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Resumo Completo Câncer de Pâncreas

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1 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Cirurgia Oncológica 
CÂNCER DE PÂNCREAS 
Introdução: 
O câncer de pâncreas é responsável por 
aproximadamente 2% de todos os tipos de 
câncer diagnosticados e por 
aproximadamente 4% de todas as mortes 
causadas por câncer no Brasil. Embora seja 
uma neoplasia maligna rara, a incidência da 
doença tem aumentado nos últimos anos. O 
tipo mais comum de câncer de pâncreas é o 
adenocarcinoma, que representa 
aproximadamente 90% dos casos da 
doença. 
O adenocarcinoma de pâncreas é raro antes 
dos 30 anos de idade, tornando-se mais 
comum a partir dos 60 anos de idade. O 
câncer de pâncreas geralmente apresenta 
comportamento agressivo e é de difícil 
diagnóstico, contribuindo para as altas taxas 
de mortalidade associadas à doença, visto 
que, na maioria das vezes, o diagnóstico é 
tardio, quando o tumor já apresenta-se 
localmente avançado e com metástases 
linfonodais e à distância. 
Fatores de Risco: 
- Alcoolismo. 
- Tabagismo. 
- Ingestão de carne vermelha e outros 
alimentos gordurosos. 
- Exposição à substâncias químicas, tais 
como petróleo e solventes orgânicos. 
- Pancreatite crônica. 
- Diabetes mellitus. 
- Pós-gastrectomia. 
História Natural da Doença: 
Aproximadamente 70% dos tumores 
pancreáticos acometem a cabeça do 
pâncreas. Ao diagnóstico, 20% dos casos 
são ressecáveis cirurgicamente, 30% dos 
casos são localmente avançados e 50% dos 
casos já apresentam doença metastática, 
contraindicando o tratamento cirúrgico. A 
sobrevida em 5 anos raramente ultrapassa 
20%. 
Apresentação Clínica: 
A maioria dos casos de câncer de pâncreas 
iniciais são assintomáticos, manifestando 
sintomas apenas em casos de doença 
localmente avançada e/ou metastática, o que 
atrasa ainda mais o diagnóstico da doença. 
As principais manifestações clínicas 
associadas ao câncer de pâncreas são: 
- Icterícia (tumor de cabeça de pâncreas, 
causando obstrução de vias biliares e 
hiperbilirrubinemia direta). 
- Dor abdominal, geralmente em faixa 
(comprometimento do plexo celíaco, 
indicando pior prognóstico). 
- Perda de peso. 
- Vesícula biliar palpável e indolor (tumor de 
cabeça de pâncreas). 
- Vômitos. 
- Diabetes mellitus (invasão tumoral do 
pâncreas endócrino). 
Diagnóstico e Estadiamento: 
O diagnóstico do câncer de pâncreas baseia-
se em TC ou RM de abdômen. Entretanto, 
para a confirmação diagnóstica e a 
determinação do tipo histológico do tumor de 
pâncreas, deve-se realizar laparoscopia com 
biópsia (exame anatomopatológico). O 
estadiamento do câncer de pâncreas é 
realizado por meio de TC de abdômen, 
ecoendoscopia, laparoscopia e dosagem do 
marcador tumoral CA 19-9. 
Diagnóstico Diferencial: 
O principal diagnóstico diferencial do câncer 
de pâncreas é a pancreatite crônica 
complicada. No câncer de pâncreas, há dor 
abdominal e perda de peso, mas o tempo de 
evolução geralmente é < 6 meses. Na 
pancreatite crônica complicada, há dor 
abdominal e perda de peso, mas o tempo de 
evolução geralmente é > 12 meses, havendo 
presença de esteatorreia associada. 
Tratamento: 
O tratamento curativo do câncer de pâncreas 
baseia-se em ressecção cirúrgica do tumor 
pancreático associada à quimioterapia 
adjuvante. A cirurgia curativa denomina-se 
gastroduodenopancreatectomia clássica 
(Whipple). 
 
2 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Para o tratamento cirúrgico, deve-se realizar 
preparo pré-operatório do paciente, que 
baseia-se em avaliação do estado 
nutricional, preparo intestinal, avaliação da 
coagulação, passagem de cateter venoso 
central, reserva de sangue e reserva de leito 
de UTI. 
O tratamento curativo do câncer de pâncreas 
pode ser realizado apenas quando o tumor 
de pâncreas pode ser completamente 
ressecado cirurgicamente e não há doença 
metastática. Quando o tumor de pâncreas 
causa comprometimento da artéria 
mesentérica superior e/ou da veia 
mesentérica superior, há contraindicação ao 
tratamento cirúrgico curativo, pois o tumor é 
considerado irresecável. 
O tratamento paliativo do câncer de 
pâncreas baseia-se em cirurgias paliativas, 
tais como derivação bíliodigestiva ou 
implantação de prótese biliar endoscópica 
para o tratamento da icterícia (tumor de 
cabeça de pâncreas que causa obstrução de 
vias biliares), alcoolização do plexo celíaco 
para o tratamento da dor abdominal em faixa 
e quimioterapia. Portanto, o tratamento 
paliativo do câncer de pâncreas objetiva o 
alívio dos sintomas, o aumento da sobrevida 
e a melhora da qualidade de vida do 
paciente. 
A alcoolização do plexo celíaco pode ser 
realizada por cirurgia ou por procedimento 
minimamente invasivo guiado por TC ou 
ecografia abdominal. A alcoolização do plexo 
celíaco associa-se a melhora da dor 
abdominal em 85% dos pacientes com 
câncer de pâncreas. 
Outros tumores de pâncreas: 
- Tumor neuroendócrino: neoplasia maligna 
de pâncreas que apresenta prognóstico ruim 
e incidência crescente nos últimos anos. 
- Neoplasia mucinosa papilar intraductal 
(IPMN): neoplasia benigna de pâncreas que 
apresenta potencial de malignização; o 
tratamento cirúrgico é indicado apenas 
quando a lesão não é estável, ou seja, 
quando há aumento progressivo da lesão.

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