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MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS DAS ISTS - Lista: - Sífilis (Treponema pallidum). - Cancro mole (Haemophilus ducreyi). - Donovanose (Klebsiella granulomatis). - Linfogranuloma venéreo (Chlamydia trachomatis) - Gonorreia. - Herpes genital (VHS tipo 1 e 2). - Condiloma acuminado (Papiloma vírus humano HPV). SÍFILIS - 2ª ou 3ª maior responsável por úlcera genital em países tropicais (outras causas são cancro mole e herpes). - Agente etiológico: T. pallidum (gram -). - Doença sistêmica, curável, exclusiva do ser humano. - Infectividade maior (60%) nos estágios iniciais. - Sífilis congênita: causa natimortos ou morte intra-útero. - Taxa de transmissão vertical é de 80% no intra-útero, maior nas fases iniciais da doença. Transmissão também no parto. - Patogenia: relação sexual --> sistema linfático regional --> disseminação hematogênica. - Sífilis adquirida – recente: primária (1º ano): - Cancro duro. - Surge 1-3 semanas após a infecção. - Dura 2-8 semanas. - Lesão única, erosiva ou ulcerativa, base endurecida e fundo limpo. - Geralmente acompanhada de adenite satélite. - RSS negativas. - Sífilis adquirida recente secundária (1º ano): - Surge 6 semanas a 6 meses após a infecção. - Dura 4-12 semanas. - Surtos subentrantes por até 01 ano. - Disseminação hematogênica – exantema morbiliforme não pruriginoso (roséola sifílitica) e placas mucosas. - Depois: lesões papulo-acastanhadas e palmo-plantares, adenopatia generalizada e lesões mucosas, alopécia em clareira, condiloma plano perianal, febre, adenopatia, uveite, neuro-sífilis meningo-vascular com acometimento dos pares cranianos. - RSS: positivas. - Toda erupção cutânea sem causa determinada deve ser investigada para sífilis. - Sífilis adquirida – recenet: latente 1º ano: - Latente: assintomática. - Latente recente: até 01 ano. - Latente tardia: após o primeiro ano (maioria dos diagnósticos). - RSS: positivos. - 25% dos pcts não tratados intercalam lesões de secundarismo com os períodos de latência. - Sífilis adquirida tardia – após o 1º ano: - Latente: assintomática. RSS positivas. - Terciária: - 15-25% das infecções não tratadas. - Surge 2-40 anos após a infecção. - Cutânea: nódulos e gomas na pele, ossos e outros tecidos. - Óssea: periostite, artralgias, osteítes gomosas, artrites, sinovites, nódulos justa-articulares. - Cardiovascular: aortite, aneurisma e estenose das coronárias. - Nervosa: meningo-vascular, atrofia do nervo óptico, paralisia geral, tabes dorsalis. - RSS positivas. - Sífilis congênita e crianças expostas à sífilis: - Um milhão de gestações por ano em todo mundo são complicadas pela sífilis. - Aumento constante nos casos no Brasil. - Ocorre transmissão em qualquer fase gestacional, podendo resultar em aborto, natimorto, prematuridade, etc. - Sífilis congênita: - Transmissão maior nas fases iniciais da doença. - Apenas os casos mais graves nascem com sinais/sintomas. - 70-100% nas fases primária e secundária. - 40% na fase latente. - 10% na fase tardia. - 60-90% dos RN vivos são assintomáticos ao nascimento. - Apenas os casos mais graves nascem com sinais/sintomas. - As manifestações clínicas raramente surgem após 3-4 meses de vida. - 2/3 desenvolvem sintomas em 3-8 semanas. - Sífilis congênita: - Recente: até os 02 anos de vida. - Placas mucosas, I. palmo-plantares, rinite hemorrágica. - Fissuras radiadas periorificiais. - Condilomas planos anogenitais. - HEM, osteocondrites, lesões pulmonares, renais, cardíacas. - RSS: + na mãe e na criança. - Sífilis congênita tardia: - Após os 02 anos. - Tríade de Hutchinson: ceratite parenquimatosa, surdez labiríntica, dentes incisivos centrais superiores semilunares. - Ranhaduras de Parrot: fissuras perilabiais e perianais. - Periostite e osteíte: tíbia em lâmina de sabre, fronte olímpica, nariz em sela. Tabes dorsalis. Paralisia geral. - RSS positiva. - Diretrizes para o controle da sífilis congênita: - Caso presumível: - Toda criança com VDRL positivo e evidência de sintomatologia sugestiva de SC. - Evidência de SC ao Rx, alterações no LCR. - Títulos de VDRL maior que o título materno ao nascer. - Positividade para IgM (Fta-ABS) contra T. pallidum. - Todo caso de morte fetal ocorrido após >22 semanas ou em feto > 500g. - Caso confirmado: T. pallidum ou material genético é constatado fisicamente em amostras de lesões, líquido amniótico, cordão umbilical ou tecidos de necrose. - Correção entre os estágios e o teste laboratorial: - Fase primária (cancro: - TA-ABGs IgM: PRECOCE. - VDRL: 1 semana após o cancro. - Fase secundária: FTA-Abs IgG + e VDRL + (desce a titulagem com a vida. - Fase tardia: DVRL positivo. - Provas sorológicas: - Não-treponêmicas – VDRL: alta sensibilidade/ baixa especificiade/ diagnóstico/ controle de cura. - Reação treponêmica: FTA-Abs: - Tratamento: - Fazer estadiamento: sifílis primária, secundária e latente recente, latente tardia ou neurossífilis. - Gestante inadequadamente tratada: - Impõe-se a dessensibilização com Ceftriaxona. - Reação de Jarisch-herxheimer: - Ocorre 4-12h após tratamento. - Etiopatogenia: antígenos lipoproteicos da parede do T. pallidum com atividade inflamatória, lliberados após a morte dos treponemas. - Exacerbação das lesões, febre, calafrio, etc. - Alterações laboratoriais: leucocitose com linfopenia. - Regride em 6-12h. - Ocorre em várias drogas. - Sífilis congênita: CANCRO MOLE (CANCROIDE) - Agente: H. ducrey. - Bastonente gram (-) intracelular. - Latência de 1-4 dias. - Úlceras múltiplas e dolorosas, fundo sujo e odor. - 20h: 1M. - Adenopatia unilateral inguinal dolorosa, múltiplas úlceras que podem ser assintomáticas. - Diagnóstico: - Gram do aspirado do gânglio. - Exame direto do fundo da úlcera. - Tratamento: - 1ª opção: Ceftriaxona 250mg, IM dose única (gestante). - Azitromicina 1g, VO dose única. - Ciprofloxacina 500mg, VO de 12/12 por 3d. DONOVANOSE – GRANULOMA INGUINAL - Agente: Klebsiela granulomatis. - Início: pápula inflamada, pústula e erosão (despercebidos). - Latência de 40 dias a 3 meses. - Ausência de adenopatia satélite. - Crônica e progressiva. - Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. - Pouco frequente, ocorrendo na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais. - Associada à transmissão sexual, embora os mecanismos não sejam bem conhecidos. - Febre e prostação pode preceder o envolvimento ganglionar. - Homem: inguinal, mulher: ilíacos profundos. - Diagnóstico: - Biópsia com corpúsculo de Donovan – parasita mais corado na extremidade. - Tratamento: - Doxiciclina. - Azitromicina. - Ciprofloxacina. GONORREIA - Agente: Neisseria gonorreha - Diplococo gram (-). - 2-10 dias de latência. - Aguda ou crônica. - Aguda: corrimento na uretra. - Crônica: diversos órgãos, entrada pela endocérvice. - Causa importante de salpingite e doença inflamatória pélvica em mulher. - Forma aguda: corrimento uretral ou endocervical. - Crônica-genital: DIP, bartolinite, salpingite. - Crônica sistêmica: faringite, artrite, meningite, endocardite, oftalmia. - Transmissão mãe-feto: abortamento, prematuridade, oftalmia neonatorum. - Diagnóstico: - Secreções (cultura) em meio de Thayer-Martin de material com pus. - Exame direto com os diplococos. - Tratamento: - Ceftriaxona. - Cefixima. HERPES GENITAL - Maior causa de úlcera genital. - Agentes: Herpes vírus 1 e 2. - Transmissão: - HSV 1: - Mucosas – anal, ocular, genital. - Soluções de continuidade na pele. - HSV 2: - Relação sexual ou o canal do parto nas gestantes infectadas. - Vesículas em base eritematosa, úlceras. - Herpes genital primo infecção maligna: - Imunodeprimidos: manifestações graves e duradouras, úlceras de grandes dimensões e lesões verrucosas. - Herpes neonatal: contaminação no parto. Hepatite e encefalite maciça, mortalidade de 70%. Fazer césarea. - Diagnóstico: - Teste de Tzanck: exsudato do herpes, onde se vê as células balonizadasmultinucleadas. - Isolamento do vírus em cultura. - PCR. - Sorologia (pouca valia). - Tratamento: - Primoinfecção maligna: Aciclovir IV 10mg/kg. - Herpes habitual: Aciclovir VO 400mg 8/8h 7 dias; Famciclovir 250mg; Velaciclovir. - Herpes recorrentes (+ de 6 episódios/ano): Aciclovir 400-600mg todo dia, por 6 meses. - Aciclovir no último trimestre. CONDILOMA/VERRUGA ANOGENITAL - Etiologia: HPV-DNA vírus: + de 200 tipos. - + de 40 tipos infectam o trato ano-genital. - 20 subtipos – associam-se com o CA de colo uterino. - Agente: - HPV de 2 subgrupos (potencial oncogênico). - Transmissão: via sexual. - Tratamento: destruir a lesão. Podofilina, ATA (ácido tricloro acético), laser, remoção cirúrgica, etc.
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