Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabriela Medeiros – VASCULAR 1 Varizes de MMII CONCEITO ➢ Varizes é o termo utilizado para definir as veias que se tornaram dilatadas, alongadas e tortuosas, apresentando perda da função valvar e alterações da parede associadas à hipertensão venosa. ➢ A aparência tortuosa é denominada varicosa. ➢ São extremamente comuns nos membros inferiores, podendo, também, acometer o funículo espermático (varicocele), o esôfago (varizes esofágicas) e o canal anal (hemorroidas). ➢ Nos membros inferiores, aplica-se quase que exclusivamente às veias do subcutâneo; apesar de as veias profundas também apresentarem insuficiência valvar com esclerose e fibrose da parede, elas não adquirem o aspecto varicoso característico, por possuírem um invólucro musculofascial. EPIDEMIOLOGIA ➢ As doenças venosas afetam milhões de pessoas no mundo todo, constituindo a sétima patologia crônica mais frequente na espécie humana → consequência evolutiva em sermos bípedes! ➢ No Brasil, a prevalência de doença varicosa chega a 47,6%, com úlceras de estase em 3,6% da população. ➢ Em pesquisa no Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), encontramos 72.852 internações relacionadas ao tratamento de varizes de membros inferiores, com gasto de R$ 42.781.251,89 no ano de 2017. ETIOPATOGENIA ➢ Conceitualmente, as varizes são classificadas em primárias ou secundárias. • VARIZES PRIMÁRIAS → desenvolvem-se espontaneamente, associando-se ao sistema venoso profundo normal, com evolução menos frequente para insuficiência venosa crônica. A etiologia das varizes primárias não está totalmente elucidada, sendo, provavelmente, resultado da interação de fatores hereditários e adquiridos ou ambientais. • VARIZES SECUNDÁRIAS → são decorrentes de trombose venosa profunda, malformação ou agenesia das veias profundas, fístulas arteriovenosas congênitas ou adquiridas, frequentemente manifestando-se com edema, hiperpigmentação, dermatofibrose e úlcera de estase. ➢ TEORIA VALVAR • As varizes dos membros inferiores teriam como causa essencial a insuficiência valvar venosa. • Como as veias intrabdominais são avalvuladas, a tensão da musculatura abdominal causaria refluxo intenso com sobrecarga e lesão da valva proximal e das veias distais a esse ponto. • Exposição a inúmeros ciclos de aumento súbito da pressão abdominal, cuja repetição causaria afastamento de suas comissuras valvares, tornariam insuficientes, com sobrecarga, dilatação e degeneração varicosa progressiva de suas tributárias e de seu próprio tronco, em razão de refluxo gravitacional. ➢ TEORIA PARIETAL • A gênese das varizes consistiria em alterações estruturais das paredes das veias, na musculatura ou no tecido conjuntivo (colágeno e elastina), que levariam à dilatação destas quando expostas a pressões hidrostáticas normais, tornando-se varicosas. • Varizes seria a desproporção entre PRESSÃO VENOSA E RESISTÊNCIA DA PAREDE, com insuficiência valvar secundária à dilatação venosa. • Corroborando esse mecanismo, observa-se em pacientes varicosos maior incidência de patologias relacionadas à fragilidade mesodérmica, como pés planos, hemorroidas, varicoceles e hérnias inguinais. Gabriela Medeiros – VASCULAR 2 ➢ ANASTOMOSES ARTERIOVENOSA • Anastomoses arteriovenosas seriam definidas como alterações vasculares nas quais existiriam comunicações diretas ou indiretas entre artéria e veia, sem a interposição de leito capilar, podendo ser adquiridas (traumáticas) ou congênitas, sendo estas mais comuns nas extremidades. • Etiologia primária das varicosidades na minoria dos casos. • Essas fístulas são importantes, pois explicam alguns acidentes terríveis que podem acontecer durante a escleroterapia, quando o esclerosante, entrando em uma veia, é desviado para o sistema arterial e distribuído em seu território normal. ➢ INSUFICIÊNCIA DAS VEIAS PERFURANTE • A incompetência das veias perfurantes pode ser primária, ou por trombose localizada após traumatismos; esse processo seria mascarado pela lesão tecidual local causada pelo próprio trauma. • Com sua recanalização, as válvulas se tornariam insuficientes, com sobrecarga do sistema venoso superficial pelo fluxo venoso retrógrado durante as contrações musculares, tornando-se varicosas no sentido proximal. • O tratamento dessas veias poderia causar regressão da dilatação da veia safena magna proximal, comprovando sua importância no desenvolvimento da doença varicosa. • Ocorre em minoria dos casos. ➢ HEREDITARIEDADE • Apesar de existirem algumas críticas, a maioria dos autores sugeriu tendência hereditária para a ocorrência de varizes, podendo manifestar-se por meio de qualquer dos mecanismos etiopatogênicos já descritos. FATORES DESENCADEANTES OU AGRAVANTES ➢ Idade • As varicosidades na infância são raras, associando-se quase que exclusivamente a malformações vasculares congênitas. • A partir da fase de adolescência, ocorre aumento progressivo na prevalência, chegando a 78% acima dos 60 anos. ➢ Obesidade • A obesidade tem sido apontada como fator de risco para varizes, pelo possível aumento na pressão hidrostática sobre as veias cava inferior e ilíacas ➢ Gênero • Maior prevalência da doença varicosa no sexo feminino. • Essa diferença diminuir com a idade, sendo de 1:6 entre 20-34 anos e de 1:1,5 aos 65-74 anos. ➢ Gestação e os Hormônios Femininos • Aumento na incidência de varizes em pacientes que já estiveram grávidas, chegando a 63%, comparando- se a 21% nas nulíparas. • Prevalência proporcional ao número de gestações → cerca de 40% nas primíparas e maior que 60% nas multíparas. • Um mecanismo mais plausível para as varizes gestacionais seria a redução no tônus venoso, que ocorre precocemente na gravidez, em resposta às alterações hormonais, o que explicaria, também, a piora nos sintomas de veias varicosas. • Em mulheres ooforectomizadas, a administração de estrógenos conjugados provocou muito pouca variação na complacência venosa; já a utilização de um progestágeno sintético causou grande acréscimo na distensibilidade venosa, variando de 33 a 100%. • Uma consequência prática dos efeitos dos anticoncepcionais orais no sistema venoso foi a verificação da diminuição da resposta terapêutica aos flebotônicos e a escleroterapia de 72,9% para 42,8% nas pacientes que mantiveram o uso dos contraceptivos. • Após o parto, ocorre regressão acentuada das veias varicosas, podendo até mesmo desaparecer por completo, principalmente se elas surgiram nessa gestação. Na próxima gravidez, tais vasos reaparecem Gabriela Medeiros – VASCULAR 3 mais precocemente, a partir das varizes prévias, frequentemente com maiores dimensões, podendo tornar-se permanentes ➢ Profissão • O ortostatismo profissional prolongado poderia ser fator que contribuiria para o surgimento das varizes, pelo aumento crônico da pressão hidrostática por longos períodos, com dilatação venosa e insuficiência valvar. ➢ Outros • Na constipação intestinal, com necessidade de esforço às evacuações, há transmissão desse aumento de pressão intrabdominal para as veias dos membros inferiores. • O hábito de ficar sentado em cadeiras também poderia aumentar a ocorrência de varizes, em virtude do aumento da pressão venosa transmural. • Roupas justas, como cintas e espartilhos, poderiam, hipoteticamente, comprimir a parede abdominal, lentificar a circulação nos membros inferiores, com aumento na pressão venosa. • A falta de exercícios físicos foi descrita como fator de risco independente para o desenvolvimento de varicosidades nos dois sexos, talvez pela falta de ativação da bomba muscular. ANATOMIA DO SISTEMA VENOSO DOS MMII O sistema venoso é divido em três sistemas Os compartimentos, por sua vez, estão separados pela fáscia muscular. ➢ Compartimento profundo – situa-se abaixo da fáscia e contém as veias do sistema venoso profundo➢ Compartimento superficial – situa-se acima da fáscia e está limitado superficialmente pela derme. Este compartimento é subdividido pela fáscia safena em outro compartimento superficial, o compartimento safeno, que contém as veias safenas. As veias tributárias, acessórias, e comunicantes das veias safenas situam-se fora desse compartimento. ➢ Veias Perfurantes → veias que “perfuram” a fáscia muscular, comunicando um compartimento com o outro. ➢ Veias Comunicantes → veias que fazem a conexão entre veias do mesmo compartimento. ➢ SISTEMA VENOSO PROFUNDO: SISTEMA VENOSO SUPERFICIAL: Profundo Superficial Perfurante Gabriela Medeiros – VASCULAR 4 DESCRIÇÃO ANATÔMICA: QUADRO CLÍNICO ➢ Sinais e sintomas: • DOR − + frequente no paciente com varizes. − Dor não acompanha o grau de dilatação das veias superficiais → os vasos pequenos e telangiectasias existentes junto à superfície da pele, quando submetidos a uma pressão venosa aumentada, poderiam estimular as terminações dos nervos aferentes da derme mais facilmente do que os vasos profundos e calibrosos do subcutâneo. − CARACTERÍSTICAS: queimação, dor latejante, tipo picada, em peso ou dor cansada. A dor é mais intensa no período vespertino, é acentuada após longos períodos sentados ou em pé e, nas mulheres, durante os períodos pré-menstrual e gestacional. − FATOR DE MELHORA: a dor é aliviada pelo ato de caminhar e pelo repouso com os membros elevados, embora o alívio não seja imediato. A dor responde mal aos analgésicos comuns. É de caráter difuso, mas as áreas mais afetadas são os tornozelos e as panturrilhas, pela maior ação da pressão venosa nessas localizações. A dor localizada sobre cordão varicoso não é rara e está usualmente associada a calor e prurido locais. • CÃIBRAS • FADIGA PROGRESSIVA E SENSAÇÃO DE DESCONFORTO. − Algumas pessoas apresentam um quadro de desassossego dos membros, notado mais nitidamente quando o paciente se deita à noite. • EDEMA − Aparece de maneira progressiva, de início vespertino e discreto e que, com o correr do tempo, torna-se mais intenso e duradouro, como nas varizes de longa duração. − Quanto maior o refluxo pelo sistema venoso superficial e pelas veias perfurantes, maior será o edema. − CARACTERÍSTICAS: compressível, de temperatura não aumentada, localizado no pé e no terço distal da perna e regride durante as horas de repouso da noite. Gabriela Medeiros – VASCULAR 5 • PRURIDO • DERMATITE OCRE E DERMATOLIPOESCLEROSE − Representam um estágio já descompensado da doença varicosa. − Dermatite ocre → representa a coloração de cor castanha que se instala no terço distal da perna, mais acentuada na região do maléolo medial, correspondendo ao extravasamento de glóbulos vermelhos do intravascular para o espaço intersticial em consequência da pressão venosa aumentada no território das veias safenas. • ÚLCERAS − As úlceras, em geral, são superficiais, aparecem no centro de uma placa endurecida, têm fundo liso ou pouco irregular e tendem a se localizar próximo aos maléolos internos. São de aspecto circular e forma irregular, com bordos bem definidos e fundo de coloração vermelho-escura, geralmente com exsudato amarelo ou branco recobrindo o leito. EXAME FÍSICO O paciente deve ser examinado na posição ortostática e em decúbito, em ambiente com iluminação adequada. Ambos os membros e todas suas faces devem ser visualizados, inclusive a porção inferior do abdome. INSPEÇÃO • À inspeção estática: − Solicitar que o paciente gire em 360° para pesquisar vícios ortopédicos (genuvalgo e genuvaro, pé chato, joanetes etc.). − Pesquisar presença de dilatações varicosas sobre o trajeto da veia safena magna ao nível das faces medial e anteromedial da coxa e da panturrilha. As varizes da veia safena parva são observadas na face dorsal da panturrilha. − Caracterizar as varizes tronculares (calibre > 3mm), varizes reticulares (entre 1 e 3 mm) e as telangiectasias (1mm). − Observar nas regiões peri e inframaleolares, veias subdermicas dilatadas de cor roxo-azulada, conhecida como coroa flebectásica. − Rubor mais intenso em placas ou eczema em terço distal da perna → erisipelas, eczemas agudos e lipodermatoesclerose − Cianose → trombose venosas maciças (flegmasia cerúlea dolens) ou quando membro é mantido pendente. − Hiperpigmentação ou dermatite ocre → coloração purpura ou amarronzada, devido deposição de hemossiderina (degradação das hemácias extravasadas no interstício). • À inspeção dinâmica: − Manobra de Trendelenbourg → caracterizar a incompetência da junção safenofemoral da veia safena magna e de veias perfurantes da coxa e perna. Solicita-se que o paciente fique em decúbito dorsal, eleva-se o membro avaliado para esvaziar o sistema venoso superficial e após isso, colocar um garrote na raiz da coxa. A seguir, retira-se o garrote da coxa: se os novelos varicosos tornarem-se mais túrgidos caracteriza-se a insuficiência ostial da safena magna e perfurantes. Gabriela Medeiros – VASCULAR 6 PALPAÇÃO − Examina-se o cavo poplíteo com o joelho levemente fletido; a palpação da veia safena externa sugere sua insuficiência. − A palpação da junção safenofemoral após um esforço físico que cause aumento na pressão intra- abdominal, como a tosse, pode permitir a detecção de frêmito nessa topografia, o que indicaria insuficiência de veia safena, conhecida como prova de Adams. − A complacência do tecido subcutâneo e a presença da dermatofibrose são avaliadas, assim como a existência de edema, se este é consistente ou facilmente depressível, sua extensão e os diâmetros dos membros. − Aumento de temperatura pode indicar processo infeccioso subjacente. − Avalia-se a consistência da panturrilha, que, se aumentada e associada à dor local, pode indicar comprometimento crônico ou agudo do sistema venoso profundo. − Exame dos pulsos arteriais, que, se alterados, indicarão diagnósticos alternativos e concomitantes mudanças no planejamento PERCUSSÃO • Prova de Schwartz: − Uma das mãos é colocada sobre a junção safenofemoral ou safenopoplítea, enquanto a outra percute levemente um segmento distal dessas veias. A sensação de um impulso com essa manobra indica a existência de válvulas insuficientes nesse segmento. AUSCULTA − Permite a identificação de um sopro em casos de varizes associadas a malformações e fístulas arteriovenosas. DIAGNÓSTICO Anamnese + exame físico + exames complementares ➢ ULTRASSOM COM DOPPLER COLORIDO o É o primeiro e mais simples exame a ser realizado. o Fornece informações sobre a existência do refluxo venoso no paciente em pé, auxilia na marcação pré-operatória das varizes, confirmando ou confrontando os dados do mapeamento dúplex. o Tanto o sistema venoso superficial (veias safenas interna e externa), o profundo (veias femoral, poplítea e tibial posterior) e as veias perfurantes podem ser avaliados. ➢ FLEBOSCOPIA TRANSCUTÂNEA o Esse método emprega uma luz monocromática para realizar a transiluminação da pele e do tecido celular subcutâneo, facilitando assim a marcação pré-operatória das varizes. o Útil para o planejamento da retirada de veias reticulares que drenam grupos de telangiectasias complexas ➢ MAPEAMENTO DÚPLEX o O mapeamento dúplex revolucionou o diagnóstico em cirurgia vascular, permitindo a avaliação anatômica e funcional de determinado vaso analisado individualmente, o Para isso, é constituído de um transdutor de imagem de 7,5 ou 10 MHz, associado a um Doppler pulsátil de 3-5 MHz, que possibilitam a visualização das paredes, dimensões, luz e válvulas venosas, ao mesmo tempo em que verificam a presença e a direção do fluxo. Gabriela Medeiros – VASCULAR 7 TRATAMENTO O tratamento dos pacientes com varizes pode ser subdivididoem: ➢ Orientações gerais. ➢ Terapia medicamentosa. ➢ Terapia compressiva. ➢ Escleroterapia. ➢ Tratamento cirúrgico. ➢ Ablação térmica. ➢ Ablação não térmica. ➢ Tratamento das complicações da doença varicosa Em 1994, surgiu a classificação CEAP, que leva em consideração os sintomas Clínicos, a Etiologia, a distribuição Anatômica e o tipo de disfunção fisioPatológica. Do ponto de vista dos sintomas Clínicos, cada caso pode ser classificado em: ▪ C0: ausência de sinais ou sintomas de doença venosa. ▪ C1: telangiectasias e veias reticulares. ▪ C2: varizes. ▪ C3: edema (presente no exame físico). ▪ C4: lipodermatoesclerose com eczema e dermatite ocre. ▪ C5: úlcera cicatrizada. ▪ C6: úlcera em atividade (úlcera aberta). Do ponto de vista Etiológico, as varizes se dividem em: ▪ Congênitas. ▪ Primárias. ▪ Secundárias (pós-trombóticas, pós- traumáticas e outras). Localização Anatômica: ▪ A1: telangiectasias e veias reticulares. ▪ A2: veia safena magna insuficiente acima do joelho. ▪ A3: veia safena magna insuficiente abaixo do joelho. ▪ A4: veia safena parva insuficiente. ▪ A5: varizes não relacionadas com o sistema das safenas. Do ponto de vista fisiopatológico: ▪ Doença obstrutiva ▪ Doença por refluxo valvular ▪ Ambas (refluxo + obstrução). Gabriela Medeiros – VASCULAR 8 ❖ TERAPIA MEDICAMENTOSA Flebotônicos → tratamento auxiliar à escleroterapia e à cirurgia de varizes, no alívio dos sintomas. Mecanismo de ação ❖ TERAPIA COMPRESSIVA Meia elástica promove ➢ Meias de baixa compressão: entre 15 e 20 mmHg. ➢ Meias de média compressão: entre 20 e 30 mmHg. ➢ Meias de alta compressão: entre 30 e 40 mmHg. ➢ Meias de extra-alta compressão: entre 40 e 50 mmHg. Os graus de compressão citados referem-se à cota do tornozelo. Na parte superior da perna, a compressão se reduz em um terço e, na região da coxa, à metade. ➢ Pacientes C1 e C2 deveriam utilizar compressão de 20-30 mmHg; ➢ Pacientes C3 a C6, compressão de 30-40 mmHg; ➢ Úlceras recidivantes, a compressão deveria ser maior que 40 mmHg; Contraindicações: • ITB < 0,5 • Presença de infecções locais (erisipela, celulite) • Flegmasia • Insuficiência cardíaca congestiva 1. Reduz o extravasamento de líquido e macromoléculas pelos capilares; 2. Aumenta o tônus da musculatura venosa; 3. Efeito anti-inflamatório pela inibição da infiltração de granulócitos e macrófagos; 1. ⬆ pressão nos compartimentos superficial e profundo das pernas (melhora funcionamento da bomba muscular, diminui refluxo venoso e calibre das varizes, aumento da eficiência das válvulas venosas.) 2. Melhora drenagem linfática (⬇ edema) Gabriela Medeiros – VASCULAR 9 ❖ ESCLEROTERAPIA É o tratamento de escolha para as telangiectasias e vênulas dérmicas dilatadas. Trata-se de um método de efeito químico por meio da injeção de agentes esclerosantes. Escleroterapia com espuma: ➢ POLIDOCANOL é o esclerosante venoso mais usado no mundo, podendo ser utilizado nas concentrações de 0,25 a 3%. ➢ A oclusão da veia decorre da reação química inflamatória provocada pela substância esclerosante que destrói as células endoteliais (túnica íntima) e, ao entrar em contato com a musculatura lisa (túnica média), provoca a imediata contração das miofibrilas musculares e edema, resultando em espasmo venoso; esse espasmo é o responsável por mais de 50% da redução da área da secção transversal da veia nos segmentos em contato com a substância esclerosante. ➢ O risco de trombose venosa e/ou de embolia gasosa é muito pequeno. EFEITO DA ESPUMA NA CICATRIZAÇÃO DAS ÚLCERAS: ➢ Seja qual for a técnica, a interrupção do refluxo tem papel fundamental na cicatrização da ulceração. ➢ Diversos estudos têm demonstrado a eficácia da técnica de EE no tratamento de pacientes CEAP C5 e C6, seja garantindo a cicatrização das lesões ativas, seja reduzindo a recorrência da úlcera venosa ao longo do tempo. Contraindicações absolutas: ➢ Alergia conhecida ao agente esclerosante ➢ Doença sistêmica grave ➢ Trombose venosa profunda recente ➢ Infecção local ou sistêmica ➢ Impossibilidade de deambular ➢ Doença arterial grave ❖ TRATAMENTO CIRÚRGICO As varizes primárias dos membros inferiores têm indicação de tratamento cirúrgico: ➢ Resolução do problema estético ➢ Correção do distúrbio hemodinâmico provocado pelo refluxo sanguíneo. ➢ Eliminar as varizes, os pontos de refluxo e sua consequente estase venosa, restabelecendo-se a fisiologia normal do retorno venoso. ➢ Pacientes com CEAP 3 e 4, com varizes descompensadas, também se beneficiam do tratamento cirúrgico, principalmente aqueles com dermatofibrose e eczema, pois representam o grupo com maior risco para úlcera de estase. ➢ Aqueles com CEAP 5 e 6 deveriam ser operados assim que possível. Referências: 1. Cirurgia Vascular: Cirurgia Endovascular – Angiologia/Brito, Rossi & Loureiro. 4. Ed, 2020. 2. Atlas Fotográfico de Anatomia Humana. Yokochi, 7ª Ed, 2010.
Compartilhar