Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 PM-SP Soldado PM de 2ª Classe 1. HISTÓRIA GERAL 1.1. - Primeira Guerra Mundial. ......................................................... 1 1.2. - O nazifascismo e a Segunda Guerra Mundial. ............................................................ 5 1.3. - A Guerra Fria. ........................................................................................................... 14 1.4. - Globalização e as políticas neoliberais. .................................................................... 33 2. HISTÓRIA DO BRASIL 2.1. A Revolução de 1930 e a Era Vargas. ............................... 40 2.2. - As Constituições Republicanas. ................................................................................ 49 2.3. - A estrutura política e os movimentos sociais no período militar. ............................... 55 2.4. A abertura política e a redemocratização do Brasil. .................................................... 61 3. GEOGRAFIA GERAL 3.1. - A nova ordem mundial, o espaço geopolítico e a globalização. 3.2. - Os principais problemas ambientais .............................................................................. 74 4. GEOGRAFIA DO BRASIL 4.1. - A natureza brasileira (relevo, hidrografia, clima e vegetação). 4.2. - A população: crescimento, distribuição, estrutura e movimentos. 4.3. - As atividades econômicas: industrialização e urbanização, fontes de energia e agropecuária. 4.4. - Os impactos ambientais ....................................................................................................... 86 5. ATUALIDADES Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, ocorridos a partir de 6 (seis) meses anteriores à publicação deste Edital, divulgados na mídia local e/ou nacional. .................................................................... 177 Olá Concurseiro, tudo bem? Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 01. Apostila (concurso e cargo); 02. Disciplina (matéria); 03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 04. Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até cinco dias úteis para respondê-lo (a). Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! Bons estudos e conte sempre conosco! 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 1 A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)1 Vários problemas atingiam as principais nações europeias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da Grande Guerra. Vale lembrar também que no início do século XX havia uma forte concorrência comercial entre os países europeus, principalmente na disputa pelos mercados consumidores. Esta concorrência gerou vários conflitos de interesses entre as nações. Ao mesmo tempo, os países estavam empenhados numa rápida corrida armamentista, já como uma maneira de se protegerem, ou atacarem, no futuro próximo. Esta corrida bélica gerava um clima de apreensão e medo entre os países, onde um tentava se armar mais do que o outro. Existia também, entre duas nações poderosas da época, uma rivalidade muito grande. A França havia perdido, no final do século XIX, a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha, durante a Guerra Franco Prussiana. O revanchismo francês estava no ar, e os franceses esperando uma oportunidade para retomar a rica região perdida. O pangermanismo e o pan-eslavismo também influenciou e aumentou o estado de alerta na Europa. Havia uma forte vontade nacionalista dos germânicos em unir, em apenas uma nação, todos os países de origem germânica. O mesmo acontecia com os países eslavos. O início da Grande Guerra O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro- húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Balcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra à Servia. Política de Alianças Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido. O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente. A Tríplice Entente A Tríplice Entente foi uma coalizão militar composta por Império Britânico, Império Russo e França na primeira década do século XX. Estes países apresentavam discordâncias políticas e militares, porém acabaram por se unir para fazer frente aos ideais expansionistas da Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e do Império Austro-Húngaro), formada em 1882. O caso da Itália Após o início da Primeira Guerra Mundial, foram estes países que lideraram o conflito. Vale lembrar que a Itália deixou a Tríplice Aliança em 1915, passando para o lado da Entente. A Itália alegou que a Tríplice Aliança havia sido criada com propósito de defesa, porém a Alemanha tinha tomado uma postura ofensiva. 1 https://bit.ly/2bZflQ8 https://bit.ly/1JTgsoZ 1. HISTÓRIA GERAL 1.1. - Primeira Guerra Mundial. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 2 Outros países A Tríplice Entente contou com a participação de outros países durante a Primeira Guerra Mundial. Apoiaram a Entente os seguintes países: Sérvia, Japão, Estados Unidos, Brasil, Portugal, Grécia. Desenvolvimento As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas. Fim do conflito Em 1917 ocorreu um fato histórico de extrema importância: a entrada dos Estados Unidos no conflito. Os EUA entraram ao lado da Tríplice Entente, pois havia acordos comerciais a defender, principalmente com Inglaterra e França.Este fato marcou a vitória da Entente, forçando os países da Aliança a assinarem a rendição. Os derrotados tiveram ainda que assinar o Tratado de Versalhes que impunha a estes países fortes restrições e punições. A Alemanha teve seu exército reduzido, sua indústria bélica controlada, perdeu a região do corredor polonês, teve que devolver à França a região da Alsácia Lorena, além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencedores. O Tratado de Versalhes teve repercussões na Alemanha, influenciando o início da Segunda Guerra Mundial. A guerra gerou aproximadamente 10 milhões de mortos, o triplo de feridos, arrasou campos agrícolas, destruiu indústrias, além de gerar grandes prejuízos econômicos. Principais causas que desencadearam a Primeira Guerra Mundial - A partilha das terras da África e Ásia, na segunda metade do século XIX, gerou muitos desentendimentos entre as nações europeias. Enquanto Inglaterra e França ficaram com grandes territórios com muitos recursos para explorar, Alemanha e Itália tiveram que se contentar com poucos territórios de baixo valor. Este descontentamento ítalo-germânico permaneceu até o começo do século XX e foi um dos motivos da guerra, pois estas duas nações queriam mais territórios para explorar e aumentar seus recursos. - No final do século XIX e começo do XX, as nações europeias passaram a investir fortemente na fabricação de armamentos. O aumento das tensões gerava insegurança, fazendo assim que os investimentos militares aumentassem diante de uma possibilidade de conflito armado na região; - A concorrência econômica entre os países europeus acirrou a disputa por mercados consumidores e matérias-primas. Muitas vezes, ações economicamente desleais eram tomadas por determinados países ou empresas (com apoio do governo); - A questão dos nacionalismos também esteve presente na Europa pré-guerra. Além das rivalidades (exemplo: Alemanha e Inglaterra), havia o pangermanismo e o pan-eslavismo. No primeiro caso era o ideal alemão de formar um grande império, unindo os países de origem germânica. Já o pan-eslavismo era um sentimento forte existente na Rússia e que envolvia também outros países de origem eslava. Tratado de Versalhes Assinado em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi um acordo de paz assinado pelos países europeus, após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Neste Tratado, a Alemanha assumiu a responsabilidade pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares. Estas exigências foram impostas à Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Guerra, principalmente Inglaterra e França. Em 10 de janeiro de 1920, a recém criada Liga das Nações (futura ONU) ratificou o Tratado de Versalhes. Algumas exigências impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes: -reconhecimento da independência da Áustria; -devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França; -devolução à Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental; -as cidades alemãs de Malmedy e Eupen passariam para o controle da Bélgica; -a província do Sarre passaria para o controle da Liga das Nações por 15 anos; -a região da Sonderjutlândia deveria ser devolvida à Dinamarca -pagamento aos países vencedores, principalmente França e Inglaterra, uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. Este valor foi estabelecido em 269 bilhões de marcos. -proibição de funcionamento da aeronáutica alemã (Luftwaffe) 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 3 -a Alemanha deveria ter seu exército reduzido para, no máximo, cem mil soldados; -proibição da fabricação de tanques e armamentos pesados; -redução da marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores; Consequências As fortes imposições do Tratado de Versalhes à Alemanha, fez nascer neste país um sentimento de revanchismo e revolta entre a população. A indenização absurda enterrou de vez a economia alemã, já abalada pela guerra. As décadas de 1920 e 1930 foram marcadas por forte crise moral e econômica na Alemanha (inflação, desemprego, desvalorização do marco). Terreno fértil para o surgimento e crescimento do nazismo que levaria a Alemanha para um outro conflito armado, a Segunda Guerra Mundial. Questões 01. (CVM - Agente Executivo – ESAF) Atritos permanentes decorrentes de disputas imperialistas, profundas rivalidades políticas assentadas em extremado nacionalismo e constituição de dois blocos antagônicos de alianças entre países, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, configuram, entre outros aspectos, o quadro histórico que resultou na: (A) Segunda Guerra Mundial. (B) Guerra Franco-Prussiana (C) Guerra dos Boxers (D) Guerra Civil Americana (E) Primeira Guerra Mundial 02. (PC/MG - Escrivão de Polícia Civil – FUMARC) São conjunturas que precedem à eclosão da Primeira Guerra Mundial, EXCETO: (A) A presença de várias potências europeias na Ásia e na África fez com que interesses imperialistas se antagonizassem, sobretudo, no que se refere ao controle de territórios. (B) A política de alianças produzirá um “efeito dominó”, lançando à guerra, uma após outra as nações signatárias dos acordos. (C) O nacionalismo adquire grande importância na eclosão da guerra, uma vez que as alianças entre as nações europeias, no período que precede o conflito, nortearam-se fundamentalmente, por questões étnicas. (D) A escalada inflacionária, o desemprego e o ódio racial favoreceram a subida ao poder de partidos totalitários como o Partido Nacional dos Trabalhadores Alemães. Antissemitismo e expansionismo territorial faziam parte da política desses partidos, o que acabou determinando a guerra. 03. (CONFERE – Auditor - INSTITUTO CIDADES) Vários problemas atingiam as principais nações europeias no início do século XX. O século anterior havia deixado feridas difíceis de curar. Alguns países estavam extremamente descontentes com a partilha da Ásia e da África, ocorrida no final do século XIX. Alemanha e Itália, por exemplo, haviam ficado de fora no processo neocolonial. Enquanto isso, França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias, ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A insatisfação da Itália e da Alemanha, neste contexto, pode ser considerada uma das causas da: (A) Guerra Fria (B) Grande Guerra (C) Segunda Guerra Mundial (D) Revolução Socialista Marxista 04. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Acerca do processo histórico que desencadeou a I Guerra Mundial, julgue (C ou E) os itens a seguir. A expansão econômica da Alemanha levou-a a competir com a Inglaterra e com a França. (A) Certo (B) Errado 05. (SEE/AL - Professor – História – CESPE) No que se refere à Idade Contemporânea e ao período que abrange as duas guerras mundiais e seus efeitos, julgue os itens a seguir. Durante a Primeira Guerra Mundial, a Espanha, a Suíça e os Países Baixos mantiveram-se imparciais e conseguiram permanecer relativamente distantes do conflito. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 4 (A) Certo (B) Errado 06. (Prefeitura de Betim/MG – Professor PII - História - Prefeitura de Betim – MG) É coerente com as razões que levaram à 1ª Grande Guerra Mundial: (A) Um dos fatos que contribuiu para o final do confronto foi a entrada da Rússia na Guerra, pois tinha um exército grande e bem preparado, impondo aos alemães derrotas vexatórias. (B) O processo de Imperialismo, promovido pelas grandes potências capitalistas da Europa, principalmente França, Inglaterra e Alemanha, gerou conflitos e até confrontos pela disputa de territórios, ao ponto de desencadear a 1ª Guerra. (C) Temendo uma ofensiva alemã, Japão, Inglaterra e França formaram a Tríplice Aliança. (D) O início da Guerra se deu quando as tropas alemãs invadiram a Polônia, apresentando ao mundo a famosa Guerra Relâmpago, deixando marcas desastrosas para os poloneses.07. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Acerca do processo histórico que desencadeou a I Guerra Mundial, julgue (C ou E) os itens a seguir. A ascensão econômica e política do Império Austro-Húngaro levou-o a confrontar os interesses ingleses nos Bálcãs. O assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo, permitiu que se atribuísse ao imperialismo britânico a responsabilidade pelo clima de tensão regional, e constituiu o marco inicial da guerra. (A) Certo (B) Errado Gabarito 01.E / 02.D / 03.B / 04.A / 05.A / 06.B / 07.B Comentários 01. Resposta: E. Podemos afirmar que os antecedentes da Primeira Guerra Mundial surgiu a partir de tensões formadas na segunda metade do século XIX, com o desenvolvimento do nacionalismo e do imperialismo nos países europeus. A partir dessas tensões dois blocos antagônicos se formas, a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Austro-Hungria e a Itália no ano de 1882 e a Tríplice Entente, aliança militar formada pela Inglaterra, França e Rússia. 02. Resposta: D. A opção D é a única que não se refere ao período que antecede a Primeira Guerra Mundial, pois a afirmativa da questão, refere-se aos motivos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. As opções A, B e C estão corretas a respeito dos motivos que precederam o início da Grande Guerra. 03. Resposta: B. A unificação tardia da Alemanha e da Itália, faz com que ambas as nação ficassem fora do processo neocolonial, gerando um grande descontentamento. As tensões crescem mais ainda quando a Alemanha, de forma diplomática, exige o domínio de regiões afro-asiáticas, pertencentes a Inglaterra. 04. Resposta: A. Apesar de ter se unificado tardiamente, a Alemanha conseguiu que seus produtos industrializados ganhassem espaço. Os alemães conseguiram formar uma grande indústria que conseguiu superar a tradicional potência britânica. 05. Resposta: A. A afirmativa da questão está correta, Espanha, a Suíça e os Países Baixos mantiveram-se imparciais durante a Primeira Guerra, conseguindo manter uma certa distância dos conflitos acontecidos entre os anos de 1914 a 1918. 06. Resposta: B. O capitalismo, motivou o conflito entres as grandes potências europeias. O desejo de ampliar mercados, através do imperialismo, aumentou ainda mais a tensão entre os países da Europa, pois como 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 5 a Alemanha e a Itália se unificaram tardiamente, ambas ficaram fora do processo neocolonial, o que gerou grande descontentamento. 07. Resposta: B. A Afirmativa da questão está errada. Primeiramente a responsabilidade pelo assassinado do arquiduque Francisco Ferdinando, em Sarajevo, foi dada a Sérvia. A Inglaterra só entra na guerra a partir do ataque a Bélgica, pais neutro, pelo exército alemão. O Nazi-fascismo I. Nazismo Com o final da Primeira Guerra Mundial, e com o Tratado de Versalhes, a Alemanha mergulhou em uma profunda crise econômica, levando milhares de alemães ao desemprego. A grande crise do sistema capitalista em 1929, teve como consequência uma maior intervenção do Estado na economia e uma perda de confiança no liberalismo econômico. Como tentativa de conter a crise, o governo alemão passou a produzir papel-moeda de forma descontrolado, gerando assim o efeito inverso do planejado, a inflação começou a subir, fazendo com que houvesse uma desvalorização da moeda alemã. Somente no ano de 1924 é que o governo vive certa instabilidade, através de investimento ingleses e norte-americanos, contudo quando em 1929, a Bolsa de Nova York quebra, levando juntos os países industrializados da Europa, a Alemanha entra novamente em um fase crítica. Quando a Grande Depressão abalou a economia alemã, deixou desemprega mais de 6 milhões de pessoas, além da quebra de empresas e do retorno da inflação. Sob esse cenário de total crise, a população alemã procurou soluções através de formas de governo radicais que tirassem o país da crise e resgatasse o orgulho ferido pela derrota na Primeira Guerra. Como solução, na década de 30 surgiram duas correntes políticas, uma formada pelo Partido Social Democrata e outra formada pelo Partido Comunista. A segunda corrente era representada pelo partido Nazista. O Partido Nazista, surgiu no começo da década de 1920, mas somente nas eleições parlamentares de 1932 é que conseguiu chegar ao poder. Foram nessas circunstâncias que o então eleito Marechal Hindenburg, nomeou Adolf Hitler, membro do partido desde 1919, como primeiro ministro ou chanceler alemão. Sob sua liderança, o partido adotou uniformes, saudações, bandeiras com a suástica seu símbolo mais importante. Nessa época suas milícias foram criadas para deter e aterrorizar seus adversários comunistas, socialistas e democratas. A AS, tropa de assalto uniformizada com camisas pardas e a SS, tropa de elite uniformizada de negro. Antes da chegada dos nazistas ao poder, o partido defendia a anulação do Tratado de Versalhes, eram contra os grandes monopólios, e o marxismo e os judeus foram acusados de estar ligados a grande indústria internacional. Contudo em 1934 eles aceitam os monopólios e acordos são feitos com a grande indústria alemã. Como o líder da SA não aceitou os acordos feitos por Hitler, um massacre contra a SA foi ordenado, resultando em mais de 3 mil assassinatos. Em 1933, os nazistas colocam fogo na sede do Parlamento e responsabilizam os comunistas pelo atentado. Esse era o pretexto que Hitler precisava para reprimir a esquerda e pôr em prática seu plano de estabelecer uma ditadura totalitária. Em 1934, com a morte do então presidente, marechal Hindenburg, Hitler acumula a função de primeiro- ministro e presidente da República, adotando o título de Führer. A primeira medida tomada pelo novo governo foi a extinção de todos os partidos exceto o Nazista. Em seguida, uma nova lei entra em vigor, conhecida como Leis de Nuremberg (1935), a lei antissemita ou antijudaica, que fez com que os judeus perdessem o direito à cidadania. Os que não deixaram o país foram presos. Foram criados campos de concentração – grandes prisões cercadas de arame farpado – para confinar seus opositores. Mais tarde esses campos se transformaram em campos de extermínio, tendo matado cerca de 6 milhões de judeus, comunistas, homossexuais, ciganos, etc. No campo econômico, medidas foram tomadas para reanimar a produção industrial e agrícola, os investimentos foram feitos principalmente no setor bélico (armas, tanques, aviões, etc.). Para diminuir o número de desemprego, foi feito um plano de obras públicas para absorver os desempregados. Quatro 1.2. - O nazifascismo e a Segunda Guerra Mundial. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 6 anos depois das primeiras medidas terem sido tomadas, o desemprego já havia desaparecido do país. A Alemanha saía da crise para se preparar para uma nova guerra. Para atrair a população de seu país, além da cesura sobre seus adversários, Hitler apostou na propaganda como instrumento de governo, e na doutrinação de crianças e jovens, para que toda a população aderisse a ideia nazista. A propaganda atingia a grande massa, jornais e revistas eram obrigados a publicar artigos favoráveis ao governo, cartazes e imagens eram espalhados por todos os lugares, nos rádios discursos eram transmitidos a todo momento. Joseph Goebbels foi o ministro da propaganda de Hitler. Para fortalecer a imagem de líder, foram criados filmes e fotografias, o próprio nome Führer, significa guia. Esse período da história também ganhou o nome de Terceiro Reich, termo usado na propaganda nazista para glorificar o passado e presente do povo alemão. De acordo com a sua visão a Alemanha havia passado por dois grandes marcos na história, o primeiro foi o estabelecimento do Sacro Império Romano-Germânico em 962, o outro foi a criação do Império alemão em 1871, quando a Alemanha foi unificada.As paradas e desfiles militares reuniam milhares de pessoas, eram verdadeiros espetáculos de rua, que tinham o papel de fortalecer o regime totalitário. Eles passavam a ideia de uma comunidade unida e poderosa. As principais características do nazismo, foram desenvolvidas por Hitler enquanto estava na prisão. Ele culpava os judeus pelos problemas econômicos que a Alemanha sofria. O preconceito e a hostilidade marcaram todo o período nazista. É no nazi fascismo alemão que a ideia da “raça ariana” ganha força. O objetivo do Partido Nazista era de construir uma nação formada apenas pela raça que eles consideravam mais pura e superior a todas as outras. Os arianos acreditavam que estavam intelectualmente e fisicamente à frente de todos. Boa parte da população alemã foi convencida das ideias de Hitler, a propagando foi o grande truque para que houvesse a adesão de todos a esses ideais. Os jovens desde pequenos eram bombardeados de propaganda, frequentavam escolas nazistas e aprendiam as artes militares. O desprezo por qualquer um que não fosse ariano era um dos principais ensinamentos da Juventude Hitlerista. As ideias de Adolf Hitler levaram à Segunda Guerra Mundial, uma guerra que marcou a história pela quantidade de mortos, principalmente pelas mortes nos campos de concentração e em câmaras de gás. II. Fascismo O forte movimento nacionalista do final do século XIX e a crise pós Primeira Guerra Mundial, favoreceram para que ideologias e movimentos que pregavam o fim da democracia e do liberalismo crescessem. Desde 1918, na Itália, movimentos ultranacionalistas apareceram. Benito Mussolini, foi o fundador do grupo, que logo se tornaria o Partido Fascista. Assim como o nazismo, o fascismo italiano prometia pôr fim a luta de classes, transformando a Itália em uma grande potência mundial. Contudo, a pesar de pregarem o fim da luta de classes, eram contra o sistema socialista, chegando até a perseguir comunistas. Assim como nazismo alemão, as milícias eram organizadas e treinadas para acabar com seus adversários, o uso do uniforme também foi adotado. Mussolini é nomeado primeiro-ministro pelo então rei Vítor Emanuel II, em 1922, após uma demonstração de força, que ficou conhecida como “Marcha sobre Roma”. Já no poder, após a fraude as eleições, o Partido comunista chega ao poder com 65% dos votos. É a partir daí que é consolidada a ditadura do Partido Fascista. Todos os partidos são extintos, a imprensa era toda controlada pelo Estado, e assim como na Alemanha, o grande projeto do uso dos meios de comunicação de massa são utilizados para propagar a ideologia fascista. Cinema, radio, revistas e jornais, foram dominados pelo Estado, as propagandas buscavam doutrinar toda a população italiana. Benito Mussolini, foi chamado por seus partidários de Dulce, que significa guia. Mussolini promoveu a intervenção do Estado na Economia, fazendo, assim como Hitler a realização de obras para gerar emprego e suprir o grande número de desempregados que a Itália possuía. As organizações representativas como o Parlamento, foram substituídas por corporações, que tinha como função integrar as classes sociais ao Estado, fazendo com que houvesse uma ligação entre o capitalismo e os trabalhadores. Em 1929, é firmado um tratado com Igreja Católica, onde o Estado Fascista reconhecia a soberania do papado. Em 1936, Hitler e Mussolini firmam um acordo, surgindo assim o Eixo Roma-Berlim. Benito Mussolini, só sai do poder quando, já na Segunda Guerra Mundial, a Itália começa a perder colônias, e recebe a invasão norte-americana. O rei Vitor Emanuel III, tira Mussolini do cargo de primeiro-ministro, logo em seguida ele é preso. No dia 28 de abril de 1945, já na fase final da guerra, ele é fuzilado por guerrilheiros, Benito já não possuía vínculo com a Itália, apenas prestando serviço para o Estado Alemão. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 7 Questões 01. (Prefeitura de Congonhas/MG - Técnico de Laboratório – CONSULPLAN) Sabe no futebol, quando você está naquela pressão dos minutos de acréscimo? É assim que me sinto”, disse ao G1 Efraim Zuroff, o maior caçador de nazistas do mundo, com uma risada desesperada ao telefone. Ele se referia ao pouco tempo que tem para colocar no banco dos réus alguns nazistas suspeitos — e até já condenados — por atos criminosos durante a Segunda Guerra Mundial. Na semana passada, Adolf Storms, um dos homens mais procurados por Zuroff, morreu na Alemanha, aos 90 anos. Infelizmente, muito infelizmente, ele morreu sem ser julgado”, disse o historiador. Sobre o Nazismo alemão do século XX, é correto afirmar: I. No plano econômico, o governo nazista alemão estimulou o crescimento da agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica, gerando diminuição do desemprego e ignorando os termos do Tratado de Versalhes. II. O presidente na Alemanha era tradicionalmente chamado de Führer (guia, condutor) e Hitler assumiu este posto em vitória esmagadora alcançada em eleição popular, realizada em 1934, quando finalmente o nazismo venceu o socialismo na Alemanha. III. O III Reich (Terceiro Império), muito utilizado por Hitler, é a designação que se refere a uma sequência do Sacro Império Germânico, da Idade Média, e ao Segundo Império, que se estendeu da Unificação dos Estados germânicos, em 1871, à República, em 1918. IV. O nazismo proclamava a “superioridade biológica da raça ariana” (a que pertenceria o povo alemão), mas não a necessidade de dominar as “raças inferiores” as quais eram profundamente desprezadas, àquela época, pelo povo alemão. Estão corretas apenas as afirmativas: (A) I, II (B) III, IV (C) I, III (D) II, IV (E) II, III 02. (SEE/MG - Professor de Educação Básica – História – FCC) Calcula-se que foram produzidos 1350 longas-metragens nos doze anos de domínio nazista. São comédias românticas, comédias musicais, operetas, filmes de costumes, mas também filmes de guerra e de exaltação de valores do regime, tais como o racismo e a xenofobia (...) A Volta, filme de 1941, expõe a situação de opressão em que vivia a minoria alemã na Polônia. As escolas alemãs não podiam funcionar, nem podiam os alemães ouvir os discursos de Hitler pelo rádio; também eram obrigados a cantar o hino nacional da Polônia. Como não bastasse, uma jovem alemã é violada e apedrejada até a morte porque levava no peito um cordão com a suástica nazista (...). (Alcir Lenharo. Nazismo: o triunfo da vontade. São Paulo: Ática, 1986. p. 47-48) Com base no texto, está correto afirmar que na Alemanha de Hitler o cinema (A) vinculou-se essencialmente à divulgação da ideologia do espaço vital. (B) inaugurou uma nova modalidade política para contagiar as multidões. (C) acirrou disputas nacionalistas e manifestações favoráveis aos semitas. (D) tornou-se uma peça vital de todo o mecanismo da propaganda nazista. 03. (Prefeitura de Salvador/BA - Professor - História – CESGRANRIO) “(...) Justamente agora que a nação alemã está em colapso, espezinhada por todo mundo, é que mais se faz necessária aquela confiança em si mesma. Essa confiança deve ser cultivada na juventude, desde a meninice. Toda a sua educação, todo o seu treinamento devem ser dirigidos no sentido de dar-lhe a convicção da sua superioridade. Certa da sua força e da sua habilidade, a mocidade deve readquirir a fé na invencibilidade da sua nação (...).” HITLER, Adolf. Minha Luta. São Paulo: Mestre Jou, 1962, 8a edição, p. 253 - 260. No período entre as duas Guerras Mundiais, diversos fatores acabaram por proporcionar a escalada do nazismo na Alemanha e a chegada de Adolf Hitler à Chancelaria do Reich (1933). Lendo a primeira frase citada acima e tendo em vista a situação da Alemanha nos anos que se seguiram ao fim da 1a Grande Guerra, qual das proposições a seguir justifica, respectivamente, as expressões hitleristas “está em colapso” e “espezinhada por todo mundo” sobre a naçãoalemã? (A) Referência ao caos econômico e financeiro que se segue ao término da 1a Guerra, acompanhada de desemprego e inflação descontrolada / alusão às condições impostas pelos tratados de 1919 que acabaram por alimentar os ódios revanchistas. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 8 (B) Referência à suspensão da fundamental ajuda econômica norte-americana quando a Alemanha entrou na 1a Guerra Mundial / alusão à proibição de que a Alemanha participasse da Conferência que criou a ONU. (C) Referência à incapacidade da República de Weimar de conter o caos econômico pós 1a Guerra / alusão à ocupação militar da Alemanha pelos países da Tríplice Entente, que dividiram o país em zonas de influência. (D) Referência aos bombardeios perpetrados pelas Forças Aliadas contra o parque industrial alemão, no ano de 1918, impossibilitando sua recuperação econômica pós 1a Guerra / alusão às rígidas imposições do Tratado de Versalhes e, também, à proibição da participação alemã na Liga das Nações. (E) Referência ao caos econômico alemão em função da República de Weimar ter optado pela reconstrução do país nos moldes bolchevistas da URSS / alusão à reação da Liga das Nações, que proibiu a República de Weimar de bloquear e confiscar os bens dos banqueiros judeus para conter a crise econômica alemã. 04. (SEAP/DF – Professor – História - IBFC) Indique a alternativa correta ao descrever, respectivamente: o significado de III Reich, quem é seu fundador, em qual contexto emerge e quando termina. (A) Império Alemão, fundado pelo movimento nacional socialista (nazismo), o qual teve Adolf Hitler como líder. Emerge no contexto da primeira Guerra Mundial e acaba com o pacto Germano-Soviético. (B) Reinado Alemão, fundado por nacionalistas comunistas alemães que tiveram como líder Adolf Hitler. Emerge na década de 1930, alinhado com o Estado Novo brasileiro, acaba no mesmo momento em que se funda o Estado de Israel. (C) Estado Alemão, fundado por Adolf Hitler, apoiado por Stalin e Mussolini. Faziam parte do mesmo Partido (nazi-fascismo), tal partido alinhou-se para combater o exército aliado. Emergiu quando a bolsa de valores estadunidense quebrou e acabou quando se instaurou a Guerra Fria. (D) Império Alemão, fundado por Adolf Hitler a frente do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o qual emerge no contexto da Segunda Guerra Mundial e acaba com a derrota nazista pelo exército aliado em 1945. 05. (UFMG) A experiência nazista alemã inaugurou uma nova modalidade na política: as grandes manifestações de massa. Todas as alternativas apresentam afirmações que contêm estratégias utilizadas na mobilização das massas no período nazista, EXCETO: (A) O “Führer” estimulou o uso do uniforme para dissimular as diferenças sociais e projetar a imagem dos alemães como uma nação coesa. (B) O governo alemão atribuía enorme importância à política de rua pela capacidade de ela transmitir sensação de conforto e encorajamento à multidão. (C) O governo nazista musicou, filmou e teatralizou os assuntos políticos para atrair a multidão aos eventos públicos. (D) O governo alemão estimulou linchamentos e execuções em praça pública visando ao incitamento ideológico e à difusão do ódio racial contra os muçulmanos. (E) Os nazistas organizaram paradas, desfiles e concentrações de rua como grandes espetáculos, com a intenção de emocionar e contagiar a multidão. Gabarito 01.C / 02.D / 03.A / 04.D / 05.D Comentários 01. Resposta: C. As afirmativas II e IV estão erradas. Na afirmativa II o erro está no fato de que em 1934, quando o Partido Nazista ganha as eleições, Hitler é nomeado primeiro ministro, o presidente é o marechal Hindenburg. Na afirmativa IV o erro está na afirmação de que apesar o nazismo proclamar a superioridade biológica, eles não viam a necessidade de dominar outras raças. O Partido Nazista acreditava sim que a raça ariana deveria dominar as outras, tanto que os campos de concentração foram criados afim de exterminar qualquer raça que não fosse a deles. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 9 02. Resposta: D. O cinema, assim como rádio, jornal e revista foi a grande sacada do período nazista, pois foi através dela que o Governo conseguiu convencer e doutrinar a grande massa da sua ideologia. 03. Resposta: A. Levando em consideração a história da ascensão do nazismo, a alternativa “A” está correta, pois a Alemanha no período pós Primeira Guerra, sofreu um caos econômico, a inflação chegou a um nível alto, levando milhares de alemães ao desemprego. O país também sofreu com o Tratado de Versalhes, imposto em 1919, que impôs duras condição, no âmbito econômico, além de terem ficado com o orgulho da nação ferido. 04. Resposta: D. O Império alemão, que ficou conhecido como III Reich, foi fundando por Adolf Hitler. Esse período inicia-se com chegada ao poder pelo Partido Nazista em 1932 e acaba em 1945, quando a Alemanha perde a Segunda Guerra Mundial. 05. Resposta: D. Todas as afirmativas da questão estão certas, exceto a letra “D”, pois o Governo nazista não estimulou o linchamento e o ódio aos muçulmanos. Os judeus é que foram culpados pelos problemas econômicos que a Alemanha sofria, o preconceito e a hostilidade sobre esse povo marcou o período nazista. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL A Segunda Guerra Mundial, ocorreu entre 1939 e 1945. Assim como a Primeira Guerra, ela ganhou esse nome por não ficar confinada apenas ao continente europeu. Foi a maior guerra vista na história da humanidade, setenta e duas nações foram envolvidas. O número de mortes é estimado em cerca de cinquenta milhões. I - Antecedentes Com o final da Primeira Guerra Mundial e com o Tratados de Versalhes, nações como a Alemanha entraram em uma profunda crise social e econômica. Com a quebra da bolsa de Nova York, em 1929, a situação que estava começando a melhorar, piora novamente, gerando um grande descontentamento em relação ao liberalismo americano. Sob essa paisagem é que surge movimentos em diversos países da Europa, principalmente Alemanha e Itália, governos totalitaristas. Em 1922, Benito Mussolini chega ao poder na Itália, iniciando uma ditadura do Partido Fascista, e em 1932, na Alemanha, o Partido Nazista após vencer as eleições alcança o poder e Adolf Hitler é nomeado chanceler alemão. Com o objetivo de expandir e ter de volta as regiões que lhe foram tiradas pelo Tratado, o governo Alemão, desafiando os acordos feitos pelo Tratado de Versalhes, volta a produzir armamentos e a aumentar sua força militar. A região da Renânia, que fazia fronteira com a França, volta a se rearmar. Através destas atitudes a Europa já começa a se alarmar e esperar uma outra guerra acontecer. Em 1935, a Itália dá início ao seu processo de expansão, anexando a Etiópia e logo depois a Albânia. Na Alemanha, esse processo começa em 1938 quando anexam a Áustria e a Tchecoslováquia. Itália e Alemanha já haviam assinado um acordo de apoio mútuo, em 1936, chamado de Eixo Roma-Berlim. O Japão entra nesse acordo apenas quatro anos depois. As outras nações, como a França e a Inglaterra, só interviram nas ações desses países, quando em 1939, após ter assinado um pacto de não agressão com a União Soviética - Pacto Ribbentrop-Molotov - ela invade a Polônia, que havia ficado dividida pelo acordo. A invasão à Polônia aconteceu no dia 1° de Setembro de 1939, dois dias depois é declarado guerra à Alemanha. A Segunda Guerra Mundial reuniu nações de grande parte do mundo, divididas em dois blocos, o Eixo, liderado pela Alemanha, Itália e Japão, e os Aliados, liderados principalmente pelos Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética. II- A Guerra II.a - Invasão da França e URSS Sob o comando do general Erich Von Manstein, a Alemanha inaugura uma nova forma de guerra. Conhecida como Blitzkrieg - guerra relâmpago – consistiaem destruir o inimigo através do ataque 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 10 surpresa. Usando essa tática, em abril de 1940, o exército alemão invade e ocupa a Dinamarca e a Noruega. Um mês depois Luxemburgo, Holanda e Bélgica, países até então neutros foram invadidos. O próximo destino dos alemães era atacar a fronteira da França, que pegados de surpresa não conseguiram se defender, deixando o exército alemão se aproximar de mais de Paris. No dia 14 de julho de 1940 a capital francesa é dominada, forçando o governo francês a se transferir para o interior do país e apenas alguns dias depois o governo francês se rende. No acordo de rendição, metade do território da França passava a pertencer a Alemanha, a outra metade ficaria com eles, desde que as autoridades francesas colaborassem com os alemães. O general francês Charles de Gaulle, não contente com a situação, fugiu para a Inglaterra, de onde liderou resistências contra a presença dos nazistas no país. Em 1941, sem nenhum aviso, o exército alemão, invade a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), atacando durante três meses, três regiões diferentes – Leningrado, Moscou e Stalingrado). Sabendo da força do exército, a posição tomada pela URSS foi de recuar. Contudo, Hitler, subestimando as forças soviéticas, ordenou um ataque a Moscou e Leningrado, onde assistiu a sua tática de guerra falhar. Além dos soviéticos terem se defendido bem, os alemães se viram enfrentando o rigoroso inverno Russo. Quando finalmente conseguem chegar a Stalingrado, a batalha acontece na própria rua, onde com apenas 285 mil soldados a Alemanha se vê cercada por forças soviéticas. Apenas em janeiro de 1943 é que, depois de vários meses de guerra, os sobreviventes alemães se rendem à força da URSS. Esse fato marca o fim da fase próspera vivida pelo Eixo. II.b Guerra no Pacífico e Entrada dos Estados Unidos na Guerra Apesar do Japão estar aliado ao Eixo, ele permaneceu fora do conflito direto nos primeiros anos da guerra. Até o ano de 1941, sua estratégia era pressionar os Estados Unidos, para que este reconhecesse sua superioridade no continente Asiático. Quando perceberam que o governo americano não atenderia as suas exigências, o governo japonês ordenou um ataque surpresa à base norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí em dezembro de 1941. Após o ataque, o Governo dos Estados Unidos entra na guerra, em favor aos Aliados. Após o ataque, os japoneses conseguiram conquistar diversas regiões da Ásia, onde conseguiram o domínio de matérias-primas importantes, como o petróleo, borracha e minério. Em junho de 1942, os Estados Unidos conseguem vencer a força japonese no pacífico. Essa batalha ganhou o nome de “Batalha de Midway” II.c – Fim da Guerra Após a derrota dos japoneses no pacífico, as forças inglesas e norte-americanas conseguiram expulsar o exército alemão do norte da África. No ano seguinte, em 1943, os Aliados conseguiram chegar no sul da Itália, enquanto isso, o exército soviético (Exército Vermelho) dava início a invasão da Alemanha. Em 1944, na Itália, Mussolini é fuzilado por guerrilheiros Antifascistas. No mesmo ano, no dia 6 de junho, que ficaria conhecido como o “Dia D”, as forças inglesas e norte americanas, com mais de 3 milhões de homens, conseguem chegar no norte da França, região da Normandia. Em agosto, os Aliados conseguem entrar em Paris. O fim da guerra para os alemães era apenas uma questão de tempo. No dia 30 de abril de 1945, Hitler, com sua mulher Eva Braun, se suicidam na capital da Alemanha, Berlim. Após a sua morte, os soviéticos conseguem chegar a Berlim, onde finalmente o exército alemão, junto com seus comandantes, assinam a rendição. Apesar da guerra ter acabado na Europa, o Japão se recusou a se render. Para forçar sua saída, no dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos ordena o lançamento de uma bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, ode em questão de segundos mais de 80 mil pessoas foram mortas. Mesmo após o ataque o Japão não concordou em assinar a rendição. Com isso três dias depois, outra bomba atômica é lança, agora sobre a cidade de Nagasaki, matando mais de 40 mil pessoas. Depois do segundo ataque, o governo japonês concorda em assinar a rendição. II.d – Participação do Brasil na Segunda Guerra2 Neutralidade brasileira na primeira fase da guerra Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial. O presidente do Brasil na época era Getúlio Vargas. 2 O Brasil na Segunda Guerra Mundial. Sua Pesquisa. https://bit.ly/2Og74Gs 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 11 Ataques nazistas e entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial Porém, esta posição de neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Vargas fez um acordo com Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros). Era importante para os Aliados que o Brasil ficasse ao lado deles, em função da posição geográfica estratégica de nosso país e de seu vasto litoral. Participação efetiva no conflito A participação militar brasileira foi importante na Segunda Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Brasil enviou para a Itália (ocupada pelas forças nazistas), em julho de 1944, 25 mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea Brasileira). As dificuldades foram muitas, pois o clima era muito frio na região dos Montes Apeninos, além do que os soldados brasileiros não eram acostumados com relevo montanhoso. Vitórias Os militares brasileiros da FEB (também conhecidos como pracinhas) conseguiram, ao lado de soldados aliados, importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim, Montese e outras cidades. Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos. Outras formas de participação Além de enviar tropas para as áreas de combate na Itália, o Brasil participou de outras formas importantes. Vale lembrar que o Brasil forneceu matérias-primas, principalmente borracha, para os países das forças aliadas. O Brasil também cedeu bases militares aéreas e navais para os aliados. A principal foi a base militar da cidade de Natal (Rio Grande do Norte) que serviu de local de abastecimento para os aviões dos Estados Unidos. Foi importante também a participação da marinha brasileira, que realizou o patrulhamento e a proteção do litoral brasileiro, fazendo também a escolta de navios mercantes brasileiros para garantir a proteção contra-ataques de submarinos alemães. III – Consequências Com o fim da guerra em 1945, líderes dos três principais países vencedores – URSS, Estados Unidos e Inglaterra – se reuniram em na Conferência de Potsdam, onde ficou decidido que a Alemanha seria dividida em quatro áreas de ocupação, que foram entregues a França, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética. A capital, Berlim, também foi dívida. Já o Japão teria seu território dominado pelos Estados Unidos por tempo indeterminado. Após a guerra, os Estados Unidos e a URSS saíram como grandes potências mundiais. As ideias antagônicas desses países acabaram por dividir o mundo. De um lado estava o capitalismo e do outro o socialismo. A partir dessa divisão, um conflito entre essas grandes potências se instaurou, começou a chamada Guerra Fria. III.a – Criação da Organizações das Nações Unidas Em fevereiro de 1945, após uma das conferências de paz, ficou decido a criação de um órgão que tentaria uniras nações, estabelecendo relações amistosas entre os países. A Carta das Nações Unidas foi incialmente assinada por cinquenta países, onde foram excluídos de participar os países que participaram do Eixo. A criação da ONU foi a segunda tentativa de promover a paz, a primeira tentativa que fracassou, foi a formação da Liga das Nações, criada após a Primeira guerra. Questões 01. (TJ/PR - Titular de Serviços de Notas e de Registros – IBFC) Sobre a Segunda Guerra Mundial (1939/1945), assinale a alternativa incorreta: (A) Uma de suas causas foram as severas sanções pecuniárias impostas pelo Tratado de Versalhes à Alemanha e seus aliados, comprometendo a sua economia, elevando a inflação a índices astronômicos 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 12 e gerando um arraigado sentimento de humilhação nos alemães e a exacerbação do nacionalismo, possibilitando a ascensão de Hitler e do Partido Nazista ao poder. (B) O evento que deflagrou o conflito foi o ataque japonês à base americana de Pearl Harbor, situadano Oceano Pacífico. (C) O conflito envolveu basicamente dois grupos: o Eixo (integrado por Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (entre eles: Inglaterra, Estados Unidos, França e União Soviética). (D) Com a vitória aliada, foi dissolvido o Terceiro Reich e dividida a Alemanha (Oriental e Ocidental), criada a ONU-Organização das Nações Unidas e iniciada a Guerra Fria, diante do estabelecimento dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências. 02. (SEDU/ES - Professor B — Ensino Fundamental e Médio — História – CESPE) Um mundo dividido ideologicamente, além das marcas da destruição causadas por vigorosas máquinas de guerra — eis a realidade que emerge da Segunda Guerra Mundial, oficialmente encerrada em 1945. No que concerne à história mundial após o encerramento do grande conflito, julgue o próximo item. A Organização das Nações Unidas (ONU) é considerada uma das mais significativas consequências da Segunda Guerra Mundial e nela coexistem órgãos de participação igualitária entre os estados- membros, como a Assembleia Geral, e outros dominados por alguns poucos, como o Conselho de Segurança. (A) Certo (B) Errado 03. (Instituto Rio Branco – Diplomata – CESPE) Na Segunda Guerra Mundial, o Japão aliou-se à Alemanha, tal como já fizera na Primeira Guerra. (A) Certo (B) Errado 04. (SEDF - Estudantes Universitários – CESPE) As divergências econômicas entre França e Alemanha foram o estopim do conflito de proporções mundiais conhecido como a Segunda Guerra Mundial. (A) Certo (B) Errado 05. (SEE/AL - Professor – História – CESPE) Com relação à participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, julgue os itens subsequentes. A atuação da Força Expedicionária Brasileira não foi decisiva para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, visto que o contingente militar brasileiro era relativamente pequeno e o envio de soldados para o combate ocorreu tardiamente. (A) Certo (B) Errado 06. (SEDU/ES - Professor B — Ensino Fundamental e Médio — História – CESPE) Um mundo dividido ideologicamente, além das marcas da destruição causadas por vigorosas máquinas de guerra — eis a realidade que emerge da Segunda Guerra Mundial, oficialmente encerrada em 1945. No que concerne à história mundial após o encerramento do grande conflito, julgue o próximo item. A bipolaridade americano-soviético traduziu-se em um jogo de enfrentamento que se convencionou chamar de Guerra Fria. (A) Certo (B) Errado 07. (MPE/SP - Auxiliar de Promotoria – VUNESP) Em relação à participação do Brasil na 2.ª Guerra Mundial, é correto afirmar que o país (A) manteve neutralidade política, não participando do conflito. (B) enviou apenas um corpo médico para o conflito, e não soldados. (C) lutou ao lado dos Aliados: Inglaterra, França, Estados Unidos e União Soviética. (D) lutou ao lado do Eixo: Itália, Alemanha e Japão. (E) participou do conflito, do início ao fim da guerra (1939- 1945). 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 13 08. (SEDU/ES - Professor B — Ensino Fundamental e Médio — História – CESPE) O intervalo entre as duas guerras mundiais do século XX não foi outra coisa senão uma trégua. Nesse sentido, a Grande Guerra de 1914 nada mais fez do que preparar a Segunda Guerra Mundial. Revanchismo, orgulho nacional ferido e problemas econômico-sociais figuraram entre os fatores que levaram à eclosão do conflito em 1939, sem contar com a desorganização da economia mundial determinada pela Crise de 1929. Em relação a esse quadro, cujo epicentro foi a Segunda Guerra Mundial, julgue o item subsequente. Causas distintas e diferentes protagonistas inviabilizam qualquer análise histórica que estabeleça vínculos entre as guerras mundiais do século XX. (A) Certo (B) Errado 09. (SEPLAG-DF - Professor – História - CESPE) Em dezembro de 1941, os Estados Unidos da América (EUA) uniram duas guerras paralelas, a da Ásia e a da Europa, em uma só. (A) Certo (B) Errado 10. (CONFERE - Auditor(a) VII - INSTITUTO CIDADES) No ano de 1939, em meio à atmosfera de tensão política que desencadeou a sucessão de conflitos da Segunda Guerra Mundial, um acordo de não agressão foi firmado entre a Alemanha e a União Soviética, o Pacto Germano-Soviético. Esse pacto estabelecia que, se acaso a Alemanha entrasse em conflito com a Inglaterra ou a França em razão de uma eventual investida da Alemanha contra a Polônia, a URSS, por sua vez, ficaria afastada, sem se manifestar militarmente. Tal pacto também pode ser chamado de: (A) Tratado de Moscou (B) Tratado de Versalhes (C) Pacto de Varsóvia (D) Pacto Ribbentrop-Molotov Gabarito 01.B / 02.A / 03.B / 04.B / 05.A / 06.A / 07.C / 08.B / 09.A / 10.D Comentários 01. Resposta: B. A afirmativa “B” está errada pois o fato que desencadeou a guerra foi a quebra do pacto feito entre a Alemanha e a União Soviética, quando o exército alemão invadiu a Polônia. 02. Resposta: A. A criação da ONU, após a Segunda Guerra Mundial, pode ser considerada uma das principais consequências da guerra. A Carta das Nações Unidas foi incialmente assinada por cinquenta países, onde foram excluídos de participar os países que participaram do Eixo. A criação da ONU foi a segunda tentativa de promover a paz. 03. Resposta: B. A afirmativa da questão está errada, pois o Japão não se aliou a Alemanha na Primeira Guerra. O país fez parte da Tríplice Entente. 04. Resposta: B. O fato que serviu de estopim para a guerra foi a invasão da Polônia pela Alemanha, já que esta havia feito um acordo com a União Soviética de não agressão e a região polonesa havia sido dividida. Após esta invasão França e Inglaterra declararam guerra à Alemanha, iniciando assim a Segunda Guerra Mundial. 05. Resposta: A. Apesar da entrada do Brasil na guerra e do envio de soldados e pilotos, podemos considerar que a sua participação do país não foi o fator decisivo para que os Aliados ganhassem a guerra. O país entrou no conflito tardiamente, apenas em 1942 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 14 06. Resposta: A. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a URSS saíram como grandes potência mundiais. As ideias antagônicas desses países acabaram por dividir o mundo entre o capitalismo e socialismo, conflito que ganhou o nome de Guerra Fria. 07. Resposta: C. Após receber ataques em suas embarcações, o presente Getúlio Vargas, resolve fazer um acordo com o presidente norte-americano Roosevelt, onde o país entrou na guerra ao lado Aliados Inglaterra, França, Estados Unidos e União Soviética. 08. Resposta: B. Tanto a Primeira como a Segunda Guerra Mundial estão intimamente ligadas, uma é decorrência da outra. As feridas abertas no primeiro conflito é que resultam no início do segundo conflito. 09. Resposta: A. Quando em 1941 o Japão atacaa base norte-americana no Havaí, eles já estavam em guerra na Ásia, pelo domínio da região. Após o ataque, os Estados Unidos entram na guerra, que acontecia na Europa, e continuava a lutar com o Japão no Pacífico. 10. Resposta: D. O Pacto de não agressão assinado pela Alemanha e União Soviética em 1939 ganhou o nome de Pacto Ribbentrop-Molotov. BIPOLARIZAÇÃO DO MUNDO E GUERRA FRIA Guerra Fria O período conhecido como Guerra Fria teve início logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, percorrendo praticamente todo o restante do século XX, e terminando em 1991, com o fim da União Soviética. Ela tem início partir da emergência de duas grandes potências econômicas no fim da Segunda Guerra Mundial: Estados Unidos e União Soviética, defensores do Capitalismo e do Socialismo, respectivamente. A diferença ideológica entre os dois países era marcante, o que levou o período a ser conhecido também como Mundo Bipolar. A Conferência de Potsdam Logo após o término da guerra, em 1945, as nações vencedoras do conflito reuniram-se para decidir sobre os rumos da política e da economia mundial. No dia 17 de julho os Estados Unidos, a União Soviética e o Reino Unido estabeleceram as definições sobre a Alemanha no pós-guerra, dividindo-a em zonas de ocupação. Sob o controle soviético ficaram os territórios a leste dos rios Oder e Neisse. Berlim, encravada no território que viraria Alemanha Oriental, também foi dividida em quatro setores. Ao final da conferencia foram definidas quatro ações prioritárias a serem exercidas na Alemanha: desnazificar, desmilitarizar, descentralizar a economia e reeducar os alemães para a democracia. Também foi exigida a rendição imediata do Japão. As Tensões Começam Desde a Revolução Russa, em 1917, vários setores do capitalismo, especialmente nos Estados Unidos, temiam o aumento do socialismo, conflitante com seus interesses. Após o fim da Segunda Guerra essa preocupação aumentou ainda mais, já que a União Soviética havia saído como uma das vencedoras do conflito. A definição de fronteiras estabelecidas durante acordos anteriores, como a conferencia de Yalta não agradou a todos, e focos de conflitos começaram a aflorar. Em 1947 surgiram, tanto na Grécia quanto na Turquia, movimentos revolucionários de caráter comunista, com o objetivo de aliar esses países à União Soviética. Pelo acordo estabelecido na Conferência de Yalta, ambos os países deveriam ficar sob o 1.3. - A Guerra Fria. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 15 domínio do Reino Unido, o que levou as tropas estadunidenses a intervirem na região e sufocar os movimentos revolucionários. Como parte da justificativa para a invasão, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, enviou uma mensagem ao Congresso dizendo que os Estados Unidos deveriam apoiar os países livres que estavam “resistindo a tentativas de subjugação por minorias armadas ou por pressões externas.” Com esse discurso o presidente pretendia justificar também qualquer intervenção em países que estivessem sob o domínio ou influência política comunista. Essa atitude do presidente ficou conhecida como Doutrina Truman, iniciando efetivamente a Guerra Fria. A partir de então, Estados Unidos e União Soviética passaram a buscar o fortalecimento econômico, político, ideológico e militar, formando os dois blocos econômicos que dominaram o mundo durante restante do conflito. A oposição dos Estados Unidos ao comunismo gerou um pensamento maniqueísta, colocando capitalismo como algo bom e o comunismo como algo ruim e mau. A análise desses sistemas econômicos através de definições tão simples é algo equivocado, pois não é possível reduzi-los a uma comparação tão rasa. O auge desse maniqueísmo político se deu através da figura do senador Joseph Raymond McCarthy. Por meio de discursos inflamados e diversos projetos de lei, esse estadista conseguiu aprovar a formação de comitês e leis que determinavam o controle e a imposição de penalidades contra aqueles que tivessem algum envolvimento com “atividades antiamericanas”. Essa perseguição aos comunistas ficou conhecida como Macarthismo. Incentivos Econômicos Em 1947 os Estados Unidos lançaram uma política econômica de reconstrução da Europa, devastada pela guerra. O Programa de Recuperação Europeia ficou popularmente conhecido como Plano Marshall. Recebeu esse nome em função do Secretário de Estado dos Estados Unidos chamado George Marshall, seu idealizador. Entre os objetivos do Plano Marshall estavam: - Possibilitar a reconstrução material dos países capitalistas destruídos na Segunda Guerra Mundial; - Recuperar e reorganizar a economia dos países capitalistas, aumentando o vínculo deles com os Estados Unidos, principalmente através das relações comerciais; - Fazer frente aos avanços do socialismo presente, principalmente, no leste europeu. Até o início da década de 1950, os Estados Unidos destinaram cerca de 13 bilhões de dólares aos países que aderiram ao plano. O dinheiro foi aplicado em assistência técnica e econômica e, ao fim do período de investimento, os países participantes viram suas economias crescerem muito mais do que os índices registrados antes da Segunda Guerra Mundial. A Europa Ocidental gozou de prosperidade e crescimento nas duas décadas seguintes e viu nascer a integração que hoje a caracteriza. Por outro lado, os Estados Unidos solidificavam sua hegemonia mundial e a influência sobre vários países europeus, enquanto impunha seus princípios a vários países de outros continentes. Entre os países que mais receberam auxílio do plano estão a França, a Inglaterra e a Alemanha. A União Soviética também buscou recuperar a economia dos países participantes do bloco socialista, através da COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua) auxiliando a Polônia, Bulgária, Hungria, Romênia, Mongólia, Tchecoslováquia e Alemanha Oriental. Assim como os Estados Unidos, a União Soviética também utilizou o plano para espalhar sua influência e sua ideologia para os países beneficiados. Baseados nesses programas de ajuda, os dois blocos que se formavam passaram a construir alianças político-militares com o objetivo de proteção contra-ataques inimigos. Essas alianças também eram utilizadas como demonstração de força através do desenvolvimento armamentista. As Alianças Militares No dia 4 de abril de 1949 foi criada em Washington a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), formada pelos Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha Ocidental, Canadá, Islândia, Bélgica, Holanda, Noruega, Dinamarca, Luxemburgo, Portugal, Itália, Grécia e Turquia. Ficava então estabelecido que os países envolvidos se comprometiam na colaboração militar mútua em caso de ataques oriundos dos países referentes ao bloco socialista. A atuação da OTAN não ficou restrita apenas ao campo militar. Embora fosse seu preceito inicial, a organização tomou dimensões de interferência nas relações econômicas e comerciais dos países envolvidos. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 16 Bandeira da OTAN Como resposta à criação da OTAN, em 1955 o bloco soviético também criou uma aliança militar, o Pacto de Varsóvia, celebrado entre a União Soviética, Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia, Hungria, Polônia, Romênia e Alemanha Oriental. A atuação do Pacto de Varsóvia se deu no âmbito militar e no econômico, e manteve a ligação entre os países membros. As principais ações do Pacto de Varsóvia se deram na repressão das revoltas internas. Foi o caso no ano de 1956 quando as forças militares do grupo reprimiram ações de revoltosos na Hungria e na Polônia e também em 1968 no evento conhecido como Primavera de Praga, ocorrido na Tchecoslováquia. Conflitos Com a criação das alianças políticas, tanto Estados Unidos como União Soviética estiveram presentes em diversos conflitos pelo mundo, fosse com a presença militarou com o apoio econômico. Apesar disso, os países nunca enfrentaram um ao outro diretamente. Guerra da Coréia (1950-1953) Após o termino da Segunda Guerra, a Coréia foi dividida em duas zonas de influência: o Sul foi ocupado pelos Estados Unidos e o Norte foi ocupado pela União Soviética, sendo divididos pelo Paralelo 38º, determinado pela conferência de Potsdam Em 1947, na tentativa de unificar a Coréia, a Organização das Nações Unidas – ONU - cria um grupo não autorizado pela URSS, para pretensamente ordenar a nação através da realização de eleições em todo o país. Esta iniciativa não tem êxito e, no dia 9 de setembro de 1948, a zona soviética anuncia sua independência como República Democrática Popular da Coréia, mais conhecida como Coréia do Norte. A partir de então, a região é dividida em dois países diferentes - o norte socialista, apoiado pelos soviéticos; e o sul, reconhecido e patrocinado pelos EUA. Mesmo após a divisão entre os dois países, a região da fronteira continuou gerando tensões, com tentativas dos dois lados para garantir a soberania sobre o território vizinho, principalmente através da propaganda, de ambos os lados. Em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte alegou uma transgressão do paralelo 38º pela Coreia do Sul. A partir de então começa uma invasão que resulta na tomada da capital sul-coreana, Seul, em 3 de julho do mesmo ano. A ONU não aceitou a invasão propagada pela Coreia do Norte e enviou tropas para conter o avanço, comandadas pelo general americano Douglas MacArthur, para expulsar os socialistas, que pretendiam unificar o país sob a bandeira do Comunismo. A união Soviética não agiu diretamente no conflito, porém, cedeu apoio militar para a Coreia do Norte. Em setembro de 1950, as forças das Nações Unidas tentam resgatar o litoral da região oeste, sob o domínio dos norte-coreanos, atingindo sem muitas dificuldades Inchon, próximo a Seul, onde se desenrola uma das principais batalhas, e depois de poucas horas elas ingressam na cidade invadida, com cerca de cento e quarenta mil soldados, contra setenta mil soldados da Coréia do Norte. O resultado é inevitável, vencem as forças sob o comando dos EUA. Com o domínio do Sul, as tropas multinacionais seguem o exemplo dos norte-coreanos e também atravessam o Paralelo 38º. Seguem então na direção da Coréia do Norte, entrando logo depois em sua capital, Pyongyang, ameaçando a fronteira chinesa ao acuar os norte-coreanos no Rio Yalu, sede de intensa batalha. Com medo do avanço das tropas sobre seu território, a China resolve entrar na batalha, enviando trezentos mil soldados para auxiliar a Coreia do Norte, forçando o general MacArthur a recuar e conquistando Seul em janeiro de 1951. Em contrapartida, as tropas americanas avançaram novamente entre fevereiro e março, expulsando as tropas coreanas e chinesas e obrigando-as a retornar para os limites estabelecidos pelo Paralelo 38º, deixando os conflitos equilibrados entre os dois lados. A guerra continua até meados de 1953, quando em 27 de julho o tratado de paz é assinado, com o Armistício de Panmunjon. Após o tratado, as fronteiras estabelecidas em 1948 foram mantidas e foi criada uma região 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 17 desmilitarizada entre as duas Coreias. Apesar do fim da guerra as tensões entre os dois países continuam até a atualidade, com a corrida armamentista e as declarações da Coreia do Norte sobre a fabricação e armazenamento de armamento nuclear. Guerra do Vietnã (1959-1975) O Vietnã está localizado na península da Indochina. Era uma possessão colonial francesa. Na Segunda Guerra foi invadido pelos japoneses. Os vietnamitas expulsaram o Japão ao fim da guerra e teve início o processo independência (chamado pelos franceses de descolonização). Ao norte as tropas que expulsaram os franceses eram tropas lideradas por líderes socialistas. Em 1954, na Convenção de Genebra, foi reconhecida a independência dos países da península da Indochina: Laos, Camboja e Vietnã. Foi estabelecida então a divisão do Vietnã pelo Paralelo 17º. O Vietnã do Norte manteve-se governado pelo líder comunista Ho Chi Minh e o Vietnã do Sul, governado pelo rei Bao Dai, que nomeou Ngo Dinh Diem como Primeiro-ministro. Em 1955, Ngo Dinh Diem, aplicou um golpe de Estado e depôs o rei Bao Dai. Após a chegada ao poder, Ngo Dihn Diem proclamou a República, recebendo apoio dos Estados Unidos. O governo de Ngo Dihn Diem foi marcado pelo autoritarismo e pela impopularidade. Em 1956 o presidente suspendeu as eleições estabelecidas pela conferência de Genebra, repetindo o ato em 1960. Em oposição ao governo foi criada a Frente de Libertação Nacional, que tinha como objetivo depor o presidente e unificar o Vietnã. A Frente de Libertação, possuía um exército guerrilheiro, o Vietcongue. Após o cancelamento das eleições em 1960, o conflito teve início. O exército Vietcongue teve apoio do Vietnã do Norte e em 1961 os Estados Unidos enviaram auxilio ao presidente do Vietnã do Sul. O exército guerrilheiro dominou boa parte dos territórios do Sul até 1963, mesmo ano em que morreu o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, e o governo foi assumido por seu vice, Lyndon Johnson. Em 1964, dois comandantes estadunidenses iniciaram o bombardeio do Vietnã do Norte, sob a alegação de que o país havia atacados dois navios norte-americanos em Tonquim. Os bombardeios norte-americanos sobre o Norte prolongaram-se até 1968, quando foram suspensos com o início das conversações de paz, em Paris, entre norte-americanos e norte-vietnamitas. Como nos encontros de Paris não se chegou a uma solução, os combates prosseguiram. Em 1970, o presidente dos EUA, Richard Nixon, autorizou a invasão do Camboja e, em 1971, tropas sul-vietnamitas e norte- americanas invadiram o Laos. Os bombardeios sobre o Vietnã do Norte por aviões dos EUA recomeçaram em 1972. Desde 1968, a opinião pública norte-americana, perplexa diante dos horrores produzidos pela guerra, colocava-se contrária à permanência dos EUA no conflito, exercendo uma forte pressão sobre o governo, que iniciou a retirada gradual dos soldados. Em 1961, eram 184.300 soldados norte-americanos em combate; em 1965, esse número se elevou para 536.100 soldados; e, em 1971, o número caía para 156.800 soldados. Em 27 de janeiro de 1973 era assinado o Acordo de Paris, segundo o qual as tropas norte-americanas se retiravam do conflito; haveria a troca de prisioneiros de guerra e a realização de eleições no Vietnã do Sul. Com a retirada das tropas norte-americanas, os norte-vietnamitas e o Vietcongue deram início a urna fulminante ofensiva sobre o Sul, que resultou, em abril de 1975, na vitória do Norte. Em 1976, o Vietnã reunificava-se, adotando o regime comunista, sob influência soviética. Em 1975, os movimentos de resistência no Laos e no Camboja também tomaram o poder, adotando o regime comunista, sob influência chinesa no caso do Camboja. Os soldados cambojanos, com apoio vietnamita, em 1979, derrubaram o governo pró-chinês do Khmer Vermelho. A guerra do Vietnã é considerada o conflito mais violento da segunda metade do século XX, com violações constantes dos direitos humanos e batalhas sangrentas. Durante todo o desenrolar da guerra, os meios de comunicação do mundo inteiro divulgaram a violência e intensidade do conflito, além de falarem sobre o mau desempenho dos americanos, que investiram bilhões de dólares e mesmo assim, não conseguiram derrotar o Vietnã. Foi nesta guerra que os helicópteros foram usados pela primeira vez. Entre as técnicas mais devastadoras utilizadas pelos Estados Unidos estavam o Agente Laranja e o Napalm. A característica de guerrilha do exército Vietcongue priorizava os ataques através de emboscadas, evitando o combate direto. Para facilitar a identificação dos guerrilheiros nas matas, os norte-americanos e sul-vietnamitas utilizaram o Agente Laranja, um desfolhante (produto químico quecausa a queda das folhas, normalmente utilizado como agrotóxico) lançando-o através de aviões, o que impedia que os soldados se escondessem na mata. Calcula-se que tenham sido lançados 45,6 milhões de litros do produto durante os anos 60, atingindo vinte e seis mil aldeias e cobrindo dez por cento do território do Vietnã. O Agente Laranja causa sérios danos ao meio ambiente e à população, e seus efeitos, como degradação do solo e mutações genéticas são sentidos até hoje. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 18 Outro agente químico utilizado na guerra, foi o Napalm, que é um conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina gelificada, tendo o nome vindo de seus componentes: sais de alumínio co-precipitados dos ácidos nafténico e palmítico. O napalm foi usado em lança-chamas e bombas incendiárias pelos Estados Unidos, vitimando alvos militares e cidades e vilarejos de civis posteriormente. Conflitos Árabes-Israelenses (1948-1974) Desde a criação de Israel, em 1948, por diversas ocasiões o estado judeu entrou em guerra com seus vizinhos árabes. As diferenças entre esses grupos continuam no século XXI. A parte do Oriente Médio conhecida como Palestina era a antiga terra do povo judeu. No século I d.C., os romanos expulsaram grande parte dos judeus da região, espalhando-os por outras partes do império. Os muçulmanos tomaram posse da Palestina no século VII. De 1923 a 1948, a região foi dominada pelos britânicos, e nesse período muitos judeus emigraram de volta da Europa para lá. Tanto os árabes como os judeus que viviam na Palestina passaram a disputar o controle do território. Quando os britânicos deixaram a região, as Nações Unidas (ONU) dividiram a região. Cada um dos dois povos recebeu uma parte da terra, mas os árabes não concordaram com a partilha, dizendo que os judeus receberam terras que pertenciam a eles. Em 14 de maio de 1948, com a criação de Israel, os palestinos e os países árabes vizinhos declararam guerra a Israel. Forças árabes ocuparam partes da Palestina, mas quando acabou a guerra Israel ficou com mais terras do que tinha antes. Em janeiro de 1949, Israel e os países árabes assinaram acordos sobre as fronteiras. Contudo, não houve um tratado de paz. Os inúmeros palestinos que perderam suas casas foram acabar em campos de refugiados nos países árabes. Em meados de 1967, o conflito entre a Síria e Israel levou à Guerra dos Seis Dias. Israel viu que o Egito estava se preparando para entrar na guerra para ajudar a Síria. Em 5 de junho, os israelenses atacaram rapidamente a força aérea egípcia e destruíram-na quase por completo. Em apenas seis dias Israel ocupou a Cidade Velha de Jerusalém, a península do Sinai, a Faixa de Gaza, o território da Jordânia a oeste do rio Jordão (chamado Cisjordânia) e as colinas sírias de Golã, junto à fronteira de Israel. Em 6 de outubro de 1973, dia do Yom Kippur (ou Dia do Perdão), que é sagrado para os judeus, e época do ramadã, mês sagrado para os palestinos, o Egito e a Síria atacaram Israel. Nessa guerra, os israelenses empurraram ambos os exércitos inimigos de volta a seus territórios, mas sofreram pesadas perdas. Ao terminar a luta, no início de 1974, a ONU estabeleceu zonas neutras entre esses países e Israel. Em 26 de março de 1979, Israel e o Egito assinaram um tratado de paz. Contudo, a tensão entre Israel e as comunidades árabes continuou. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) atacou Israel em 1982, a partir de campos de refugiados no Líbano. Em 5 de junho de 19892, Israel contraatacou e invadiu esse país. Após meses de bombaredeios israeleses, foi negociada a retirada da OLP da capital libanesa. As tropas israelenses permaneceram ali até 2000. No final da década de 1970, os israelenses começaram a construir assentamentos nas áreas ocupadas por eles na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em 1987, o aumento no número desses assentamentos causou protestos dos palestinos. Estouraram rebeliões e ataques — conhecidos como intifada —, que continuaram até o início dos anos 1990. Em 1993, Israel concordou em ceder aos palestinos parte do controle dos territórios ocupados. Em 2000, porém, começou nova intifada. Isso paralisou as conversações de paz entre Israel e os palestinos. A Questão Alemã e o Muro de Berlim Após a divisão alemã entre os vencedores da Segunda Guerra, os países capitalistas (Estados Unidos, França e Inglaterra) resolveram unificar suas zonas de ocupação e implantar uma reforma monetária, além de criar um Estado provisório sob seu controle. Para empresários e autônomos, a reforma era algo extremamente favorável. Com medo de que a população do lado oriental migrasse para a zona de domínio ocidental, Stalin bloqueou o lado ocidental de Berlim, deixando-o isolado. Para incorporar essa parte da cidade à Zona de Ocupação Soviética, Stalin mandou interditar todas as comunicações por terra. Vale lembrar que pela divisão de territórios em Potsdam, Berlim estava situada dentro do domínio soviético. Porém, a cidade também foi dividida, provocando isolamento da parte Ocidental por via terrestre. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 19 Isolado das zonas ocidentais e de Berlim Oriental, o oeste de Berlim ficou sem luz nem alimentos de 23 de junho de 1948 até 12 de maio de 1949. A população só sobreviveu graças a uma ponte aérea organizada pelos Aliados, que garantiu seu abastecimento. Em 23 de maio de 1949, os aliados criaram a República Federal da Alemanha (RFA). A URSS que ocupava a parte leste do país decidiu também por transformá-la em um país, e em outubro do mesmo ano foi fundada a República Democrática Alemã (RDA), com capital em Berlim Oriental. A RDA era baseada na política comunista e de economia planificada, dando prosseguimento à socialização da indústria e ao confisco de terras e de propriedades privadas. O Partido Socialista Unitário (SED) passou a ser a única força política na "democracia antifascista" alemã-oriental. Com a criação dos dois Estados alemães, a disputa entre EUA e URSS foi acirrada, manifestando de maneira intensa a disputa da Guerra Fria. Auxiliada pelo Plano Marshall, em alguns anos a Alemanha Ocidental alcançou um nível de prosperidade econômica elevada, garantida também pela estabilidade interna e pela integração à comunidade europeia que surgia no pós-guerra. A RFA também integrou a OTAN. A Alemanha Oriental integrou o pacto de Varsóvia, e apesar das despesas com a guerra e com a reconstrução do país, também alcançou desenvolvimento significativo entre os países socialistas. Apesar do avanço, com o passar do tempo as diferenças foram acentuando-se, e muitos alemães residentes na parte Oriental migravam para a parte ocidental, atraídos pela liberdade democrática e pelo estilo de vida. A situação ficou crítica no final dos anos 50, com as tentativas de unificação. A RFA não reconhecia a RDA como um país, e exigia a integração. Por outro lado, os soviéticos exigiam a saída das tropas norte- americanas de Berlim Ocidental. Entre 1949 a 1961, quase 3 milhões de pessoas fugiram da Alemanha comunista para os setores ocidentais de Berlim. Somente em julho de 1961, 30 mil pessoas escaparam. A ameaça de esvaziamento da Alemanha Oriental levou a URSS a construir uma barreira física no meio da cidade. Na manhã de 13 de agosto de 1961, soldados começaram a construir o Muro de Berlim, demarcando a linha divisória inicialmente com arame farpado, tanques e trincheiras. Nos meses seguintes, foi sendo erguido em concreto armado o muro que marcaria a vida da cidade até 1989. Ao longo dos anos, a fronteira transformou-se numa fortaleza. Como os soldados tivessem ordem de atirar para matar, muitos que tentaram atravessar acabaram morrendo. 1581838 E-book gerado especialmente para DANIEL MARTINS MIGUINS DA SILVA 20 Foto de Conrad Schumann, soldado da Alemanha Oriental, em direção à Berlim Ocidental,
Compartilhar