Prévia do material em texto
INSTITUTO DE LETRAS – IL DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS E LÍNGUAS CLÁSSICAS – LIP PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DE CURSO LICENCIATURA EM LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA – PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA (LSB-PSL) Curso 345 Opção/Habilitação 698 NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE (NDE) Profa. Dra. ENILDE LEITE DE JESUS FAULSTICH (Coordenadora) Profa. Dra. ROZANA REIGOTA NAVES Prof. Dr. GLAUCIO DE CASTRO JÚNIOR Profa. Dra. PATRICIA TUXI DA SILVA Prof. MSc. MESSIAS RAMOS COSTA Universidade de Brasília, 2018 2 SUMÁRIO CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO 5 1. Identificação do curso 5 1.1 Dados gerais do curso 5 1.2 Atos legais de autorização e reconhecimento do curso 7 2. Instrução do processo 8 CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 10 3. Contexto Histórico Acadêmico 10 3.1 Da UnB 10 3.2 Da Unidade 11 3.3 Do Curso 11 3.4 Do Processo 12 4. Contexto Educacional 12 4.1 Metodologia de diagnóstico da demanda social 12 4.2 Quantidade de vagas 12 4.3 Processos seletivos 13 4.4 Demanda Social (relação candidato/vaga) 13 4.5 Público-alvo (número de alunos matriculados, de formados, de evadidos, taxas de permanência e evasão) 13 4.6 Perfil do ingressante: idade, renda, emprego, moradia, instrução, média de corte de ingresso 13 4.7 Perfil do concluinte: idade tempo de permanência, emprego 13 4.8 Contexto Educacional (demanda social, econômica, política, ambiental e cultural e inserção no PDI) 14 5. Justificativa da criação 14 6. Objetivos do curso 14 7. Metodologia e princípios pedagógicos 15 8 Estrutura curricular 18 8.1 Ensino 21 8.1.1 Disciplinas de Língua de Sinais Brasileira - OBR 21 8.1.2 Disciplinas de Português Escrito – OBR 21 8.1.3 Disciplinas de Linguística – OBR 21 8.1.4 Disciplinas político-pedagógicas – OBR 21 8.1.5 Disciplinas práticas de Laboratório – OBR 22 8.1.6 Disciplinas de fundamentação pedagógica – OBR 22 8.1.7 Disciplina de integralização dos créditos – OBR 22 8.1.8 Disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado – OBR 22 9. Disciplinas didático-pedagógicas 24 3 10. Articulação Ensino, Pesquisa e Extensão 26 11. Matriz curricular/ Carga horária/Crédito 26 12. Fluxo de disciplinas 26 13. Ementas e bibliografias das disciplinas 27 14. Descrição do processo de avaliação 27 14.1 Avaliação discente 27 14.2. Avaliação docente 28 14.3. Avaliação interna pela coordenação 28 CAPÍTULO III – CORPO DOCENTE E TUTORIAL 29 CAPÍTULO IV – INFRAESTRUTURA 30 4 PPPC - Projeto Político Pedagógico de Curso O QUE É? É a identidade de um curso e deve estar alinhada à identidade da Instituição como um todo. Trata-se de um documento que vai muito além do caráter burocrático, pois revela a intencionalidade, os objetivos educacionais, profissionais, sociais e culturais e os rumos para o curso e para o perfil do egresso. Demonstra a reflexão que se desenvolve sobre as ações e as formas de intervir na realidade. Deve ter uma profunda coesão com os objetivos do curso atendendo às normativas internas e externas. O PPPC define as concepções pedagógicas e metodológicas bem como as estratégias para o ensino, a aprendizagem e sua avaliação. [Extraído de http://www.deg.unb.br] 5 Universidade de Brasília Instituto de Letras Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas Curso 345: LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA – PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA (LSB-PSL) Opção/ Habilitação 698: LICENCIATURA EM LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA – PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA (LSB-PSL) CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO 1. Identificação do curso Dados gerais do curso Tabela 1 – Caracterização do curso após reformulação curricular (cf. Resolução CNE/CP 2/2015) Denominação Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) Curso/Opção (SIGRA) 345/698 Código EMEC 1349598 Grau Graduação Modalidade Presencial Início de funcionamento 1/2015 Situação legal da criação Resolução Consuni nº 28/2014 Situação legal de reconhecimento Em andamento Vagas oferecidas 40 vagas anuais Local da oferta Campus universitário Darcy Ribeiro Turno Diurno Titulação conferida Licenciado Unidade acadêmica Instituto de Letras Limite mínimo de permanência no curso 8 semestres Limite máximo de permanência no curso 16 semestres Mínimo de créditos por semestre 14 créditos Máximo de créditos por semestre 26 créditos Total de créditos do curso 214 créditos Carga horária total 3.210 horas Créditos/Carga horária de disciplinas obrigatórias 150 créditos/2.250 horas (incluídos os estágios supervisionados e o TCC) Créditos/Carga horária de disciplinas optativas e de módulo livre 50 créditos/750 horas (sendo no máximo 24 créditos de módulo livre) Créditos/Carga horária de estágio supervisionado 28 créditos/420 horas Créditos/Carga horária de Trabalho de Conclusão de Curso 8 créditos/120 horas Atividades complementares 14 créditos/210 horas (para integralização) Atividades de extensão 12 créditos/180 horas (para integralização) 6 Tabela 2 – Caracterização do currículo vigente do curso (cf. Resolução CNE/CP 2/2002) Denominação Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) Curso/Opção (SIGRA) 345/698 Código EMEC 1349598 Grau Graduação Modalidade Presencial Início de funcionamento 1/2015 Situação legal da criação Resolução Consuni nº 28/2014 Situação legal de reconhecimento Em andamento Vagas oferecidas 40 vagas anuais Local da oferta Campus universitário Darcy Ribeiro Turno Diurno Titulação conferida Licenciado Unidade acadêmica Instituto de Letras Limite mínimo de permanência no curso 8 semestres Limite máximo de permanência no curso 16 semestres Mínimo de créditos por semestre 12 créditos Máximo de créditos por semestre 26 créditos Total de créditos do curso 188 créditos Carga horária total 2.820 horas Créditos/Carga horária de disciplinas obrigatórias 146 créditos/2.190 horas (incluídos os estágios supervisionados e o TCC) Créditos/Carga horária de disciplinas optativas e de módulo livre 42 créditos/630 horas (sendo no máximo 24 créditos de módulo livre) Créditos/Carga horária de estágio supervisionado 28 créditos/420 horas Créditos/Carga horária de Trabalho de Conclusão de Curso 8 créditos/120 horas Atividades complementares 14 créditos/210 horas (para integralização) Atividades de extensão 12 créditos/180 horas (para integralização) O curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) caminha para a formação da primeira turma no segundo semestre de 2018. Tendo sido implantado no 1º período de 2015, teve o primeiro currículo elaborado, com base na Resolução CNE/CP nº 2/2002 (cf. Tabela 2), o qual foi reformulado após a publicação da Resolução CNE/CP nº 2/2015 (cf. Tabela 1), de 1º de julho de 2015. O novo currículo, que é objeto deste Projeto Político Pedagógico de Curso, foi aprovado pelo Colegiado do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), em sua 5ª reunião, realizada em 15/7/2018, e pelo Conselho do Instituto de Letras, em sua 465ª reunião, realizada em 21/6/2018. Além da distribuição de carga horária prevista na Resolução CNE/CP nº 2/2015, o currículo atende a proporção de 70% da carga horária total de disciplinas obrigatórias e de 30% da carga horária de componentes curriculares optativos, estabelecida pelo Regimento Geral da UnB (Ver Regulamento do Curso – Anexo 1). Para efeitos da 7 contabilização da carga horária optativa, consideram-se as disciplinas Optativas e de MóduloLivre (Ver Estrutura Curricular) somadas à carga horária de Atividades Complementares, que, embora sejam um requisito legal (conforme a Resolução CNE/CP 2/2015) são de livre escolha pelo estudante. 1.2 Atos legais de autorização e reconhecimento do curso Neste documento, constituem atos legais e de reconhecimento do curso, a correspondência oficial entre o MEC/SESu e a UnB/Reitoria, que motivou a criação da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua, no LIP/IL/UnB. A proposta de criação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira- Português como Segunda Língua (LSB-PSL) teve início na Universidade de Brasília a partir da resposta da Reitoria, após consulta ao Colegiado do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), ao Ofício Circular nº 05/2012 – GAB/SESu/MEC, de 14 de junho de 2012, em que foi solicitado ao Reitor manifestação de interesse de ofertar curso de Licenciatura em Letras Libras/Língua Portuguesa. (Anexo 2). O assunto do Ofício Circular apresentava como ponto de partida o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite. O Ofício Circular Conjunto nº 02/2012 – SESu/SECADI/MEC, DE 17 de julho de 2012, convida o Reitor da UnB para participar de reunião, por haver respondido favoravelmente à criação do Curso na UnB (Anexo 3). Representaram o Reitor, na reunião, as profas. Enilde Faulstich, que havia coordenado, durante 4 anos, o curso a distância Letras-Libras, em que a UnB foi polo de ensino da UFSC, e a profa. Rozana Naves, chefe do LIP, à época. No dia 16 de setembro de 2013, foi assinada a Pactuação do Curso Letras/Libras da Universidade de Brasília-UnB, em reunião na Secretaria de Educação Superior/ Coordenação Geral da Expansão e Gestão das IFES (Anexo 4). Em 22 de maio de 2014, com base na documentação até então recebida, a profa Enilde Faulstich encaminhou carta ao prof. Enrique Huelva, então diretor do Instituto de Letras (IL), com informações circunstanciadas sobre a criação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua e solicitou que a criação em epígrafe, fosse encaminhada ao Decanato de Ensino de Graduação (DEG) (Anexo 5). Assim sendo, a Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) n. 0164/2014, de 18 de agosto de 2014, “RESOLVE: Aprovar a Criação do Curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira (LSB) – Português como Segunda Língua (PSL) do Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas do Instituto de Letras”. Essa Resolução foi assinada pela profa. Sônia Nair Bao, Presidente do CEPE e vice-reitora, à época (Anexo 6). Por Ato nº 1953, de 15 de julho de 2014, publicado no Diário Oficial da União – Seção 2 – nº 134, de 16 de julho de 2014, o Decanato de Gestão de Pessoas (DGP), sob a gestão de Gardênia da Silva Abbad, decana à época, “RESOLVE designar a servidora Enilde Leite de Jesus Faulstich [...] para exercer a função de Coordenadora do Curso de Letras – Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua do Instituto de Letras (FCC). (Anexo 7). 8 Com a nomeação da coordenadora e a aprovação, pelo CEPE, da criação do curso, iniciou-se, ainda em 2014, a elaboração do currículo e do fluxo do curso, planejando-se abrir inscrições para selecionar candidatos com vistas a prover vagas no curso de LSB- PSL no primeiro semestre de 2015. Naquela ocasião, encontrava-se vigente a Resolução CNE/CP nº 2/2002, que forneceu as bases para a implantação do curso. Em 20 de novembro de 2014, a Universidade de Brasília tornou público o Edital para a realização do primeiro vestibular da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua, executado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). (Ver item 3. Contexto Educacional). Com a publicação da Resolução CNE/CP nº 2/2015, iniciou-se a adequação do currículo do curso, para o cumprimento nos novos requisitos legais, especialmente quanto à carga horária total. Este Projeto Pedagógico de Curso apresenta o currículo reformulado, em atendimento ao disposto na referida resolução. 2. Instrução do processo A elaboração deste Projeto Político Pedagógico de Curso (PPPC) está instruída pelas leis educativas e educacionais que regulamentam a implantação de licenciaturas nas instituições de ensino superior do Brasil, em conformidade com os requisitos legais e normativos, como aparecem no Capítulo V. Além disso, a percepção filosófica da educação especializada permeia toda a criação da Licenciatura LSB-PSL, em vista de que a formação de docentes, que atuarão em campo específico do saber, disseminará conhecimentos que exigem metodologias apropriadas para os fins de organização da teoria e da prática de ensino escolar no nível básico. Com a solidez de 20 anos de um dos Cursos de Letras, a Licenciatura em Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL), o LIP/IL tomou o PBSL como ponto de partida e motivação para a criação da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL). A meta do LSB-PSL é prover os futuros professores das melhores condições de letramento, entendido como macroformação em línguas, literatura e cultura. O curso se compõe de estudantes surdos ou com deficiência auditiva e de não surdos, que pretendem atuar na área da educação bilíngue de estudantes surdos ou com deficiência auditiva e de não surdos que se interessam por essa formação especializada. Para contextualização, este documento apresenta breve perfil do português como segunda língua, na licenciatura PBSL, diante da criação da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua. Desde 1997, quando o Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP) elaborava o projeto pedagógico para a criação do curso de Licenciatura em Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL), essa modalidade de ensino para falantes de outras línguas ganhou relevância no cenário nacional, primordialmente entre professores que ensinavam a língua portuguesa para falantes de outras línguas. Em vista do reconhecimento de que há, no país, comunidades ou grupos linguísticos que falam outras línguas naturais como primeira (L1) e de que, por isso, há forte carência na produção escrita da língua da maioria nacional, o Português, o LIP/PBSL passou a 9 desenvolver estudos teóricos e empíricos em português como segunda língua (PSL) para fortalecer a formação de licenciandos que se interessam por essa modalidade de ensino. A finalidade dos estudos sempre foi a de ampliar conhecimento em primeiras e segundas línguas (L1 e L2). A consolidação do conhecimento tem promovido a produção de tecnologias que contemplam, satisfatoriamente, o ensino, a pesquisa e a extensão de outras línguas, no quadro comparativo de línguas e linguagens diversas. Entre as comunidades linguísticas consideradas minoritárias de grande interesse dos professores e pesquisadores do LIP, incluem-se os indivíduos surdos, cuja língua primeira – a Língua de Sinais (LS) – é objeto deste PPPC. O avanço político para a formação de docentes de Língua de Sinais Brasileira, também denominada de forma reduzida Libras, deu-se com a promulgação da Lei n.º 10.436 de 24 de abril de 2002, que “dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências”, e do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002. O Decreto nº 5.626, no Capítulo II – Da inclusão de Libras como disciplina curricular – determina no Art. 3º que: “A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemasde ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”, e no Art. 3º § 1º que: “Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação para o exercício do magistério”. A legislação relacionada está em consonância com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (MEC 2008) que, ao considerar a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU 2008) e a legislação brasileira que orienta a efetivação de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis de ensino (Decreto Legislativo nº 186/2008 e Decreto Executivo nº 6.949/2009), indica a formação continuada de professores como uma das estratégias de garantia do acesso, participação e aprendizagem das pessoas com deficiência na educação básica. Como já referido, no Brasil, a língua da maioria, sob o ponto de vista numérico, é o português, e os surdos estão expostos à língua portuguesa por viverem na imersão. O resultado disso é o desenvolvimento do bilinguismo Libras (L1) – Português (L2), o que é certamente um desafio para estudantes e para professores. Um conceito de bilinguismo, entre outros, é situação linguística em que os falantes utilizam alternadamente duas línguas. O bilinguismo dos surdos possui algumas especificidades, a começar pela natureza das duas línguas, a Libras, que, do ponto de vista da lei, é a L1, e o português, a L2. Nesse quadro de avanços e desafios, o LIP instaurou um processo de política linguística, por compreender que a implantação de uma língua em sociedades com diversidade linguística deve ser gerenciada de acordo com as condições sociais, políticas e econômicas da comunidade receptora. Essa percepção remete a um ponto de vista de autocrítica, no sentido de creditar à formulação conjunta de programas específicos para usuários distintos a confiança de que conhecer o perfil da comunidade é, antes de tudo, respeitar as diferenças. 10 Na condição de a UnB ter como ponto de partida a diversidade linguística como fonte desse novo curso, fica evidente que a responsabilidade do curso de Letras encontra respaldo na Constituição Federal, promulgada em 5 de outubro de 1988, que oficializa, no Título II, Capítulo III, Art. 13: “A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil”. Além disso, legisla que a alfabetização deixa de ser pré-requisito para o voto e estabelece a obrigatoriedade do ensino fundamental em língua portuguesa, ressalvando o ensino de outras línguas. Por sua vez, ao considerar que a língua portuguesa é parte maior da diversidade linguística brasileira, o LIP cria as melhores condições de harmonização entre as línguas do território nacional, ao acentuar o princípio da não-assimilação entre falantes de diferentes línguas no contato com o português. Para fundamentação normativa deste PPPC, remetemos ao capítulo V, que comporta a documentação anexada, acerca do dito. CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 3. Contexto Histórico Acadêmico 3.1 Da UnB A Universidade de Brasília se constitui diretamente da utopia do projeto original da capital do país, e se caracteriza por uma identidade criativa e inovadora, organizada para responder às funções que então se delinearam e que não poderiam “ser exercidas por uma universidade do tipo tradicional”. (Plano Orientador da Universidade de Brasília, 1962: s/pag.) A criação da Fundação Universidade de Brasília foi o primeiro ato presidencial após a inauguração de Brasília (Lei n.º 3.998, de 15 de dezembro de 1961), a partir do que se deu a construção do campus – hoje denominado Campus Universitário Darcy Ribeiro (Projeto Político Pedagógico Institucioinal, 2018: 15). Inaugurada em 1962 como resultado do sonho e do trabalho dos educadores Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, a Universidade de Brasília (UnB) tem a missão de produzir, integrar e divulgar conhecimento, formando cidadãos comprometidos com a ética, a responsabilidade social, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável. A criação, implantação e fixação da licenciatura bilíngue em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) está, essencialmente, em conformidade com o PPPI-UnB, à página 41, que declara que: “O ensino de graduação constitui a base da formação superior para a construção de uma sociedade inclusiva e de conhecimento diversificado, em que sobressaem o pensamento crítico e a cidadania ativa, a valorização dos direitos humanos e o respeito à democracia. Esse princípio é complementado pela afirmativa de que as licenciaturas devem primar pelo desenvolvimento das competências e das habilidades relativas às diversas áreas do conhecimento, tratadas de maneira interdisciplinar e em perspectiva de educação científica em que o ensino se alie constante e consistentemente à pesquisa, em resposta às demandas da sociedade, e, principalmente, com visão prospectiva dessas demandas”. 11 Nesse conjunto de responsabilidade institucional, insere-se o incentivo às políticas (inter)-institucionais específicas, porque se reconhece que uma excelente formação profissional está atrelada ao desenvolvimento de currículos, apropriados ao conhecimento especializado, e de práticas acadêmicas, entre as quais, a iniciação científica, as atividades de extensão, como as semanas universitárias, assim como as atividades complementares. Também os graduandos, motivados a participarem de eventos socioculturais, alargam o uso de linguagens próprias, como as que se incluem no conjunto dos conhecimentos das línguas de sinais. De modo fortuito, novas línguas e novas linguagens contribuem para o avanço interativo e interacadêmico, que justifica que a vida da UnB, jovem e moderna, carrega, desde o plano diretor, a abertura para caminhos futuros. E, assim, a Universidade de Brasília constrói sua história. No percurso da consolidação da formação docente, por conseguinte, vínculos com programas institucionais, como o do Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência) e o Programa de Iniciação de Bolsa à Docência (PIBID), em que os alunos têm a oportunidade de desenvolver pesquisas sobre material didático, recursos de aprendizagem e metodologias para o ensino, visam à melhoria da educação básica, à valorização do magistério e à integração entre universidade, escolas e instituições, com a meta de formar e capacitar professores especializados para, no caso deste projeto pedagógico, a educação linguística, social e cultural de surdos. 3.2 Da Unidade O curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) tem nível de graduação, é presencial e ofertado no turno diurno pelo Instituto de Letras (IL), fundado em 1962. O IL é composto por três departamentos: Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), Departamento de Teoria Literária e Literaturas (TEL) e Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução (LET). As disciplinas nucleares do Curso em LSB-PSL estão alocadas, em sua maioria, no LIP, porém os estudantes surdos e não-surdos são orientados a cursarem disciplinas nos três departamentos e em outras unidades acadêmicas da UnB, cujas disciplinas ofertadas contribuam para o fortalecimento da interdisciplinaridade que requer o currículo de um curso moderno, diverso e inclusivo. Além disso, o licenciando é estimulado a participar de atividades de extensão e de pesquisa, de forma que a qualidade do ensino possa ser percebida desde o início da formação como garantia de futura inserção no mercado de trabalho. 3.3 Do Curso A Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua responde a uma exigência legal de criação de novos cursos, em vista da demanda significativa de professores que precisam ser capacitadospara o ensino da Língua de Sinais Brasileira como primeira língua e do Português, na modalidade escrita, como segunda língua. Esses argumentos encontram sustentação, como mencionado anteriormente, na Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, também denominada Lei de Libras (disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm) e no Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 (disponível em 12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm), que regulamenta a Lei 10.436. 3.4 Do Processo No Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, a Libras é denominada Língua Brasileira de Sinais. Na UnB, registramos Língua de Sinais Brasileira, para alinhar com a denominação que a “língua dos surdos” recebe em outros países, como Língua de Sinais Americana (ASL), Língua de Sinais Francesa (LSF), Língua de Sinais Espanhola (LSE), entre outras. A criação da Licenciatura se dá no espaço de ensino, pesquisa e extensão, de segundas línguas, uma das vocações do LIP. Do ponto de vista da harmonização entre línguas, é preciso notar que os procedimentos de criação decorrem da experiência, adquirida pelo Departamento, depois de ter criado, há 20 anos, a Licenciatura em Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL). Os resultados da formação conduzem os egressos ao ensino e à pesquisa de outras línguas faladas no Brasil como L1 ou como L2, por causa do contato com a língua majoritária - sob o ponto de vista do número de falantes – o português. Essa experiência promove o LIP/IL e a UnB a ocuparem espaços nacionais e transnacionais no ensino das línguas portuguesa, indígena e de sinais, além de outras variedades existentes do território nacional. Vemos, portanto, que o conhecimento da língua portuguesa se dissemina no Decreto 5.626, quando propõe que, para os surdos, deve ser ensinado o português como segunda língua na modalidade escrita. 4. Contexto Educacional 4.1 Metodologia de diagnóstico da demanda social A demanda social da Licenciatura LSB-PSL segue os requisitos estabelecidos para o vestibular pelo Decanato de Graduação – DEG/UnB, executado pelo Cebraspe, desde o primeiro exame, em 2015. O vestibular específico para a Licenciatura LSB-PSL é aplicado uma vez ao ano, com entrada de candidatos aprovados para a habilitação. A metodologia de demanda social segue um sistema que insere o candidato surdo ou com deficiência auditiva em concorrência plena (Ver item 4.4, a seguir) 4.2 Quantidade de vagas Nos três exames vestibulares já aplicados, a distribuição de vagas para a Licenciatura LSB-PSL ficou assim estabelecida: No ano de 2015: oferta de 30 vagas; as vagas foram todas preenchidas, porém nenhum surdo logrou êxito. No ano de 2016: foram ofertadas 40 vagas; as vagas foram todas preenchidas, tendo havido ingresso de surdos ou deficientes auditivos. No ano de 2017: foram ofertadas 40 vagas; as vagas foram todas preenchidas tendo havido ingresso de surdos ou deficientes auditivos. No ano de 2018: foram ofertadas 40 vagas; as vagas foram todas preenchidas, tendo havido ingresso de surdos ou deficientes auditivos. 13 4.3 Processos seletivos Nos anos subsequentes a 2015, a metodologia de quantificação de vagas do exame foi revista e foram criados três sistemas de vagas: o Sistema Universal, o Sistema de Cotas para Negros e o Sistema de Cotas para Escolas Públicas. É preciso observar que, em cada um dos sistemas, há reserva de vagas para candidatos surdos ou com deficiência auditiva. 4.4 Demanda Social Nos dois últimos vestibulares, a relação de candidato/vaga reflete um interesse crescente pela Licenciatura LSB-PSL; assim no vestibular de 2016, para ingresso no curso em 2017 para 40 vagas, o total de inscritos foi de 318 candidatos, com demanda de vagas por inscritos de 6,05. No de 2017, para ingresso no curso em 2018, inscreveram-se 229 candidatos para 40 vagas, cuja demanda social corresponde a 5,73. 4.5 Público-alvo Depois da aplicação dos quatro exames vestibulares, o curso conta, no 2º semestre de 2018, com 127 alunos inscritos. Há evasão, mas ainda não é possível estabelecer um número exato de evadidos, por ser um curso novo, cujo ciclo de formação se completará ao final do segundo semestre de 2018, e por haver possibilidade de os alunos trancarem matrículas em disciplinas e retornarem. 4.6 Perfil do ingressante O curso focaliza surdos que pretendem seguir formação superior, mas, por força de lei, o sistema universal de oferta de vagas atende a não surdos, numa relação de vagas que contempla os que preenchem os requisitos determinados pelo DEG/UnB e pelo Cebraspe. Os resultados, desde a entrada pelo vestibular de 2016, têm sido satisfatórios. 4.7 Perfil do concluinte O Licenciado em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua pelo Instituto de Letras (IL) da Universidade de Brasília (UnB) está definido em conformidade com as Diretrizes Curriculares (DCN) e com atenção, em primeiro lugar, à Escola Bilíngue de Taguatinga que oferece ensino de Libras e Português escrito como segunda Língua, no nível básico. Por ser uma escola que ainda não recebe todos os estudantes do DF que precisam desse ensino, os professores formados em LSB-PSL estão aptos a atuar em escolas e em institutos federais que atendem surdos, em qualquer região geográfica do Brasil. A localização geográfica da UnB é favorável a que o professor formado possa atuar em outros espaços, como instituições publicas e privadas, em ministérios, tribunais e setores de comunicação mídia. A formação que o egresso recebe nos quatro anos de curso de licenciatura o habilita para: i) lecionar duas línguas, a de Sinais e o Português L2, na modalidade escrita; ii) atuar em instituições públicas ou privadas para resolver problemas de comunicação, seja da língua visual-espacial, seja da fala oral para surdos nos momentos de diálogo; iii) atuar com profissionais de outras áreas com capacidade de resolver conflitos socias e culturais; iv) disseminar informações em língua de sinais; 14 v) participar de seleção de surdos em que o português seja língua de exame e de avaliação; vi) ingressar em cursos de pós-graduação, com vistas a atuar em universidades e em centros de pesquisa e de extensão. O licenciado em LSB-PSL pode atuar em diferentes áreas como as políticas linguísticas educativas e educacionais para surdos, editorias de obras que tenham a diversidade brasileira como centro de representação, afinal de contas, "ser surdo" é decorrência de fatores que envolvem saúde e não etnia, gênero, faixa etária, locação geográfica, entre outros. Uma análise do perfil do concluinte ainda não se aplica ainda, uma vez que a primeira turma será licenciada no segundo semestre de 2018. É possível afirmar, contudo, que a formação dada no ensino de graduação, é consistente com a meta de licenciar docentes para a educação básica, o que garantirá a formação continuada de egressos; os que seguirem no ensino e na pesquisa terão a possibilidade de ingressar em programas de pós-graduação, tanto do LIP quanto do IL ou de fora. O resultado previsto será a possibilidade de os formados atuarem no ensino superior de universidades, assim como no ensino em Institutos Federais de Educação de Brasília e do Brasil. 4.8 Contexto Educacional Nesse contexto, a demanda social observada provém de dados do Cebraspe, que recolhe e divulga as informações. (Ver item 4.4). 5. Justificativa da criação A criação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) se deu por força da expansão do Programa de Reestruturação das Universidades (Reuni) e por pactuação realizada entre o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade de Brasília (UnB), no âmbito do Programa Viver Sem Limites. (Ver item 1.3, deste documento). A experiência do LIP/IL de licenciar estudantes para a educação básica revelou um desafio que vem sendoobservado minuciosamente neste primeiro quadriênio do curso. Com amparo da administração superior da Universidade, buscam-se as condições possíveis para atendimento aos discentes, aos docentes e aos intérpretes, que compõem o espectro da formação. 6. Objetivos do curso O curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) tem como objetivo geral formar professores de Língua de Sinais Brasileira e Português como Segunda Língua na modalidade escrita, qualificados para atuar em diversas instituições de ensino público e privado. Os objetivos específicos seguem princípios circunscritos em leis brasileiras para a formação de docentes, bem como as recomendações legais previstas na Lei de Libras (Lei nº 10.436/2002 e no Decreto nº 5.626/2005, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002 e o Art. 18 da Lei nº 10.098/2000. Os objetivos também sintetizam o que prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) quando assinala que a 15 educação deve estar vinculada ao mundo do trabalho e à prática social. Nesse sentido, o curso pretende dotar os licenciandos de múltiplas competências e habilidades específicas, durante a formação acadêmica, tendo em vista a inserção no mercado de trabalho, com ênfase em escolas bilíngues, em que a Língua de Sinais Brasileira, língua da minoria surda, assim considerada, no Brasil, sob o ponto de vista numérico, conviva com o português, língua oficial do Estado brasileiro. A formação tem o núcleo curricular no LIP, com integração com os outros dois departamentos que compõem o Instituto de Letras, e disciplinas complementares da Faculdade de Educação e do Instituto de Psicologia, sem abandonar disciplinas de outros cursos, que sugerem bom desempenho de atividades com estudantes especiais e despertam interesse dos estudantes. Assim sendo, alargaram-se os objetivos para dimensionar da forma melhor o saber-fazer na educação especial: a) integrar conteúdos de disciplinas de fundamentação teórica e prática já no início do curso; b) desenvolver uma estrutura curricular que conduza o estudante para escolha de disciplinas e atividades acadêmicas bilíngues ou para a escolha de tendências vocacionais, em vista da Língua de Sinais Brasileira-L1 ou do Português como Segunda Língua-L2 dos surdos, para o desempenho profissional consistente; c) proporcionar conhecimentos atualizados que motivem a busca da pós-graduação; d) formar professores comprometidos com a ética profissional, com responsabilidade social e com reconhecimento das capacidades dos indivíduos surdos nos diferentes níveis de escolarização. Esses objetivos são dinâmicos porque os alunos surdos e não surdos estão expostos ao uso das duas línguas na intercomunicação e nas aulas diariamente. No Trabalho de Conclusão – TCC, os alunos têm a oportunidade de escolher uma direção de pesquisa em conformidade com as disciplinas cursadas e de serem orientados por docentes que apresentam verticalidade no tema/assunto de interesse. 7. Metodologia e princípios pedagógicos Os princípios pedagógicos da Licenciatura LSB-PSL seguem, parcialmente, normativas desenvolvidas em documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007, denominado Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, sob a regência do MEC/SEESP. Excertos relacionados diretamente à educação de surdos são aqui reescritos, sem adulteração dos fundamentos. A metodologia do curso, criado e implantado no IL/UnB, segue os procedimentos do que é exigido para uma formação inclusiva, com atendimento educacional especializado, mediante a atuação de profissionais concursados que detêm conhecimentos específicos no ensino da Língua de Sinais Brasileira, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, e na interpretação reversa de L1 → L2 e L2 → L1 (Ver Cap. III – Corpo docente e tutorial). 16 Ainda do ponto de vista de metodologias específicas, o curso oferece condições para a participação em atividades que deem melhores condições de vida autônoma, de comunicação alternativa no bilinguismo LSB-PSL, de participação em atividades, como conferências, cursos de curta duração, visita a feiras acadêmicas, entre outros. O enriquecimento curricular se dá, também, na dinâmica das aulas, por meio da adequação e da produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos óticos e não óticos, da tecnologia assistiva, com gravações e filmagens de trabalhos bilíngues, de exercícios por meio da plataforma Moodle, e de outros eventos que dizem respeito à vida escolar quotidiana, no espaço físico universitário. Metodologia e princípios pedagógicos estão em estreita relação de sucesso. Essa afirmação é justificada pela avaliação pedagógica, que se constitui numa ação processual, dinâmica e formativa no decorrer do curso. As aulas presenciais são ministradas pelos docentes e acompanhadas por intérpretes de libras, sempre que a disciplina exija, e por monitores, que funcionam como apoio no cotidiano escolar. O apoio ao discente se dá continuamente seja pela participação de intérpretes, juntamente com professores em todas as aulas, seja pelo atendimento de monitores para esclarecimento de dúvidas, em sala de aula ou no Laboratório de Libras – LabLibras –, organizado para atividades extras, como orientações e gravações de vídeos. Além disso, os estudantes têm liberdade para marcar horários de atendimento com os professores e, nesses eventos, estão, normalmente, acompanhados por intérpretes. A tecnologia tem importante papel no apoio pedagógico a estudantes surdos e surdocegos. Como já relatado nos dois parágrafos precedentes, na Licenciatura de Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua, os docentes fazem uso de novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), com vistas a possibilitar o acompanhamento das aulas e de outras atividades para os estudantes que não ouvem, mas visualizam. Uma das grandes vantagens da UnB é possibilitar o acesso a e-mail e à rede sem fio UnB Wireless. A rede funciona em todo o campus Darcy Ribeiro. Vale ressaltar que a UnB conta com servidores que dominam Libras em setores específicos, como biblioteca, secretarias que prestam serviços técnicos e administrativos, como a do Instituto de Letras e a de Administração Acadêmica. É preciso considerar também o relevante serviço do Programa de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (PPNE/UnB), que tem por objetivo estabelecer uma política permanente de atenção às pessoas com necessidades especiais na UnB e assegurar sua inclusão na vida acadêmica, por meio da garantia de igualdade de oportunidades e condições adequadas para o seu desenvolvimento na universidade. Destacam-se, ainda, no que se refere ao apoio ao discente, as políticas desenvolvidas pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG), em particular o Serviço de Orientação ao Universitário (SOU) – órgão de apoio acadêmico e de orientação psicoeducacional criado para atender o estudante da UnB, apoiando-o no desenvolvimento acadêmico, pessoal, social e profissional, ao longo de sua trajetória acadêmica –, e pelo Decanato de Assuntos Comunitários (DAC), responsável pelo Programa de Assistência Estudantil (PAE), por meio do qual os estudantes em situação de vulnerabilidade social podem concorrer a auxílio-alimentação, bolsa permanência, moradia estudantil e vale-livro. A avaliação pedagógica se dá pela análise do desempenho contínuo que o professor faz do aluno, em relação ao seu progresso individual, prevalecendo, nessa avaliação, os 17 aspectos qualitativos que indiquem a necessidade de intervenção pedagógica imediata do professor para correção de falhas de compreensão do(s) aluno(s). No processo de avaliação, a coordenação, com os professores, cria estratégias, ao considerarque alguns alunos precisam de ampliação do tempo para a realização dos trabalhos, mediante o uso da língua de sinais e da escrita de textos em português. O desenvolvimento do conteúdo da maioria das disciplinas é realizado através de aulas expositivas e aulas de exercícios com a utilização de exemplos e de situações práticas que contextualizam o assunto abordado. Em grande parte destas disciplinas, os professores utilizam TIC, com destaque para a ferramenta de aprendizagem virtual Moodle (Ambiente Aprender), que facilita a comunicação e a interação entre estudante e professor. Nesse ambiente, são compartilhados textos e os conteúdos das disciplinas, listas de exercícios, além de ser usado também como ferramenta complementar de acompanhamento e de avaliação de alunos através de atividades propostas. As disciplinas teórico-práticas, além de aulas de exercício, são utilizadas aulas de laboratório para gravação de vídeos que respondam a exercícios que coloquem em prática o conteúdo abordado e também que permitam aos estudantes planejamentos de situações reais assentados no conhecimento teórico. Outra estratégia utilizada é motivar os estudantes para, de forma colaborativa e participativa, contribuir para a solução de problemas expressão oral e por escrito. Atividades dessa ordem podem ser consideradas avaliações de disciplinas. As disciplinas Tecnologia e Linguagem, Variação linguística e Videografia possibilitam que os estudantes executem na prática tanto de uso de ferramentas tecnológicas quanto apliquem conteúdos aprendidos, por meio do manuseio de programas especializados. Desse modo, chegam a desenvolver métodos para a aprendizagem de outras disciplinas e para o ensino na docência futura. Ao longo dos semestres diferentes problemas são apresentados aos estudantes para que individualmente ou em pequenos grupos aprendam a formular questionamentos, a procurar respostas de forma autônoma e propor soluções, caso não consigam, deverão buscar novos conteúdos que precisam estudar para resolvê-los. O curso prevê que a motivação dos estudantes é o caminho para iniciativas, independência, senso crítico e tomada de decisões, ainda na formação universitária. A disciplina Lexicologia e Terminologia tem como uma das propostas a criação de dicionários e glossários contrastivos. Dessa forma, os alunos terão a oportunidade de discutir com professores e pesquisadores os modelos de dicionários elaborados em outros países e de vislumbrar como são os sinais lexicais em outras línguas. O uso de tecnologias da informação é uma constante na operacionalização de objetivos pedagógicos. A avaliação dos docentes, por sua vez, faz parte das políticas de melhoria da qualidade do ensino na UnB. O Decanato de Graduação (DEG) mantém no Portal do Aluno – Avaliação de disciplinas – um questionário, com questões referentes à percepção do aluno sobre a disciplina, o professor, o seu próprio desempenho (autoavaliação), assim como sobre o suporte institucional disponibilizado. Há, também, espaço para o aluno emitir sua opinião de maneira livre. Considera-se, na implantação deste projeto, que, para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos das áreas de Língua de Sinais e de Português como L2, na modalidade escrita. Essa formação possibilita 18 atuação desejada no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas de aula com estudantes surdos, na acessibilidade entre instituições e consolida o ensino e a aprendizagem de estudantes da educação especial. Para que o sucesso seja considerado na relação meio-fim, a Licenciatura LSB-PSL está assentada em recursos pedagógicos em que a comunicação e a valorização das diferenças favorecem a promoção da aprendizagem, de forma a atender às necessidades educacionais de todos os alunos. A acessibilidade do ambiente físico tem ocorrido de modo mais lento, porém atingirá o desejado, com vistas a assegurar quebra de barreiras, que todo curso novo enfrenta durante a implantação até a total consolidação. 8. Estrutura curricular A estrutura curricular da Licenciatura LSB-PSL responde aos princípios específicos de formação de estudantes surdos e surdocegos e aos princípios de formação de licenciados na Universidade de Brasília, a qual, por sua vez, segue as normas estabelecidas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no Plano Nacional de Educação (PNE), nos documentos específicos para a educação de surdos, no Projeto Político Pedagógico Institucional (PPPI/UnB) e nos regulamentos internos do Instituto de Letras (IL). Esse conjunto estruturado tem, como ponto de partida, aliar teoria e prática dos conteúdos e permitir a sequência e a complementaridade das disciplinas, sem comprometer a flexibilidade e a interdisciplinaridade para o estudante integralizar o currículo do curso. A estrutura curricular adotada na Universidade de Brasília, de acordo com o que estabelece o artigo 88 do Regimento Geral da UnB, declara que “os cursos regulares de graduação de UnB são estruturados para dar sequência e complementaridade adequadas às matérias dos currículos e flexibilidade à integralização curricular, na forma definida pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão”. Assim sendo, os conteúdos definidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais foram organizados em disciplinas ofertadas nos períodos letivos previstos no calendário acadêmico, estabelecido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Art. 73 do Regimento da UnB). O elenco de disciplinas do curso está organizado em dois módulos: o Módulo Integrante e o Módulo Livre, como se apresenta no art. 89 do Regimento da UnB. O primeiro módulo é composto pelos conjuntos de disciplinas obrigatórias, incluindo estágio e TCC, obrigatórias seletivas e optativas. O segundo compreende disciplinas de livre escolha do estudante, as atividades complementares e as de extensão. Por ser uma Licenciatura nova, com atividades de ensino iniciadas no ano de 2015, todas as disciplinas foram criadas para atender à especificidade da formação de docentes, que serão professores de estudantes com 'necessidades especiais'. A criação de disciplinas resultou da combinação das exigências acima e do atendimento ao Núcleo de Conhecimentos Fundamentais definidas pelas Diretrizes Curriculares (DCN). Desse modo, as disciplinas obrigatórias e as optativas contemplam componentes do Núcleo de Conhecimentos Específicos da DCN e as disciplinas optativas do módulo integrante e livre oferecem ao estudante uma formação horizontal entre as várias áreas do 19 conhecimento. Por ser um curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira com formação profunda nessa língua, as disciplinas de Libras Básico, Intermediário e Avançado constituem o rol das optativas como reforço ao conhecimento adquirido pelos licenciandos. Além das disciplinas regulares de Graduação, o currículo estimula a participação dos estudantes em atividades complementares que contemplam participação em atividades de pesquisa, ensino e extensão, em eventos, como encontros estudantis e profissionais, congressos e reuniões científicas; no exercício da monitoria e em estágios extracurriculares. As atividades complementares são objeto de concessão de créditos, por regulamentação interna do IL (Anexo 8). Essas atividades fazem parte do conjunto de responsabilidade institucional, insere-se o incentivo às políticas (inter)institucionais específicas, porque se reconhece que uma excelente formação profissional está atrelada ao desenvolvimento de currículos, apropriados ao conhecimento especializado, e de práticas acadêmicas, entre as quais, a iniciação científica, as atividades de extensão, como as semanas universitárias, assim como as atividades complementares. Também os graduandos, motivados aparticiparem de eventos socioculturais, alargam o uso de linguagens próprias, como as que se incluem no conjunto dos conhecimentos das línguas de sinais. No percurso da consolidação da formação docente, os vínculos com programas institucionais, como o do Programa de Consolidação das Licenciaturas (Prodocência) e o Programa de Iniciação de Bolsa à Docência (PIBID), em que os alunos têm a oportunidade de desenvolver pesquisas sobre material didático, recursos de aprendizagem e metodologias para o ensino, visam à melhoria da educação básica, à valorização do magistério e à integração entre universidade, escolas e instituições, com a meta de formar e capacitar professores especializados para, no caso deste projeto pedagógico, a educação linguística, social e cultural de surdos. A concessão de horas em atividades complementares destina-se à integralização da carga horária total do curso de graduação em Letras. Por essa razão, a solicitação de concessão de horas será admitida apenas para formandos e pré-formandos. As horas de atividades complementares, comprovadas pelos documentos e acatadas pela Comissão, serão lançadas no histórico escolar do estudante sob a forma de créditos, discriminados no histórico separadamente das disciplinas, sob o rótulo de Atividades Complementares. Para a integralização da carga horária total do curso, são consideradas 210 horas (14 créditos). Atividades complementares que ultrapassem essa carga horária são lançadas no histórico escolar, mas não são computadas na carga horária total do curso (a exemplo do que ocorre com créditos em disciplinas de Módulo Livre). Também são consideradas para fins de integralização curricular as atividades de extensão institucionalizadas, desenvolvidas pelas unidades acadêmicas, sob a gestão do Decanato de Extensão, que informa à Secretaria de Administração Acadêmica o número de créditos a ser lançado do histórico escolar do estudante, conforme disposto na Resolução do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão nº 87/2006. No curso, são admitidos 12 créditos (180 horas) de atividades de extensão. Os estudantes do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua podem aproveitar oportunidade de estágio remunerado não-obirgatório, nos termos da Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Faculta-se, excepcionalmente, aos estagiários cumprir jornada de estágio superior a 30 horas semanas, resguardados os 20 limites e requisitos legais estabelecidos, desde que o plano de atividades seja previamente aprovado. O curso tem no currículo disciplinas teóricas e práticas, desde o primeiro semestre, como Língua de Sinais Brasileira 1, Português Escrito 1 e Tecnologias e Linguagem, que juntas proporcionam a criação de vídeos instrucionais sobre os macro-espaços do campus Darcy Ribeiro, a fim de mapear o local em que os estudantes surdos e não surdos desenvolverão princípios de socialização por meio da visão, do espaço e da língua escrita. Nos semestres finais do curso, a disciplina obrigatória Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo a elaboração de uma monografia de projeto final. Assim as atividades complementares, de extensão e o TCC, aliados à proposta de desenvolvimento dos conteúdos das disciplinas ofertadas pelo LSB-PSL possibilitam a articulação da teoria com a prática. Como o currículo proposto permite várias formas de realização da interdisciplinaridade e de integração entre teoria e prática, o elenco de disciplinas contempla disciplinas de Laboratórios em que a responsabilidade pedagógica tem por base a aprendizagem com estimulação à resolução de problemas por meio de oficinas desenvolvidas com estudantes de turmas mais novas. A proposição dessas atividades é favorecer um ambiente de integração entre teoria e prática, além de estimular o desenvolvimento das habilidades de linguagem e das competências linguísticas, requeridas a um futuro profissional da área de letras. A mobilidade estudantil, com vistas ao relacionamento com outras IES nacionais e internacionais, sugerida no PDI, tem sido incentivada por meio de simpósios. seminários e congressos. Ora os estudantes de LSB-PSL participam dessas atividades em outras cidades brasileiras, ora a atividade é de nossa responsabilidade e, para isso, trazemos estudantes e professores de outros países, como dos Estados Unidos, de Portugal, da Colômbia em que as línguas de sinais brasileira e estrangeira são usadas na interação entre povos surdos que falam línguas diferentes, afinal cada país tem sua língua de sinais. Desse modo, é dado vez à interdisciplinaridade e a flexibilidade do currículo que tem como disciplinas obrigatórias Variação Linguística e Políticas Linguísticas, ambas voltadas para as línguas dos surdos além da Libras. A meta é formar profissionais aptos a lidar com uma parcela da diversidade que o PDI sugere e fixar o entendimento de que há outras realidades para surdos e não surdos. A percepção da diversidade se amplia pelos 30% dos créditos destinados a optativas, módulo livre e atividades complementares. Assegura-se, desse modo, a interdisciplinaridade e a flexibilidade do currículo de Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua. Além disso, a percepção filosófica-epistemológica da educação especializada permeia toda a criação da Licenciatura LSB-PSL, em vista de que a formação de docentes, que atuarão em campo específico do saber, disseminará conhecimentos que exigem metodologias apropriadas para os fins de organização da teoria e da prática de ensino escolar no nível básico. Sob esse regime, a produção de conhecimento na UnB obedece ao modelo tridimensional de ensino, pesquisa e extensão. 21 8.1 Ensino As áreas que compõem a Licenciatura em LSB-PSL são constituídas por disciplinas que integram teoria e prática, com orientação para a formação continuada dos graduandos. Compõem a formação total disciplinas obrigatórias (OBR), disciplinas optativas (OPT) e disciplinas de módulo livre (ML). As disciplinas obrigatórias são relacionadas a seguir, conforme estão indicadas na listagem do fluxo do curso (Anexo 9). Acrescentamos a quantidade de créditos e total de horas-aula das disciplinas obrigatórias. Cabe ressaltar que, no fluxo que consta do Anexo 9, a disciplina Psicologia da Aprendizagem 1 consta como optativa, uma vez que o que está registrado no sistema eletrônico é ainda o fluxo referente à Tabela 2 acima (aquele elaborado sob a vigência da Resolução CNE/CP nº 2/2002). A partir do primeiro período letivo de 2019, será solicitada à Secretaria de Administração Acadêmica a inclusão dessa disciplina como obrigatória para o curso (esse é o cenário que se apresenta a seguir). É exatamente essa disciplina que resulta na diferença de 4 (quatro) créditos em disciplinas obrigatórias observadas entre a Tabela 1 e a Tabela 2 na seção 1 deste projeto. Ao considerar as diretrizes curriculares está dividido em: I - Núcleo de Conhecimentos Fundamentais, II – Núcleo de Conhecimentos Específicos, III – Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). I - O Núcleo de Conhecimentos Fundamentais conta com um conjunto de disciplinas, distribuídas nas seguintes áreas: 8.1.1 Disciplinas de Língua de Sinais Brasileira - OBR Créditos = 32; Horas = 480 OBR F LIP 110337 Língua de Sinais Brasileira 1 - 04-02-00-02 OBR F LIP 113531 Língua de Sinais Brasileira 2 - 04-02-00-02 OBR F LIP 115398 Língua de Sinais Brasileira 3 - 04-02-00-00 OBR F LIP 119822 Língua de Sinais Brasileira 4 - 02-04-00-04 OBR F LIP 121517 Língua de Sinais Brasileira 5 - 02-02-00-04 OBR F LIP 122874 Língua de Sinais Escrita - 02-02-00-04 8.1.2 Disciplinas de Português Escrito - OBR Créditos = 20; Horas = 300 OBR F LIP 110345 Português Escrito 1 - 02-02-00-02 OBR F LIP 113590 Português Escrito 2 - 02-02-00-02 OBR F LIP 115380 Português Escrito 3 - 02-02-00-02 OBR F LIP 119849 Português Escrito 4 - 02-02-00-04 OBR F LIP 111525 Elaboração de TextoAcadêmico - 02-02-00-02 8.1.3 Disciplinas de Linguística - OBR Créditos = 20; Horas = 300 OBR F LIP 110329 Linguística de Línguas de Sinais - 04-00-00-02 OBR F LIP 113573 Fonologia de LSB-PSL - 02-02-00-00 OBR F LIP 115479 Morfossintaxe Contrastiva PSL-LSB - 02-02-00-00 OBR F LIP 119831 Lexicografia e Terminologia da LS - 02-02-00-02 OBR F LIP 121509 Variação Linguística na LSB - 02-02-00-00 22 8.1.4 Disciplinas político-pedagógicas - OBR Créditos = 12; Horas = 180 OBR F LIP 113581 Bilinguismo e Educação de Surdo - 02-02-00-02 OBR F LIP 119857 Políticas Linguísticas - 02-02-00-02 OBR F LIP 113557 Literatura de Língua de Sinais Brasileira - 02-02-00-00 II - O Núcleo de Conhecimentos Específicos conta com um conjunto de disciplinas, distribuídas nas seguintes áreas que, somadas, compreendem a carga horária mínima de prática como componente curricular e de estágio supervisionado: 8.1.5 Disciplinas práticas de Laboratório - OBR Créditos = 16; Horas = 240 OBR F LIP 110311 Tecnologias e Linguagem - 02-02-00-02 OBR F LIP 121495 Laboratório de Gramática Contrastiva - 02-04-00-00 OBR F LIP 122866 Videografia - 02-04-00-06 8.1.6 Disciplinas de fundamentação pedagógica - OBR Créditos = 14; Horas = 210 OBR C PPB 124052 Psicologia da Aprendizagem 1 - 04-00-00-04 OBR C PED 124966 Fund Desenv e Aprendizagem - 04-02-00-06 OBR C MT 192015 Didática Fundamental - 02-02-00-04 8.1.7 Disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado - OBR Créditos = 28; Horas = 420 OBR F LIP 128244 Estágio Supervisionado 1 Bilíngue - 06-08-00-00 OBR F LIP 128287 Estágio Supervisionado 2 Bilíngue - 06-08-00-06 III – O Trabalho de conclusão de curso aparece assim discriminado no currículo: 8.1.8 Disciplina de integralização dos créditos – OBR Créditos = 8; Horas = 120 OBR F LIP 128279 Trabalho de Conclusão de Curso LSB-PSL - 04-04-00-00 O Núcleo de Conhecimentos Específicos contém as disciplinas que compõem o estágio curricular, computadas em 210h de atividades para o Estágio Supervisionado 1 Bilíngue e mais 210h para o Estágio Supervisionado 2 Bilíngue. São disciplinas que proporcionam ao futuro docente dimensões que vão além dos conhecimentos específicos e especializados, porque lhes exigem visão filosófica, ética, humanista e social, em relação aos discentes. Possibilitam, ainda, que os estudantes, na condição de aprendizes-educadores, exerçam a observação e a regência de turmas, preferencialmente em escolas bilíngues libras-português. As atividades, desenvolvidas em instituições conveniadas com a Universidade de Brasília, consideram o ensino para estudantes deficientes em concordância com a Secretaria de Educação do Distrito Federal. As disciplinas optativas e de módulo livre são de complemento curricular, de modo a permitir que o aluno desenvolva competências e habilidades ao selecionar o próprio percurso educacional. Por exigência do Regimento Geral da UnB, elas compreendem, 23 junto dos créditos de atividades complementares, 30% da carga horária total do currículo do curso, perfazendo um total de 50 créditos (750 horas). Nas disciplinas OBR F LIP 121509 Variação Linguística na LSB e OBR F LIP 119857 Políticas Linguísticas, os alunos têm a oportunidade de vivenciar a experiência de conteúdos de diversas áreas, tais como: políticas públicas, políticas de educação, educação das relações étnico-raciais, cultura afro-brasileira, indígena, educação ambiental, entre outras, conforme aparece nas ementas. Ainda como complemento, os estudantes são incentivados pela coordenação a cursarem disciplinas em outros cursos que tenham conteúdos afins na condição de optativas ou de módulo livre. Desse modo, as horas de atividades práticas constituem horas/créditos em disciplinas do fluxo curricular. As disciplinas didático-pedagógicas cumprem as exigências legais para a formação específica para o campo educacional. Para isso, a Licenciatura em LSB-PSL integra um grupo de disciplinas da Faculdade de Educação e do Instituto de Psicologia da UnB que fornecem conhecimentos teóricos e práticos sobre a educação e seus fundamentos, assim como sobre os aspectos históricos da Educação no Brasil; as disciplinas elencadas são Didática Fundamental, Psicologia da Aprendizagem 1 e Fundamentos do Desenvolvimento e Aprendizagem. A carga horária de prática como componente curricular se completa com as disciplinas de laboratório – Tecnologias e Linguagem, Laboratório de Gramática Contrastiva e Videografia –, compreendidas como etapa necessária para a prática que prepara os estudantes para o estágio curricular. Dentro da carga horária de disciplinas obrigatórias, destacamos a oferta da disciplina específica – Trabalho de Conclusão de Curso LSB-PSL, para elaboração de trabalho de final de curso (TCC), no formato de monografia ou videografia, orientado por professores supervisores (Anexo 10). O TCC tem configuração ligada à área de formação e deve estar vinculado a um tema específico da formação do aluno. É disciplina com carga horária de 120h, com 8 créditos. Em cumprimento ao Decreto nº 5.626/2005, há ainda oferta regular, pelo Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP), de disciplinas de Libras nos níveis Básico, Intermediário e Avançado, com carga horária de 60h cada uma, e que podem ser cursadas, como optativas, pelos licenciandos de LSB-PSL. Esta oferta representa mais um reforço no uso da Língua de Sinais Brasileira. A introdução à pesquisa orientada é desenvolvida pela iniciação científica, com registro no PIBIC/CNPq; as atividades de extensão são estimuladas como parte integrada das disciplinas e podem contabilizar créditos desde que em convergência com as disciplinas de graduação. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira-Português como Segunda Língua é requisito obrigatório para a integralização dos créditos e se constitui por atividades curriculares propostas para essa disciplina, ofertada pelo Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas do IL. O TCC tem por objetivos específicos: i) ampliar a capacidade de aplicação dos conceitos e teorias estudadas no curso com apresentação de trabalho de cunho cientifico, com metodologia aplicada ao ensino, no formato de monografia ou videografia; ii) desenvolver a habilidade de redação de monografia, com emprego de linguagem adequada a textos de caráter técnico-científico e respeito às normas de apresentação e de formatação, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); iii) 24 despertar o interesse pela pesquisa acadêmica e técnica, com vistas ao fortalecimento do pensamento crítico e do estatuto epistemológico pertinentes ao campo de atuação do egresso. Para esse fim, é da atribuição do Departamento ofertar, a cada semestre, a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) por pelo menos um professor, em atuação no respectivo semestre. A matrícula na disciplina será efetuada junto à coordenação do curso, a partir do aceite do professor, formalizado pelo Termo de Compromisso de Orientação. Os conteúdos transversais nas áreas das relações entre educação e trabalho, educação e diversidade, direitos humanos, cidadania, educação ambiental, entre outras problemáticas centrais da sociedade contemporânea (previstos nos termos da Resolução CNE/CP nº 2/2015 e em legislação complementar, como a questão dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista, prevista na Lei nº 12.764/2012) são trabalhos nas disciplinas obrigatórias Variação Linguística e Políticas Linguísticas, em disciplina optativa recomendada para o curso (em processo de criação) e em outras disciplinas optativas e de módulo livre ofertadas pelas unidades acadêmicas da Universidade de Brasília. O quadro a seguir apresenta um resumo da carga horária do curso, conforme apresentado anteriormente: Componente Curricular Área Carga Horária Créditos Teór Prát Total Núcleo de ConhecimentosFundamentais Língua de Sinais Brasileira 480 18 14 32 Português Escrito 300 10 10 20 Linguística 300 12 8 20 Político-pedagógica 180 6 6 12 TOTAL PARCIAL 1.260 46 38 84 Núcleo de Conhecimentos Específicos Fundamentação pedagógica 210 10 4 14 Práticas de laboratório 240 6 10 16 Estágio Supervisionado 420 12 16 28 TOTAL PARCIAL 870 28 30 58 Trabalho de Conclusão de Curso 120 4 4 8 Optativas e Módulo livre (incluindo atividades de extensão – 180 horas) 750 50 Atividades Complementares 210 14 TOTAL GERAL 3210 214 Considerando, portanto, a distribuição da carga horária acima, tem-se um total de 2.340 horas de atividades formativas estruturadas pelos núcleos, em que estão computadas as 1.260 horas do número de conhecimentos fundamentais, acrescidas das 210 horas das disciplinas obrigatórias de fundamentação pedagógica, das 120 horas do trabalho de conclusão de curso e das 750 horas em disciplinas optativas e de módulo livre, incluídas as atividades de extensão. A carga horária de prática como componente curricular totaliza 450 horas (210 horas de fundamentação pedagógica e 240 horas de práticas de laboratório) e a de estágio supervisionado, 420 horas. O currículo se completa com 210 horas de atividades complementares. 25 9. Disciplinas didático-pedagógicas Neste PPPC, considera-se a Resolução CNE/CP nº 2/2015, que amplia a carga horária total dos cursos de formação de professores de 2.800 para 3.200 horas, mantendo-se a exigência de um mínimo de 400 horas para o estágio curricular supervisionado e de 400 horas para a prática como componente curricular, além da obrigatoriedade de atividades complementares e de extensão, na proporção de 10% da carga horária total do curso (ou seja, do mínimo de 320 horas). No conjunto das disciplinas didático-pedagógicas, estão as que contribuem para a formação específica de docentes, professores de alunos surdos e surdocegos. Com esse ponto de vista, o curso oferece disciplinas de educação e de psicologia (a saber, Psicologia da Aprendizagem 1, Fundamentos do Desenvolvimento e Aprendizagem e Didática Fundamental), assim como considera, no momento de sua implantação, os seguintes documentos legais: - Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. - Lei de inclusão (Lei nº 13.146). - Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei de Libras. - Lei de acessibilidade nº 10.098, de 23 de março de 1994. - Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 – Plano Nacional de Educação (PNE). - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e legislação complementar. - Resolução CNE/CP nº 01/02 – Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. - Resolução CNE/CP nº02/02 – Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, formação plena, para formação de professores da educação básica em nível superior. - Parecer CNE/CP nº 027/2001 – Apresenta nova redação ao item 3.6, à linha C do - Parecer CNE/CP nº 09/2001, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de profissionais da educação básica, em nível superior, Cursos de Licenciatura de Graduação Plena. - Resolução CNE/CES 18, de 13/03/2002 – Institui Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Letras. As três disciplinas acima mencionadas totalizam 14 créditos (210 horas) que, somados às disciplinas práticas de laboratório – Tecnologias e Linguagem, Laboratório de Gramática Contrastiva e Videografia –, as quais totalizam 16 créditos (240 créditos), atendem a exigência legal de, no mínimo 400 horas de prática como componente curricular. No curso de LSB-PSL, o estágio curricular se distribui em duas disciplinas de 14 créditos cada, com o total de 420h, distribuídos em 210 horas para Estágio Supervisionado 1 e mais 210 horas para Estágio Supervisionado 2. O Estágio Supervisionado 1 compreende seleção, avaliação e produção de material didático, bem como observação de regência. O Estágio Supervisionado2 compreende seleção, aplicação, avaliação de material didático e regência no ensino básico. 26 As horas de Estágio Supervisionado estão distribuídas conforme a orientação abaixo (que consta do regulamento de estágio – Anexo 11). Assim: - 60 horas de orientação em sala de aula (nos horários normais da oferta) - 4 créditos; - 60 horas de atividades, incluindo observação ou regência, nas escolas conveniadas com a Universidade de Brasília (extraclasse) – 4 créditos; - 30 horas de leituras obrigatórias no Moodle (legislação, métodos de ensino, conteúdos teóricos) - 2 créditos; - 30 horas de elaboração de material didático (extraclasse) - 2 créditos; - 30 horas de elaboração de relatório de estágio (extraclasse) - 2 créditos. O curso de LSB/PSL integra o Convênio de Concessão de Estágio celebrado entre a UnB e a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal – SEEDF. Entre as instituições conveniadas, os estudantes do curso realizam o estágio na Escola Bilíngue de Libras e Português Escrito; Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos do Distrito Federal – APADA/DF; e o Centro de Apoio aos Surdo – CAS. Todos os estagiários são acompanhados por professor orientador. O estágio curricular supervisionado alia a teoria à prática pela criação de Oficinas. Essa é uma das novidades do Curso, em que, no Estágio Supervisionado 1, os alunos elaboram projetos para o ensino do Português como L2 e os aplicam em oficinas aos alunos surdos e surdocegos, que apresentam dificuldade de escrita. Os dias e horas das oficinas são estipulados pela professora da disciplina em comum acordo com os estudantes-docentes (os estagiários) e com os discentes-aprendizes (os alunos). Essa iniciativa resultou de proposta da coordenadora do Curso, em reunião dinâmica com a professora responsável pelos Estágios Supervisionados e com os alunos estagiários, a quem cabia elaborar planos de atividades para serem avaliados antes da aplicação nas oficinas. 10. Articulação Ensino, Pesquisa e Extensão Para cumprimento do Decreto 5.626/2005, o LIP/IL/UnB oferece disciplinas de Libras para outras unidades, em três níveis – básico, intermediário e avançado –, para todos os alunos de cursos de Licenciatura da UnB. O Decreto exige que somente um nível – o básico – seja ofertado, porém o LIP oferece, como enriquecimento curricular, social, linguístico e cultural, três níveis para os alunos que queiram adquirir mais habilidade prática na Libras. Essa oferta se faz, normalmente pelo ensino, eventualmente pelos projetos de pesquisa e de extensão. A educação especializada ofertada pelo curso está assentada no tripé ensino, pesquisa e extensão para forma graduados surdos, deficientes auditivos e não surdos para o exercício da docência desafiadora de ensinar Língua de Sinais Brasileira e Português como Segunda Língua a pessoas que têm direito de aprendizagem, mas que ainda estão à margem social, linguística e cultural da educação brasileira. Para isso, o curso de Licenciatura está regido sob as políticas institucionais que respondem a questões propostas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) como a participação de alunos de graduação em projetos de ensino, de pesquisa e de extensão. Nesse conjunto de ações inclui-se o fortalecimento da iniciação científica, que tem sido motivadora da pesquisa em duas línguas distintas e distantes, a saber, a Língua de Sinais 27 Brasileira, de modalidade visual-espacial e a Língua Portuguesa, de modalidade oral- auditiva. Para a implementação de projetos de pesquisa no IC, e em projetos de extensão, criaram-se laboratórios em que graduandos, pós-graduandos e professores trabalham juntos. Ao tempo em que o PDI valoriza, desde os primeiros semestres, a formação profissional de graduandos, os estudantes de LSB-PSL são incentivadosa buscar interação com estudantes de outros cursos ou instituições do mesmo local, de âmbito regional ou nacional, por meio da participação como expositores de trabalhos, realizados sob a orientação dos professores. 11. Matriz curricular/ Carga horária/Crédito O sistema de créditos adotado pela UnB prevê que um crédito corresponde a 15h de aula. Grande parte das disciplinas, que integram o currículo do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua, é constituída de 60 horas, que contabilizam 4 créditos. Há, contudo, disciplinas de 90h (6 créditos), além do TCC com 120 horas (8 créditos) e dos estágios supervisionados com 14 créditos cada um (14 créditos), como está registrado no fluxo do curso. 12. Fluxo de disciplinas Segue anexado (Anexo 9) o fluxo das disciplinas do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL). 13. Ementas e bibliografias das disciplinas Os conteúdos curriculares estão no corpo de cada ementa de disciplinas do curso e descritos nos programas das mesmas disciplinas, com as respectivas referências bibliográficas básicas e complementares (Anexo 12) 14. Descrição do processo de avaliação 14.1 Avaliação discente Os princípios de avaliação, nos cursos de Letras, estão em consonância com o Projeto Político Pedagógico Institucional da UnB, os quais se articulam da seguinte maneira: Avaliação formativa e não punitiva, valorizando não somente o resultado, mas também o processo. Adoção de metas, como ampliação de tempo para as avaliações, conforme regulamentado no Decreto 5.626/2005; o processo avaliativo parte de indicadores quantitativos e qualitativos durante as aulas e as orientações. Autonomia do/a aluno/a no processo de aprendizagem, mesmo que os docentes reconheçam a necessidade de acompanhamento, prevista em legislação e normas da universidade. Processo avaliativo, periódico e contínuo. 28 Avaliação integrada, quando há elementos relacionados de ensino, pesquisa, extensão. As modalidades e a quantidade de avaliações para acompanhamento do desempenho dos/as alunos/as devem, obrigatoriamente, por determinação do Decanato de Ensino de Graduação, constar do plano de ensino do professor, que é entregue ao aluno no primeiro dia de aula. Porém, durante o desenvolvimento do trabalho pedagógico, o/a professor/a poderá negociar e renegociar com seus/suas alunos/as mudanças na sistemática de avaliação prevista no plano de ensino, considerando os conteúdos previamente estabelecidos e as necessidades surgidas no decorrer do processo. Independentemente de como seja conduzida a avaliação durante o trabalho pedagógico, a Universidade de Brasília determina que o resultado final seja formalmente registrado no sistema de menções, e postula a seguinte equivalência entre o sistema de notas aritméticas e o de menções: SS (Superior) – 9,0 a 10,0; MS (Média Superior) – 7,0 a 8,9; MM (Médio) – 5,0 a 6,9; MM (Médio Inferior) – 3,0 a 4,9; II (Inferior) – 0,1 a 2,9; SR (Sem rendimento) – zero. É aprovado na disciplina o/a aluno/a que obtiver menção igual ou superior a MM e comparecer a, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das respectivas atividades do curso. Ao/à aluno/a que comparecer a menos de 75%, é atribuída a menção SR. O aluno pode solicitar revisão da menção atribuída, respeitando os prazos previstos no calendário acadêmico. A avaliação é uma atividade contínua no Curso de LSB-PSL porque a produção de trabalhos em sala de aula é muito grande. No conjunto de ações do Curso, a produção dos alunos é bem aproveitada, porque ou atuam por meio da línguas de sinais ou pelo português como segunda língua; por sua vez os alunos não surdos têm como língua de partida o português e a língua de sinais como L2. No contexto de ensino e de aprendizagem, e durante as aulas, as duas línguas são, naturalmente, usadas e, por conseguinte, avaliadas com respeito à intercomunicação. Ainda, por ser um curso bilíngue - o primeiro da UnB -, a avaliação é processual e se dá de diferentes formas. Em disciplinas de conteúdo teórico, aplicam-se provas sobre os conteúdos dados; nas disciplinas práticas, além da utilização de provas sobre os conteúdos apresentados, uma parte da avaliação é feita por meio seminários e trabalhos sinalizados, expostos pelos surdos e surdocegos e orais, apresentados pelos não surdos. De uma forma ou de outra, há sempre a presença de intérprete para esclarecimentos, no caso de dúvida e no atendimento ao decreto-lei que assim determina. As provas são elaboradas com base nas aulas e nos conteúdos efetivamente ensinados. 14.2. Avaliação docente O desempenho docente, a oferta de disciplinas, a adequação de espaço físico, a disponibilidade de material audiovisual e o uso de tecnologias aplicadas à educação são avaliados por meio de questionário eletrônico, respondido semestralmente pelos discentes, à época da matrícula via web, relativamente às disciplinas que cursaram no período anterior. Os resultados dessa consulta eletrônica são contabilizados pelo Cebraspe e encaminhados semestralmente ao Decanato de Ensino de Graduação, que os remete aos docentes, como forma de autoavaliação (Anexo 13) Os Colegiados também têm a função de debater os resultados da unidade acadêmica nesses aspectos. 29 Por sua vez, na avaliação e no aprimoramento do curso, o NDE (nomeado pelo Ato IL nº 66/2017 – Anexo 14 – e regido pelo Regulamento – Anexo 15) pode atuar em consonância com o disposto pela Resolução nº 01 de 17 de junho de 2010 da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), de modo a contribuir para o cumprimento e o aprimoramento do projeto pedagógico do curso. Cabe também ao NDE avaliar a atribuição da carga horária das atividades complementares, as regulamentações de estágio supervisionado, de trabalho de conclusão de curso, estágio remunerado, outorga antecipada de grau, entre outras. 14.3. Avaliação interna pela coordenação A implantação do curso de Licenciatura em Língua de Sinais Brasileira – Português como Segunda Língua (LSB-PSL) tem sido feita com o esforço possível e desejável pela coordenação, pelo corpo docente, pelos profissionais intérpretes, com a devida atenção ao corpo discente da Licenciatura LSB-PSL. A implantação de um bom currículo merece toda nossa atenção em vista de uma formação diversificada e consistente que considera o ensino, a pesquisa e a extensão. Para esse fortalecimento, no momento, conta com alguns espaços no IL – salas B1-135/64, onde funciona o Laboratório de Libras (Lablibras), local de gravação e de reuniões de professores e alunos; B1- 130/64 – Centro Lexterm, local em que os pesquisadores surdos de pós- graduação desenvolvem estudos e pesquisas; B1-138/65, onde estão alocados 3 professores de LSB; além desses, também, como já referido, no módulo 4, no subsolo, há espaço para pesquisa, gravação de sinais e três salas para aulas. Com quatro anos de funcionamento, as aulas são alocadas, principalmente nos espaços físicos comuns do ICC, onde estão as salas de aula dos estudantes de diversos cursos. Os intérpretes estão alocados em uma sala do LIP/IL. Salientamos que o curso, na sua natureza formativa, e com os recursos humanos – discentes, docentes e intérpretes –, organiza-se com firmeza para que o LSB-PSL atinja a excelência. CAPÍTULO III – CORPO DOCENTE E TUTORIAL Todos os professores do curso de LSB-PSL entraram para a UnB por concurso público, em vagas destinadas pelo MEC para a implantação; outros proveem de concursos anteriores, também para a área da Libras como disciplina de atendimento geral. Os professores distribuem-se entre doutores, mestres e licenciados, com especialização na área específica. Há uma quantidade satisfatória de professores surdos e de não-surdos. Todos têm formação e trajetória profissional de lecionar disciplinas específicas, seja de LSB, seja de