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CETOSE EM RUMINANTES Doença metabólica caracterizada pelo aumento de corpos cetônicos nos tecidos e líquidos corporais Acomete bovinos e ovinos em diferentes fases do ciclo de gestação-lactação; caprinos são mais resistentes Raramente acomete suínos Bovinos: cetose – pós-parto Ovinos: toxemia da prenhez – final da gestação METABOLISMO DA GLICOSE Ruminantes: absorvem pouco carboidrato da dieta Principal fonte de energia: ácidos graxos de cadeia curta também chamados de ácido graxos voláteis que são produzidos no rúmen através da fermentação – acetato (70%), propionato (20%) e butirato (10%) Gliconeogênese: síntese da glicose a partir de substâncias não carboidratos. Ocorre no fígado e nos rins Propionato, aa, glicerol, lactato → fígado → glicose Propionato: mais importante precursor da glicose Aminoácidos: gliconeogênese e glicogênese; proteína da dieta e corpóreas FORMAÇÃO DE CORPOS CETÔNICOS Duas fontes principais: butirato (rúmen) e degradação de gorduras Butirato: transformado em β-hidroxibutirato (βHB) na parede dos pré-estômagos βHB: principal corpo cetônico do sangue do ruminante hígido Mobilização de reservas de gordura: produção de ácidos graxos de cadeia longa Ácidos graxos de cadeia longa → fígado → Acetoacetato → βHB → síntese de energia e gordura do leite ETIOLOGIA DA CETOSE BOVINA Tipos de cetose bovina 1) Cetose primária (cetose da produção) Condição corpórea boa a excessiva no pré e pós-parto Alto potencial de lactação 2) Cetose secundária Diminuição da ingestão de alimentos devido a outras doenças Deslocamento de abomaso, mastite, metrite 3) Cetose alimentar Quantidade excessiva de butirato na silagem 4) Cetose por inanição Animais com condição corpórea ruim Alimentos de baixa qualidade 5) Cetose causada por deficiência nutricional específica Deficiência de nutrientes específicos: cobalto (problemas na metabolização do ácido propiônico), fósforo ETIOLOGIA DA CETOSE OVINA 1) Toxemia da prenhez primária Queda do plano nutricional no final da gestação (balanço energético negativo) Estresse (transporte, corte de lã) Associada a gestações múltiplas 2) Toxemia da prenhez da ovelha gorda Condição corpórea excessiva no final da gestação – queda voluntária da ingestão de alimentos 3) Toxemia da prenhez por inanição Animais muito magros 4) Toxemia da prenhez secundária Associada a outras doenças Foot-rot (afecções podais), verminoses EPIDEMIOLOGIA Cetose bovina Ocorrência: bovinos leiteiros, sistema intensivo Fatores de risco: pós-parto imediato, animais de alta produção, animais superalimentados no final da gestação Cetose ovina Ocorrência: sistema intensivo Fatores de risco: final de gestação (6 últimas semanas), gestações gemelares, incomum em ovelhas primíparas IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Toxemia da prenhez Alta incidência: surtos Alta mortalidade (aproximadamente 100%) Cetose bovina Causa mais importante de perda para o produtor de leite Diminuição dos índices reprodutivos, Diminuição na produção Após recuperação: sequelas na produção SINAIS CLÍNICOS DA CETOSE BOVINA Dois tipos de quadro clínico: típico (forma de definhamento – 95%) e nervoso ou bizarro TÍPICO Evolução subaguda Prognóstico (sobrevida) favorável Diminuição do apetite e produção de leite Perda de peso, depressão Odor de cetona na respiração e no leite NERVOSO OU BIZARRO Evolução superaguda (1-2 dias) Prognóstico (sobrevida) reservado Andar em círculos, ataxia Compressão da cabeça contra obstáculos (head-press) Lambedura vigorosa da pele e objetos Apetite depravado, movimentos mastigatórios com salivação CETOSE SUBCLÍNICA EM BOVINOS Ausência de sinais clínicos Cetonúria, diminuição da produção Redução de fertilidade: anormalidade ovariana, demora no aparecimento de estro, endometrite SINAIS CLÍNICOS DA CETOSE OVINA Separação do grupo Fata de apresentação para alimentação Cegueira aparente – relutância em se movimentar Ataxia, compressão da cabeça contra obstáculos (head-press) Constipação Sonolência acentuada, tremores, convulsões, opistótono (olhar para as estrelas) – estágios finais DIAGNÓSTICO Hipoglicemia, acetonemia (aumento de corpos cetônicos no sangue) e Cetonúria (aumento de corpos cetônicos na urina) Bovinos Glicose: 20-40mg/dL (normal 50mg/dL) Corpos cetônicos no sangue: 10-100mg/dL (normal até 10mg/dL) Corpos cetônicos na urina: 80-1300mg/dL (normal até 70mg/dL) Corpos cetônicos no leite: 40mg/dL (normal 3mg/dL) Concentração de AGV’s no sangue e rúmen aumentados Queda discreta na concentração sérica de cálcio Exames diagnósticos ao “pé da vaca” Reação de cor dos corpos cetônicos Leite ou urina Teste de Rothera: nitroprussiato de sódio Ovinos Hipoglicemia – estágios iniciais Acetonemia e Cetonúria, acidose metabólica Desidratação, insuficiência renal (síndrome urêmica) Testes de função hepática alterados Elevação do cortisol plasmático ACHADOS NA NECRÓPSIA Bovinos: não costuma ser fatal Degeneração gordurosa no fígado Alterações secundárias na hipófise anterior e córtex da adrenal Ovinos Grave degeneração gordurosa no fígado Útero com mais de um feto, lesão renal TRATAMENTO Bovinos Restabelecer a normoglicemia – glicose (1500mL de sol. 20%) Precursores da glicose: propilenoglicol, glicerol, propionato - 250g/vaca/ BID/ 2dias Se não tiver Integridade da função hepática não adianta administrar precursores Aumento da gliconeogênese: corticoides (20mg de dexametasona) Ovinos Remoção dos fetos (indução do parto ou cesárea) Reposição de líquidos, eletrólitos e glicose (exames, bioquímicos) Reposição por via oral Transfaunação Vitamina B12 (coadjuvante da glicogênese) PREVENÇÃO Extrema importância Evitar prejuízos com a diminuição da produção de leite e dos índices reprodutivos, com o tratamento e morte de animais Manejo nutricional adequado: pré e pós-parto Escore corporal adequado Ionóforos: alteram as proporções de AGV’s no rúmen (aumenta a produção de propionato) Monensina (estimula a produção de propionato no rúmen) Ovinos: uso do US para detectar gestações gemelares
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