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URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES CHOQUE INTRODUÇÃO • Estado de hipoperfusão do tecido que leva a hipoxia do ponto de vista sistêmico e pode levar a falência de órgãos. • É uma anormalidade do sistema circulatório: inadequada perfusão, pode levar a morte. • A primeira coisa a se fazer é reconhecer o choque. • Sinais clínicos importante: ▪ Hipotensão ▪ Taquicardia ▪ Tempo de enchimento capilar – perfusão periférica ▪ Redução do debito urinário ▪ Aumento da FR – tentar leva mais oxigênio • Reconhecimento do choque: ▪ Frequencia cardiaca: bebê (>160), criança pequena (>140), criança maior (>120), adultos (>100), idoso pode não apresentar taquicardia • Situações especiais: ▪ Idoso ▪ Atleta: bomba cardíaca melhor, em repouso tem FC menor, maior debito, demora a fazer taquicardia ▪ Gestante: sobrecarga de volume plasmático demora na reposta de fatores hemodinâmicos. ▪ Uso de medicações: beta bloqueadores – FC não eleva tanto ▪ Marcapasso: o marcapasso pode da o estimulo e dá uma frequência inadequada de FC, então precisa perguntar se usa. TIPOS DE CHOQUE • Hipovolêmico: em que há perda sanguínea importante, por ex nas diarreias importantes e queimaduras. • Obstrutivo: pneumotórax • Cardiogênico: IAM (falência de bomba), tamponamento (hipofonese das bulhas, hipotensão, e estase de jugular – Tríade de Beck), estenose valvar, arritmias. • Distributivo: séptico e neurológico • Anafilático CHOQUE HIPOVOLÊMICO • Hemorragias externas ou internas (trauma, hemorragia digestiva) • Perdas cutaneas (queimaduras extensas, febre) • GI (diarreia, vomitos) • Sequestro de liquidos para o terceiro espaço (pancreatite, peritonite) CHOQUE CARDIOGÊNICO • IAM (principamente de VE) • Tamponamento pericardico (Tríade de Beck): • Abafamento de bulhas cardiacas • Hipotensão • Estase de jugular • Arritmias • Miocardiopatia dilatada avançada • Causas mecaninas (defeitos valvares, ruptura de septo, aneurisma de parede) • Insuficiência mitral aguda CHOQUE OBSTRUTIVO • Tamponamento pela bomba cardíaca é um tipo de choque obstrutivo porque obstrui a passagem do sangue. • Pneumotórax hipertensivo • Embolia pulmonar: tamponamento maciço • Hipertensão pulmonar • Tromboembolismo pulmonar maciço CHOQUE DISTRIBUTIVO • Desproporção entre continente e conteúdo em que continente é o vaso e o conteúdo é o que tá presente. • Séptico • Anafilático • Neurogênico: vai haver uma vasodilatação e a desproporção (traumatismo raquimedular) URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES • Insuficiências adrenal: por falta de catecolaminas faz com que aja relaxamento das artérias e arteríolas. FISIOPATOLOGIA • No choque sempre vai haver inadequada perfusão e oxigenação dos tecidos, independentemente do tipo. • Quando há essa perfusão inadequada pode ocorrer perda de calor e temperatura diminuída. • Quando a pressão diminui, o fluxo sanguíneo diminui e aumenta a resistência periférica • Catecolaminas faz vasoconstricção periférica • Diminuição da perfusão, diminuição da troca gasosa • MVO2: reflete a perfusão do tecido, o consumo de O2 • Oximetria baixa, capnografia (CO2 eliminado) diz como está sendo a troca gasosa • Tenta aumentar a resistência periférica para tentar melhorar o fluxo sanguíneo, através de vasoconstricção na tentativa de manter a perfusão adequada. • A diminuição da perfusão leva a diminuição de oxigenação e a perda de calor, levando o paciente a situação de pele fria. • Pré carga = chegada no sangue nos átrios, vai reduzir • Sengue saindo do coração – pós carga • Da perda sanguínea: vasoconstricção cutânea, muscular e visceral, taquicardia. Preservar fluxo cerebral, cardíaco e renal PERDA SANGUÍNEA o Resposta fisiológica é a hipoxia (vasoconstricção periférica) o A vasoconstricção periférica ocorre assim: ▪ Os membros e perifericamente na pele subcutâneo muscular e depois que vem a visceral, taquicardia, fazendo vasoconstricção visando manter e preservar o fluxo sanguíneo cerebral, cardíaco e renal. ▪ Devido à baixa perfusão periférica o ph diminui, falta do metabolismo aeróbico pela falte de O2 - acidose metabólica. (pelo acumulo de ac. Lático) ▪ Devemos tratar essa acidose. o Tratamento: ▪ Conter o sangramento, se interno cirurgia ou embolização, lembrar que o FAST ajuda a ver a presença de sangue nas cavidades (USG ao leito) ▪ A embolização de pacientes que estão sangrando é via punção arterial e faz o tamponamento, um cateterismo buscando a possível fonte de sangramento ▪ Torniquete é mais usado para membros hoje em dia URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES ▪ Cirúrgico: sutura de baço é difícil suturar, no baço uma boa ação é embolizar tamponando a própria artéria esplênica, no caso do fígado tem que ser só segmentar no local, se fizer na artéria hepática toda pode levar a falência hepática. ▪ Ressuscitação volêmica com cristaloide (oferta de cristaloide, sangue e derivados), pegar 2 veias calibrosas. Se não ressuscitar entrar com sangue e derivados. ▪ Oferta de oxigênio, suporte ventilatório. IOT se Glasgow <8, HDA mesmo com glasglow >8 RECONHECIMENTO DE CHOQUE o Hematócrito – normal na fase inicial, depois reduz ele e hemoglobina o Base excess ver consumo na gaso o Dosar Lactato (perfusão) o Lactado, PO2 e PCO2 são os mais importantes o Clareamento do lactato em pelo menos 10%, nas primeiras horas do tratamento o Combater acidose metabólica é: ▪ Melhorar perfusão com oferta de O2 ▪ Bicarbonato ▪ Insuficiência ventilatória – não invasivo no inicio depois entuba, AUMENTAR O SUPORTE VENTILATÓRIO. o Paciente frio ao toque e taquicardíaco com pulso fino, independente da injuria, será considerado em choque até que se prove o contrário. Invista para que não chegue a PCR. o Se a perda sanguínea for importante no trauma pode ser o hemorrágico se não observe, por exemplo o trauma raqui medular pode levar a choque neurogênico, que é um choque pós trauma mas não é hemorrágico. o Hemorrágico: perdas externas e internas, hemotórax, tamponamento cardíaco. TRAUMA 1. RECONHECER A PRESENÇA DE CHOQUE ✓ Sinais clínicos: tríade, pele fria, pulso fraco, aumenta FC, paciente as vezes obnubilado ou em coma ✓ Dados laboratoriais: hemoglobina hematócrita não baixa no inicio e sim quando há a hemodiluição seja fisiológica ou por cristaloide. 2. Definir a causa ✓ Tipo do trauma, tipo de órgão danificado ✓ Mecanismo de trauma 3. Fazer a sequência do ABCDE. 4. No trauma o choque mais comum é o hipovolêmico por perda sanguínea, mas pode ocorrer também o cardiogênico, obstrutivo, neurogênico, anafilático; se foi feito alguma substancia antes, séptico (depois de dias de ferimento) 5. Tratamento inicial: estancar o sangramento se hipovolêmico. Não adianta só infudir líquido se não fechar o sangramento. DIFERENCIAÇÃO CLÍNICA DA CAUSA DO CHOQUE • Se fizer ausculta pulmonar e tiver reduzido de um lado e encontrar esse raio x: ❖ Pulmão direito preenchido, sangue opacificando o hemotórax. ❖ Para drenar o ideal é uma drenagem torácica. Toda urgência deve ter um kit de drenagem. ❖ Se for pneumotórax pode fazer uma punção pra aliviar enquanto prepara a drenagem. ❖ Sangue em celo de água. • Avaliar abdome – USG vai nos dar a presença ou não de liquido no espaço peri renais e peri hepáticos, Inter intestinal é difícil de ver por conta do gás. Ver em volta de órgãos sólidos, peri esplênico também. • Raio x do abdome pelve, além de tórax é importante: URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES ❖ Fratura de livro aberto. Sínfise púbica afastada. Pelve abriu. Leva a um sangramento muito grande, é muito comum em acidente de moto, é um sangramento retro peritonealmuito importante. ❖ De imediato deve estabilizar essa fratura – PODE COLOCAR cinta ou pano sobre os trocanteres, as vezes até com lençol amarrando forte (envelopamento pélvico) para tentar conter a hemorragia. ❖ Fratura de fêmur: sangra muito, pode até levar o sangramento da artéria femoral ou de ramos dela. A redução da fratura e compressão vai ser muito importante. TRAUMA NÃO HEMORRÁGICO • Neurologico (trauma medular) • Contusao cardiaca: a contusão cardíaca leva a uma falha do musculo cardíaco • Septico • Ter alto nivel de suspeita • Historia, exame fisico, exames de imagem (RX, FAST, ECO), laboratorial • Ver bem a história do trauma do paciente. • Não esperar por todos os sintomas, se tem aqueles 2 sinais clínicos de pele fria e taquicardia já suspeite e inicie tto. • Ter atenção nos traumas de partes moles. Pode perder não só sangue, mas líquido para o terceiro espaço. • Quanto mais sangue perde, mais grave, segue a classificação: • O básico: ▪ Estancar o sangramento com controle da hemorragia por: ▪ Compressão ▪ Torniquete ▪ Envelopamento pélvico ▪ Embolização, cirurgia • Infusão de cristaloide: ▪ De preferencia um grosso gelco 14, se puder ser aquecido melhor para não promover hipotermia ▪ Cristaloide 1L (20ml/kg em crianças) ▪ Acesso vascular 2 vias periféricas, aquecido, bomba central, intra-ossea • Sangue e derivados (gasometria) • Suporte ventilatório • SNG • Cateter urinário (observar sangue no meato/períneo) • Avaliação repetida: ABCDE com sinais vitais, debito urinário e nível da consciência URGÊNCIA E EMEGÊNCIA – LARISSA MENEZES • Seguir essa sequência, e lembrar que inicialmente o suporte é não invasivo, depois é que faz uma via definitiva • Uma infusão persistente de liquido e de sangue em grandes volumes para manter a pressão não adianta se não conter a hemorragia. AVALIAR A RESPOSTA AO TTO INICIAL: o Resposta rápida o Resposta transitória o Resposta mínima/sem resposta o Protocolo de transfusão maciça o Se não responder de forma adequada ao cristalóide, busque sangramento interno e entre no protocolo de transfusão maciça. o Derivados utilizados: o primeiro é hemácia, na necessidade faz plasma se maciço plaquetas. Randômicas ou concentradas. o Auto transfusão: pega o sangue aspira, lava em maquina para filtrar e recoloca HEMOTERAPIA o Concentrado de hemacias, plasma e plaquetas o Autotransfusao o Transfusão maciça: 10 unidades/24h ou >4 unidades/1h o Prova cruzada o Prevenir hipotermia (aquecimento) o Coagulopatias: ▪ Plaquetas, TAP, PTTA ▪ Tromboelastografia ▪ Acido tranexamico até 3h de inicio (boa resposta) DROGAS VASOATIVAS DOPAMINA o Inotrópico, beta-adrenergico o Se tiver baixo risco de arritmias, bradicardia ou disfunção ventricular previa o Diluir 5 ampolas (50ml) + SG 5% 200ml = Solução 1mg/ml DOBUTAMINA o Agente inotrópico + Vasopressor o Se ScvO2 < 70% ou lactato aumentado o Dose 5 a 20 mcg/kg/min o Diluir 1 ampola (20ml) + SG 5% 230ml = Solução 1mg/ml VASOPRESSINA o Ação vasopressora o Aumenta sensibilidade vascular a noradrenalina o 0,03-0,04 U/min SELEPRESSIN
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