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S5-Ped Gabriela Brito Triagem neonatalTriagem neonatal CASO CLÍNICO Pontos de relevância: Diagnóstico final: RN de 48 horas de vida, nascido de parto vaginal com IG= 36 semanas e P= 2.100g. Mãe relata ter tido chikungunya no primeiro mês de gestação. Ao exame físico foi percebida microcefalia e sopro cardíaco em maquinaria. A triagem auditiva (teste da orelhinha) detectou ausência de resposta e a triagem visual (teste do olhinho) encontrou reflexo branco em olho direito. Pré-termo, baixo peso, microcefalia, sopro cardíaco "em maquinaria" (per- sistência do canal arterial), triagem au- ditiva + e triagem visual +. Síndrome da rubéola congênita. Tríade: Microcefalia + Persistência do canal arterial + Catarata. INTRA- UTERINO NEONATAL TARDIOS Crescimento intra- uterino restrito - Catarata - Surdez neural - Cardiopatia (DA) - DM - Tireoideopatia - Autismo Triagem neonatal São exames realizados em recém- nascidos que detectam doenças pre- cocemente. Apresenta 4 principais testes: - Triagem auditiva (teste da orelhin- ha); - Triagem visual (teste do olhinho); - Triagem biológica (teste do pézin- ho); - Teste da oximetria (teste do cora- çãozinho); A triagem neonatal serve para prevenir morbimortalidade, diagnosticar condi- ções genéticas ou congênitas em fase pré-sintomática e intervir e tratar precocemente. Triagem auditiva É chamado de teste da orelhinha, consiste na triagem auditiva neonatal universal (TANU), mostra incidência de perda auditiva de 1 a 6:1000 nascidos vivos normais e 1 a 4:100 RNs com fator de risco. FATORES DE RISCO PARA PERDA AUDITIVA Asfixiados (APGAR < 6 no 5º minuto), história familiar de surdez congênita, infecções congênitas (TORCHS), hiper- bilirrubinemia, sepse neonatal/menin- S5-Ped Gabriela Brito gite, hemorragia intraventricular, con- vulsões/doenças do SNC, anomalias craniofaciais, espinha bífida, defeitos cromossômicos, uso de drogas ototó- xicas, peso do nascimento < 1,5kg, ventilação mecânica > 5 dias. POR QUE FAZER A TANU? É importante fazer a TANU, pois a detecção/intervenção antes dos 6 meses permite: - Aprendizado; - Compreensão e expressão da linguagem - Desenvolvimento socioemocional; - Habilidades de comunicação; - Educação; - Empregabilidade; - Inclusão social; - Atenuação da influência de outros fatores como síndrome/malformação (30%); QUANDO REALIZAR É realizado antes da alta hospitalar ou até 3 meses de vida. O correto é fazer antes da alta hospitalar ao nascimento. A triagem auditiva só em crianças com fatores de risco só identificaria 40-50 % das perdas auditivas significativas. COMO REALIZAR Teste de emissões otoacústicas, é objetivo, sensível e não invasivo. Não requer cooperação, sedação ou local com tratamento acústico. Registra a energia sonora gerada pelas células ci- liadas da cóclea em resposta a sons emitidos. Sem resposta: Anormalidade funcional do ouvido interno. Esse exame avalia a integridade da função coclear de forma qualitativa. RESULTADOS DA TANU SURDEZ NEUROSSENSORIAL Tem que intervir, uso de aparelho de amplificação sonora individual, orien- tar a família e terapia fonoaudiológica. Atendimento precoce: melhora desen- volvimento de fala, linguagem, ganho escolar, auto-estima e adaptação psicossocial. Triagem visual É o teste do olhinho. Evita cegueira, cuja incidência é de 50 a 100/100.000. S5-Ped Gabriela Brito É de causa evitável/prevenível (9-72%) e de causa tratável (14-31%)- catarata, retinipatia da prematuridade e glaucoma. A visão é um elemento desencadeador do desenvolvimento de várias áreas (controle cervical, afetividade, etc). QUANDO REALIZAR Em RNs com IG > 34 semanas, entre 24 e 48 horas de vida e antes da alta hospitalar. COMO REALIZAR História ocular, inspeção externa do olho e da pálpebra, avaliação da motili- dade ocular, exame da pupila. Teste do reflexo vermelho: Deve ser feito em ambiente escurecido com oftalmoscópio próximo ao olho do examinador e 40-50 cm do bebê. RESULTADOS DO TESTE Teste da oximetria É o teste do coraçãozinho. Detecta cardiopatias congênitas críticas 1 a 2/1000 nascidos vivos. 30% dos RNs com cardiopatias congênitas críticas têm alta sem diagnóstico e evoluem para choque, hipóxia ou insuficiência cardíaca. Tem mortalidade extrema- mente alta, 20% em 12 meses, sobrevi- da em 15 anos de 77,1%. QUANDO REALIZAR Antes da alta da maternidade e pelo menos 2 a 3 vezes por ano até 3 anos de vida. Utiliza oxímetro de pulso, tem locais de aferição o membro superior direito e qualquer um dos membros inferiores. O RN deve estar com as extremidades aquecidas e deve haver traçado homo- gêneo no monitor. COMO REALIZAR S5-Ped Gabriela Brito Triagem biológica É o teste do pezinho. Triagem de doenças prevalentes na população, história natural bem conhecida, estágio precoce identificável, detecção precoce com testes seguros e confiáveis, logística definida de acompanhamento e tratamento, acesso à atenção especializada e trata- mento no SUS, custo X benefício economicamente viável e socialmente aceitável. Sua introdução deve diminuir morbimortalidade pela do- ença. Ainda existem desigualdades impor- tantes no acesso ao benefício desses procedimentos, considerando as dife- renças regionais dos Estados brasileiros. SITUAÇÕES QUE INTERFEREM NA COLETA E RESULTADOS Idade: A coleta deve ser feita de 3 a 5 dias de vida, preferencialmente no 3º dia. Deve garantir que o RN tenha recebido Transfusão: Prematuridade: Gemelaridade: Medicamentos: UTI neonatal: leite e aminoácidos, se não a triagem para fenilcetonúria (PKU) vai ser falso negativo. E a liberação fisiológica de TSH ao nascer, só cai após 3 dias de vida. NÃO precisa estar em jejum. Restringe a triagem para hemoglobi- nopatias, repetir em 90 dias. Prematuro: feito até 7º dia de vida e repetir com 30 dias de vida. Evitar trocar exames!!! Não há restrições. Alterações hemodinâmicas podem alterar os exames, o ideal é que seja coletado até 30 dias de vida. RESULTADOS Fenilcetonúria: Clínica neurológica, tratamento é dieta com baixo teor de fenilalanina. S5-Ped Gabriela Brito Hipotireoidismo congênito: Hemoglobinopatias: Disgenesia tireoidiana (85%), disor- moniogênese (15%). Causa hipotonia, atraso do DNPM, macroglossia, consti- pação, icterícia, bradicardia, sonolên- cia, rouquidão, retardo mental, déficit ponderoestatural e atraso na dentição. Tratamento: Levotiroxina sódica. Doença falciforme: Defeito na cadeia β da Hb -> falcização em determinadas condições: Anemia hemolítica, crises álgicas e/ou vaso-oclusivas, como AVE, insuficiên- cia renal, síndrome mão-pé (dactilite), infecções e esplenomegalia. Trata com antibióticoterapia profilática e suplementação com ácido fólico. Fibrose cística Confirmação: dosagem dos cloretos no “Teste do Suor”. Herança autossômica recessiva - Pulmão: infecção crônica - Pâncreas: sd. do íleo meconial, des- nutrição, diabetes. Tratamento: enzimas pancreáticas, vi- taminas, fisioterapia respiratória, anti- biótico, vacinação adequada. Hiperplasia adrenal congênita: Herança autossômica recessiva, dife- rentes síndromes, deficiência mais comum: 21-hidroxilase, forma clássica perdedora de sal (75%)- genitália ambí- Deficiência de biotinidase: gua e crise adrenal (desidratação, hipotensão, hiponatremia, hipercale- mia). Tratamento: Baixas doses de corticoide. Herança autossômica recessiva, defeito no metabolismo da biotina (vitamina B8), incapacidade de reciclar a biotina endógena ou de usar a forma ligada à proteína (dieta), manifestações a partir da 7a semana de vida, crises epilépticas, hipotonia, alopecia, dermatite eczematoide, mi- crocefalia, atraso do DNPM. Tratamento: doses diárias de biotina S5-Ped Gabriela Brito Rede privada Teste da linguinha Avaliação do frênulo lingual: exame físico de rotina do RN. O tamanho do frênulo pode ser variável,porém, mesmo curto, dificilmente exigirá uma secção (frenectomia). A verdadeira “língua presa” (anquiloglossia congê- nita) é muito rara e facilmente diagnosticada no exame físico de rotina. S5-Ped Gabriela Brito 1- A triagem auditiva neonatal (exame de emissões otoacústicas evocadas) deve ser realizada: A. Nos RN com alterações crânio-faciais. B. Em todos os RN entre 24-48 horas de vida. C. No caso do RN ter sido internado em UTI neonatal. D. No caso do RN receber assistência ventilatória por mais de cinco dias. E. No caso de o RN apresentar achados clínicos sugestivos de infecção congênita. 2- Recém-nascido de 5 dias é submetido a testes de triagem para fenilcetonúria, hipotireoidismo e anemia falciforme. Em relação a este último teste (anemia falciforme) o obje-tivo principal é: A. Reduzir a mortalidade por doenças infecciosas no primeiro ano de vida. B. Quantificar o número de portadores da doença na população estudada. C. Garantir acompanhamento sequen- cial dos índices hemantimétricos. D. Permitir tratamento precoce com transfusões de troca periódicas. E. Possibilitar inclusão precoce em pro- grama de doação de medula. 3- A triagem neonatal biológica, também conhecida como teste do pezinho, é essencial para todos os recém-nascidos e é realizado por meio do programa Nacional de Triagem neonatal (PNTN). O período de prefe-rência para a realização deste teste é: A. Entre o 3º e o 5º dias de vida. B. Nas primeiras 48 horas de vida. C. Nos primeiros 15 dias de vida. D. Entre 1º e o 7º dia de vida. E. Nos primeiros 45 dias de vida. 4- Dentre as alternativas a seguir qual é um erro inato do metabolismo, de herança autossômica recessiva, detectado no teste de triagem neonatal, que pode levar ao déficit de aprendizado e microcefalia? A. Hipertireoidismo congênito. B. Talassemia. C. Fenilcetonúria. D. Hiperatividade brônquica. E. Zika vírus.
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