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1 Carolina Gondim – 2019.2 DPOC E ASMA DISPNÉIA • Conceito: respiração ruim • Fatores implicados: o Fisiopatológicos o Ambientais o Psicológicos (deve-se descartar os fatores anteriores para considerar esse fator) • Causas: o Neurológicas: resposta aos centros respiratórios o Musculares: musculatura respiratória ineficaz. Ex: Guilan Barré o Mecânicas: obstrutivas o Respiratória: ▪ Alteração na complacência pulmonar ▪ Alteração na permeabilidade das vias aéreas ▪ Distúrbio das trocas gasosas • Hipoxemia • Hipercapnia o Atenção: 94% → resultam de doença CV, doença respiratória, mal condicionamento físico e psicogênico o O pulmão é culpado pelo dano do coração (cor pulmonale) ASMA E DPOC 2 Carolina Gondim – 2019.2 ASMA • Conceito: “é uma afecção inflamatória crônica caracterizada por hiper-reatividade das vias respiratórias inferiores, com limitação do fluxo respiratório, observando-se estreitamento difuso dos condutos respiratórios de pequeno calibre, em consequência de edema da mucosa, constricção da musculatura lisa (broncoespasmo) e hipersecreção das cpelulas brônquicas. Tais alterações manifestam-se clinicamente por crises de dispneia, predominantemente expiratória, acompanhada de sensação de constricção ou aperto no tórax, dor torácica difusa, chieira e tosse, que, no inicio é seca, mas, com o proguedir da crise, torna-se produtiva. Quando a crise se alonga e torna-se refratária às medidas terapêuticas usuais, persistindo por dias seguidos, chama-se mal asmático.” o Doença respiratória crônica que cursa com reversibilidade (a reversibilidade pode ser espontânea ou com tratamento); o Hiperrreativa das vias aéreas → gerando obstrução; o Recorreência (contato com alérgenos); o Progressão (inflamação e remodelamento) → com o passar do tempo, há uma alteração na estrutura dos brônquios, tornando a doença menos reversível; ▪ Toda vez que o paciente entra em crise, aumenta o processo inflamatório, ocasionando em um remodelamento do quadro; ▪ A inflamação crônica da asma é um processo no qual existe um cilo contínuo de agressão e reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis, isto é, o remodelamento das vias aéreas o Não é obrigatório o asmático sibilar; • Quadro clínico o Episódios recorrentes de dispneia, tosse (particularmente à noite ou no início da manhã) e sibilância; o Inicio: ▪ Infância (ou < 25 anos); ▪ Após 40 anos; o Epidemiologia: ▪ 300 milhões no mundo; • No brasil, cerca de 20 milhões ▪ Países desenvolvidos, ocidentais → mais afetados que zonas rurais; • Maior exposição a alérgenos em cidades mais urbanizadas; o Fisiopatologia ▪ Elementos chave: • Reação exacerbada a alérgenos – ATOPIA → IgE 3 Carolina Gondim – 2019.2 o Atenção: o paciente atópico é aquele que apresenta ou possui algum familiar que apresenta asma, história de rinite ou história de dermatite (são representações clínicas) → predisposição; • Cascata inflamatória: edema, dor, rubor e calor; o Células inflamatórias: linfócitos T, eosinófilos, mastócito; o Mediadores inflamatórios: citocina, histamina, leucotrieno, quimiocinas e óxido nítrico o Liquido ou edema: hipersecreção de muco o Constrição das vias aéreas inferiores: Hiperreatividade → broncoesparmos ▪ O estreitamento brônquico intermitente e reversível é causado pela contratação do musculo liso brônquico, pelo edema da mucosa e pela hipersecreção mucosa ▪ A hiper-responsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada ao estímulo que seria inóquo em pessoas normais; o Espessamento das paredes das vias aéreas • Alérgeno → ativação linfócitos TH2 → citocinas o “Vários mediadores inflamatórios são liberados pelos mastócitos brônquicos (histamina, leucotrienos, triptase e prostaglandinas), pelos macrófagos (fator de necrose tumoral – TNFa, IL-6, óxido nítrico), pelos linfócitos T (IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, fator alfa de crescimento de colônia de granulócitos (GM-CSF), pelos eosinófilos (MBP, ECP, EPO, mediadores lipídicos e citocinas), pelos neutrófilos (elastase) e pelas células epiteliais (endotelina-1, mediadores lipídicos, óxido nítrico). Através de seus mediadores as células causam lesões e alterações na integridade epitelial, anormalidades no controle neural autonômico (substância P, neurocinina A) e no tônus da via aérea, alterações na permeabilidade vascular, hipersecreção de muco, mudanças na função mucociliar e aumento da reatividade do músculo liso da via aérea.Esses mediadores podem ainda atingir o epitélio ciliado, causando-lhe dano e ruptura. Como conseqüência, células epiteliais e miofibroblastos, presentes abaixo do epitélio, proliferam e iniciam o depósito intersticial de colágeno na lâmina reticular da membrana basal, o que explica o aparente espessamento da membrana basal e as lesões irreversíveis que podem ocorrer em alguns pacientes com asma.” o Resuminho: 1. Estimulam plasmócitos a produzir IGE ► Ligam-se aos mastócitos ► Liberação de histamina, leucotrienos e prostaglandinas ► Broncoespasmos e inflamação 4 Carolina Gondim – 2019.2 2. Diferenciação e ativação dos eosinófilos ► Ligam-se a complexo antígeno/anticorpo (IGE) ►Liberação de histamina, leucotrienos ► Broncoespasmo o Resultado final: obstrução de via aérea e espasmo (estreitamento da via aérea); • Recrutamento de células inflamatórias e liberação de mediadores de forma AMPLIFICADA o Histopalogia o Processos inflamatórios na ASMA ▪ Inflamação aguda: broncoconstrição, edema, secreção, tosse ▪ Inflamação crônica: Recrutamento celular, dano epitelial, modificações estruturais precoces ▪ Com isso, ocorre o remodelamento vias aéreas: proliferação celular, aumento da matriz extracelular o Patologia ▪ Fatores desencadeantes para crise de asma • Fatores inflamatórios o Alérgenos o Infecções respiratória o Ocupação (profissão) ▪ É importante destacar que a asma de início recente em adultos pode estar relacionada com exposições ocupacionais • Irritantes o Exercício (pacientes que não estão condicionados ao exercício) 5 Carolina Gondim – 2019.2 o Ar frio o Mudança de temperatura o Odores forte o Estresse • Outros o Cigarro o Medicações o Alimentos o Poluentes o Refluxo gastroesofágico o Manifestação clínica ▪ Idade de início: normalmente adultos jovens (<25 anos) • Observar sintomas na infância • Sintomas: o Dispneia o Sensação de opressão torácica o Tosse seca o Piora à noite ▪ Associação com rinite e dermatites alérgicas ▪ Exame físico: • Geral e Inspeção: taquipneia – 25 a 40 ipm, fase expiratória > inspiratória, taquicardia, ansiedade, uso de mm acessória – tiragem, tórax hiper-insuflado, cianose; • Palpação: frêmito toracovocal normal ou diminuído • Percussão: aumento da ressonância (mais comum na crise); • Ausculta: broncoespasmo – sibilos (expiratórios, mas pode haver pluralidade), diminuição do murmúrio vesicular; • Pode haver roncos Secreção e estertores – infecção. • Gravidade – tórax pouco ruidoso ou silencioso (gravidade elevada, interrupção total da via aérea); o Exames complementares ▪ Laboratório → eosinofilia e aumento de IgE ▪ Testes alérgicos (acompanhamento, não para pacientes em crise) ▪ Radiografia do tórax → Normal • Asma grave – podem haver sinais de hiperinsuflação mesmo fora da crise – depressão diafragmática e campos pulmonares hipertransparentes (pulmão inchado, tentando compensar) ▪ Espirometria: exame que registra o máximo volume de ar (VEF) que um indivíduo pode movimentar desde uma inspiração máxima até uma expiração completa. O principal objetivo é demonstrar uma obstrução do fluxo aéreo que se reverte pela administração de broncodilatadores. Resumindo, ele tem três utilidades principais: estabelecer o diagnóstico; documentar a gravidade da obstrução ao fluxo aéreo; e monitorar o cursoda doença e as modificações decorrentes do tratamento • São indicativos de asma: o Obstrução das vias aéreas caracterizadas por redução do VEF, (inferior a 80% do previsto) e da relação VEF/CVF (inferior a 0,75 em adultos e a 0,86 em crianças) O exame físico do asmático geralmente é inespecífico. A presença de sibilos é indicativa de obstrução ao fluxo aéreo; contudo, pode não ocorrer em todos os pacientes. 6 Carolina Gondim – 2019.2 o Obstrução ao fluxo aéreo que desaparece ou melhora significativamente após o uso de broncodilatador B2 de curta duração (aumento do VEF1 de 7% em relação ao valor previsto e 200 ml em valor absoluto); o Aumento espontâneo do VEF1 no decorrer do tempo ou após uso de corticosteroides (por duas semanas) de 20%, excedendo 250 ml i. Cada traçado de VEF, reflete a maior entre três medidas repetidas ii. VEF¹ Maximo volume de ar liberado no primeiro segundo de exposiçião iii. CVF capacidade vital forçada ( volume total de ar expulsada em uma expiração forçada) o Atenção: pacientes que apresentam asma leve, não necessariamente, só apresentarão crises leves, e vice-versa; DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÕNICA • O cigarro é o grande vilão • Definição: “é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo. Embora a DPOC comprometa os pulmões, ela também produz conseqüências sistêmicas significativas.” o Doença respiratória crônica o Exposição prolongada a gases irritantes/ meteriais particulados ▪ Bronquios/ Bronquíolos ▪ Parede alveolar ▪ Declínio do Fluxo aéreo expiratório – perda da capacidade funcional pulmonar – parcialmente reversível ou irreversível • Epidemiologia: o Não se conhece a real prevalência em nosso meio; o Os dados de prevalência para o Brasil, obtidos até o momento, são de questionário de sintomas, que permitem estimar a DPOC em adultos maiores de 40 anos em 12% da população, ou seja, 5.500.000 indivíduos; Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma. Pacientes com sintomas intermitentes ou asma controlada geralmente têm espirometria inteiramente normal antes do uso de broncodilatador. A repetição do exame após o uso de broncodilatador nesses casos pode revelar uma resposta significativa em alguns pacientes, devendo, por conseguinte, ser incorporada à rotina do exame na investigação da asma. Ademais, a espirometria é essencial para a avaliação da gravidade. Quando a história clínica é característica, mas a espirometria é normal, o paciente deve ser considerado como tendo asma e, quando necessário, deve ser tratado. 7 Carolina Gondim – 2019.2 o No Brasil, ela já ocupa a 5ª posição em causa de morte e 290 mil pacientes são internados anualmente; • Espectros clínicos o Bronquite crônica: inflamação brônquica ▪ “É uma condição caracterizada por excessiva secreção de muco na árvore brônquica. A manifestação clínica principal é tosse com expectoração mucopurulenta de pequeno volume, que persiste por meses, alternando períodos de melhora e piora, dependendo se há infecções, poluição atmosférica e uso de tabaco. Ao exame físico do tórax, o principal achado são os estertores grossos disseminados em ambos os hemitórax. Roncos e sibilos são frequentes e pode-se encontrar redução bilateral da expansibilidade, hipersonoridade e redução do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular nos indivíduos com enfisema associado.” o Enfisema: destruição paredes alveolares • Fatores de risco o Tabagismo o Fumaça de lenha o Exposição ocupacional o Infecções respiratórias graves na infância • Fisiopatologia o Bronquite crônica ▪ Agentes nocivos → estimulam macrófagos alveolares → recrutamento de neutrófilos → inflamação, hipertrofia e hiperplasia das glândulas produtoras de muco, hipertrofia dos MM lisos, destruição parcial da cartilagem brônquica e fibrose → obstrução por inflamação, muco e fibrose; o Enfisema – retentor crônico (retenção de CO2) ▪ Esquema: ▪ Agentes nocivos → agressão ao epitélio alveolar → recrutamento dos neutrófilos → liberação da elastase leucocitária → destruição parede alveolar → redução da complacência ▪ Observações: 1. Capacidade Pulmonar Total = Volume máx. dos pulmões depende mm inspiratórios ativados ao máximo + retração elástica pulmonar + retração elástica da parede torácica. 2. A lesão do epitélio alveolar ocorre sobretudo naqueles que tem deficiência de alfa 1- antitripsina, enzima inibidora da elastase - Predisposição ao enfisema. • Fisiopatologia o Bronquite crônica: o Enfisema: 8 Carolina Gondim – 2019.2 • Patologia o Modificações do Parênquima Pulmonar na DPOC: o Anatomopatológico: ▪ Alvéolos cheio de ar, que se assemelham a bolhas. Essas bolhas as vezes se rompem e acarretam em um pneumotórax espontâneo; • Manifestações clínicas 9 Carolina Gondim – 2019.2 o Temos pacientes que são: ▪ Enfisematosos (dificilmente escutamos sibilos no pulmão) ▪ Bronquíticos ▪ E pacientes que apresentam ambas situações clínicas o Bronquite crônica (soprador azul - Blue Boater) ▪ Quadro de tosse produtiva crônica que ocorre em pelo menos 3 meses em um período de 01 ano por ▪ pelo menos 2 anos consecutivos. ▪ Muitos pacientes “convivem” com a tosse e não a reconhecem como sintoma. ▪ Só vão relatar Dispneia quando há redução de pelo menos 50% da função pulmonar. ▪ Pacientes brevilíneo, obesos, pletora facial, hipoxemia, cor pulmonale (pacientes que apresentam insuficiência cardíaca oriunda de uma doença pulmonar) o Enfisema (Soprador Róseo – Pink Puffers) ▪ Dispneia de instalação lenta e progressiva, muitas vezes referida como “cansaço”; ▪ Limitação progressiva da atividade física, levando subpercepção da Dispneia; ▪ Mais comum: tosse seca (a tosse vai estar mais presente na bronquite); ▪ Paciente longilíneo, fáscies angustiada, magro, tórax em tonel, dispneia expiratória, sem sinal de cor pulmonale ou hipóxia significativa, MV diminuído; o Outros achados: ▪ Taquipnéia ▪ Utilização de mm acessória (tiragem), principalmente do pescoço ▪ Hiperfonese de B2 no foco pulmonar ▪ Cianose ▪ Aumento da pressão venosa jugular à inspiração o Enfisema X DPOC o • Exames: o Espirometria 10 Carolina Gondim – 2019.2 o Laboratorial: Gasometria ▪ Alterações nas trocas gasosas • Queda da PO2 (oximetria e Saturação reduzidas) • Tendência a reter CO2 (aumento da PCO2): mais no DPCOC com predomínio de Bronquite Crônica → o Insuficiência Respiratória o Distúrbio Ventilação/perfusão o P02 < 60 o PCO2 > 50 o Radiografia (Pulmão Hiperinsuflado/ Coração em gota/ Diafragma baixo, retificado/ mais espaços intercostais do que o usual porque o pulmão se encontra hiperexpandido) 11 Carolina Gondim – 2019.2 (Derrame pleural de ar) o Tomografia (Enfisema – Destruição de alvéolos) DISPNEIA – PRINCIPAIS DOENÇAS NEOPLASIAS PULMONARES • 3º causa de câncer (perde apenas pra mama e próstata) • 1º lugar em mortalidade por câncer • 90% associado ao tabagismo o Relação dose-dependente o Exposição passiva é carcinogênica o DPOC é fator de risco independente do fumo. ▪ Por exemplo: aquele paciente que tem alteração genética, apresentará risco pra câncer de pulmão • Atenção: Quantificação do tabagismo o Carga tabágica: quantificação do tabagismo ▪ Medida em anos-maço 12 Carolina Gondim – 2019.2 ▪ Para calcular a carga tabágica = o número de cigarros fumados por dia dividido por 20 (o número de cigarros em um maço) e o resultado multiplicado pelo número de anos de uso de tabaco (anos-maço) o Paciente não tabagista não necessariamenteé um paciente que nunca fumou. Entretanto, o risco de um paciente não fumante é infinitamente menor do que um tabagista. • Tipos: 99% são tumores do epitélio respiratório → Carcinoma Broncogênico o Pequena Células → CPCP o Não Pequenas Células → CPCNP - Subtipos: Adenocarcinoma, Carcinoma de Cel. Escamosas e Carcinoma de Cel. Grandes • Manifestações clínicas: o Locais: Tosse de início recente ou mudança do padrão da tosse, Hemoptise, Sibilos localizados (devido a localização específica do câncer), Pneumonia de repetição, Abscesso pulmonar. o Invasão local: Dor torácica, Dispneia por derrame pleural, Derrame pericárdico, Rouquidão, Síndrome da veia cava superior, Síndrome de Horner, Síndrome de Pancoast. o Metástases: Ossos, fígado, gânglio cervical e supraclavicular o Síndromes Paraneoplásicas: ▪ Tumores que produzem substâncias análogas a hormônios, fatores de crescimento tecidual, etc (substâncias que se comportam de forma semelhante há um hormônio) ▪ Ex: Baqueteamento Digital (tumor liberando substâncias que fazem com que as extremidades aumentem) o Geral: Perda de peso, anorexia, febre o Achados radiológicos em pacientes assintomáticos
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