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Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 1 SÍNDROMES BRÔNQUICAS: ASMA, DPOC, HIPOXEMIA. ASMA: Doença heterogênea, caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, definida pela história de sintomas respiratórios como: Chiado, dispneia, opressão torácica e tosse. Que variam ao longo do tempo e intensidade, juntamente com limitação variável do fluxo de ar expiratório. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 2 Fisiopatologia: Doença inflamatória que leva à hiperreatividade das vias respiratórias em resposta à broncoconstrição exagerada, além de edema, congestão vascular e aumento de exsudação que levam à obstrução intraluminar. O aumento do volume residual pode causar hiperinsuflação pulmonar. Indicativos na anamnese: a) Sintomas episódicos? b) Melhora de sintomas ao uso de medicações. c) Atopias (hipersensibilidade ao ambiente) ou asma na família. d) Rinite alérgica. e) Dermatite atópica. f) Tabagismo. g) Atividade ocupacional. h) Possuir animais domésticos. Manifestações clínicas: Sibilos. Tosse. Dispneia. Opressão torácica. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 3 Características: mais de um sintoma, pioram a noite ou primeiras horas da manhã, intensidade variável. Farmacologia: Leve: Controlada com corticoide inalatório + formoterol (somente ou baixa dose corticoide inalatório) + antagonistas dos receptores de leucotrienos. Moderada: Controlada com dose baixa ou média de corticoide inalatório e LABA (beta agonista inalatório de longa duração). Grave: Descontrolada apesar de dose alta de corticoide inalatório e LABA ou necessita altas doses de corticoide inalatório e LABA para prevenir descontrole. Crise asmática: Exame físico: Cianose central, tosse, dispneia, taquipneia, expiração prolongada. Aparelho respiratório: Inspeção: normal, redução expansibilidade ou tiragem intercostal. Palpação: normal, redução do frêmito toracovocal ou redução expansibilidade. Percussão: normal ou hipertimpânico. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 4 Ausculta: sibilos ou ausência de ruídos adventícios Testes recorrentes: a) Espirometria b) Alérgico (IgE específico) c) Broncoprovocação Diagnostico: a) História de sintomas respiratórios com variabilidade. b) Confirmação de variabilidade da limitação de fluxo expiratório. Manutenção: Corticosteroides inalatórios, beta agonista de longa duração (LABA). Crise asmática: oxigênio, corticosteroides orais/ sistêmico, beta agonista de curta duração, anticolinérgicos, sulfato de magnésio. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC): Caracterizada por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo devido a anormalidades das vias aéreas ou alvéolos usualmente causada por exposição significativa à partículas nocivas ou gases (Enfisema e bronquite crônica). Fatores de risco: a) Genético (deficiência de alfa-1-antitripsnia); b) Crescimento e desenvolvimento pulmonar (até adolescência); c) Exposição à partículas (tabagismo, maconha, fumaça de cozinha, combustíveis, gases, poeiras ocupacionais); d) Baixo nível socioeconômico; e) Asma; f) Bronquite crônica; g) Infecções. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 5 Patogenia: Inflamação crônica devido à exposição a irritantes químicos, acarretando na modificação da resposta inflamatória local associada à inflamação amplificada (possível causa genética). Modificadores da inflamação: Estresse oxidativo (células inflamatórias, macrófagos e neutrófilos) e excesso de proteinases (destroem elastina). Ação de células + mediadores inflamatórios nas vias aéreas periféricas, parênquima e vasos pulmonares. Fibrose peribronquiolar intersticial, ruptura das ligações alveolares, redução do recolhimento elástico. Culminando em LIMITAÇÃO DAS VIAS AÉREAS. Bronquite Crônica: Inflamação da mucosa dos brônquios, culminando em hipertrofia das glândulas submucosas da traqueia e brônquios e aumento do número de células caliciformes das pequenas vias aéreas com aumento da produção de muco. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 6 Enfisema: Alterações na estrutura distal do bronquíolo terminal por dilatação dos espaços aéreos ou destruição da parede alveolar. Fisiopatologia: LIMITAÇÃO DO FLUXO DE AR: aprisionamento de gás, causando inflamação, fibrose, exsudato luminal nas vias aéreas. HIPERINSUFLAÇÃO por limitações de gás nas vias aéreas (retenção na expiração, redução da capacidade inspiratória e comprometimento da musculatura respiratória). ANORMALIDADES NAS TROCAS GASOSAS: hipoxemia e hipercapnia (redução do drive respiratório ou aumento do espaço morto). HIPERSECREÇÃO DE MUCO: aumento do número de células caliciformes, glândulas submucosas, mediadores inflamatórios e proteases. Manifestações clínicas: a) Dispneia (progressiva, piora aos esforços, persistente). b) Tosse (que pode ser intermitente, não produtiva). c) Produção de escarro. d) Sibilos (laríngeo, inspiratório expiratório) e opressão torácica. e) Adicionais: fadiga, perda ponderal/muscular, anorexia. f) Por meses a anos. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 7 Características: Hábitos de vida, ocupação profissional. Exame físico: Dispneia, período expiratório prolongado, cianose central, taquipneia, uso de musculatura acessória. Ausculta pulmonar: Inspeção: tórax em tonel Percussão: hipersonoridade Palpação: frêmito toraco-vocal reduzido Ausculta: MV reduzido, sibilos e estertores finos. Exames recorrentes: Espirometria RX de tórax: Hiperinsuflação, aumento anteroposterior do tórax, retificação cúpula diafragmática, horizontalização das costelas, aumento ou diminuição de trama vascular periférica. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 8 Tomografia de Tórax: Enfisema centroacinar, panacinar e paraseptal. DPOC EXACERBADO: Diagnóstico clínico: Piora da dispneia basal; Aumento na quantidade de escarro; Piora do aspecto do escarro. CONDUTA: oxigênio, broncodilatadores de ação curta ou longa e corticosteroides inalatórios, drogas anticolinérgicas. CONDUTA DPOC EXACERBADO: oxigênio, antimicrobianos, broncodilatadores de curta duração, anticolinérgicos, corticosteroides. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 9 HIPOXEMIA: Síndrome aguda em que o sistema respiratório torna-se incapaz de promover as trocas gasosas, levando ao prejuízo na absorção do oxigênio do ambiente e/ou eliminação do dióxido de carbono (EMERGÊNCIA). Fisiopatologia: Tipo I: Hipoxemia Ventilação preservada Alteração na relação ventilação/perfusão ou na difusão de gases pela membrana alveolocapilar. Tipo I: Desequilíbrio V/Q (baixa V ) - efeito shunt. Desequilíbrio V/Q (alta V) - efeito espaço morto. Espessamento da membrana alveolocapilar (bloqueia difusão de O2). Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 10 Tipo II: Hipoxemia e hipercapnia.Falência de ventilação; Condições em que há hipoventilação. Tipo II: Doenças neurológicas: centro respiratório, medulares, periféricas, neuromusculares. Doenças de parede torácica. Doenças de vias aéreas superiores e inferiores. HISTÓRIA CLÍNICA: variável EXAME FÍSICO: Taquipneia, agitação, confusão mental, tiragem intercostal, batimento de asa de nariz, uso de musculatura acessória, respiração paradoxal. Aparelho respiratório: a depender da etiologia. EXAMES: Gasometria arterial: PaO2 < 60 mmHg ( ou SpO2 <90%) e PCO2> 50mmHg Demais suspeitas: Angiotomografia de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, enzimas cardíacas. TC de crânio. Líquor. Medicina – Propedêutica Clínica 2022 @juniorlyma 11 CONDUTA: Oxigênio (CN, máscara nasal, sistema de alto fluxo, VNI, IOT) e tratamento da doença de base. Referência: - PORTO, C.C. Semiologia Médica. 7a ed. Rio de janeiro. Guanabara, 2014; - BICKLEY, LINN S. BARBARA BATES – Propedêutica Médica. Guanabara Koogan, 12a edição, 2015
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