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MÓDULO DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS | Luíza Moura e Vitória Neves PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC) SINAIS DE GRAVIDADE E CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO INTRODUÇÃO A PAC constitui a principal causa de morte no mundo, com impacto nas taxas de morbidade. Dentre os agentes etiológicos o Streptococcus pneumoniae permanece como a bactéria de maior prevalência de PAC, mas na doença há: → Vasta microbiota respiratória; → Ampla disseminação dos patórgenos; → Fenômeno da globalização; → Ocorrência de epidemias virais. AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE E INTERNAÇÃO Os pacientes com diagnóstico de PAC devem ser sempre avaliados quanto à gravidade da doença; → Esse cuidado tem impacto direto na redução da mortalidade. Os escores de prognóstico dimensionam a gravidade e ajudam a predizer o prognóstico da PAC, guiando quanto ao/a: → Local de tratamento: amb., hosp. ou UTI; → Necessidade de investigação etiológica; → Escolha do antibiótico e sua via de administração. Os instrumentos validados são: → Pneumonia Severity Index (PSI); → Mental Confusion, Urea, Respiratory rate, Blood pressure, age ≥ 65 years (CURB-65); → CRB-65 (sem determinação de ureia); → Diretrizes da American Thoracic Society/Infectious Diseases Society of America (ATS/IDSA) de 2007; → Systolic blood pressure, Multilobar involvement, Albumin, Respiratory rate, Tachycardia, Confusion, Oxygenation, and pH (SMART-COP); e → Severe Community-Acquired Pneumonia (SCAP) A!! Os 3 últimos relacionados a pneumonia grave e internação em UTI. PSI O PSI é composto por 20 itens que incluem: → Características demográficas; → Comorbidades; → Alterações laboratoriais e radiológicas; e → Achados do exame físico. Ele classifica os pacientes em 5 categorias, estimando a mortalidade em 30 dias e sugerindo o local de tratamento; Desvantagens Pode subestimar a gravidade da doença em pacientes jovens e sem doenças associadas por ponderar muito a idade e a presença de comorbidades na sua pontuação. Usa muitas variáveis, tornando o cálculo complexo; → Isso pode ser minimizado usando-se calculadoras on-line. MÓDULO DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS | Luíza Moura e Vitória Neves CURB-65 E CRB-65 O CURB-65 baseia-se em variáveis das quais deriva seu nome: → Confusão mental: score ≤ 8; → Ureia > 50 mg/dl; → Frequência Respiratória > 30 ciclos/min; → PA sistólica < 90 mmHg ou PA diastólica < 60 mmHg; e → Idade ≥ 65 anos. A cada variável presente, soma-se 1 ponto: A forma simplificada (CRB-65), sem a dosagem de ureia, é útil em ambientes nos quais não há disponibilidade de exames laboratoriais, como na atenção primária: Desvantagens A maior limitação desses escores é a falta de inclusão de comorbidades que podem acrescentar maior risco de complicações na PAC, como: → Alcoolismo; → Insuficiência cardíaca ou hepática; e → Neoplasias; Isso faz com que seu valor preditivo negativo de mortalidade seja um pouco inferior ao do PSI. → Mas, eles se qualificam pela simplicidade, aplicabilidade imediata e facilidade de uso, em ambientes hospitalares ou não. DIRETRIZES DA ATS E IDSA Os critérios de gravidade adotados pelo documento conjunto da ATS/IDSA e sua versão simplificada estão classificados como maiores e menores: Na presença de 1 dos critérios maiores: → Há a indicação de admissão à UTI. Na presença de 3 ou mais critérios menores: → Também indica cuidados intensivos. Desvantagens Esses critérios, entretanto, não se prestam para a avaliação ambulatorial, motivo pelo qual o próprio documento recomenda o uso do PSI ou do CURB-65 para guiar a decisão nesses pacientes. SCAP E SMART COP Outras ferramentas para a predição da ocorrência de PAC grave foram desenvolvidas para avaliar desfechos diversos dos riscos genéricos de morte ou de admissão à UTI. → Esses desfechos incluem, além da necessidade de admissão à UTI: → O desenvolvimento de sepse grave; → A necessidade de ventilação mecânica e risco de falência terapêutica (SCAP); e MÓDULO DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS | Luíza Moura e Vitória Neves → Desfecho associado a necessidade do uso de suporte ventilatório mecânico invasivo ou não, ou uso de drogas vasopressoras (SMART-COP). Esses desfechos têm sido considerados marcadores mais objetivos da gravidade da PAC, tendo em vista a heterogeneidade de indicações e protocolos de admissão à UTI. SCAP Os critérios maiores são: → pH < 7,30 (13 pts); e → PA sistólica < 90 mmHg (11 pts). Os critérios menores são: → FR > 30 ciclos/min (9 pts); → PaO2/FiO2 < 250 (6 pts); → Ureia > 30 mg/dl (5 pts); → Alteração do nível de consciência (5 pts); → Idade ≥ 80 anos (5 pts); e → Presença de infiltrado radiológico multilobar ou bilateral (5 pts). Pontuação ≥ 10 pts prediz um maior risco de: → Uso de ventilação mecânica; e → Necessidade de uso de droga vasoativa. SMART-COP Os critérios envolvem: → PA sistólica < 90 mmHg (2 pts); → Envolvimento multilobar (1 pts); → Albumina < 3,5 g/dl (1 pt); → FR ≥ 25 ciclos/min (1 pt); → FC > 125 bpm (1 pt); → Confusão mental (1 pt); → SpO2 < 93% ou PaO2 < 70 mmHg (2 pts); → pH < 7,30 (2 pts). Uma pontuação > 3 identificou 92% dos pacientes que necessitaram de uso de: → Ventilação mecânica invasiva; ou → Drogas vasoativas. É importante frisar que a gravidade da doença definida pelos escores é o fator preponderante para a decisão sobre internação hospitalar; porém, outros fatores devem ser levados em consideração, como: → Viabilidade do uso de medicação por VO; → Comorbidades associadas; → Fatores psicossociais; e → Características socioeconômicas que indiquem vulnerabilidade do indivíduo. Idealmente, a SpO2 deve ser sempre avaliada: → valores de SpO2 < 92% devem indicar internação. Dessa forma, recomenda-se que o paciente com PAC seja avaliado objetivamente na sala de emergência quanto a gravidade inicial e identificação precoce do risco de evolução para desfechos graves, como: → Necessidade de admissão à UTI; → Desenvolvimento de sepse grave; → Necessidade de suporte ventilatório invasivo ou não invasivo; → Necessidade de suporte inotrópico ou do risco de falência terapêutica ↑↑↑ SCAP, SMART-COP ou ATS/ISDA simplificado, embora necessitem ainda maior validação externa) ↑↑↑ Na ausência de PAC grave, ou seja, → Sem indicações socioeconômicas de internação; → Sem doenças associadas descompensadas; → Sem hipoxemia; → Possibilidade de ingestão oral de medicamentos; e → Presença de pelo menos 2 pontos no CURB-65 (ou de pelo menos 1 no CRB-65 ou de mais que 70 no PSI). ↑↑↑ O médico assistente deve considerar o tratamento ambulatorial para pacientes com PAC ↑↑↑
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