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PPPC_LSB__PSL_07_03_2019Lngua_de_sinais

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INSTITUTO DE LETRAS – IL 
DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS 
CLÁSSICAS – LIP 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DE CURSO 
 
 
 
 
LICENCIATURA EM LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA – PORTUGUÊS 
COMO SEGUNDA LÍNGUA (LSB-PSL) 
Curso 345 
Opção/Habilitação 698 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE (NDE) 
Profa. Dra. ENILDE LEITE DE JESUS FAULSTICH (Coordenadora) 
Profa. Dra. ROZANA REIGOTA NAVES 
Prof. Dr. GLAUCIO DE CASTRO JÚNIOR 
Profa. Dra. PATRICIA TUXI DA SILVA 
Prof. MSc. MESSIAS RAMOS COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade de Brasília, 2018 
2 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO 5 
 
1. Identificação do curso 5 
1.1 Dados gerais do curso 5 
1.2 Atos legais de autorização e reconhecimento do curso 7 
 
2. Instrução do processo 8 
 
CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 10 
 
3. Contexto Histórico Acadêmico 10 
3.1 Da UnB 10 
3.2 Da Unidade 11 
3.3 Do Curso 11 
3.4 Do Processo 12 
 
4. Contexto Educacional 12 
4.1 Metodologia de diagnóstico da demanda social 12 
4.2 Quantidade de vagas 12 
4.3 Processos seletivos 13 
4.4 Demanda Social (relação candidato/vaga) 13 
4.5 Público-alvo (número de alunos matriculados, de formados, de evadidos, 
taxas de permanência e evasão) 13 
4.6 Perfil do ingressante: idade, renda, emprego, moradia, instrução, média 
de corte de ingresso 13 
4.7 Perfil do concluinte: idade tempo de permanência, emprego 13 
4.8 Contexto Educacional (demanda social, econômica, política, ambiental e 
cultural e inserção no PDI) 14 
 
5. Justificativa da criação 14 
 
6. Objetivos do curso 14 
 
7. Metodologia e princípios pedagógicos 15 
 
8 Estrutura curricular 18 
8.1 Ensino 21 
8.1.1 Disciplinas de Língua de Sinais Brasileira - OBR 21 
8.1.2 Disciplinas de Português Escrito – OBR 21 
8.1.3 Disciplinas de Linguística – OBR 21 
8.1.4 Disciplinas político-pedagógicas – OBR 21 
8.1.5 Disciplinas práticas de Laboratório – OBR 22 
8.1.6 Disciplinas de fundamentação pedagógica – OBR 22 
8.1.7 Disciplina de integralização dos créditos – OBR 22 
8.1.8 Disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado – OBR 22 
 
9. Disciplinas didático-pedagógicas 24 
 
3 
 
10. Articulação Ensino, Pesquisa e Extensão 26 
 
11. Matriz curricular/ Carga horária/Crédito 26 
 
12. Fluxo de disciplinas 26 
 
13. Ementas e bibliografias das disciplinas 27 
 
14. Descrição do processo de avaliação 27 
14.1 Avaliação discente 27 
14.2. Avaliação docente 28 
14.3. Avaliação interna pela coordenação 28 
 
 
CAPÍTULO III – CORPO DOCENTE E TUTORIAL 29 
 
CAPÍTULO IV – INFRAESTRUTURA 30 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PPPC - Projeto Político Pedagógico de Curso 
 
 
O QUE É? 
 
 
É a identidade de um curso e deve estar alinhada à identidade da Instituição como 
um todo. Trata-se de um documento que vai muito além do caráter burocrático, pois 
revela a intencionalidade, os objetivos educacionais, profissionais, sociais e 
culturais e os rumos para o curso e para o perfil do egresso. Demonstra a reflexão 
que se desenvolve sobre as ações e as formas de intervir na realidade. Deve ter uma 
profunda coesão com os objetivos do curso atendendo às normativas internas e 
externas. O PPPC define as concepções pedagógicas e metodológicas bem como as 
estratégias para o ensino, a aprendizagem e sua avaliação. 
[Extraído de http://www.deg.unb.br] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Universidade de Brasília 
Instituto de Letras 
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas 
 
 
Curso 345: LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA – PORTUGUÊS COMO 
SEGUNDA LÍNGUA (LSB-PSL) 
Opção/ Habilitação 698: LICENCIATURA EM LÍNGUA DE SINAIS 
BRASILEIRA – PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA (LSB-PSL) 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO 
 
1. Identificação do curso 
 
 Dados gerais do curso 
 
Tabela 1 – Caracterização do curso após reformulação curricular (cf. Resolução CNE/CP 2/2015) 
Denominação Língua de Sinais Brasileira – Português 
como Segunda Língua (LSB-PSL) 
Curso/Opção (SIGRA) 345/698 
Código EMEC 1349598 
Grau Graduação 
Modalidade Presencial 
Início de funcionamento 1/2015 
Situação legal da criação Resolução Consuni nº 28/2014 
Situação legal de reconhecimento Em andamento 
Vagas oferecidas 40 vagas anuais 
Local da oferta Campus universitário Darcy Ribeiro 
Turno Diurno 
Titulação conferida Licenciado 
Unidade acadêmica Instituto de Letras 
Limite mínimo de permanência no curso 8 semestres 
Limite máximo de permanência no curso 16 semestres 
Mínimo de créditos por semestre 14 créditos 
Máximo de créditos por semestre 26 créditos 
Total de créditos do curso 214 créditos 
Carga horária total 3.210 horas 
Créditos/Carga horária de disciplinas 
obrigatórias 
150 créditos/2.250 horas (incluídos os 
estágios supervisionados e o TCC) 
Créditos/Carga horária de disciplinas 
optativas e de módulo livre 
50 créditos/750 horas (sendo no máximo 
24 créditos de módulo livre) 
Créditos/Carga horária de estágio 
supervisionado 
28 créditos/420 horas 
Créditos/Carga horária de Trabalho de 
Conclusão de Curso 
8 créditos/120 horas 
Atividades complementares 14 créditos/210 horas (para integralização) 
Atividades de extensão 12 créditos/180 horas (para integralização) 
6 
 
 
Tabela 2 – Caracterização do currículo vigente do curso (cf. Resolução CNE/CP 2/2002) 
Denominação Língua de Sinais Brasileira – Português 
como Segunda Língua (LSB-PSL) 
Curso/Opção (SIGRA) 345/698 
Código EMEC 1349598 
Grau Graduação 
Modalidade Presencial 
Início de funcionamento 1/2015 
Situação legal da criação Resolução Consuni nº 28/2014 
Situação legal de reconhecimento Em andamento 
Vagas oferecidas 40 vagas anuais 
Local da oferta Campus universitário Darcy Ribeiro 
Turno Diurno 
Titulação conferida Licenciado 
Unidade acadêmica Instituto de Letras 
Limite mínimo de permanência no curso 8 semestres 
Limite máximo de permanência no curso 16 semestres 
Mínimo de créditos por semestre 12 créditos 
Máximo de créditos por semestre 26 créditos 
Total de créditos do curso 188 créditos 
Carga horária total 2.820 horas 
Créditos/Carga horária de disciplinas 
obrigatórias 
146 créditos/2.190 horas (incluídos os 
estágios supervisionados e o TCC) 
Créditos/Carga horária de disciplinas 
optativas e de módulo livre 
42 créditos/630 horas (sendo no máximo 
24 créditos de módulo livre) 
Créditos/Carga horária de estágio 
supervisionado 
28 créditos/420 horas 
Créditos/Carga horária de Trabalho de 
Conclusão de Curso 
8 créditos/120 horas 
Atividades complementares 14 créditos/210 horas (para integralização) 
Atividades de extensão 12 créditos/180 horas (para integralização) 
 
O curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda 
Língua (LSB-PSL) caminha para a formação da primeira turma no segundo semestre de 
2018. 
 
Tendo sido implantado no 1º período de 2015, teve o primeiro currículo elaborado, com 
base na Resolução CNE/CP nº 2/2002 (cf. Tabela 2), o qual foi reformulado após a 
publicação da Resolução CNE/CP nº 2/2015 (cf. Tabela 1), de 1º de julho de 2015. O 
novo currículo, que é objeto deste Projeto Político Pedagógico de Curso, foi aprovado 
pelo Colegiado do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), 
em sua 5ª reunião, realizada em 15/7/2018, e pelo Conselho do Instituto de Letras, em 
sua 465ª reunião, realizada em 21/6/2018. 
 
Além da distribuição de carga horária prevista na Resolução CNE/CP nº 2/2015, o 
currículo atende a proporção de 70% da carga horária total de disciplinas obrigatórias e 
de 30% da carga horária de componentes curriculares optativos, estabelecida pelo 
Regimento Geral da UnB (Ver Regulamento do Curso – Anexo 1). Para efeitos da 
7 
 
contabilização da carga horária optativa, consideram-se as disciplinas Optativas e de 
MóduloLivre (Ver Estrutura Curricular) somadas à carga horária de Atividades 
Complementares, que, embora sejam um requisito legal (conforme a Resolução 
CNE/CP 2/2015) são de livre escolha pelo estudante. 
 
1.2 Atos legais de autorização e reconhecimento do curso 
 
Neste documento, constituem atos legais e de reconhecimento do curso, a 
correspondência oficial entre o MEC/SESu e a UnB/Reitoria, que motivou a criação da 
Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua, no 
LIP/IL/UnB. 
 
A proposta de criação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-
Português como Segunda Língua (LSB-PSL) teve início na Universidade de Brasília a 
partir da resposta da Reitoria, após consulta ao Colegiado do Departamento de 
Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), ao Ofício Circular nº 05/2012 – 
GAB/SESu/MEC, de 14 de junho de 2012, em que foi solicitado ao Reitor manifestação 
de interesse de ofertar curso de Licenciatura em Letras Libras/Língua Portuguesa. 
(Anexo 2). O assunto do Ofício Circular apresentava como ponto de partida o Plano 
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. O Ofício Circular 
Conjunto nº 02/2012 – SESu/SECADI/MEC, DE 17 de julho de 2012, convida o Reitor 
da UnB para participar de reunião, por haver respondido favoravelmente à criação do 
Curso na UnB (Anexo 3). Representaram o Reitor, na reunião, as profas. Enilde 
Faulstich, que havia coordenado, durante 4 anos, o curso a distância Letras-Libras, em 
que a UnB foi polo de ensino da UFSC, e a profa. Rozana Naves, chefe do LIP, à época. 
 
No dia 16 de setembro de 2013, foi assinada a Pactuação do Curso Letras/Libras da 
Universidade de Brasília-UnB, em reunião na Secretaria de Educação Superior/ 
Coordenação Geral da Expansão e Gestão das IFES (Anexo 4). Em 22 de maio de 2014, 
com base na documentação até então recebida, a profa Enilde Faulstich encaminhou 
carta ao prof. Enrique Huelva, então diretor do Instituto de Letras (IL), com 
informações circunstanciadas sobre a criação do curso de Licenciatura em Língua de 
Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua e solicitou que a criação em epígrafe, 
fosse encaminhada ao Decanato de Ensino de Graduação (DEG) (Anexo 5). 
 
Assim sendo, a Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) n. 
0164/2014, de 18 de agosto de 2014, “RESOLVE: Aprovar a Criação do Curso de 
Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira (LSB) – Português como Segunda Língua 
(PSL) do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas do Instituto de 
Letras”. Essa Resolução foi assinada pela profa. Sônia Nair Bao, Presidente do CEPE e 
vice-reitora, à época (Anexo 6). 
 
Por Ato nº 1953, de 15 de julho de 2014, publicado no Diário Oficial da União – 
Seção 2 – nº 134, de 16 de julho de 2014, o Decanato de Gestão de Pessoas (DGP), sob 
a gestão de Gardênia da Silva Abbad, decana à época, “RESOLVE designar a servidora 
Enilde Leite de Jesus Faulstich [...] para exercer a função de Coordenadora do Curso de 
Letras – Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua 
do Instituto de Letras (FCC). (Anexo 7). 
 
8 
 
Com a nomeação da coordenadora e a aprovação, pelo CEPE, da criação do curso, 
iniciou-se, ainda em 2014, a elaboração do currículo e do fluxo do curso, planejando-se 
abrir inscrições para selecionar candidatos com vistas a prover vagas no curso de LSB-
PSL no primeiro semestre de 2015. Naquela ocasião, encontrava-se vigente a Resolução 
CNE/CP nº 2/2002, que forneceu as bases para a implantação do curso. 
 
Em 20 de novembro de 2014, a Universidade de Brasília tornou público o Edital 
para a realização do primeiro vestibular da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira 
– Português como Segunda Língua, executado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em 
Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). (Ver item 3. Contexto 
Educacional). 
 
Com a publicação da Resolução CNE/CP nº 2/2015, iniciou-se a adequação do 
currículo do curso, para o cumprimento nos novos requisitos legais, especialmente 
quanto à carga horária total. Este Projeto Pedagógico de Curso apresenta o currículo 
reformulado, em atendimento ao disposto na referida resolução. 
 
 
2. Instrução do processo 
 
A elaboração deste Projeto Político Pedagógico de Curso (PPPC) está instruída pelas 
leis educativas e educacionais que regulamentam a implantação de licenciaturas nas 
instituições de ensino superior do Brasil, em conformidade com os requisitos legais e 
normativos, como aparecem no Capítulo V. 
 
Além disso, a percepção filosófica da educação especializada permeia toda a criação da 
Licenciatura LSB-PSL, em vista de que a formação de docentes, que atuarão em campo 
específico do saber, disseminará conhecimentos que exigem metodologias apropriadas 
para os fins de organização da teoria e da prática de ensino escolar no nível básico. 
 
Com a solidez de 20 anos de um dos Cursos de Letras, a Licenciatura em Português do 
Brasil como Segunda Língua (PBSL), o LIP/IL tomou o PBSL como ponto de partida e 
motivação para a criação da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português 
como Segunda Língua (LSB-PSL). A meta do LSB-PSL é prover os futuros professores 
das melhores condições de letramento, entendido como macroformação em línguas, 
literatura e cultura. O curso se compõe de estudantes surdos ou com deficiência auditiva 
e de não surdos, que pretendem atuar na área da educação bilíngue de estudantes surdos 
ou com deficiência auditiva e de não surdos que se interessam por essa formação 
especializada. Para contextualização, este documento apresenta breve perfil do 
português como segunda língua, na licenciatura PBSL, diante da criação da Licenciatura 
em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua. 
 
Desde 1997, quando o Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas 
(LIP) elaborava o projeto pedagógico para a criação do curso de Licenciatura em 
Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL), essa modalidade de ensino para 
falantes de outras línguas ganhou relevância no cenário nacional, primordialmente entre 
professores que ensinavam a língua portuguesa para falantes de outras línguas. Em vista 
do reconhecimento de que há, no país, comunidades ou grupos linguísticos que falam 
outras línguas naturais como primeira (L1) e de que, por isso, há forte carência na 
produção escrita da língua da maioria nacional, o Português, o LIP/PBSL passou a 
9 
 
desenvolver estudos teóricos e empíricos em português como segunda língua (PSL) para 
fortalecer a formação de licenciandos que se interessam por essa modalidade de ensino. 
A finalidade dos estudos sempre foi a de ampliar conhecimento em primeiras e 
segundas línguas (L1 e L2). A consolidação do conhecimento tem promovido a 
produção de tecnologias que contemplam, satisfatoriamente, o ensino, a pesquisa e a 
extensão de outras línguas, no quadro comparativo de línguas e linguagens diversas. 
Entre as comunidades linguísticas consideradas minoritárias de grande interesse dos 
professores e pesquisadores do LIP, incluem-se os indivíduos surdos, cuja língua 
primeira – a Língua de Sinais (LS) – é objeto deste PPPC. 
 
O avanço político para a formação de docentes de Língua de Sinais Brasileira, também 
denominada de forma reduzida Libras, deu-se com a promulgação da Lei n.º 10.436 de 
24 de abril de 2002, que “dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras 
providências”, e do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a 
Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002. O Decreto nº 5.626, no Capítulo II – Da inclusão 
de Libras como disciplina curricular – determina no Art. 3º que: “A Libras deve ser 
inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores 
para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de 
Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de 
ensino e dos sistemasde ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, e 
no Art. 3º § 1º que: “Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do 
conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de 
Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de 
professores e profissionais da educação para o exercício do magistério”. 
 
A legislação relacionada está em consonância com a Política Nacional de Educação 
Especial na Perspectiva Inclusiva (MEC 2008) que, ao considerar a Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2008) e a legislação brasileira que orienta a 
efetivação de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino (Decreto 
Legislativo nº 186/2008 e Decreto Executivo nº 6.949/2009), indica a formação 
continuada de professores como uma das estratégias de garantia do acesso, participação 
e aprendizagem das pessoas com deficiência na educação básica. 
 
Como já referido, no Brasil, a língua da maioria, sob o ponto de vista numérico, é o 
português, e os surdos estão expostos à língua portuguesa por viverem na imersão. O 
resultado disso é o desenvolvimento do bilinguismo Libras (L1) – Português (L2), o que 
é certamente um desafio para estudantes e para professores. Um conceito de 
bilinguismo, entre outros, é situação linguística em que os falantes utilizam 
alternadamente duas línguas. O bilinguismo dos surdos possui algumas especificidades, 
a começar pela natureza das duas línguas, a Libras, que, do ponto de vista da lei, é a L1, 
e o português, a L2. 
 
Nesse quadro de avanços e desafios, o LIP instaurou um processo de política linguística, 
por compreender que a implantação de uma língua em sociedades com diversidade 
linguística deve ser gerenciada de acordo com as condições sociais, políticas e 
econômicas da comunidade receptora. Essa percepção remete a um ponto de vista de 
autocrítica, no sentido de creditar à formulação conjunta de programas específicos para 
usuários distintos a confiança de que conhecer o perfil da comunidade é, antes de tudo, 
respeitar as diferenças. 
 
10 
 
Na condição de a UnB ter como ponto de partida a diversidade linguística como fonte 
desse novo curso, fica evidente que a responsabilidade do curso de Letras encontra 
respaldo na Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, que oficializa, 
no Título II, Capítulo III, Art. 13: “A língua portuguesa é o idioma oficial da 
República Federativa do Brasil”. Além disso, legisla que a alfabetização deixa de ser 
pré-requisito para o voto e estabelece a obrigatoriedade do ensino fundamental em 
língua portuguesa, ressalvando o ensino de outras línguas. Por sua vez, ao considerar 
que a língua portuguesa é parte maior da diversidade linguística brasileira, o LIP cria 
as melhores condições de harmonização entre as línguas do território nacional, ao 
acentuar o princípio da não-assimilação entre falantes de diferentes línguas no contato 
com o português. Para fundamentação normativa deste PPPC, remetemos ao capítulo 
V, que comporta a documentação anexada, acerca do dito. 
 
 
 
CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 
 
 
3. Contexto Histórico Acadêmico 
 
3.1 Da UnB 
 
A Universidade de Brasília se constitui diretamente da utopia do projeto original da 
capital do país, e se caracteriza por uma identidade criativa e inovadora, organizada para 
responder às funções que então se delinearam e que não poderiam “ser exercidas por 
uma universidade do tipo tradicional”. (Plano Orientador da Universidade de Brasília, 
1962: s/pag.) 
 
A criação da Fundação Universidade de Brasília foi o primeiro ato presidencial após a 
inauguração de Brasília (Lei n.º 3.998, de 15 de dezembro de 1961), a partir do que se 
deu a construção do campus – hoje denominado Campus Universitário Darcy Ribeiro 
(Projeto Político Pedagógico Institucioinal, 2018: 15). 
 
Inaugurada em 1962 como resultado do sonho e do trabalho dos educadores Darcy 
Ribeiro e Anísio Teixeira, a Universidade de Brasília (UnB) tem a missão de produzir, 
integrar e divulgar conhecimento, formando cidadãos comprometidos com a ética, a 
responsabilidade social, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável. 
 
A criação, implantação e fixação da licenciatura bilíngue em Língua de Sinais Brasileira 
– Português como Segunda Língua (LSB-PSL) está, essencialmente, em conformidade 
com o PPPI-UnB, à página 41, que declara que: “O ensino de graduação constitui a base 
da formação superior para a construção de uma sociedade inclusiva e de conhecimento 
diversificado, em que sobressaem o pensamento crítico e a cidadania ativa, a 
valorização dos direitos humanos e o respeito à democracia. Esse princípio é 
complementado pela afirmativa de que as licenciaturas devem primar pelo 
desenvolvimento das competências e das habilidades relativas às diversas áreas do 
conhecimento, tratadas de maneira interdisciplinar e em perspectiva de educação 
científica em que o ensino se alie constante e consistentemente à pesquisa, em resposta 
às demandas da sociedade, e, principalmente, com visão prospectiva dessas demandas”. 
 
11 
 
Nesse conjunto de responsabilidade institucional, insere-se o incentivo às políticas 
(inter)-institucionais específicas, porque se reconhece que uma excelente formação 
profissional está atrelada ao desenvolvimento de currículos, apropriados ao 
conhecimento especializado, e de práticas acadêmicas, entre as quais, a iniciação 
científica, as atividades de extensão, como as semanas universitárias, assim como as 
atividades complementares. Também os graduandos, motivados a participarem de 
eventos socioculturais, alargam o uso de linguagens próprias, como as que se incluem 
no conjunto dos conhecimentos das línguas de sinais. De modo fortuito, novas línguas e 
novas linguagens contribuem para o avanço interativo e interacadêmico, que justifica 
que a vida da UnB, jovem e moderna, carrega, desde o plano diretor, a abertura para 
caminhos futuros. E, assim, a Universidade de Brasília constrói sua história. 
 
No percurso da consolidação da formação docente, por conseguinte, vínculos com 
programas institucionais, como o do Programa de Consolidação das Licenciaturas 
(Prodocência) e o Programa de Iniciação de Bolsa à Docência (PIBID), em que os 
alunos têm a oportunidade de desenvolver pesquisas sobre material didático, recursos de 
aprendizagem e metodologias para o ensino, visam à melhoria da educação básica, à 
valorização do magistério e à integração entre universidade, escolas e instituições, com 
a meta de formar e capacitar professores especializados para, no caso deste projeto 
pedagógico, a educação linguística, social e cultural de surdos. 
 
3.2 Da Unidade 
 
O curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda 
Língua (LSB-PSL) tem nível de graduação, é presencial e ofertado no turno diurno pelo 
Instituto de Letras (IL), fundado em 1962. 
 
O IL é composto por três departamentos: Departamento de Linguística, Português e 
Línguas Clássicas (LIP), Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL) e 
Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET). 
 
As disciplinas nucleares do Curso em LSB-PSL estão alocadas, em sua maioria, no LIP, 
porém os estudantes surdos e não-surdos são orientados a cursarem disciplinas nos três 
departamentos e em outras unidades acadêmicas da UnB, cujas disciplinas ofertadas 
contribuam para o fortalecimento da interdisciplinaridade que requer o currículo de um 
curso moderno, diverso e inclusivo. Além disso, o licenciando é estimulado a participar 
de atividades de extensão e de pesquisa, de forma que a qualidade do ensino possa ser 
percebida desde o início da formação como garantia de futura inserção no mercado de 
trabalho. 
 
3.3 Do Curso 
 
A Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua 
responde a uma exigência legal de criação de novos cursos, em vista da demanda 
significativa de professores que precisam ser capacitadospara o ensino da Língua de 
Sinais Brasileira como primeira língua e do Português, na modalidade escrita, como 
segunda língua. Esses argumentos encontram sustentação, como mencionado 
anteriormente, na Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, também denominada Lei de 
Libras (disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm) e no 
Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 (disponível em 
12 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm), que 
regulamenta a Lei 10.436. 
 
3.4 Do Processo 
 
No Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, a Libras é denominada Língua 
Brasileira de Sinais. Na UnB, registramos Língua de Sinais Brasileira, para alinhar com 
a denominação que a “língua dos surdos” recebe em outros países, como Língua de 
Sinais Americana (ASL), Língua de Sinais Francesa (LSF), Língua de Sinais Espanhola 
(LSE), entre outras. 
 
A criação da Licenciatura se dá no espaço de ensino, pesquisa e extensão, de segundas 
línguas, uma das vocações do LIP. Do ponto de vista da harmonização entre línguas, é 
preciso notar que os procedimentos de criação decorrem da experiência, adquirida pelo 
Departamento, depois de ter criado, há 20 anos, a Licenciatura em Português do Brasil 
como Segunda Língua (PBSL). Os resultados da formação conduzem os egressos ao 
ensino e à pesquisa de outras línguas faladas no Brasil como L1 ou como L2, por causa 
do contato com a língua majoritária - sob o ponto de vista do número de falantes – o 
português. Essa experiência promove o LIP/IL e a UnB a ocuparem espaços nacionais e 
transnacionais no ensino das línguas portuguesa, indígena e de sinais, além de outras 
variedades existentes do território nacional. Vemos, portanto, que o conhecimento da 
língua portuguesa se dissemina no Decreto 5.626, quando propõe que, para os surdos, 
deve ser ensinado o português como segunda língua na modalidade escrita. 
 
 
4. Contexto Educacional 
 
4.1 Metodologia de diagnóstico da demanda social 
 
A demanda social da Licenciatura LSB-PSL segue os requisitos estabelecidos para o 
vestibular pelo Decanato de Graduação – DEG/UnB, executado pelo Cebraspe, desde o 
primeiro exame, em 2015. O vestibular específico para a Licenciatura LSB-PSL é 
aplicado uma vez ao ano, com entrada de candidatos aprovados para a habilitação. A 
metodologia de demanda social segue um sistema que insere o candidato surdo ou com 
deficiência auditiva em concorrência plena (Ver item 4.4, a seguir) 
 
4.2 Quantidade de vagas 
 
Nos três exames vestibulares já aplicados, a distribuição de vagas para a Licenciatura 
LSB-PSL ficou assim estabelecida: 
No ano de 2015: oferta de 30 vagas; as vagas foram todas preenchidas, porém nenhum 
surdo logrou êxito. 
No ano de 2016: foram ofertadas 40 vagas; as vagas foram todas preenchidas, tendo 
havido ingresso de surdos ou deficientes auditivos. 
No ano de 2017: foram ofertadas 40 vagas; as vagas foram todas preenchidas tendo 
havido ingresso de surdos ou deficientes auditivos. 
No ano de 2018: foram ofertadas 40 vagas; as vagas foram todas preenchidas, tendo 
havido ingresso de surdos ou deficientes auditivos. 
 
 
13 
 
4.3 Processos seletivos 
 
Nos anos subsequentes a 2015, a metodologia de quantificação de vagas do exame foi 
revista e foram criados três sistemas de vagas: o Sistema Universal, o Sistema de Cotas 
para Negros e o Sistema de Cotas para Escolas Públicas. É preciso observar que, em 
cada um dos sistemas, há reserva de vagas para candidatos surdos ou com deficiência 
auditiva. 
 
4.4 Demanda Social 
 
Nos dois últimos vestibulares, a relação de candidato/vaga reflete um interesse crescente 
pela Licenciatura LSB-PSL; assim no vestibular de 2016, para ingresso no curso em 
2017 para 40 vagas, o total de inscritos foi de 318 candidatos, com demanda de vagas 
por inscritos de 6,05. No de 2017, para ingresso no curso em 2018, inscreveram-se 229 
candidatos para 40 vagas, cuja demanda social corresponde a 5,73. 
 
4.5 Público-alvo 
 
Depois da aplicação dos quatro exames vestibulares, o curso conta, no 2º semestre de 
2018, com 127 alunos inscritos. Há evasão, mas ainda não é possível estabelecer um 
número exato de evadidos, por ser um curso novo, cujo ciclo de formação se completará 
ao final do segundo semestre de 2018, e por haver possibilidade de os alunos trancarem 
matrículas em disciplinas e retornarem. 
 
4.6 Perfil do ingressante 
 
O curso focaliza surdos que pretendem seguir formação superior, mas, por força de lei, 
o sistema universal de oferta de vagas atende a não surdos, numa relação de vagas que 
contempla os que preenchem os requisitos determinados pelo DEG/UnB e pelo 
Cebraspe. Os resultados, desde a entrada pelo vestibular de 2016, têm sido satisfatórios. 
 
4.7 Perfil do concluinte 
 
O Licenciado em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua pelo 
Instituto de Letras (IL) da Universidade de Brasília (UnB) está definido em 
conformidade com as Diretrizes Curriculares (DCN) e com atenção, em primeiro lugar, 
à Escola Bilíngue de Taguatinga que oferece ensino de Libras e Português escrito como 
segunda Língua, no nível básico. Por ser uma escola que ainda não recebe todos os 
estudantes do DF que precisam desse ensino, os professores formados em LSB-PSL 
estão aptos a atuar em escolas e em institutos federais que atendem surdos, em qualquer 
região geográfica do Brasil. 
 
A localização geográfica da UnB é favorável a que o professor formado possa atuar em 
outros espaços, como instituições publicas e privadas, em ministérios, tribunais e 
setores de comunicação mídia. A formação que o egresso recebe nos quatro anos de 
curso de licenciatura o habilita para: i) lecionar duas línguas, a de Sinais e o Português 
L2, na modalidade escrita; ii) atuar em instituições públicas ou privadas para resolver 
problemas de comunicação, seja da língua visual-espacial, seja da fala oral para surdos 
nos momentos de diálogo; iii) atuar com profissionais de outras áreas com capacidade 
de resolver conflitos socias e culturais; iv) disseminar informações em língua de sinais; 
14 
 
v) participar de seleção de surdos em que o português seja língua de exame e de 
avaliação; vi) ingressar em cursos de pós-graduação, com vistas a atuar em 
universidades e em centros de pesquisa e de extensão. O licenciado em LSB-PSL pode 
atuar em diferentes áreas como as políticas linguísticas educativas e educacionais para 
surdos, editorias de obras que tenham a diversidade brasileira como centro de 
representação, afinal de contas, "ser surdo" é decorrência de fatores que envolvem saúde 
e não etnia, gênero, faixa etária, locação geográfica, entre outros. 
 
Uma análise do perfil do concluinte ainda não se aplica ainda, uma vez que a primeira 
turma será licenciada no segundo semestre de 2018. É possível afirmar, contudo, que a 
formação dada no ensino de graduação, é consistente com a meta de licenciar docentes 
para a educação básica, o que garantirá a formação continuada de egressos; os que 
seguirem no ensino e na pesquisa terão a possibilidade de ingressar em programas de 
pós-graduação, tanto do LIP quanto do IL ou de fora. O resultado previsto será a 
possibilidade de os formados atuarem no ensino superior de universidades, assim como 
no ensino em Institutos Federais de Educação de Brasília e do Brasil. 
 
4.8 Contexto Educacional 
 
Nesse contexto, a demanda social observada provém de dados do Cebraspe, que recolhe 
e divulga as informações. (Ver item 4.4). 
 
 
5. Justificativa da criação 
 
A criação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como 
Segunda Língua (LSB-PSL) se deu por força da expansão do Programa de 
Reestruturação das Universidades (Reuni) e por pactuação realizada entre o Ministério 
da Educação (MEC) e a Universidade de Brasília (UnB), no âmbito do Programa Viver 
Sem Limites. (Ver item 1.3, deste documento). 
 
A experiência do LIP/IL de licenciar estudantes para a educação básica revelou um 
desafio que vem sendoobservado minuciosamente neste primeiro quadriênio do curso. 
Com amparo da administração superior da Universidade, buscam-se as condições 
possíveis para atendimento aos discentes, aos docentes e aos intérpretes, que compõem 
o espectro da formação. 
 
 
6. Objetivos do curso 
 
O curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda 
Língua (LSB-PSL) tem como objetivo geral formar professores de Língua de Sinais 
Brasileira e Português como Segunda Língua na modalidade escrita, qualificados para 
atuar em diversas instituições de ensino público e privado. 
 
Os objetivos específicos seguem princípios circunscritos em leis brasileiras para a 
formação de docentes, bem como as recomendações legais previstas na Lei de Libras 
(Lei nº 10.436/2002 e no Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002 
e o Art. 18 da Lei nº 10.098/2000. Os objetivos também sintetizam o que prevê a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) quando assinala que a 
15 
 
educação deve estar vinculada ao mundo do trabalho e à prática social. Nesse sentido, o 
curso pretende dotar os licenciandos de múltiplas competências e habilidades 
específicas, durante a formação acadêmica, tendo em vista a inserção no mercado de 
trabalho, com ênfase em escolas bilíngues, em que a Língua de Sinais Brasileira, língua 
da minoria surda, assim considerada, no Brasil, sob o ponto de vista numérico, conviva 
com o português, língua oficial do Estado brasileiro. 
 
A formação tem o núcleo curricular no LIP, com integração com os outros dois 
departamentos que compõem o Instituto de Letras, e disciplinas complementares da 
Faculdade de Educação e do Instituto de Psicologia, sem abandonar disciplinas de 
outros cursos, que sugerem bom desempenho de atividades com estudantes especiais e 
despertam interesse dos estudantes. 
 
Assim sendo, alargaram-se os objetivos para dimensionar da forma melhor o saber-fazer 
na educação especial: 
a) integrar conteúdos de disciplinas de fundamentação teórica e prática já no início do 
curso; 
b) desenvolver uma estrutura curricular que conduza o estudante para escolha de 
disciplinas e atividades acadêmicas bilíngues ou para a escolha de tendências 
vocacionais, em vista da Língua de Sinais Brasileira-L1 ou do Português como Segunda 
Língua-L2 dos surdos, para o desempenho profissional consistente; 
c) proporcionar conhecimentos atualizados que motivem a busca da pós-graduação; 
d) formar professores comprometidos com a ética profissional, com responsabilidade 
social e com reconhecimento das capacidades dos indivíduos surdos nos diferentes 
níveis de escolarização. 
 
Esses objetivos são dinâmicos porque os alunos surdos e não surdos estão expostos ao 
uso das duas línguas na intercomunicação e nas aulas diariamente. No Trabalho de 
Conclusão – TCC, os alunos têm a oportunidade de escolher uma direção de pesquisa 
em conformidade com as disciplinas cursadas e de serem orientados por docentes que 
apresentam verticalidade no tema/assunto de interesse. 
 
 
7. Metodologia e princípios pedagógicos 
 
Os princípios pedagógicos da Licenciatura LSB-PSL seguem, parcialmente, normativas 
desenvolvidas em documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela Portaria 
Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de 
outubro de 2007, denominado Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva 
da Educação Inclusiva, sob a regência do MEC/SEESP. Excertos relacionados 
diretamente à educação de surdos são aqui reescritos, sem adulteração dos fundamentos. 
 
A metodologia do curso, criado e implantado no IL/UnB, segue os procedimentos do 
que é exigido para uma formação inclusiva, com atendimento educacional 
especializado, mediante a atuação de profissionais concursados que detêm 
conhecimentos específicos no ensino da Língua de Sinais Brasileira, da Língua 
Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, e na interpretação reversa de 
L1 → L2 e L2 → L1 (Ver Cap. III – Corpo docente e tutorial). 
 
16 
 
Ainda do ponto de vista de metodologias específicas, o curso oferece condições para a 
participação em atividades que deem melhores condições de vida autônoma, de 
comunicação alternativa no bilinguismo LSB-PSL, de participação em atividades, como 
conferências, cursos de curta duração, visita a feiras acadêmicas, entre outros. O 
enriquecimento curricular se dá, também, na dinâmica das aulas, por meio da adequação 
e da produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos óticos e 
não óticos, da tecnologia assistiva, com gravações e filmagens de trabalhos bilíngues, de 
exercícios por meio da plataforma Moodle, e de outros eventos que dizem respeito à 
vida escolar quotidiana, no espaço físico universitário. 
 
Metodologia e princípios pedagógicos estão em estreita relação de sucesso. Essa 
afirmação é justificada pela avaliação pedagógica, que se constitui numa ação 
processual, dinâmica e formativa no decorrer do curso. As aulas presenciais são 
ministradas pelos docentes e acompanhadas por intérpretes de libras, sempre que a 
disciplina exija, e por monitores, que funcionam como apoio no cotidiano escolar. O 
apoio ao discente se dá continuamente seja pela participação de intérpretes, juntamente 
com professores em todas as aulas, seja pelo atendimento de monitores para 
esclarecimento de dúvidas, em sala de aula ou no Laboratório de Libras – LabLibras –, 
organizado para atividades extras, como orientações e gravações de vídeos. Além disso, 
os estudantes têm liberdade para marcar horários de atendimento com os professores e, 
nesses eventos, estão, normalmente, acompanhados por intérpretes. 
 
A tecnologia tem importante papel no apoio pedagógico a estudantes surdos e 
surdocegos. Como já relatado nos dois parágrafos precedentes, na Licenciatura de 
Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua, os docentes fazem uso de 
novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), com vistas a possibilitar o 
acompanhamento das aulas e de outras atividades para os estudantes que não ouvem, 
mas visualizam. Uma das grandes vantagens da UnB é possibilitar o acesso a e-mail e à 
rede sem fio UnB Wireless. A rede funciona em todo o campus Darcy Ribeiro. 
 
Vale ressaltar que a UnB conta com servidores que dominam Libras em setores 
específicos, como biblioteca, secretarias que prestam serviços técnicos e 
administrativos, como a do Instituto de Letras e a de Administração Acadêmica. É 
preciso considerar também o relevante serviço do Programa de Apoio às Pessoas com 
Necessidades Especiais (PPNE/UnB), que tem por objetivo estabelecer uma política 
permanente de atenção às pessoas com necessidades especiais na UnB e assegurar sua 
inclusão na vida acadêmica, por meio da garantia de igualdade de oportunidades e 
condições adequadas para o seu desenvolvimento na universidade. 
 
Destacam-se, ainda, no que se refere ao apoio ao discente, as políticas desenvolvidas 
pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG), em particular o Serviço de Orientação 
ao Universitário (SOU) – órgão de apoio acadêmico e de orientação psicoeducacional 
criado para atender o estudante da UnB, apoiando-o no desenvolvimento acadêmico, 
pessoal, social e profissional, ao longo de sua trajetória acadêmica –, e pelo Decanato de 
Assuntos Comunitários (DAC), responsável pelo Programa de Assistência Estudantil 
(PAE), por meio do qual os estudantes em situação de vulnerabilidade social podem 
concorrer a auxílio-alimentação, bolsa permanência, moradia estudantil e vale-livro. 
 
A avaliação pedagógica se dá pela análise do desempenho contínuo que o professor faz 
do aluno, em relação ao seu progresso individual, prevalecendo, nessa avaliação, os 
17 
 
aspectos qualitativos que indiquem a necessidade de intervenção pedagógica imediata 
do professor para correção de falhas de compreensão do(s) aluno(s). No processo de 
avaliação, a coordenação, com os professores, cria estratégias, ao considerarque alguns 
alunos precisam de ampliação do tempo para a realização dos trabalhos, mediante o uso 
da língua de sinais e da escrita de textos em português. 
 
O desenvolvimento do conteúdo da maioria das disciplinas é realizado através de aulas 
expositivas e aulas de exercícios com a utilização de exemplos e de situações práticas 
que contextualizam o assunto abordado. Em grande parte destas disciplinas, os 
professores utilizam TIC, com destaque para a ferramenta de aprendizagem virtual 
Moodle (Ambiente Aprender), que facilita a comunicação e a interação entre estudante 
e professor. Nesse ambiente, são compartilhados textos e os conteúdos das disciplinas, 
listas de exercícios, além de ser usado também como ferramenta complementar de 
acompanhamento e de avaliação de alunos através de atividades propostas. 
 
As disciplinas teórico-práticas, além de aulas de exercício, são utilizadas aulas de 
laboratório para gravação de vídeos que respondam a exercícios que coloquem em 
prática o conteúdo abordado e também que permitam aos estudantes planejamentos de 
situações reais assentados no conhecimento teórico. Outra estratégia utilizada é motivar 
os estudantes para, de forma colaborativa e participativa, contribuir para a solução de 
problemas expressão oral e por escrito. Atividades dessa ordem podem ser consideradas 
avaliações de disciplinas. As disciplinas Tecnologia e Linguagem, Variação linguística 
e Videografia possibilitam que os estudantes executem na prática tanto de uso de 
ferramentas tecnológicas quanto apliquem conteúdos aprendidos, por meio do manuseio 
de programas especializados. Desse modo, chegam a desenvolver métodos para a 
aprendizagem de outras disciplinas e para o ensino na docência futura. 
 
Ao longo dos semestres diferentes problemas são apresentados aos estudantes para que 
individualmente ou em pequenos grupos aprendam a formular questionamentos, a 
procurar respostas de forma autônoma e propor soluções, caso não consigam, deverão 
buscar novos conteúdos que precisam estudar para resolvê-los. O curso prevê que a 
motivação dos estudantes é o caminho para iniciativas, independência, senso crítico e 
tomada de decisões, ainda na formação universitária. A disciplina Lexicologia e 
Terminologia tem como uma das propostas a criação de dicionários e glossários 
contrastivos. Dessa forma, os alunos terão a oportunidade de discutir com professores e 
pesquisadores os modelos de dicionários elaborados em outros países e de vislumbrar 
como são os sinais lexicais em outras línguas. O uso de tecnologias da informação é 
uma constante na operacionalização de objetivos pedagógicos. 
 
A avaliação dos docentes, por sua vez, faz parte das políticas de melhoria da qualidade 
do ensino na UnB. O Decanato de Graduação (DEG) mantém no Portal do Aluno – 
Avaliação de disciplinas – um questionário, com questões referentes à percepção do 
aluno sobre a disciplina, o professor, o seu próprio desempenho (autoavaliação), assim 
como sobre o suporte institucional disponibilizado. Há, também, espaço para o aluno 
emitir sua opinião de maneira livre. 
 
Considera-se, na implantação deste projeto, que, para atuar na educação especial, o 
professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos 
gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos das áreas de Língua de 
Sinais e de Português como L2, na modalidade escrita. Essa formação possibilita 
18 
 
atuação desejada no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter 
interativo e interdisciplinar da atuação nas salas de aula com estudantes surdos, na 
acessibilidade entre instituições e consolida o ensino e a aprendizagem de estudantes da 
educação especial. 
 
Para que o sucesso seja considerado na relação meio-fim, a Licenciatura LSB-PSL está 
assentada em recursos pedagógicos em que a comunicação e a valorização das 
diferenças favorecem a promoção da aprendizagem, de forma a atender às necessidades 
educacionais de todos os alunos. A acessibilidade do ambiente físico tem ocorrido de 
modo mais lento, porém atingirá o desejado, com vistas a assegurar quebra de barreiras, 
que todo curso novo enfrenta durante a implantação até a total consolidação. 
 
 
8. Estrutura curricular 
 
A estrutura curricular da Licenciatura LSB-PSL responde aos princípios específicos de 
formação de estudantes surdos e surdocegos e aos princípios de formação de licenciados 
na Universidade de Brasília, a qual, por sua vez, segue as normas estabelecidas na Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no Plano Nacional de Educação 
(PNE), nos documentos específicos para a educação de surdos, no Projeto Político 
Pedagógico Institucional (PPPI/UnB) e nos regulamentos internos do Instituto de Letras 
(IL). 
 
Esse conjunto estruturado tem, como ponto de partida, aliar teoria e prática dos 
conteúdos e permitir a sequência e a complementaridade das disciplinas, sem 
comprometer a flexibilidade e a interdisciplinaridade para o estudante integralizar o 
currículo do curso. A estrutura curricular adotada na Universidade de Brasília, de 
acordo com o que estabelece o artigo 88 do Regimento Geral da UnB, declara que “os 
cursos regulares de graduação de UnB são estruturados para dar sequência e 
complementaridade adequadas às matérias dos currículos e flexibilidade à 
integralização curricular, na forma definida pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e 
Extensão”. Assim sendo, os conteúdos definidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais 
foram organizados em disciplinas ofertadas nos períodos letivos previstos no calendário 
acadêmico, estabelecido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Art. 73 do 
Regimento da UnB). 
 
O elenco de disciplinas do curso está organizado em dois módulos: o Módulo Integrante 
e o Módulo Livre, como se apresenta no art. 89 do Regimento da UnB. O primeiro 
módulo é composto pelos conjuntos de disciplinas obrigatórias, incluindo estágio e 
TCC, obrigatórias seletivas e optativas. O segundo compreende disciplinas de livre 
escolha do estudante, as atividades complementares e as de extensão. 
 
Por ser uma Licenciatura nova, com atividades de ensino iniciadas no ano de 2015, 
todas as disciplinas foram criadas para atender à especificidade da formação de 
docentes, que serão professores de estudantes com 'necessidades especiais'. A criação de 
disciplinas resultou da combinação das exigências acima e do atendimento ao Núcleo de 
Conhecimentos Fundamentais definidas pelas Diretrizes Curriculares (DCN). Desse 
modo, as disciplinas obrigatórias e as optativas contemplam componentes do Núcleo de 
Conhecimentos Específicos da DCN e as disciplinas optativas do módulo integrante e 
livre oferecem ao estudante uma formação horizontal entre as várias áreas do 
19 
 
conhecimento. Por ser um curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira com 
formação profunda nessa língua, as disciplinas de Libras Básico, Intermediário e 
Avançado constituem o rol das optativas como reforço ao conhecimento adquirido pelos 
licenciandos. Além das disciplinas regulares de Graduação, o currículo estimula a 
participação dos estudantes em atividades complementares que contemplam 
participação em atividades de pesquisa, ensino e extensão, em eventos, como encontros 
estudantis e profissionais, congressos e reuniões científicas; no exercício da monitoria e 
em estágios extracurriculares. 
 
As atividades complementares são objeto de concessão de créditos, por regulamentação 
interna do IL (Anexo 8). Essas atividades fazem parte do conjunto de responsabilidade 
institucional, insere-se o incentivo às políticas (inter)institucionais específicas, porque 
se reconhece que uma excelente formação profissional está atrelada ao desenvolvimento 
de currículos, apropriados ao conhecimento especializado, e de práticas acadêmicas, 
entre as quais, a iniciação científica, as atividades de extensão, como as semanas 
universitárias, assim como as atividades complementares. Também os graduandos, 
motivados aparticiparem de eventos socioculturais, alargam o uso de linguagens 
próprias, como as que se incluem no conjunto dos conhecimentos das línguas de sinais. 
 
No percurso da consolidação da formação docente, os vínculos com programas 
institucionais, como o do Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência) e 
o Programa de Iniciação de Bolsa à Docência (PIBID), em que os alunos têm a 
oportunidade de desenvolver pesquisas sobre material didático, recursos de 
aprendizagem e metodologias para o ensino, visam à melhoria da educação básica, à 
valorização do magistério e à integração entre universidade, escolas e instituições, com 
a meta de formar e capacitar professores especializados para, no caso deste projeto 
pedagógico, a educação linguística, social e cultural de surdos. 
 
A concessão de horas em atividades complementares destina-se à integralização da 
carga horária total do curso de graduação em Letras. Por essa razão, a solicitação de 
concessão de horas será admitida apenas para formandos e pré-formandos. As horas de 
atividades complementares, comprovadas pelos documentos e acatadas pela Comissão, 
serão lançadas no histórico escolar do estudante sob a forma de créditos, discriminados 
no histórico separadamente das disciplinas, sob o rótulo de Atividades Complementares. 
Para a integralização da carga horária total do curso, são consideradas 210 horas (14 
créditos). Atividades complementares que ultrapassem essa carga horária são lançadas 
no histórico escolar, mas não são computadas na carga horária total do curso (a exemplo 
do que ocorre com créditos em disciplinas de Módulo Livre). 
 
Também são consideradas para fins de integralização curricular as atividades de 
extensão institucionalizadas, desenvolvidas pelas unidades acadêmicas, sob a gestão do 
Decanato de Extensão, que informa à Secretaria de Administração Acadêmica o número 
de créditos a ser lançado do histórico escolar do estudante, conforme disposto na 
Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão nº 87/2006. No curso, são 
admitidos 12 créditos (180 horas) de atividades de extensão. 
 
Os estudantes do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-Português como 
Segunda Língua podem aproveitar oportunidade de estágio remunerado não-obirgatório, 
nos termos da Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Faculta-se, excepcionalmente, 
aos estagiários cumprir jornada de estágio superior a 30 horas semanas, resguardados os 
20 
 
limites e requisitos legais estabelecidos, desde que o plano de atividades seja 
previamente aprovado. 
 
O curso tem no currículo disciplinas teóricas e práticas, desde o primeiro semestre, 
como Língua de Sinais Brasileira 1, Português Escrito 1 e Tecnologias e Linguagem, 
que juntas proporcionam a criação de vídeos instrucionais sobre os macro-espaços do 
campus Darcy Ribeiro, a fim de mapear o local em que os estudantes surdos e não 
surdos desenvolverão princípios de socialização por meio da visão, do espaço e da 
língua escrita. 
 
Nos semestres finais do curso, a disciplina obrigatória Trabalho de Conclusão de Curso 
tem como objetivo a elaboração de uma monografia de projeto final. Assim as 
atividades complementares, de extensão e o TCC, aliados à proposta de 
desenvolvimento dos conteúdos das disciplinas ofertadas pelo LSB-PSL possibilitam a 
articulação da teoria com a prática. 
 
Como o currículo proposto permite várias formas de realização da interdisciplinaridade 
e de integração entre teoria e prática, o elenco de disciplinas contempla disciplinas de 
Laboratórios em que a responsabilidade pedagógica tem por base a aprendizagem com 
estimulação à resolução de problemas por meio de oficinas desenvolvidas com 
estudantes de turmas mais novas. A proposição dessas atividades é favorecer um 
ambiente de integração entre teoria e prática, além de estimular o desenvolvimento das 
habilidades de linguagem e das competências linguísticas, requeridas a um futuro 
profissional da área de letras. 
 
A mobilidade estudantil, com vistas ao relacionamento com outras IES nacionais e 
internacionais, sugerida no PDI, tem sido incentivada por meio de simpósios. 
seminários e congressos. Ora os estudantes de LSB-PSL participam dessas atividades 
em outras cidades brasileiras, ora a atividade é de nossa responsabilidade e, para isso, 
trazemos estudantes e professores de outros países, como dos Estados Unidos, de 
Portugal, da Colômbia em que as línguas de sinais brasileira e estrangeira são usadas na 
interação entre povos surdos que falam línguas diferentes, afinal cada país tem sua 
língua de sinais. Desse modo, é dado vez à interdisciplinaridade e a flexibilidade do 
currículo que tem como disciplinas obrigatórias Variação Linguística e Políticas 
Linguísticas, ambas voltadas para as línguas dos surdos além da Libras. A meta é 
formar profissionais aptos a lidar com uma parcela da diversidade que o PDI sugere e 
fixar o entendimento de que há outras realidades para surdos e não surdos. A percepção 
da diversidade se amplia pelos 30% dos créditos destinados a optativas, módulo livre e 
atividades complementares. Assegura-se, desse modo, a interdisciplinaridade e a 
flexibilidade do currículo de Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda 
Língua. 
 
Além disso, a percepção filosófica-epistemológica da educação especializada permeia 
toda a criação da Licenciatura LSB-PSL, em vista de que a formação de docentes, que 
atuarão em campo específico do saber, disseminará conhecimentos que exigem 
metodologias apropriadas para os fins de organização da teoria e da prática de ensino 
escolar no nível básico. 
 
Sob esse regime, a produção de conhecimento na UnB obedece ao modelo 
tridimensional de ensino, pesquisa e extensão. 
21 
 
 
8.1 Ensino 
 
As áreas que compõem a Licenciatura em LSB-PSL são constituídas por disciplinas que 
integram teoria e prática, com orientação para a formação continuada dos graduandos. 
Compõem a formação total disciplinas obrigatórias (OBR), disciplinas optativas (OPT) 
e disciplinas de módulo livre (ML). As disciplinas obrigatórias são relacionadas a 
seguir, conforme estão indicadas na listagem do fluxo do curso (Anexo 9). 
Acrescentamos a quantidade de créditos e total de horas-aula das disciplinas 
obrigatórias. Cabe ressaltar que, no fluxo que consta do Anexo 9, a disciplina Psicologia 
da Aprendizagem 1 consta como optativa, uma vez que o que está registrado no sistema 
eletrônico é ainda o fluxo referente à Tabela 2 acima (aquele elaborado sob a vigência 
da Resolução CNE/CP nº 2/2002). A partir do primeiro período letivo de 2019, será 
solicitada à Secretaria de Administração Acadêmica a inclusão dessa disciplina como 
obrigatória para o curso (esse é o cenário que se apresenta a seguir). É exatamente essa 
disciplina que resulta na diferença de 4 (quatro) créditos em disciplinas obrigatórias 
observadas entre a Tabela 1 e a Tabela 2 na seção 1 deste projeto. 
 
Ao considerar as diretrizes curriculares está dividido em: I - Núcleo de Conhecimentos 
Fundamentais, II – Núcleo de Conhecimentos Específicos, III – Trabalho de Conclusão 
de Curso (TCC). 
 
I - O Núcleo de Conhecimentos Fundamentais conta com um conjunto de disciplinas, 
distribuídas nas seguintes áreas: 
 
8.1.1 Disciplinas de Língua de Sinais Brasileira - OBR 
Créditos = 32; Horas = 480 
OBR F LIP 110337 Língua de Sinais Brasileira 1 - 04-02-00-02 
OBR F LIP 113531 Língua de Sinais Brasileira 2 - 04-02-00-02 
OBR F LIP 115398 Língua de Sinais Brasileira 3 - 04-02-00-00 
OBR F LIP 119822 Língua de Sinais Brasileira 4 - 02-04-00-04 
OBR F LIP 121517 Língua de Sinais Brasileira 5 - 02-02-00-04 
OBR F LIP 122874 Língua de Sinais Escrita - 02-02-00-04 
 
8.1.2 Disciplinas de Português Escrito - OBR 
Créditos = 20; Horas = 300 
OBR F LIP 110345 Português Escrito 1 - 02-02-00-02 
OBR F LIP 113590 Português Escrito 2 - 02-02-00-02 
OBR F LIP 115380 Português Escrito 3 - 02-02-00-02 
OBR F LIP 119849 Português Escrito 4 - 02-02-00-04 
OBR F LIP 111525 Elaboração de TextoAcadêmico - 02-02-00-02 
 
 
8.1.3 Disciplinas de Linguística - OBR 
Créditos = 20; Horas = 300 
OBR F LIP 110329 Linguística de Línguas de Sinais - 04-00-00-02 
OBR F LIP 113573 Fonologia de LSB-PSL - 02-02-00-00 
OBR F LIP 115479 Morfossintaxe Contrastiva PSL-LSB - 02-02-00-00 
OBR F LIP 119831 Lexicografia e Terminologia da LS - 02-02-00-02 
OBR F LIP 121509 Variação Linguística na LSB - 02-02-00-00 
22 
 
 
8.1.4 Disciplinas político-pedagógicas - OBR 
Créditos = 12; Horas = 180 
OBR F LIP 113581 Bilinguismo e Educação de Surdo - 02-02-00-02 
OBR F LIP 119857 Políticas Linguísticas - 02-02-00-02 
OBR F LIP 113557 Literatura de Língua de Sinais Brasileira - 02-02-00-00 
 
II - O Núcleo de Conhecimentos Específicos conta com um conjunto de disciplinas, 
distribuídas nas seguintes áreas que, somadas, compreendem a carga horária mínima de 
prática como componente curricular e de estágio supervisionado: 
 
8.1.5 Disciplinas práticas de Laboratório - OBR 
Créditos = 16; Horas = 240 
OBR F LIP 110311 Tecnologias e Linguagem - 02-02-00-02 
OBR F LIP 121495 Laboratório de Gramática Contrastiva - 02-04-00-00 
OBR F LIP 122866 Videografia - 02-04-00-06 
 
8.1.6 Disciplinas de fundamentação pedagógica - OBR 
Créditos = 14; Horas = 210 
OBR C PPB 124052 Psicologia da Aprendizagem 1 - 04-00-00-04 
OBR C PED 124966 Fund Desenv e Aprendizagem - 04-02-00-06 
OBR C MT 192015 Didática Fundamental - 02-02-00-04 
 
8.1.7 Disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado - OBR 
Créditos = 28; Horas = 420 
OBR F LIP 128244 Estágio Supervisionado 1 Bilíngue - 06-08-00-00 
OBR F LIP 128287 Estágio Supervisionado 2 Bilíngue - 06-08-00-06 
 
III – O Trabalho de conclusão de curso aparece assim discriminado no currículo: 
 
8.1.8 Disciplina de integralização dos créditos – OBR 
Créditos = 8; Horas = 120 
OBR F LIP 128279 Trabalho de Conclusão de Curso LSB-PSL - 04-04-00-00 
 
 
O Núcleo de Conhecimentos Específicos contém as disciplinas que compõem o estágio 
curricular, computadas em 210h de atividades para o Estágio Supervisionado 1 Bilíngue 
e mais 210h para o Estágio Supervisionado 2 Bilíngue. São disciplinas que 
proporcionam ao futuro docente dimensões que vão além dos conhecimentos 
específicos e especializados, porque lhes exigem visão filosófica, ética, humanista e 
social, em relação aos discentes. Possibilitam, ainda, que os estudantes, na condição de 
aprendizes-educadores, exerçam a observação e a regência de turmas, preferencialmente 
em escolas bilíngues libras-português. As atividades, desenvolvidas em instituições 
conveniadas com a Universidade de Brasília, consideram o ensino para estudantes 
deficientes em concordância com a Secretaria de Educação do Distrito Federal. 
 
As disciplinas optativas e de módulo livre são de complemento curricular, de modo a 
permitir que o aluno desenvolva competências e habilidades ao selecionar o próprio 
percurso educacional. Por exigência do Regimento Geral da UnB, elas compreendem, 
23 
 
junto dos créditos de atividades complementares, 30% da carga horária total do 
currículo do curso, perfazendo um total de 50 créditos (750 horas). 
 
Nas disciplinas OBR F LIP 121509 Variação Linguística na LSB e OBR F LIP 119857 
Políticas Linguísticas, os alunos têm a oportunidade de vivenciar a experiência de 
conteúdos de diversas áreas, tais como: políticas públicas, políticas de educação, 
educação das relações étnico-raciais, cultura afro-brasileira, indígena, educação 
ambiental, entre outras, conforme aparece nas ementas. Ainda como complemento, os 
estudantes são incentivados pela coordenação a cursarem disciplinas em outros cursos 
que tenham conteúdos afins na condição de optativas ou de módulo livre. 
 
Desse modo, as horas de atividades práticas constituem horas/créditos em disciplinas do 
fluxo curricular. 
 
As disciplinas didático-pedagógicas cumprem as exigências legais para a formação 
específica para o campo educacional. Para isso, a Licenciatura em LSB-PSL integra um 
grupo de disciplinas da Faculdade de Educação e do Instituto de Psicologia da UnB que 
fornecem conhecimentos teóricos e práticos sobre a educação e seus fundamentos, 
assim como sobre os aspectos históricos da Educação no Brasil; as disciplinas elencadas 
são Didática Fundamental, Psicologia da Aprendizagem 1 e Fundamentos do 
Desenvolvimento e Aprendizagem. A carga horária de prática como componente 
curricular se completa com as disciplinas de laboratório – Tecnologias e Linguagem, 
Laboratório de Gramática Contrastiva e Videografia –, compreendidas como etapa 
necessária para a prática que prepara os estudantes para o estágio curricular. 
 
Dentro da carga horária de disciplinas obrigatórias, destacamos a oferta da disciplina 
específica – Trabalho de Conclusão de Curso LSB-PSL, para elaboração de trabalho de 
final de curso (TCC), no formato de monografia ou videografia, orientado por 
professores supervisores (Anexo 10). O TCC tem configuração ligada à área de 
formação e deve estar vinculado a um tema específico da formação do aluno. É 
disciplina com carga horária de 120h, com 8 créditos. Em cumprimento ao Decreto nº 
5.626/2005, há ainda oferta regular, pelo Departamento de Linguística, Português e 
Línguas Clássicas (LIP), de disciplinas de Libras nos níveis Básico, Intermediário e 
Avançado, com carga horária de 60h cada uma, e que podem ser cursadas, como 
optativas, pelos licenciandos de LSB-PSL. Esta oferta representa mais um reforço no 
uso da Língua de Sinais Brasileira. A introdução à pesquisa orientada é desenvolvida 
pela iniciação científica, com registro no PIBIC/CNPq; as atividades de extensão são 
estimuladas como parte integrada das disciplinas e podem contabilizar créditos desde 
que em convergência com as disciplinas de graduação. 
 
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Licenciatura em Língua de Sinais 
Brasileira-Português como Segunda Língua é requisito obrigatório para a integralização 
dos créditos e se constitui por atividades curriculares propostas para essa disciplina, 
ofertada pelo Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas do IL. O 
TCC tem por objetivos específicos: i) ampliar a capacidade de aplicação dos conceitos e 
teorias estudadas no curso com apresentação de trabalho de cunho cientifico, com 
metodologia aplicada ao ensino, no formato de monografia ou videografia; ii) 
desenvolver a habilidade de redação de monografia, com emprego de linguagem 
adequada a textos de caráter técnico-científico e respeito às normas de apresentação e de 
formatação, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); iii) 
24 
 
despertar o interesse pela pesquisa acadêmica e técnica, com vistas ao fortalecimento do 
pensamento crítico e do estatuto epistemológico pertinentes ao campo de atuação do 
egresso. Para esse fim, é da atribuição do Departamento ofertar, a cada semestre, a 
disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) por pelo menos um professor, em 
atuação no respectivo semestre. A matrícula na disciplina será efetuada junto à 
coordenação do curso, a partir do aceite do professor, formalizado pelo Termo de 
Compromisso de Orientação. 
 
Os conteúdos transversais nas áreas das relações entre educação e trabalho, educação e 
diversidade, direitos humanos, cidadania, educação ambiental, entre outras 
problemáticas centrais da sociedade contemporânea (previstos nos termos da Resolução 
CNE/CP nº 2/2015 e em legislação complementar, como a questão dos direitos da 
pessoa com transtorno do espectro autista, prevista na Lei nº 12.764/2012) são trabalhos 
nas disciplinas obrigatórias Variação Linguística e Políticas Linguísticas, em disciplina 
optativa recomendada para o curso (em processo de criação) e em outras disciplinas 
optativas e de módulo livre ofertadas pelas unidades acadêmicas da Universidade de 
Brasília. 
 
O quadro a seguir apresenta um resumo da carga horária do curso, conforme 
apresentado anteriormente: 
 
Componente 
Curricular 
Área Carga 
Horária 
Créditos 
Teór Prát Total 
Núcleo de 
ConhecimentosFundamentais 
Língua de Sinais 
Brasileira 
480 18 14 32 
Português Escrito 300 10 10 20 
Linguística 300 12 8 20 
Político-pedagógica 180 6 6 12 
TOTAL PARCIAL 1.260 46 38 84 
Núcleo de 
Conhecimentos 
Específicos 
Fundamentação 
pedagógica 
210 10 4 14 
Práticas de laboratório 240 6 10 16 
Estágio Supervisionado 420 12 16 28 
TOTAL PARCIAL 870 28 30 58 
Trabalho de Conclusão de Curso 120 4 4 8 
Optativas e Módulo livre 
(incluindo atividades de extensão – 180 horas) 
750 50 
Atividades Complementares 210 14 
TOTAL GERAL 3210 214 
 
Considerando, portanto, a distribuição da carga horária acima, tem-se um total de 2.340 
horas de atividades formativas estruturadas pelos núcleos, em que estão computadas as 
1.260 horas do número de conhecimentos fundamentais, acrescidas das 210 horas das 
disciplinas obrigatórias de fundamentação pedagógica, das 120 horas do trabalho de 
conclusão de curso e das 750 horas em disciplinas optativas e de módulo livre, incluídas 
as atividades de extensão. A carga horária de prática como componente curricular 
totaliza 450 horas (210 horas de fundamentação pedagógica e 240 horas de práticas de 
laboratório) e a de estágio supervisionado, 420 horas. O currículo se completa com 210 
horas de atividades complementares. 
 
25 
 
 
9. Disciplinas didático-pedagógicas 
 
Neste PPPC, considera-se a Resolução CNE/CP nº 2/2015, que amplia a carga horária 
total dos cursos de formação de professores de 2.800 para 3.200 horas, mantendo-se a 
exigência de um mínimo de 400 horas para o estágio curricular supervisionado e de 400 
horas para a prática como componente curricular, além da obrigatoriedade de atividades 
complementares e de extensão, na proporção de 10% da carga horária total do curso (ou 
seja, do mínimo de 320 horas). 
 
No conjunto das disciplinas didático-pedagógicas, estão as que contribuem para a 
formação específica de docentes, professores de alunos surdos e surdocegos. Com esse 
ponto de vista, o curso oferece disciplinas de educação e de psicologia (a saber, 
Psicologia da Aprendizagem 1, Fundamentos do Desenvolvimento e Aprendizagem e 
Didática Fundamental), assim como considera, no momento de sua implantação, os 
seguintes documentos legais: 
- Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. 
- Lei de inclusão (Lei nº 13.146). 
- Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei de Libras. 
- Lei de acessibilidade nº 10.098, de 23 de março de 1994. 
- Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE). 
- Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional e legislação complementar. 
- Resolução CNE/CP nº 01/02 – Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, 
de graduação plena. 
- Resolução CNE/CP nº02/02 – Institui a duração e a carga horária dos cursos de 
licenciatura, formação plena, para formação de professores da educação básica em nível 
superior. 
- Parecer CNE/CP nº 027/2001 – Apresenta nova redação ao item 3.6, à linha C do - 
Parecer CNE/CP nº 09/2001, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para 
a formação de profissionais da educação básica, em nível superior, Cursos de 
Licenciatura de Graduação Plena. 
- Resolução CNE/CES 18, de 13/03/2002 – Institui Diretrizes Curriculares para o Curso 
de Graduação em Letras. 
 
As três disciplinas acima mencionadas totalizam 14 créditos (210 horas) que, somados 
às disciplinas práticas de laboratório – Tecnologias e Linguagem, Laboratório de 
Gramática Contrastiva e Videografia –, as quais totalizam 16 créditos (240 créditos), 
atendem a exigência legal de, no mínimo 400 horas de prática como componente 
curricular. 
 
No curso de LSB-PSL, o estágio curricular se distribui em duas disciplinas de 14 
créditos cada, com o total de 420h, distribuídos em 210 horas para Estágio 
Supervisionado 1 e mais 210 horas para Estágio Supervisionado 2. 
 
O Estágio Supervisionado 1 compreende seleção, avaliação e produção de material 
didático, bem como observação de regência. O Estágio Supervisionado2 compreende 
seleção, aplicação, avaliação de material didático e regência no ensino básico. 
 
26 
 
As horas de Estágio Supervisionado estão distribuídas conforme a orientação abaixo 
(que consta do regulamento de estágio – Anexo 11). Assim: 
- 60 horas de orientação em sala de aula (nos horários normais da oferta) - 4 créditos; 
- 60 horas de atividades, incluindo observação ou regência, nas escolas conveniadas 
com a Universidade de Brasília (extraclasse) – 4 créditos; 
- 30 horas de leituras obrigatórias no Moodle (legislação, métodos de ensino, conteúdos 
teóricos) - 2 créditos; 
- 30 horas de elaboração de material didático (extraclasse) - 2 créditos; 
- 30 horas de elaboração de relatório de estágio (extraclasse) - 2 créditos. 
 
O curso de LSB/PSL integra o Convênio de Concessão de Estágio celebrado entre a 
UnB e a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF. Entre as 
instituições conveniadas, os estudantes do curso realizam o estágio na Escola Bilíngue 
de Libras e Português Escrito; Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos 
do Distrito Federal – APADA/DF; e o Centro de Apoio aos Surdo – CAS. Todos os 
estagiários são acompanhados por professor orientador. 
 
O estágio curricular supervisionado alia a teoria à prática pela criação de Oficinas. Essa 
é uma das novidades do Curso, em que, no Estágio Supervisionado 1, os alunos 
elaboram projetos para o ensino do Português como L2 e os aplicam em oficinas aos 
alunos surdos e surdocegos, que apresentam dificuldade de escrita. Os dias e horas das 
oficinas são estipulados pela professora da disciplina em comum acordo com os 
estudantes-docentes (os estagiários) e com os discentes-aprendizes (os alunos). Essa 
iniciativa resultou de proposta da coordenadora do Curso, em reunião dinâmica com a 
professora responsável pelos Estágios Supervisionados e com os alunos estagiários, a 
quem cabia elaborar planos de atividades para serem avaliados antes da aplicação nas 
oficinas. 
 
 
10. Articulação Ensino, Pesquisa e Extensão 
 
Para cumprimento do Decreto 5.626/2005, o LIP/IL/UnB oferece disciplinas de Libras 
para outras unidades, em três níveis – básico, intermediário e avançado –, para todos os 
alunos de cursos de Licenciatura da UnB. O Decreto exige que somente um nível – o 
básico – seja ofertado, porém o LIP oferece, como enriquecimento curricular, social, 
linguístico e cultural, três níveis para os alunos que queiram adquirir mais habilidade 
prática na Libras. Essa oferta se faz, normalmente pelo ensino, eventualmente pelos 
projetos de pesquisa e de extensão. 
 
A educação especializada ofertada pelo curso está assentada no tripé ensino, pesquisa e 
extensão para forma graduados surdos, deficientes auditivos e não surdos para o 
exercício da docência desafiadora de ensinar Língua de Sinais Brasileira e Português 
como Segunda Língua a pessoas que têm direito de aprendizagem, mas que ainda estão 
à margem social, linguística e cultural da educação brasileira. Para isso, o curso de 
Licenciatura está regido sob as políticas institucionais que respondem a questões 
propostas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) como a participação de 
alunos de graduação em projetos de ensino, de pesquisa e de extensão. 
 
Nesse conjunto de ações inclui-se o fortalecimento da iniciação científica, que tem sido 
motivadora da pesquisa em duas línguas distintas e distantes, a saber, a Língua de Sinais 
27 
 
Brasileira, de modalidade visual-espacial e a Língua Portuguesa, de modalidade oral-
auditiva. Para a implementação de projetos de pesquisa no IC, e em projetos de 
extensão, criaram-se laboratórios em que graduandos, pós-graduandos e professores 
trabalham juntos. Ao tempo em que o PDI valoriza, desde os primeiros semestres, a 
formação profissional de graduandos, os estudantes de LSB-PSL são incentivadosa 
buscar interação com estudantes de outros cursos ou instituições do mesmo local, de 
âmbito regional ou nacional, por meio da participação como expositores de trabalhos, 
realizados sob a orientação dos professores. 
 
 
11. Matriz curricular/ Carga horária/Crédito 
 
O sistema de créditos adotado pela UnB prevê que um crédito corresponde a 15h de 
aula. Grande parte das disciplinas, que integram o currículo do curso de Licenciatura em 
Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua, é constituída de 60 
horas, que contabilizam 4 créditos. Há, contudo, disciplinas de 90h (6 créditos), além do 
TCC com 120 horas (8 créditos) e dos estágios supervisionados com 14 créditos cada 
um (14 créditos), como está registrado no fluxo do curso. 
 
 
12. Fluxo de disciplinas 
 
Segue anexado (Anexo 9) o fluxo das disciplinas do curso de Licenciatura em Língua 
de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL). 
 
 
13. Ementas e bibliografias das disciplinas 
 
Os conteúdos curriculares estão no corpo de cada ementa de disciplinas do curso e 
descritos nos programas das mesmas disciplinas, com as respectivas referências 
bibliográficas básicas e complementares (Anexo 12) 
 
 
14. Descrição do processo de avaliação 
 
14.1 Avaliação discente 
 
Os princípios de avaliação, nos cursos de Letras, estão em consonância com o Projeto 
Político Pedagógico Institucional da UnB, os quais se articulam da seguinte maneira: 
 
 Avaliação formativa e não punitiva, valorizando não somente o resultado, mas 
também o processo. 
 Adoção de metas, como ampliação de tempo para as avaliações, conforme 
regulamentado no Decreto 5.626/2005; o processo avaliativo parte de indicadores 
quantitativos e qualitativos durante as aulas e as orientações. 
 Autonomia do/a aluno/a no processo de aprendizagem, mesmo que os docentes 
reconheçam a necessidade de acompanhamento, prevista em legislação e normas da 
universidade. 
 Processo avaliativo, periódico e contínuo. 
28 
 
 Avaliação integrada, quando há elementos relacionados de ensino, pesquisa, 
extensão. 
 
As modalidades e a quantidade de avaliações para acompanhamento do desempenho 
dos/as alunos/as devem, obrigatoriamente, por determinação do Decanato de Ensino de 
Graduação, constar do plano de ensino do professor, que é entregue ao aluno no 
primeiro dia de aula. Porém, durante o desenvolvimento do trabalho pedagógico, o/a 
professor/a poderá negociar e renegociar com seus/suas alunos/as mudanças na 
sistemática de avaliação prevista no plano de ensino, considerando os conteúdos 
previamente estabelecidos e as necessidades surgidas no decorrer do processo. 
 
Independentemente de como seja conduzida a avaliação durante o trabalho pedagógico, 
a Universidade de Brasília determina que o resultado final seja formalmente registrado 
no sistema de menções, e postula a seguinte equivalência entre o sistema de notas 
aritméticas e o de menções: SS (Superior) – 9,0 a 10,0; MS (Média Superior) – 7,0 a 
8,9; MM (Médio) – 5,0 a 6,9; MM (Médio Inferior) – 3,0 a 4,9; II (Inferior) – 0,1 a 2,9; 
SR (Sem rendimento) – zero. 
 
É aprovado na disciplina o/a aluno/a que obtiver menção igual ou superior a MM e 
comparecer a, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das respectivas atividades do 
curso. Ao/à aluno/a que comparecer a menos de 75%, é atribuída a menção SR. O aluno 
pode solicitar revisão da menção atribuída, respeitando os prazos previstos no 
calendário acadêmico. 
 
A avaliação é uma atividade contínua no Curso de LSB-PSL porque a produção de 
trabalhos em sala de aula é muito grande. No conjunto de ações do Curso, a produção 
dos alunos é bem aproveitada, porque ou atuam por meio da línguas de sinais ou pelo 
português como segunda língua; por sua vez os alunos não surdos têm como língua de 
partida o português e a língua de sinais como L2. No contexto de ensino e de 
aprendizagem, e durante as aulas, as duas línguas são, naturalmente, usadas e, por 
conseguinte, avaliadas com respeito à intercomunicação. Ainda, por ser um curso 
bilíngue - o primeiro da UnB -, a avaliação é processual e se dá de diferentes formas. 
Em disciplinas de conteúdo teórico, aplicam-se provas sobre os conteúdos dados; nas 
disciplinas práticas, além da utilização de provas sobre os conteúdos apresentados, uma 
parte da avaliação é feita por meio seminários e trabalhos sinalizados, expostos pelos 
surdos e surdocegos e orais, apresentados pelos não surdos. De uma forma ou de outra, 
há sempre a presença de intérprete para esclarecimentos, no caso de dúvida e no 
atendimento ao decreto-lei que assim determina. As provas são elaboradas com base nas 
aulas e nos conteúdos efetivamente ensinados. 
 
14.2. Avaliação docente 
 
O desempenho docente, a oferta de disciplinas, a adequação de espaço físico, a 
disponibilidade de material audiovisual e o uso de tecnologias aplicadas à educação são 
avaliados por meio de questionário eletrônico, respondido semestralmente pelos 
discentes, à época da matrícula via web, relativamente às disciplinas que cursaram no 
período anterior. Os resultados dessa consulta eletrônica são contabilizados pelo 
Cebraspe e encaminhados semestralmente ao Decanato de Ensino de Graduação, que os 
remete aos docentes, como forma de autoavaliação (Anexo 13) Os Colegiados também 
têm a função de debater os resultados da unidade acadêmica nesses aspectos. 
29 
 
 
Por sua vez, na avaliação e no aprimoramento do curso, o NDE (nomeado pelo Ato IL 
nº 66/2017 – Anexo 14 – e regido pelo Regulamento – Anexo 15) pode atuar em 
consonância com o disposto pela Resolução nº 01 de 17 de junho de 2010 da Comissão 
Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), de modo a contribuir para o 
cumprimento e o aprimoramento do projeto pedagógico do curso. Cabe também ao 
NDE avaliar a atribuição da carga horária das atividades complementares, as 
regulamentações de estágio supervisionado, de trabalho de conclusão de curso, estágio 
remunerado, outorga antecipada de grau, entre outras. 
 
14.3. Avaliação interna pela coordenação 
 
A implantação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português 
como Segunda Língua (LSB-PSL) tem sido feita com o esforço possível e desejável 
pela coordenação, pelo corpo docente, pelos profissionais intérpretes, com a devida 
atenção ao corpo discente da Licenciatura LSB-PSL. A implantação de um bom 
currículo merece toda nossa atenção em vista de uma formação diversificada e 
consistente que considera o ensino, a pesquisa e a extensão. Para esse fortalecimento, no 
momento, conta com alguns espaços no IL – salas B1-135/64, onde funciona o 
Laboratório de Libras (Lablibras), local de gravação e de reuniões de professores e 
alunos; B1- 130/64 – Centro Lexterm, local em que os pesquisadores surdos de pós-
graduação desenvolvem estudos e pesquisas; B1-138/65, onde estão alocados 3 
professores de LSB; além desses, também, como já referido, no módulo 4, no subsolo, 
há espaço para pesquisa, gravação de sinais e três salas para aulas. Com quatro anos de 
funcionamento, as aulas são alocadas, principalmente nos espaços físicos comuns do 
ICC, onde estão as salas de aula dos estudantes de diversos cursos. Os intérpretes estão 
alocados em uma sala do LIP/IL. Salientamos que o curso, na sua natureza formativa, e 
com os recursos humanos – discentes, docentes e intérpretes –, organiza-se com firmeza 
para que o LSB-PSL atinja a excelência. 
 
 
CAPÍTULO III – CORPO DOCENTE E TUTORIAL 
 
Todos os professores do curso de LSB-PSL entraram para a UnB por concurso público, 
em vagas destinadas pelo MEC para a implantação; outros proveem de concursos 
anteriores, também para a área da Libras como disciplina de atendimento geral. Os 
professores distribuem-se entre doutores, mestres e licenciados, com especialização na 
área específica. Há uma quantidade satisfatória de professores surdos e de não-surdos. 
Todos têm formação e trajetória profissional de lecionar disciplinas específicas, seja de 
LSB, seja de