Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clínica Integrada I Duda Campos AVALIAÇÃO INICIAL Confirmação do diagnóstico Suspeita e identificação de uma causa secundária Avaliação do risco CV Medida da PA no consultório ou fora dele História médica pessoal e familiar Realização de exame físico Investigação clínica e laboratorial MEDIDA DA PA Nos dois braços (quando tem uma diferença maior que 15mmHg na pressão sistólica, tem aumento do risco CV) *em idosos, diabéticos, disautonômicos ou em quem usa anti-hipertensivo, deve ser medida 1 minuto e 3 minutos após estar de pé Hipotensão ortostática: sistólica cai 20 ou mais, e diastólica 10 ou mais – isso está associado a um maior risco de eventos cardiovasculares CLASSIFICAÇÃO Indivíduos com mais de 140/90 são considerados hipertensos EFEITO DO AVENTAL BRANCO Diferença maior ou igual a 15mmHg na sistólica ou 9mmHg na diastólica Essa diferença não muda o diagnóstico do paciente: se ele era hipertenso, continua sendo hipertenso, se era normotenso, continua sendo normotenso Exemplo: paciente com 180x100mmHg na consulta, e em casa, 150x90mmHg EFEITO DE MASCARAMENTO Diferença igual ou inferior a -1mmHg na sistólica ou na diastólica HIPERTENSÃO DO AVENTAL BRANCO Quando a PA é elevada no consultório, mas é normal em casa No consultório, tem critério para diagnosticar HAS, mas as medidas feitas em casa afastam o diagnóstico Exemplo: paciente com 140x90mmHg no consultório, mas o MAPA apresenta 120x80mmHg HIPERTENSÃO MASCARADA PA normal no consultório, mas é alta em casa Pode aumentar a PA fora do consultório: idade avançada, sexo masculino, tabagismo, consumo de álcool, atividade física, HAS por exercício, ansiedade, estresse, obesidade, diabetes mellitus, doença renal crônica e história familiar de HAS. Associada à dislipidemia, disglicemia, à LOA, pré- hipertensão e à atividade adrenérgica, além de aumentar o risco de desenvolver diabetes mellitus e HAS Hipertensão Arterial Clínica Integrada I Duda Campos AVALIAÇÃO CLÍNICA E COMPLEMENTAR ANAMNESE História clínica completa Perguntas obrigatórias sobre o tempo de diagnóstico e tratamentos anti-hipertensivos Fatores de risco para DCV e renal Comorbidades e aspectos biopsicossociais, culturais e econômicos Avaliar o uso de medicamentos, fármacos e drogas lícitas e ilícitas EXAME FÍSICO Medida da PA e FC Dados antropométricos, peso e altura, IMC e circunferência abdominal Palpação e ausculta cardíaca e das carótidas Verificação dos pulsos Medida do ITB Fundoscopia INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL Dosagem de potássio, ácido úrico, creatinina, glicemia e perfil lipídico Sumário de urina, eletrocardiograma, filtração glomerular ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR Procurar fatores de risco cardiovascular Procurar lesões de órgãos alvo (LOA) Presença de DCV e renal FATORES DE RISCO Sexo masculino Idade maior que 55 anos no homem e 65 anos na mulher DCV prematura em parentes de 1º grau, homens com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos Tabagismo Dislipidemia Diabetes mellitus Obesidade Presença de doença cardiovascular e renal AVE isquêmico, hemorragia, AIT Angina, IAM, isquemia miocárdica, cirurgia de revascularização miocárdica ou intervenção coronariana Insuficiência cardíaca DAOP Aneurismas, hematomas ou ulcerações Doença renal Retinopatia atribuível ao processo hipertensivo: hemorragias, exsudatos, papiledema PESQUISA DE LOAS ECG, eco, ITB, ritmo de filtração glomerular, albuminúria, velocidade de onda de pulso FATORES QUE PODEM MODIFICAR O RISCO DO PACIENTE HIPERTENSO História familiar de início precoce de HAS Nível muito elevado de um fator de risco individual, como HAS estágio 3 Eclâmpsia ou pré-eclâmpsia prévia Apneia do sono Pressão de pulso > 60 em pacientes idosos Ácido úrico maior que 7 e em homens e maior que 5,7 em mulheres PCR > 2 FC > 80 Síndrome metabólica Sedentarismo Fatores psicossociais e econômicos Distúrbios inflamatórios crônicos Clínica Integrada I Duda Campos METAS TERAPÊUTICAS De modo geral: menor que 140/90 e não inferior a 120/70 Hipertenso baixo ou moderado risco: menor que 140/90, se tolerar, próximo a 120/80 Hipertenso alto risco: 120-129/70-79 Hipertenso com DAC ou IC: menor que 130/80 e não menor que 120/70 Hipertenso com história de AVE: 120/80 Hipertenso com diabetes: menor que 130/80 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO OBJETIVOS DO TRATAMENTO Proteção cardiovascular Reduzir desfechos CV e mortalidade PRINCIPAIS CLASSES Diuréticos Bloqueadores dos canais de cálcio Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA) Betabloqueadores (BB) MONOTERAPIA Estratégia inicial Pacientes com HAS no estágio I com risco CV baixo PA de 130-139/85/89 com risco CV alto Para monoterapia, se usa: Diuréticos BCC IECA BRA COMBINAÇÃO DE MEDICAMENTOS Que tenham mecanismos de ação distintos; exceção é a combinação de diuréticos tiazídicos com poupadores de potássio DIURÉTICOS Diminuição do volume circulante e do volume extracelular Redução da resistência vascular periférica Reduzem a PA e diminuem a mortalidade CV Preferência aos tiazídicos em doses baixas: hidroclorotiazida, indapamina, clortalidona Os de alça são preferencialmente usados em insuficiência renal, edema (IC, síndrome nefrítica): furosemida, bumetanida PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS Fraqueza Cãibras Hipovolemia Disfunção erétil Hipopotassemia – reduz a liberação de insulina, aumentando o risco de DM Hipomagnesemia Aumento do ácido úrico BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO Bloqueia os canais de cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas Reduz a disponibilidade de cálcio no interior das células, dificultando a contração muscular Diminui a RVP por vasodilatação DI-HIDROPIRIDÍNICOS Anlodipino Nifedipino Felodipino Menidipino Levanlodipino Lercanidipino Lacidipino *efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na FC e na função diastólica NÃO DI-HIDROPIRIDÍNICOS Verapamila Diltiazem *menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíacos *reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica, devendo ser evitados nessa condição *podem agravar a IC, além de causar bradicardia e bloqueio atrioventricular *Interessante dar preferência aos BCC de ação prolongada para evitar oscilações indesejáveis na FC e na PA EFEITOS ADVERSOS Edema maleolar por causa da ação vasodilatadora mais arterial do que venosa, promovendo a transudação capilar Cefaleia latejante Tonturas Rubor facial (mais comum nos de ação rápida) Hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) Clínica Integrada I Duda Campos Hipertrofia gengival INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA Inibição da enzima responsável por transformar angiotensina I em angiotensina II Redução da degradação da bradicinina, que é vasodilatadora EFEITOS ADVERSOS Tosse seca Edema angioneurótico Erupção cutânea Piora inicial da função renal em pacientes com insuficiência renal Hiperpotassemia em pacientes com insuficiência renal *contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA I I Antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueioespecífico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações da angiotensina II – vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação da aldosterona Redução da morbidade e da mortalidade CV e renal, principalmente em pessoas com alto risco CV EFEITOS ADVERSOS Incomuns Exantema raramente observado Do mesmo jeito que o IECA, pode causar uma redução inicial da filtração glomerular por vasodilatação das arteríolas eferentes, diminuindo a pressão de filtração glomerular, mas esse efeito é nefroprotetor a longo prazo Podem causar hipercalemia, especialmente na presença de insuficiência renal, e são contraindicados na gravidez, devendo os mesmos cuidados ser tomados em mulheres em idade fértil BETABLOQUEADORES Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina Readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas NÃO SELETIVOS Bloqueiam os receptores adrenérgicos beta 1 (miocárdio) e os beta 2 (músculo liso, pulmões, vasos sanguíneos e outros órgãos) – propranolol, nadolol e pindolol CARDIOSSELETIVOS Bloqueiam os beta 1 Atenolol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol COM AÇÃO VASODILATADORA Antagonismo ao receptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção de óxido nítrico (nebivolol) EFEITOS ADVERSOS Broncoespasmo Bradicardia Distúrbios da condução atrioventricular Vasoconstrição periférica Insônia Pesadelos Depressão Astenia Disfunção sexual Intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de DM, hipertrigliceridemia, elevação do LDL e redução do HDL CONTRAINDICAÇÃO Asma DPOC Bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus SIMPATOLÍTICOS DE AÇÃO CENTRAL Alfa-agonistas de ação central Estímulo de alfa-2, que estão são simpatoinibitórios Diminuição da atividade simpática e dos reflexos dos barorreceptores Bradicardia relativa Hipotensão Discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco Redução de renina Metildopa, clonidina e rilmenidina Não apresentam efeitos metabólicos e não interferem na resistência periférica à insulina nem no perfil lipídico EFEITOS ADVERSOS Clínica Integrada I Duda Campos Reações autoimunes: febre, anemia hemolítica, galactorreia e disfunção hepática Reações decorrentes da ação central: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção erétil ALFABLOQUEADORES Antagonistas dos receptores alfa 1 Reduzem a RVP sem mudanças no débito cardíaco Comum hipotensão postural Doxazosina e prazosina Relaxamento da musculatura do assoalho prostático, favorecendo o esvaziamento da bexiga nos pacientes com HPB EFEITOS ADVERSOS Hipotensão sintomática na primeira dose VASODILATADORES DIRETOS Hidralazina e minoxidil Relaxam a musculatura lisaarterial, levando à redução da RVP EFEITOS ADVERSOS Hidralazina: cefaleia, flushing, taquicardia reflexa, reação lúpus-like (dose-dependente) Anorexia, náusea, vômito, diarreia Retenção de sódio e água, com aumento do volume circulante e taquicardia reflexa Efeito colateral frequente do minoxidil é o hirsutismo INIBIDORES DIRETOS DA RENINA Alisquireno Inibição direta da ação da renina Diminuição da formação de angiotensina II Redução da PA e a proteção tissular Redução da atividade plasmática de renina Bloqueio de receptor celular próprio de renina/pró-renina Diminuição da síntese intracelular de angiotensina II EFEITOS ADVERSOS Rash cutâneo, diarreia Uso contraindicado na gravidez Na síndrome metabólica, o tratamento medicamentoso deve ser iniciado sempre quando a PA for maior ou igual a 140/90. A escolha dos medicamentos anti-hipertensivos deve priorizar as classes terapêuticas que possam melhorar ou não agravar a resistência insulínica, como IECA, BRA e BCC. Clínica Integrada I Duda Campos Clínica Integrada I Duda Campos
Compartilhar