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Clínica Médica de ruminantes 1 Lívia Maria Cetose em ruminantes – cetose bovina Causada pela alteração do metabolismo dos carboidratos e ácidos graxos voláteis Conhecida como toxemia da prenhez em pequenos ruminantes Mobilização das reservas corporais acarreta produção de corpos cetônicos são eliminados na urina ou causam aumento na corrente sanguínea Causa cetonemia, cetonúria, hipoglicemia e baixos níveis de glicogênio hepático Animais que estão em equilíbrio nutricional negativo Etiologia Vacas em alta produção – grande demanda de energia/ fase pos parto – acarreta numa cetose subclínica/ assintomática – animais são submetidos a agressão metabólica ou nutricional (ingestão de volumoso reduzida – a ingestão não é suficiente para manter a produção) – cetose clinica - Apresentam diminuição de insulina no sangue – menos glicose (hipoglicemia) - Acarreta também no glucagon – aumenta os níveis de glucagon, ocorre mobilização de gordura para produzir os ácidos graxos de cadeia longa – e aumento de somatotropina (corrente sanguínea) – acarretando casos de cetogênese Intervalo de parto de vaca de produção leiteira – 13 a 14 meses Cetose primaria – alteração no metabolismo interno e na função ruminal em função da dieta Cetose secundaria – doenças secundarias provocam diminuição da ingestão de alimentos – deslocamento de abomaso/ mastite Cetose alimentar – provocada quando o animal recebe excessiva quantidade de butirato na dieta e consequentemente diminuição na ingestão do alimento Cetose por inanição – ruminante/bovino de corte, manejo nutricional ruim e que recebe alimentos de baixa qualidade Cetose por deficiência nutricional especifica- deficiência nutricional de cobalto, o cobalto entra dentro do ciclo da vitamina B12, importante para metabolismo do ácido propiônico e consequentemente para produção de energia. Epidemiologia Vacas leiteiras de alta produção, intensamente alimentadas em sistema de produção intensivo Ocorre no pos parto imediato, sendo 90% dos casos observados nos primeiros 60 dias de lactação – dias do pico de lactação O aumento da produção de leite acarreta um aumento da demanda de energia Vacas excessivamente gordas ao parto – acabam tendo uma menor ingestão de alimento no pos parto, menos matéria seca Hipocalcemia da parturiente – o animal para de ingerir alimento na fase da doença Retenção de placenta – quadro toxêmico e febril param de se alimentar Hipomagnesemia Animais com escore corporal acima de 4 ocorre um aumento na cetose clinica Importância economia Baixa produção de leite e incapacidade de retornar complemente ao potencial de produção – prejuízo a fazendo Influência da cetose na reprodução • Interfere no aparecimento do 1º cio pós-parto – animal com cetose Clínica Médica de ruminantes 2 Lívia Maria (aparecimento em torno de 52 dias) x animal saudável (40 dias) • Número de ampolas para concepção (1,9 animais com cetose x 1,6 saudável) • Cisto ovariano (4% cetose x 1% saudável) Fisiopatogenia O metabolismo acontece no fígado, e o aporte energético vem do propionato (ácido glicogênio). A partir da fermentação do carboidrato é produzido o propionato, butirato e o acetato. Esses ácidos graxos voláteis são absorvidos pela mucosa ruminal e cai na corrente sanguínea. O butirato e o acetato vão ser armazenados na forma de gordura. Se o animal para de ingerir alimento ou diminui a ingestão de alimentos, matéria seca. Se ele tem estoque de energia essa gordura vai ser metabolizada para produção de energia. Quando ocorre diminuição dos níveis séricos de insulina e aumento de glucagon, entra em ação o mecanismo de mobilização de gordura (lipases) e vão produzir triglicerídeos e ácidos graxos de cadeia longa. Os ácidos graxos de cadeia longa são transportados para o fígado e metabolizados. A partir dessas ácidos graxos longos ocorre oxidação e produção de Acetil CoA que não entra no ciclo de Atcs e é transformado em ACetooacetil CoA sofre novas oxidações e é transformado é aceto acetato sofre oxidação e da origem aos corpos cetonicos. No fígado pode ocorrer uma esteatose hepática devido à grande mobilização de gordura. Quadro clinico na “cetose aparente” 1. Típico ou definhamento (95% dos casos) • Evolução subaguda – media 16 dias. Com diminuição do apetite, queda na produção de leite, incoordenação • Prognostico vida – bom • Produção de corpos cetônicos (Ac Ac, acetinas, beta oxido butirato) 2. Quadro nervoso ou bizarro – 5% dos casos • Evolução superaguda (1-2 dias) • Prognostico vida – regular • Formação de álcool isopropil Achados clínicos • Forma do definhamento - Diminuição gradual do apetite em cerca de dois a quatro dias - Depravação de apetite - Diminuição do peso corporal - Fezes firmes e secas - Depressão moderada - Odor característico de cetona na respiração e no leite - Ataques transitórios de cambaleio e cegueira parcial – associado ao quadro de hipoglicemia • Forma nervosa - Marcha em círculos – indicativo de encefalite - Afastamento ou cruzamento das pernas - Compressão ou afastamento da cabeça contra obstáculos - Cegueira aparente Patologia clínica • Glicemia – 20 a 40 mg/d (normal é 80 mg/ dl) – sangue com EDTA fluoretado • Corpos cetônicos – 10 a 100 (sangue) e de 3 a 40 mg/ dl no leite • BHB – beta hidróxido butirato Clínica Médica de ruminantes 3 Lívia Maria 1,4 mmol/L nos bovinos Cetose clínica = 2,6 mmol/L • AGNE – 0,7 mmol/L • Fitas de urinálise • Prova da urina Diagnostico diferencial • Bovinos - Histórico geral – animal de alta produção, manejo nutricional (pré e pos parto) - Hipoglicemia – análise laboratorial - Acetonemia - Cetonúria Tratamento • Terapia de reposição - 500ml de glicose a 50% IV para bovinos – diluídos em ringer lactato e administra - propilenoglicol e glicerina – 225g 2x dia (2 dias) + 110g (2 dias) • Terapia hormonal (associada a primeira) - Fosfato sódica de dexametasona – 40mg (dose total) - Insulina – 200 a 300 UI SC (24 a 48 horas) – quebrar a via metabólica de mobilização de gordura Se for fazer a terapia com tratamento completo: Faz a reposição de glicose + propilenoglicol – associa com a dexametasona + 300 UI de insulina Controle • Vacas não devem ficar desnutridas nem muito gordas no momento do parto • Preparar os animais na fase final de gestação para que eles começem a receber a dieta especifica para produção de leite – quanto na dieta quanto em quantidade (dita de transição)
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