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FP104 – O RGANIZAÇÃO E G ESTÃO DE C ENTROS E DUCATIVOS T RABALHO CONV . O RDINARIA T RABALHO Nome e sobrenome (s) e códigos: Ânia Dóris dos Santos Reis Nunes: BRFPMME4197026 Celia Rita Maciel: BRFPMME4169503 Marilene Severina Pereira de Souza: BRFPMME3624808 Taiana de Oliveira de Paoli: BRFPMME3833791 Thaynara da Silva Batista Oliveira Macedo BRFPMME4230313 Grupo: 2021-02 Código: FP104 Data: 25/02/2022 A NÁLISE DA O RGANIZAÇÃO E G ESTÃO DE E SCOLA E STADUAL DA R EDE M INEIRA 1 Introdução Mediante as grandes transformações do mundo atual, a educação toma novos rumos, ampliando seus objetivos, buscando fazer dos indivíduos verdadeiros cidadãos de direito e protagonistas de sua própria história como aprendiz do mundo. A escola deve, portanto, estar aberta a essas transformações, assegurando a formação de pessoas críticas, reflexivas e autônomas. Neste contexto, torna-se de fundamental importância a compreensão da escola como uma instituição educacional que apresenta uma estrutura organizacional a ser gerida. Dessa forma, segundo Libâneo (2001), a organização escolar não deve ser totalmente objetiva e funcional, sendo, no entanto, uma construção social levada a efeito pelos professores, alunos, pais e comunidade em geral. Com este trabalho espera-se fazer uma contextualização da Escola Estadual Presidente Costa e Silva, pertencente à rede do estado de Minas Gerais. Busca-se analisar a escola da perspectiva organizacional, bem como a compreensão do seu modelo de gestão. Para tanto, será realizada uma entrevista não estruturada, pela integrante Célia, a respeito do Projeto Político Pedagógico da escola visando a compreensão dos tópicos em questão. Posteriormente, a entrevista será relatada e debatida a fim de realizar um brainstorming para identificar as perspectivas e modelos de gestão da escola. Por fim, o trabalho será escrito em conjunto por todas as integrantes. Almeja-se com este estudo uma melhor compreensão do papel da escola na comunidade em que se situa e como ela opera como organização, compreendendo a importância da mesma, no desenvolvimento da sociedade, pois segundo Saviani (1991, p. 55), O estudo das raízes históricas da educação contemporânea nos mostra a estreita relação entre a mesma e a consciência que o homem tem de si mesmo, consciência esta que se modifica de época para época, de lugar para lugar, de acordo com um modelo ideal de homem e de sociedade. Características gerais da Instituição educativa A instituição analisada neste trabalho é da esfera estadual de Minas Gerais, chama-se Escola Estadual Presidente Costa e Silva, situa-se na cidade de Juiz de 2 Fora. A escola atende os anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º) e todo Ensino Médio, além de oferecer Ensino Profissionalizante. Sua infraestrutura conta com biblioteca, cozinha, laboratório de informática, quadra de esporte, sala de diretoria, sala para professores e secretaria; possuindo os seguintes equipamentos: aparelhos de DVD, impressoras, copiadoras, datashows, televisões e computadores. Não há acessibilidade aos portadores de deficiência (incluindo a falta de sanitários adaptados). É fornecida alimentação para todos os alunos, e a água ofertada é filtrada. Tanto o sistema de saneamento básico (água, energia e esgoto) como a coleta periódica de lixo são fornecidos pela rede pública. A Escola possui 100 funcionários, dentre eles, 83 professores distribuídos nos seguintes níveis: ● Ensino Fundamental: 19 professores ● Ensino Médio Diurno: 22 professores ● Ensino Médio Noturno: 18 professores ● Professores Eja Ensino Médio: 13 professores ● Professores Educação Profissional: 11 professores Também possui 1.173 estudantes matriculados, distribuídos da seguinte forma: ● Ensino Fundamental: 237 alunos ● Ensino Médio Diurno: 532 alunos ● Ensino Médio Noturno: 123 alunos ● Eja Ensino Médio: 171 alunos ● Educação Profissional: 110 alunos Em 2017, a Escola Estadual Presidente Costa e Silva foi considerada Escola POLEM , isto é, instituição que abrange diversas formas de ensino com ênfase na Educação Integral e Integrada do Ensino Fundamental. Cabe registrar que está inserida próxima a dois bairros de risco: Vilas Esperança I e Vila Esperança II, onde a violência é presente e frequente. Essa violência na comunidade tem influenciado, às vezes, negativamente o clima escolar. Os alunos, além de conviverem com ela diariamente em suas comunidades, só encontram o diálogo, como forma de solucionar seus problemas, na escola. Nesse diálogo, eles aprendem onde podem buscar ajuda e a ideia de que a violência só traz mais problemas em vez de resolvê-los. Nesse sentido, a educação integral é vista como uma forma de 3 oportunizar aos alunos novas experiências positivas, uma vez que ficarão mais dentro da escola do que nas ruas. Conforme a diretora, a escola tem por meta a preparação do aluno para a vida em sociedade e a compreensão de em que meio ele e a escola estão inseridos, e o que se espera dele, no mundo atual. Quais conhecimentos e habilidades lhe serão cobrados, isso é preparar para vida. A filosofia educacional da escola é formar cidadãos críticos, capazes de agir e interagir na sociedade em que vivem, sendo agentes de transformação para um mundo melhor e com condições de continuarem seus estudos posteriores, inserindo-se no mercado de trabalho com ferramentas de conhecimento geral e técnico . Organização do Centro Educativo A Escola Estadual Presidente Costa e Silva, por suas características observadas e constatadas na entrevista com a diretora, segue predominantemente uma perspectiva técnica, embora contenha alguns traços da perspectiva cultural - pois se entende como uma organização “real, física, externamente observável”, segue uma “lógica de causa-efeito”, que permite manter seu controle institucional (Funiber, 2020, p.34). Dentro da perspectiva técnica, na subdivisão da teoria da gestão, entende-se como organização informal, uma vez que a escola “assume que as motivações pessoais e sociais” de seus membros levam a desenvolver uma estrutura interativa e ao surgimento de uma comunicação espontânea não formalizada; também entende que a escola visa melhorar as condições de trabalho dos indivíduos e satisfazer suas autorrealizações (Funiber, 2020, p.36). Pelas condições de escola pública, o modelo de ambiguidade, dentro da perspectiva técnica, enquadra-se no sistema debilmente articulado, principalmente, em razão da autoridade imposta e pela fraca tecnologia. Como traço da perspectiva cultural, considerando que as “regras subjacentes são convenções ou acordos tácitos aceitos socialmente” (Funiber, 2020, p. 40) a escola incentiva a participação na tomada de decisões, que busca através do grêmio estudantil e das reuniões entre as turmas e a direção visando a coparticipação de forma ativa e na construção de um ambiente no qual o educando possa se sentir como parte do processo e não como produto deste.Também, há uma preocupação, por parte dessa escola, em se buscar meios para que o conhecimento seja incorporado por toda equipe escolar, seja por pesquisa, uma escuta sensível dos 4 participantes desse palco sócio-educativo-cultural. O diálogo, a democracia, o respeito são base para a formação do educando. Estes conceitos terão que ser absorvidos, vivenciados, trabalhados e reconstruídos a todo momento para que tenhamos a possibilidade do indivíduo se formar como um cidadão do mundo e não apenas do grupo que o aceita. Gestão do centro educativo O conceito de gestão escolar parte do entendimento de que o sucesso de um centro educativo depende da mobilização de todos os envolvidos, criando “um todo” orientado por uma vontade coletiva (Lück, 2017). Notou-se que os docentes da escola praticam essa premissa, estão sempre buscando se aperfeiçoar e oferecer conteúdos diversificados aos alunos, ficando evidente na fala da diretora quando relata que “ a formação docente é a pedra fundamental de um educador preocupado em acompanhar e compartilhar avanços científicos, inovações metodológicas, discussão permanente do seu ato de docência.” Entretanto, no que diz respeito ao modelo de gestão, a Escola Estadual Presidente Costa e Silva, pelo que foi observado e dito na entrevista, apresenta características predominantes do modelo normativo; pois há um propósito compatível com “uma visão linear do futuro, imaginando como único e certo” (Funiber, 2020, p.55), na qual a sua sistematização consiste em planejamentos que visam obtenção de resultados a curto e médio prazos, e também no alcance de metas planejadas em que se buscam resultados quantitativos, como por exemplo as avaliações externas realizadas todo ano. Observou-se que a escola fica atrelada às burocracias exigidas pelo órgão mantenedor (Estado de Minas Gerais), as quais deixa quaisquer mudanças ou inovações mais difíceis de serem implementadas; isso também dificulta a direção em acompanhar as ações pedagógicas realizadas pelos docentes, uma vez que está ocupada em atender as exigências burocráticas. A fim de corroborar e ilustrar esse fato, traz-se uma pesquisa elaborada por Oliveira (2014, p 540) que revelou que, “na percepção de 56,5% dos docentes, o diretor consome a maior parte do seu tempo na administração das questões financeiras e burocráticas” - reduzindo sua participação na gestão do processo pedagógico, tal qual foi percebido na escola estudada. Analisando as consequências da comunicação geradas pela cultura burocrática que abrem espaço para rumores (comunicação baseada na notificação, comunicados que não comunicam, comunicação unidirecional, comunicação como rotina e todos 5 entendem e cumprem?), nota-se que a escola estudada apresenta todas elas, em maior ou menor grau; sobretudo, no caso de ser uma escola pública, a comunicação baseada em notificação (formal e homogeneizada, sem considerar o destinatário). Como possível forma de mitigar os problemas citados, entende-se que a adoção de fundamentos do modelo comunicacional seria positiva. Considerando que “ a gestão, a partir desse modelo comunicacional, deverá envolver tanto a gestão estratégica, quanto a cultura, a identidade e a imagem corporativa” (Funiber, 2020, p. 66), encontramos na fala da diretora uma tentativa de mudança: “essa gerência diz respeito a saber utilizar as informações para resolver problemas e não simplesmente decorar conceitos e fórmulas. Aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a conviver é vivenciado em nossa escola através de uma gestão democrática e participativa a todo momento, desde as decisões mais corriqueiras no âmbito escolar até as decisões de compras”. Aproveitamos a oportunidade de estar com a diretora e lhe indicamos os pilares do modelo de comunicação em instituições educativas para que ela, a partir deles, pudesse desenvolver de forma mais planejada suas ações, quais sejam: construir uma visão de futuro e comunicá-la a todos, promover o compromisso dos atores, abrir o sistema numa rede de comunicações, potencializar e completar diversos tipos de comunicação, integrar diversas intencionalidades comunicativas (Funiber, 2020, p. 68-69). 6 Bibliografia Funiber (2020). Organização e Gestão de Centros Educativos. Barcelona. Espanha. Libâneo, José Carlos. (2001). O sistema de organização e gestão da escola In: Organização e Gestão da Escola - teoria e prática. 4ª ed. Goiânia. Lück, Heloísa. (2017) A gestão participativa na escola . Petrópolis: Vozes. Série Caderno de Gestão. Oliveira, Dalila A; Vieira, Lívia Fraga; Augusto, Maria Helena (2014). Políticas de responsabilização e gestão escolar na educação básica brasileira. Linhas Críticas, Brasília, DF, v.20, n.43, p. 529-548, set./dez. Saviani, D. (1991) Educação: do senso comum à consciência filosófica . 10 ed. São Paulo. 7
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