor máximo permitido para essa classe de 
microrganismo é de 5,0x10
2 
NMP.g, sendo assim, foram 
classificadas como fora do padrão 6 das 8 amostras 
estudadas (87,5%). 
 
Tabela 2- Resultados das análises microbiológicas referente ao 
microrganismo coliformes totais e termotolerantes. 
 Coliformes 
totais 
NMP.g-1 
 Coliformes 
Termotolerantes 
NMP.g-1 
 
 A B A B 
F1 >500 >500* 21* >1100 
F2 >500 <500 >1100 >1100 
F3 >500 >500 >1100 >1100 
F4 >500 >500 >1100 >1100 
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014. 
Valor Máximo Permitido ≤ 5,0 x 102 NMP.g-1. 
*Amostra que se apresentou dentro do padrão permitido. 
 
Os coliformes são indicadores da qualidade 
higiênico-sanitária dos alimentos, pois elas têm como 
habitat o trato intestinal humano e de outros animais, e 
quando presentes em alimentos são indicativos de 
manipulação incorreta e falta de procedimentos de boas 
práticas de fabricação. Kousta et al. (2010) afirmam que a 
presença destes microrganismos em queijos também indica 
falhas na pasteurização do leite ou contaminação pós-
pasteurização, pois esse processo possui o objetivo de 
eliminar todos os microrganismos indicadores e patógenos. 
As amostras avaliadas de queijo Minas Frescal, 
coletadas nas feiras livres de Uberaba foram produzidas 
com leite cru. Este fator adicionado ao armazenamento 
inadequado contribui para a proliferação de 
microrganismos contaminantes no produto (ISEPON et al., 
2003). 
Salotti et al. (2006), constataram que todas as 
amostras de queijo Minas Frescal comercializados em 
Jaboticabal-SP, apresentaram números de coliformes a 
45ºC acima do limite permitido pela legislação. Os autores 
avaliaram 30 amostras de queijo artesanal sem certificação, 
sendo que destas 83,3% estavam contaminadas e 30 
amostras de queijo certificado pelo Serviço de Inspeção 
Federal (SIF) e 66,7% estavam contaminados. Oliveira et 
al. (1998) analisaram 32 amostras de queijo minas Frescal 
inspecionadas e observaram níveis de contaminação 
inferiores aos apresentados no presente trabalho (9,4% das 
amostras fora do padrão permitido para o produto). 
Em sua pesquisa com qualidade microbiológica de 
queijo minas Frescal na cidade de Belo Horizonte, Souza 
(2006) constatou que 90% das amostras sem certificação 
do SIF e 100% com certificação estavam contaminadas por 
coliformes termotolerantes. Borges et al. (2003) analisando 
o mesmo tipo de produto, encontraram coliformes a 35ºC e 
coliformes a 45ºC, sendo confirmada a presença de E. coli 
em 93% das amostras. Na TAB. 3 são apresentados os 
resultados das análises microbiológicas referentes à 
Escherichia coli. 
 
Tabela 3 - Resultados das análises microbiológicas referente ao 
microrganismo Escherichia Coli. 
Escherichia Coli P-A/25 g 
 A B 
F1 Presença Presença 
F2 Presença Presença 
F3 Ausência* Presença 
F4 Presença Presença 
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014. 
Valor Máximo Permitido. Ausência P-A/25 g 
*Amostra que se apresentou dentro do padrão permitido 
 
Observou-se que das 8 amostras de queijo minas 
Frescal analisadas, em sete (87,5%) foram constatadas 
presença de Escherichia coli, indicando que estas amostras 
estavam fora do padrão estabelecido que é de ausência para 
E. coli. A confirmação da E. coli em queijos indica 
contaminação de origem fecal e por ser mais resistente às 
temperaturas críticas para coliformes totais por mais 
tempo, sua presença pode ser um indicador de tratamentos 
térmicos inadequados ou de uma provável contaminação 
posterior. 
 Oliveira et al. (1998) analisaram 32 amostras de 
queijo Minas Frescal produzidas em alguns laticínios do 
estado de São Paulo e constataram a presença de 
coliformes totais e fecais acima do permitido, com valores 
de 46,9% e 9,4% respectivamente. Pereira et al. (1999) 
também avaliando a qualidade microbiológica de queijo 
minas Frescal em Belo Horizonte MG, observaram que 
90% das amostras estavam contaminadas por coliformes 
termotolerantes acima dos limites permitidos e Pinto et al 
(2004) na região de Feira de Santana-BA, analisaram 
quatro marcas diferentes de queijo minas Frescal e 
constataram que 42% das amostras analisadas tinham a 
presença de coliformes fecais acima do permitido. 
Dentre alguns microrganismos importantes em 
alimentos destacamos: a Salmonella spp. Causadoras de 
intoxicação alimentar. Não foi verificada a presença deste 
microrganismo nas amostras analisadas, sendo este 
resultado satisfatório por apresentar-se dentro dos padrões 
estabelecidos pela ANVISA (BRASIL, 2001). 
A ausência de Salmonella nas amostras analisadas 
pode ser explicada pela presença de coliformes, 
principalmente, se a contaminação inicial for com um 
número pequeno de células. Nestas condições, esses 
microrganismos podem desaparecer ou permanecer em 
números indetectáveis em alimentos ácidos ou muito 
contaminados com o queijo Minas artesanal (BRASIL, 
2003). Uma explicação para esta ausência pode ser em 
razão da sua discreta incidência no leite, pois é necessário 
que o animal esteja infectado ou que o manipulador sege 
um portador deste microrganismo, ou ainda a utilização de 
água não potável no processamento para a sua detecção. 
Resultados semelhantes foram obtidos por Nicolau 
et al. (2001) e Bairros et al. (2004) que não isolaram 
Salmonella spp. quando avaliaram amostras de queijo 
Minas Frescal comercializadas no Rio de Janeiro e Goiás, 
respectivamente. Já Peresi et al. (2001), ao pesquisarem 
queijo Minas adquirido em feiras livres de São José do Rio 
Preto, verificaram presença de Salmonella spp. em duas 
(6,7%) das sessenta amostras analisadas. 
Segundo Brant et al. (2007), a ausência de Salmo-
nella spp. pode ser determinada pela menor capacidade de 
competição dessa espécie em relação aos coliformes e aos 
Staphylococcus spp., e que a ocorrência desses 
microrganismos em alimentos está, na maioria das vezes, 
associada às contagens menores de outros contaminantes. 
Entretanto, para Mello et al. (2009), a ausência de 
Salmonella spp. nas amostras também pode estar 
relacionada à presença de bactérias lácticas, que tornam o 
queijo um meio adverso à sobrevivência de 
microrganismos patogênicos ou mesmo devido a condição 
estressante advinda do processamento e estocagem a que o 
alimento foi submetido. 
Para Staphylococus Coagulase Positiva, 
demonstrada na TAB. 4 pode-se observar que os valores 
variaram de ausente à >500 UFC/g, visto que 6 (75%) das 
amostras apresentaram valores acima do permitido pela 
legislação,que é de no máximo 500 UFC/g. 
 
Tabela 4 - Resultados das análises microbiológicas referente ao 
microrganismo Staphylococus Coagulase Positiva. 
Staphylococcus coagulase positiva UFC/g 
 A B 
F1 >500 <10* 
F2 >500 >500 
F3 >500 >500 
F4 Ausência* >500 
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014. 
Valor Máximo Permitido. 5x10² UFC/g 
*Amostra que se apresentou dentro do padrão permitido. 
 
A presença excessiva desse microrganismo destaca 
casual falha durante e após seu processamento, tais como: 
pasteurização ineficiente, más condições de higienização 
dos equipamentos e dos manipuladores, utilização 
incorreta da temperatura de conservação e condições 
higiênico-sanitárias insatisfatórias. 
Silva (1998), em trabalho realizado na cidade do 
Rio de Janeiro-RJ, verificou que em 60 amostras de queijo 
minas Frescal examinadas, 38,4% das apresentou 
contagem de Staphylococcus aureus superiores 10
3
UFC/g, 
enquanto Mandil et al. (1993) constataram que 67% das 
amostras do mesmo produto apresentaram contagens do 
mesmo microrganismo variando de 10
1
 a 10
6
UFC/g. 
Valores superiores ao padrão aceitável para 
Staphylococcus coagulase positiva (valores médios de 
7,8x10
5
 UFC/g), foram encontrados por Wendpap & Rosa 
(1993), quando estes avaliaram a presença do agente no 
queijo minas Frescal consumido no Município de Cuiabá-
MT, em cinco amostras de queijo, sendo que cada unidade 
amostral serviu de base para três repetições. 
A contagem de bolores e leveduras mostradas na 
TAB.5 mostra que o VMP para bolores é 10²UFC/g e para 
leveduras o valor não está regulamentado. 
A presença de bolores e leveduras em queijos 
evidenciam produção sob más condições higiênicas, e estes 
microrganismos são os principais causadores da 
deterioração de queijos (FEITOSA et al. 2003). 
Tabela 5 - Resultados das análises microbiológicas referente aos 
microrganismos Bolores e Leveduras. 
 Bolores UFC/g Leveduras UFC/g 
 A B A B 
F1 <10 >100** Incontável Incontável 
F2 <100 <100 Incontável Incontável 
F3 <100 <100 Incontável 3x10³ 
F4 <100 <100 3x10³ 2x10³ 
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014. 
Valor Máximo Permitido para Bolores 10² UFC/g 
*Para leveduras valor permitido não regulamentado. 
**Amostra que se apresentou dentro do padrão permitido 
 
 De acordo com Tzanetakis (1992) são vários os 
fatores que podem afetar o crescimento desses 
microrganismos, sendo eles, umidade relativa, temperatura 
associada à qualidade microbiológica da água utilizada no 
processamento e manipulação durante e após a fabricação 
do produto. Bairros et al. (2007) obtiveram contagens 
semelhantes de bolores e leveduras em amostras de queijo 
minas, no município de Pelotas-RS, onde, das oito 
amostras de analisadas, seis (75%) apresentaram contagens 
entre 1,2x105 UFC/g e 9,0x105 UFC/g. 
Feitosa (2003) relatou contagens de bolores e 
leveduras em amostras de queijo de coalho em valores que 
variaram de 8,6x103 a 3,2x106 UFC/g, enquanto que 
Florentino & Martins (1999) observaram em queijo de 
manteiga contagens desses microrganismos entre 2,0x102 
a 1,1x103 UFC/g. 
Após a discussão destes dados podemos observar de 
acordo com a FIG.6 o número de amostras fora do padrão 
para cada microrganismo avaliado. 
 
Figura 6. Porcentagem de Amostras Contaminadas. 
Fonte: Elaborada pelo Autor, 2014. 
 
Pode-se observar que todas as amostras revelam-se 
em desacordo com a legislação, em pelo menos um dos 
parâmetros analisados, todas foram identificadas como im-
próprias para o consumo Os resultados obtidos comprovam 
que os queijos estão em condições insatisfatórias, podendo 
observar que apenas salmonela não foi encontrada em 
nenhuma das amostras analisadas. 
Em estudo realizado por Grandi e Rossi (2006) em 
Uberlândia- MG foram registrados apenas 10% das 20 
amostras de queijo Minas Frescal fora dos padrões 
permitidos pela legislação. Brant et al. (2007), ao 
avaliarem 40 amostras de queijo Minas produzidas na 
região de Serro em MG, averiguaram que 92,5% das 
amostras apresentaram-se impróprias ao consumo humano. 
O consumo de queijos nestas condições pode levar 
a sérias consequências para o consumidor. A constatação 
dessa realidade mostra que para a maioria dos queijos tipo 
Minas, fabricados a partir de leite cru, muitas vezes em 
pequenas fábricas, em sítios ou fazendas de menor porte, a 
presença de contaminação é comum. Diante deste quadro, 
seria recomendada a atuação mais incisiva dos órgãos de 
fiscalização sanitária, no intuito de aplicar o que é 
preconizado na produção deste tipo de queijo, como a 
pasteurização do leite, que é uma prática simples e se 
corretamente aplicada, permite a diminuição da carga 
microbiana inicial com consequente eliminação de 
patógenos. Além disso, a implementação das boas práticas 
de fabricação minimizaria o perigo da provável 
contaminação humana e ambiental (CAMPOS et al., 
2006). 
 
CONCLUSÃO 
 
Diante das diversas problemáticas percebidas pode-
se concluir que o sistema de comercialização de queijo 
Minas Frescal nas feiras livres de Uberaba encontra-se 
com inúmeros problemas em relação às condições 
higiênico-sanitárias do ambiente de vendas, na 
manipulação dos produtos, e no acondicionamento. 
Do total de amostras de queijo Minas Frescal ana-
lisadas, todas se apresentaram em desacordo com os 
padrões estabelecidos pela Resolução RDC nº12/2001 da 
ANVISA, o que demonstra condições higiênico-sanitárias 
insatisfatórias do produto e evidencia possíveis falhas 
durante o processamento e/ou contaminação cruzada nos 
pontos de venda do queijo, tais como: contaminação 
oriunda dos manipuladores, falta de tratamento térmico, 
má qualidade da matéria-prima, contato do alimento com 
superfícies não sanitizadas, utilização de temperaturas 
impróprias para a conservação do produto. Sugere-se, 
portanto, a constante e efetiva fiscalização do produto e da 
matéria-prima pelos órgãos competentes. 
 
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VANDERZANT, C.; APLITTS-TOESSER, D.F. Com-
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XAVIER, A. Z. P., VIEIRA, G. D. G., RODRIGUES, L. 
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Município de Cuiabá, MT. Revista Higiene Alimentar, v.7, 
n.27, p.23- 29, 1993 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO I - CHECK-LIST 
 
LISTA DE VERIFICAÇÃO 
Local daFeira: ....................................................................................................... ................. 
Data da pesquisa:........./............./2014 Horário: .................................. 
RESULTADO OBTIDO 
( ) BOM: De 75 a 100% de 
atendimento. 
( ) REGULAR: De 50 a 74,9 % de 
atendimento. 
( ) RUIM: De 0 a 49,9 % de 
atendimento. 
 
ETAPA 1. INSTALAÇÕES SIM NÃO N.A OBSERVAÇÕES 
1. Os arredores da barraca estão livres de sucatas, fossas, lixo, terra,poeira, 
animais(inclusive insetos e roedores) 
 
2. A lixeira possui pedal 
3. A circulação de pessoas dentro da barraca é grande 
4. Há Higienização na barraca 
5. Há Presença de pia com água corrente 
6. Uso de utensílios 
7. Havia Poeira, galhos de árvore ao redor da barraca 
ETAPA 2. MANIPULADOR 
1. Utilizam luvas, toucas e aventais 
2. Os manipuladores apresentam higiene corporal adequada, cabelos e bigodes 
protegidos e totalmente cobertos,unhas curtas,limpas e sem esmalte,proibição do uso 
de adornos (brincos,anéis,pulseiras etc?) e manipuladores barbeados? 
 
3. Espirram, tossem, praticam algum ato que possam contaminar os alimentos. 
4. Os manipuladores apresentam feridas ou sintomas de enfermidades que possam 
comprometer a qualidade do alimento. 
 
5. Os banheiros são separados por sexo. 
6. O local da feira possui banheiros químicos. 
7. A pessoa que manipula os alimentos é diferente da que tem contato com o dinheiro. 
8. Há conversa durante a manipulação do produto. 
ETAPA 3. HIGIENE DO PRODUTO 
1. Os Alimentos são armazenados em refrigeração, em local, organizado e limpo. 
2. Os alimentos são embalados em embalagens próprias para alimentos. 
5. Os alimentos estão em perfeitas condições de higiene ou seja não apresentam 
manchas, exalavam odor, ou possuíam aspecto suspeito. 
 
6. Os alimentos estragados entram em contato com os alimentos de boa qualidade. 
7. Os alimentos são protegidos contra insetos e poeira. 
8. As embalagens são armazenadas em local limpo, de forma a garantir proteção 
contra contaminantes. 
 
9.A pesagem é realizada com assepsia 
ETAPA 4. UTENSILIOS 
1.São de materiais não contaminantes e em adequado estado de conservação. 
2. São de materiais que permitem fácil higienização. 
3.São armazenados em local apropriado, de forma organizada e protegidos contra a 
contaminação. 
 
4.São de materiais que não transmitam odores ou sabores aos alimentos.