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EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 1 Tutorial 3 – mod X – Eu sei quando a pressão está alta Doença renal crônica + IECA Doença renal crônica (DRC) ou IRC - Resultante de um grande número de doenças, tanto sistêmicas que danificam os rins quanto intrínsecas a estes órgãos. - LRA repetitiva que leva a DRC. Há um estímulo longo que leva a lesão aguda e com o tempo ela cronifica. - TFG < 60 e/ou albuminúria e/ou hematúria por no mínimo 3 meses. - Na DRC o dano renal raramente é reparado, levando ainda mais a perda da função. Essa perda de função danifica ainda mais, progredindo mesmo que a causa do problema fique inativa. - Chega o momento que o rim não consegue realizar a maioria das suas funções, levando ao estágio final da doença, onde é necessário diálise ou transplante para a manutenção da vida. - Saber a natureza crônica e progressiva da DRC ajuda a escolher as estratégias de tratamento para tentar retardar a perda da função renal e melhorar os sintomas. EPIDEMIOLOGIA - Pesquisa sugere que a taxa de DRCT está diminuindo 1% ao ano, talvez em decorrência da ênfase na detecção precoce da DRC e do tratamento agressivo da HAS, especialmente através do uso mais intensivo de bloqueadores do SRAA (BRA). - Aproximadamente 8 Milhões de pessoas são acometidas pela DRC de estágios 3 ou 4, sendo mais susceptíveis à insuficiência renal progressiva. - Duas enfermidades são responsáveis por ~ 70% dos novos casos de DRCT: HAS (27%) e DM (49%). - Maior incidência: idosos e afrodescendentes, além de indivíduos com ascendência indígena e asiática. Outras doenças CV e histórico familiar trazem propensão. - Outros fatores são: tabagismo, albuminúria, obesidade e hiperlipidemia. FISIOPATOLOGIA – Mecanismos de adaptação renal Teoria do néfron intacto - Acreditava-se que apenas os néfrons intactos funcionariam. Hoje, se sabe que mesmo os agredidos podem contribuir para a manutenção da função. - Os rins possuem funções como excreção dos metabólitos e regulação das [ ] iônicas no LIC e LEC, da pressão sanguínea e de várias funções endócrinas. - A amplitude destas funções dá origem a várias consequências previsíveis e algumas imprevisíveis, da DRC. - É previsível – que a limitação da excreção de ácidos leve à hiperventilação e à diminuição da PCO2, porém a acidose também causa perda de massa muscular e pode levar doenças ósseas e fraturas. ** A capacidade do rim é superior ao mínimo necessário. Logo, é possível sobreviver com funções menores, inclusive até 10% do total. Os néfrons se readaptam para trabalhar pelos outros. ** Mecanismo de Trade off - Troca de adaptação – pctes com DRC atingirão o balanço através da ativação de respostas fisiopatológicas, que causam consequências adversas. - Quando TFG cai para 50%, a FENa dobra (1,2%). - Na DRC, a TFG cai para níveis até 25% e mantemos o equilíbrio aumentando a FENa para 2,4%. Abaixo disso, há rejeição do sódio que vai sinalizar para o túbulo rejeitar todo o Na. Como o Na não é reabsorvido sozinho e precisa da água, haverá saída de água para o VEC. - Quando TFG cai para <25%, não tem mais como aumentar a FENa, e há absorção de Na e H2O. Já havia hipervolemia e agora há uma hiponatremia Hipervolêmica. - Perde-se a capacidade de se adaptar a escassez de sódio. Se isso perpetuar, falha, evolui para a edema, podendo levar a morte. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 2 Considerações acerca de Balanço e do Estado Estável - O balanço é a condição em que a ingestão ou a produção de uma substância é igual à sua eliminação. - A habilidade de atingir o balanço tem um limite que se alcançado, provoca acúmulo de íons e outras moléculas que deveriam ser excretados pelo rim, a não ser que sua ingestão ou produção sejam reduzidas. - Um pcte pode estar em estado estável, mas não em balanço, por estar ganhando ou perdendo um íon ou um composto em uma taxa constante. Balanço de sódio - É quase todo eliminado pelos rins. FENa ~ 0,6% - O ducto coletor faz o ajuste fino. - Um mecanismo com limitações (consegue ser 4x mais), quando cai abaixo de 50%, o aumento de FENa não acompanha a queda. Balanço de água - Dificuldade na capacidade de concentrar urina/ diluir - A expansão do VEC deprime a reabsorção tubular de H2O e Na. - Desorganização estrutural + fibrose também dificulta o funcionamento desse mecanismo. - Está mais favorável a sofrer uma desidratação hipertônica (perde muita água e pouco sódio) em caso de uma privação de água em dia quente, por exemplo. - Pode haver intoxicação hídrica. Balanço de Potássio - 90% do potássio é eliminado pelos rins, 10% pelo TGI. - Trade-off é válido aqui também. - Necessita de uma elevação do nível sérico (5,5) para ativar o mecanismo de balanço renal, e a adaptação se dá com elevação da pressão sanguínea (aldosterona retém sódio para conseguir excretar potássio). - Há risco de arritmia. Balanço ácido - A produção/excreção de amônio pelo néfron aumenta na medida que a DRC avança. - Quando o mecanismo cessa, o tamponamento é realizado pelos ossos, que libera o fosfato, fazendo uma descalcificação. - A osteomalácia é o pagamento para a homeostase. Balanço cálcio/fosfato - A diminuição do calcitriol diminui absorção TGI de cálcio (hipocalcemia). Isso estimula aumento de PTH, e leva a um hiperparatireoidismo 2º. - Há uma progressiva descalcificação óssea. - Paratireoide é tão estimulada que se torna independente: hiperparatireoidismo 3º. - Elevação de fosfato aumenta produto fosfato x cálcio. Um aumento expressivo leva a hipocalcemia, que aumenta estímulo no PTH, o que é bom, pois suprime a reabsorção de fosfatos no túbulo proximal. - Isso é mantido enquanto PTH fica alto, pois quando diminui (dieta), há um agravamento do hiperparatireoidismo. - Precipitação de fosfato de cálcio em tecido não ósseo, aumentando risco CV e nefrocalcitose. - Se diminui fosfato e cálcio, ñ tem contratilidade muscular e nem contratilidade do coração. Hipertensão - Resultante da expansão do LEC devido à ingestão de uma dieta rica em sal e à menor capacidade de excreção de sódio. - A resposta normal ao aumento do LEC é a elevação da pressão sanguínea, que estimula a excreção de sódio de forma a compensar sua ingestão. - No estado estável, o balanço de sal apenas pode ser mantido enquanto a pressão sanguínea for alta, a não ser que o consumo dietético de sal seja restringido e que diuréticos sejam administrados para aumentar a excreção de sódio. - Duas implicações práticas: 1. Revela o porquê o tratamento de pctes hipertensos apenas com vasodilatadores é ineficaz. Quando as drogas vasodilatadoras reduzem a pressão sanguínea, a diminuição da excreção de sódio leva à retenção deste elemento e à expansão do volume extracelular, causando hipertensão. 2. Explica o porquê o controle da quantidade de sal na dieta é necessário mesmo quando os diuréticos são usados para tratar a hipertensão nos pctes com DRC. Dieta rica em sal pode anular efeitos benéficos da administração de diuréticos – expansão do volume extracelular e reaparecimento da hipertensão. - Hipertensão isolada pode danificar os rins; a hipertensão maligna lesa as células endoteliais da arteríola aferente e dos glomérulos. - A hipertensão crônica está frequentemente associada à lesão glomerular isquêmica difusa e pode causar o colapso dos vasos glomerulares. - Outro mecanismo gerador de hipertensão em pctes com DRC é a ativação do SRAA e do sistema nervoso simpático. - Uma vasoconstrição da arteríola Eferente leva ao aumento da pressão intraglomerular que leva ao aumento de TGF. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 3 - A curto prazo pode aumentar a TGF, mas os capilares têm uma resistência e chega um momento que começa a fazer lesão renal (perde néfron)também. - Níveis circulantes de renina e angiotensina elevados demais para indivíduos que são hipertensos – ação vasoconstritora da angiotensina II e retenção de sal induzida pela aldosterona contribuem para hipertensão. - O sistema nervoso simpático não é apenas responsável pela vasoconstrição, mas também pode suprimir a síntese de óxido nítrico nos pctes com DRC. - Pctes hipertensos frequentemente apresentam concentrações séricas de ácido úrico no limite superior da faixa de referência ou em valores elevados. - Uma alta concentração de ácido úrico pode causar dano vascular, sugerindo que este composto pode desempenhar algum papel na gênese da hipertensão na DRC. - O mecanismo que leva à progressão do dano renal é a transmissão direta da maior pressão sanguínea à arteríola aferente ao glomérulo, causando glomeruloesclerose Doenças endócrinas - DRC causa resistência à insulina por reduzir a habilidade desta molécula de estimular a captação de glicose pelos músculos e por outros órgãos. Isso leva ao aumento na [ ] circulante de insulina. - Nos pctes com DRC resistentes à insulina, demonstrou-se que esta molécula interage normalmente com seu receptor; assim, a falha na estimulação do metabolismo da glicose se deve a um efeito pós- receptor, na cascata de sinalização celular. - A resistência à insulina em pctes não diabéticos com DRC, somente em raras ocasiões, está associada a glicemias superiores a 200mg/dL. - A glicemia costuma estar normal ou apenas ligeiramente aumentada, já que a maior secreção de insulina compensa os defeitos da sinalização celular. - Um possível indicador da resistência à insulina é a acidose metabólica. - A acidose metabólica prejudica a captação da glicose estimulada pela insulina nos adultos normais e ainda leva à perda muscular de proteína, uma função metabólica sensível à insulina. - A acidose metabólica pode contribuir para outras anomalias endócrinas induzidas pela DRC: Ela diminui a habilidade do hormônio de crescimento de estimular o fator de crescimento insulina-símile. Contribui para menor crescimento em crianças acometidas por DRC. Diminui a função da tireoide por aumentar os níveis circulantes do hormônio estimulador da tireoide e reduzir as concentrações de T3 e T4. Degrada proteínas de pequeno porte, incluindo hormônio, prejudicando a função renal e afetando o estado endócrino do pcte. - Os pctes diabéticos tratados com dose usual de insulina podem desenvolver hipoglicemia com a deterioração da função renal, já que o rim danificado não consegue remover adequadamente a insulina injetada. - Esta mesma função também afeta a interpretação das concentrações circulantes de PTH, pq o dano renal leva ao acúmulo de diferentes fragmentos deste hormônio. - Em pctes com DRC avançada a anemia normocítica normocrômica aparece por causa da produção deficiente de eritropoietina pelos rins. - A anemia pode ser detectada nos pctes com DRC estágio 2 que perderam 50% ou mais de sua TFG e apresentam níveis séricos de creatinina um pouco acima dos valores de referência. - Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da anemia são a menor meia-vida dos eritrócitos e as deficiências vitamínicas. Acúmulo de toxinas urêmicas - Um dos destinos das proteínas metabolizadas é a formação de ureia e produtos potencialmente tóxicos. - Além dos aminoácidos, os alimentos ricos em proteínas contêm fosfatos, Na, K, ácidos e outros íons que devem ser eliminados. - O principal produto que contém nitrogênio e é derivado do metabolismo proteico é a ureia. - A síntese de ureia é diretamente proporcional à dos outros metabólitos, já que esta substância é o principal produto final do metabolismo de proteínas. - Quando um pcte está em balanço proteico, a produção total de ureia é proporcional à quantidade de proteína presente na dieta; porém, se o pcte estiver em um balanço negativo de nitrogênio, a ureia, assim como outros íons e metabólitos, é derivada do catabolismo dos estoques corpóreos de proteínas. - O tratamento deve ser dirigido à manutenção de um balanço proteico neutro, na menor taxa de síntese de ureia possível. - As altas concentrações de indoxil sulfato – produto do metabolismo do triptofano – foram relacionados à lesão renal progressiva. - A produção de todos os metabólitos pode ser inferida pela medida da excreção da ureia em 24h, desde que o pcte esteja em estado estável. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - A DRC pode ser detectada durante a avaliação de infecções urinárias ou obstruções ureterais ou vesicais. - A DRC é mais diagnosticada quando o pcte está hipertenso ou edemaciado e apresenta hematúria e altas concentrações séricas de ureia ou creatinina. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 4 - Mesmo quando a DRC é avançada, os sintomas não são específicos. - Alguns pctes queixam-se somente de intolerância ao exercício, fadiga ou anorexia. - As grandes perdas de albumina (maiores que 3g/dia) associadas ao edema e à hipercolesterolemia definem a síndrome nefrótica. - Quando a albuminúria é grave, outros problemas podem ocorrer, como a perda da proteína ligante da vitamina D. - A proporção de pctes nefróticos que apresentam distúrbios de coagulação varia nos diversos estudos e é, em média, 26%, indicando que esta grave afecção não é rara. - Mesmo quando a DRC atinge os estágios 4 ou 5, os sintomas individuais não são específicos, porém, ao serem agrupados, a uremia pode ser facilmente reconhecida. - Na DRC avançada, tantos órgãos podem ser afetados que pode-se entender por que a síndrome urêmica é atribuída à toxicidade. - Sintomas incluem: fadiga, anorexia, manifestações gastrointestinais, prurido e fraqueza muscular, dor torácica. - Pctes com uremia avançada (e desde estágio 3 tbem) podem até mesmo desenvolver cheiro semelhante ao da amônia e invariavelmente apresentam anemia, acidose metabólica, hipercalemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia e hipoalbuminemia – diálise. - Doença óssea e calcificação extraóssea (pele/vasos cutâneos) DIAGNÓSTICO Estágios ↓ Descrição TFG Sintomas ou sinais 1 Dano renal crônico com TFG normal ou aumentada >90 Anemia 4% Hipertensão 40% Morte em 5a 19% 2 Pequena perda de TGF 60-89 Anemia 4% Hipertensão 40% Morte em 5a 19% 3 Perda moderada de TFG 30-59 Anemia 7% Hipertensão 55% Morte em 5a 24% 4 Perda grave de TFG 15-29 Hiperfosfatemia 20% Anemia 29% Hipertensão 77% Morte em 5a 46% 5 Insuficiencia renal <15 ou diálise Hiperfosfatemia 50% Anemia 69% Hipertensão >75% Morte em 3a 14% Avaliação clínica - Pesquisar na anamnese sintomas relacionados à hipertensão, anormalidades urinárias e qualquer histórico familiar de doença renal. - Além disso, deve-se fazer uma revisão do uso de medicamentos que possam afetar a função renal ou lesar os rins. - Ao exame físico, maior ênfase deve ser dada aos fatores associados à DRC – hipertensão, distúrbios cutâneos causados pelo prurido, evidências de diminuição da massa magra corpórea e alterações neurológicas. Achados laboratoriais - Devem ser realizadas: TFG e grau de albuminúria. - A mensuração da TFG requer a administração de compostos que apenas são eliminados através da filtração glomerular. - TFG pode ser estimada pela concentração de creatinina sérica, características do pcte e equação MDRD. - O grau de albuminúria pode ser determinado em amostra de urina de 24h. - O acompanhamento do grau de albuminúria é importante por três razões: 1. Fornece mais informações do ritmo de perda da TFG, que aumenta conforme o grau de albuminúria se eleva. 2. A persistência da albuminúria está associada ao maior risco de doença CV e à continuidade da perda da função renal. 3. Com a diminuição do grau de albuminúria, há evidências de reduçãodo risco de eventos cardiovasculares graves e da progressão da DRC. - Pctes que apresentam as maiores concentrações de albumina na urina são também aqueles onde a perda da função renal é mais rápida; quando o grau de albuminúria é reduzido, a velocidade desta perda costuma diminuir. Comparação entre os Valores de Creatinina e Ureia Creatinina Sérica - Usada para avaliar a função renal por ser depurada principalmente através da FG e por sua produção ser proporcional à massa magra corpórea. - Alguns sugerem que não seja utilizada para estimar a TFG nos pctes acometidos pela DRC. - A concentração sérica de creatinina acima dos valores de referência (de 0,9 a 1,4 mg/dL) indica uma perda expressiva, de pelo menos 50% da função renal, com danos em ambos os rins. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 5 - Outro problema reflete a produção de creatinina proporcional à massa magra corpórea. - Uma concentração sérica de creatinina igual a 1,4mg/dL em um adulto que possui pouca massa muscular indica uma perda de função renal mais expressiva do que em um indivíduo de massa muscular maior. - A concentração sérica de creatinina permanecerá constante enquanto a TFG não se alterar. - Este é um exame relativamente barato e que está disponível na maioria dos perfis bioquímicos. Ureia - Diretamente relacionada à quantidade de proteína presente na dieta. - Esta relação, associada ao grau de distúrbio funcional renal, determina a concentração de ureia. - A relação entre as concentrações de ureia e creatinina é de 40 para 1 em adultos normais ou pctes com DRC. - A concentração de ureia abaixo desta relação indica o consumo de dietas com baixos teores de proteínas. - Se a concentração de ureia for mais de dez vezes superior à de creatinina, três possibilidades devem ser consideradas 1. Pcte pode ter sangramento GI ou sofrer de um grave processo catabólico. 2. Pode estar ingerindo altíssimas qtd de proteína, produzindo mais ureia do que os rins são capazes de excretar. 3. Pode haver depleção do LEC, que estimula a reabsorção de sódio no túbulo proximal. - Devem ser feitas mensurações em 24h. - As depurações devem ser calculadas e comparadas (ureia e creatinina) com uma relação de 0,6 entre elas. - Se a relação de depuração for baixa há evidências de que a reabsorção de ureia está aumentada, diminuindo sua depuração. - Estas relações explicam porque nem a TFG nem a depuração de creatinina são influenciadas pelo fluxo urinário, ao contrário da depuração de ureia, que diminui quando o fluxo é menor. - Esta associação ocorre porque a estimulação do sódio remove sal e água, reduzindo o fluxo urinário. - A maior reabsorção de sódio aumenta a reabsorção de ureia e diminui a depuração. Diagnóstico por Imagem - Avaliação inicial inclui USG dos rins e bexiga para garantir que ñ há obstrução do fluxo da urina. - Rins aumentados sugerem diabetes, nefropatia associada à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana e doenças infiltrativas. - Rins pequenos sugerem presença de doenças glomerulares crônicas. - Proceder com exame microscópico de urina para documentar a presença de leucócitos, cristais ou cilindros. - Eritrócitos e cilindros hemáticos – glomerulonefrite. - Leucócitos e cilindros granulares delgados e espessos – nefrite intersticial TRATAMENTO 1. Hipertensão e metabolismo lipídico - HAS pode ser causa da DRC ou pode agravar, então deve ser o primeiro passo a ser tratado. ≤ 140 x 90 é alvo para pctes com DRC. KDIGO: alvo de ≤ 130 x 80 para pctes com DM ou proteinúria >1g/dia KDIGO: indivíduos >70a, alvo mais tolerável com <150 x 90. - IECA ou BRA são os medicamentos preferíveis para pctes com DRC, DM ou proteinúria. Pode ser necessário acrescentar diuréticos para controlar a expansão do VEC e níveis tensionais. TFG >45: Tiazídicos TDG < 45: Furosemida - Há risco de hiperKalemia por reter K, usar diuréticos. - Pode ter redução de TGF >25%. Estenose na A. aferente pode levar a dilatação da eferente e vasoconstrição da aferente, piorando a lesão renal. - Em estágios mais avançados, a suspensão do IECA pode aumentar a pressão intraglomerular e melhorar a TFG, podendo postergar o início da TSR. - Uso de estatina ajuda a reduzir complicações CV, diminui deposição de lipídio vascular e outros órgãos. Preferir estatina com eliminação hepática (atorvastatina) 2. Controle da glicemia: um controle rigoroso ñ é indicado, objetiva-se manter 7% e 8% em idosos. - Não usar Metformina com ClCr <30, por acidose lática. 3. Correção da acidose - TFG <30: ↓ da síntese de amônio: acidose metabólica. - Suplementar bicarbonato para manter os níveis acima de 22. 4. Anemia - A administração de eritropoietina recombinante elimina a anemia da DRC. Objetiva Hb 9-10 - Se houver deficiência de ferro, avaliar sangramento. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 6 5. Controle de doença mineral óssea - Restrição de fósforo na dieta. Quelantes de fósforo inibem absorção GI. - Se fósforo normal e PTH elevado: calcitriol. - Se TFG 10mL/min: Preparar para terapia de substituição renal. DIÁLISE Indicações - Retirar impurezas, evitar desnutrição, controlar o excesso de VEC, prevenir neuropatias. - Hiperpotassemia – acima de 5,5 mEq/L com alterações ao ECG ou maior que 6,5 mEq/L - Hipervolemia: edema periférico, derrames pleural e pericárdico, ascite, hipertensão arterial e ICC - Uremia: sistema nervoso central (sonolência, tremores, coma e convulsões), sistema cardiovascular (pericardite e tamponamento pericárdico), pulmões (congestão pulmonar e pleurite), aparelho digestivo (náuseas, vômitos e hemorragias digestivas) - Acidose metabólica grave - Outras: hipo ou hipernatremia, hipo ou hipercalcemia, hiperuricemia, hipermagnesemia, hemorragias devido a distúrbios plaquetários, ICC refratária, hipotermia e intoxicação exógena. TRANSPLANTE Indicações - Pcte portador de DRC com clearance de creatinina igual ou menor que 20 ml/min/1,73m2 são os candidatos ao transplante. - Geralmente transplantam-se até os 70 anos, porém, a idade biológica é mais importante que a cronológica. Contraindicações absolutas - Pctes com neoplasias malignas, ou já tratadas, com menos de 2 anos de seguimento; - Pctes com doença pulmonar crônica avançada; - Pctes com doença cardíaca grave sem indicação de tratamento cirúrgico ou intervencionista; - Pctes com vasculopatia periférica grave, com sinais clínicos evidentes de insuficiência vascular periférica ou com estudo de doppler mostrando lesões graves em artérias ilíacas; - Pctes portadores de cirrose hepática; - Incompatibilidade ABO; Distúrbios ácido-base - Equilíbrio ácido-base analisado pelo sistema CO2/HCO3. - [ ] de HCO3 regulada pelos rins, enquanto PCO2 regulada pelos pulmões. Distúrbios Respiratórios Distúrbios metabólicos ACIDOSE RESP. ACIDOSE METAB. ↑ PCO2 ↓ pH PCO2 > 45 pH < 7,35 ↓ HCO3 ↓ pH HCO3 < 22 pH < 7,35 ALCALOSE RESP. ALCALOSE METAB. ↓ PCO2 ↑ pH PCO2 < 35 pH > 7,45 ↑ HCO3 ↑ pH HCO3 > 26 pH > 7,45 ACIDOSE METABÓLICA Etiologia e Fisiopatologia - pH arterial < 7,40 e HCO3 sérico < 22 - Causada por: 1. Perda excessiva de bicarbonato no TGI (diarreias graves) ou acidose tubular renal (perde HCO3, K, glicose e qlqr outro íon absorvido no túbulo proximal) 2. Aumento na produção de ácidos Acidose relacionada com choque séptico Hiperglicemia: corta o efeito da insulina Insuficiência renal / intoxicação por ácidos - O hiato aniônico (ânion gap) é uma estimativa dos ânions séricos não medidos, o HÁ aumentado indica existência de ácidos séricos adicionais. - Para compensar a acidose metabólica, a ventilação aumenta para eliminar o CO2 (alcalose respiratória compensatória). - A acidemia causadiminuição da contratilidade cardíaca, arritmias cardíacas, hipopotassemia e hipóxia, hiperKalemia, disfunção plaquetária, coagulopatia, vasoconstrição pulmonar. - Pode ocorrer um transtorno ácido/base misto. - A acidose láctica é uma causa frequente de acidose com hiato aniônico; algumas causas incluem perfusão tecidual deficiente. Quadro Clínico - Fadiga, dispneia sob esforço. Além de náusea, vômitos. - Vasodilatação, taquicardia e hipotensão. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 7 - Sinais e sintomas gerais incluem cefaleia, dor abdominal, taquipneia, respiração de Kussmaul, letargia, torpor, coma. - Pode haver depressão cardíaca associada a ICC, choque ou arritmias. - Pode haver hipopotassemia induzida pela acidose, com manifestações clínicas de hipopotassemia associados. - Quadro clínico inicial depende muito da etiologia subjacente da acidose (Pcte em CAD estará desidratado e letárgico, um pcte com intoxicação por metanol pode ser queixar de cegueira devido ao subproduto formaldeído). Diagnóstico - Confirmar acidose metabólica: pH < 7,40, HCO3 < 22 - Calcular hiato aniônico: Na - Cl - HCO3); HA normal < 12mEq/L. - Examinar a adequação da compensação respiratória: pCO2 deve equivaler a (1,5 x HCO3) + 8 +/- 2 (se não for igual, há também um transtorno respiratório primário). - Calcular o delta-delta: na acidose com hiato aniônico, o HA deve aumentar 1 para cada redução de 1 ponto no HCO3 sérico (se não, está igualmente presente uma acidose sem hiato aniônico). - Procurar causa subjacente • Exames laboratoriais podem incluir: eletrólitos, lactato, osmolaridade sérica e exame de urina • CAD: cetonas e glicose na urina, glicose sérica elevada • Cetoacidose da inanição ou alcoólica; cetonas: glicose normal • Acidose láctica: lactato sérico elevado • Metanol/etilenoglicol: hiato osmolar sérico elevado • Etilenoglicol: cristais de oxalato de cálcio na urina • Intoxicação por salicilatos: acidose com HÁ e alcalose respiratória; hiato osmolar normal; exame de urina com fita reagente positiva para cloreto férrico. Tratamento - Assegurar que as vias respiratórias estão desobstruídas e a respiração, especialmente para assegurar a compensação respiratória máxima; pode ser necessária a intubação. - Tratar a causa subjacente • Restaurar a perfusão tecidual com hidratação IV +/- medicações inotrópicas • Hemodiálise e etanol ou fomepizol IV para intoxicação por metanol e etilenoglicol • Hemodiálise para uremia • Deferoxamina ou hemodiálise para intoxicação por ferro - Administrar bicarbonato IV na acidose sem hiato aniônico. - Administração de bicarbonato suscita controvérsia na acidose com hiato aniônico. • Geralmente usada se HCO3 sérico < 8 ou pH < 7,1 em casos de choque refratário ou arritmias cardíacas • Podem ocorrer efeitos colaterais devido à decomposição do bicarbonato a CO2 e H2O, incluindo agravamento da acidose intracelular e agravamento da insuficiência respiratória. Conduta - A conduta depende da etiologia subjacente - Muitos pctes necessitam de internação - Monitorar pctes para possível insuficiência respiratória, por alta demanda ventilatória na tentativa do corpo de eliminar CO2 e normalizar o pH. - Deve-se obter exames laboratoriais frequentes para assegurar a resolução progressiva da acidose por terapia. ALCALOSE METABÓLICA - pH arterial > 7,45 e HCO3 > 26 mEq/L. 1. Perda excessiva de ácidos - Via renal (diuréticos de alça e tiazídicos) - Via GI (Vômito, sonda nasogástrica) - Excesso de mineralocorticoides (aldosterona ↑ reabsorção de Na e H2O. ↑ excreção de K e H: alcalose metabólica e hipoKalemia) 2. Administração exógena de base - Tratamento de acidose metabólica (excesso de HCO3) - Transfusões de repetição. 3. Alcalose de contração - Perda de fluidos ricos em NaCl com forma rápida e quase sempre multifatorial. Perde água e ñ perde HCO3. - A compensação fisiológica à alcalose é a hipoventilação, para reter CO2; entretanto, como o grau de compensação é limitado pela hipoxemia, a PaCO2 raramente aumenta acima de 50-55mmHg. - Dividida em formas sensíveis e resistentes ao cloreto: • A alcalose sensível ao cloreto se deve geralmente à perda de volume +/- perda de ácido; a depleção de volume estimula a liberação de aldosterona, ocasionando retenção de Na+ com perda de HCO3 e K+; a urina é alcalina e contém pouco cloreto. • A alcalose resistente ao cloreto se deve à atividade inadequada da aldosterona, com os mesmos resultados acima (não existe hipovolemia, de modo que o cloreto urinário está normal e o soro fisiológico não corrige a alcalose). Quadro Clínico EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 8 - Hipoventilação e hipoxemia, causando alterações do estado mental - Convulsões, irritabilidade neuromuscular. - Depleção do volume em alguns casos - Taquiarritmias cardíacas secundárias à hipopotassemia ou hipocalcemia associadas. - Fraqueza, Íleo paralítico - Disfunção cardiovascular Diagnóstico - Determinar o transtorno de alcalose primário avaliando o pH, a pCO2 e HCO3-. - Examinar a adequação da compensação respiratória: a pCO2 deve equivaler a (0,6 x (bicarbonato sérico – bicarbonato normal)) (se não for igual, há também um transtorno respiratório primário). - A alcalose causa hipopotassemia secundária, hipocalcemia, hipofosfatemia e hipomagnesemia. - Deve-se medir os níveis urinários de cloreto (não são acurados em pctes tomando diuréticos) • Sensível ao cloreto; cloreto urinário < 10mEq/L; alcalose responde a infusão de soro fisiológico • Resistente ao cloreto: cloreto urinário > 20mEq/L; a alcalose exige mais do que soro fisiológico Tratamento - Corrigir a causa subjacente. Assegurar um suporte respiratório adequado. Reidratar quando necessário. - A alcalose sensível ao cloreto responde bem à administração de soro fisiológico • Determinar o déficit de cloreto e repô-lo apropriadamente. • Déficit de cloreto = (peso em kg x 20%) x (Cl- normal – Cl- sérico) • Administrar metade do cloreto nas primeiras 4-12h. • Administrar ¾ do cloreto na forma de cloreto de sódio e ¼ como cloreto de potássio - A alcalose resistente ao cloreto exige tipicamente infusões significativas de potássio para corrigir a alcalose (o potássio é excretado nos ductos coletores renais em troca da retenção de H+ para corrigir a alcalose) - Uma alcalose grave (pH > 7,55) pode tornar necessário o uso de drogas acidificantes. Conduta - Alcalose de menor gravidade com etiologia conhecida pode ter alta. - Internar os pctes com sinais e sintomas graves ou comorbidades significativas ou pctes com depleção de volume de qlqr causa que não consigam se reidratar. ACIDOSE E ALCALOSE RESPIRATÓRIAS Etiologia e Fisiopatologia - Alcalose respiratória é definida como pH > 7,45 e pCO2 < 35mmHg • Causada por hiperventilação alveolar • Causada por dor. Pneumonia (ocupação alveolar), gravidez, ICC grave, ansiedade. • Acarreta vasoconstrição cerebral e dissociação da oxiemoglobina diminuída; isso pode causar hipóxia periférica e cerebral (pode ocasionar acidose cerebral paradoxal, que agrava a alcalose respiratória por causar hiperventilação). - Acidose respiratória é definida como pCO2 > 45, com pH < 7,35 • Causada por hipoventilação alveolar • O rim compensa a pCO2 elevada aumentando a reabsorção de HCO3-; entretanto, o mecanismo compensatório leva até 24h para um efeito integral, de modo que pode haver redução aguda do pH do pcte em alcalose respiratória aguda. • Acidose respiratória crônica ocorre frequentemente nos portadores de DPOC; em obstrução de vias aéreas, medicamentos que suprimem o SNC, rebaixamento do nível de consciência. Quadro Clínico - Alcalose respiratória • Hiperventilação, elevação do lactato sérico • Alterações do estado mental, síncope• Os transtornos de eletrólitos podem causar irritabilidade neuromuscular, íleo paralítico, disfunção cardiovascular e arritmias. - Acidose respiratória: alterações na homeostase • Incursões respiratórias diminuídas/alteradas • Cefaleia, ansiedade, confusão mental, coma • Transtornos do sono, psicose • Abalos mioclônicos, tremor e hiperreflexiva Diagnóstico - Determinar o transtorno ácido-base primário; determinar então se existe transtorno secundário, avaliando a adequação da resposta compensatória. - A resposta compensatória a transtornos respiratórios é realizada pelo rim; a compensação apropriada depende da natureza aguda ou crônica do processo respiratório (o rim leva tempo para reagir integralmente a alterações ácido-base) - Alcalose respiratória: • Investigar causas suspeitadas quando apropriado • Verificar hemograma completo, eletrólitos, RXCPP, gasometria arterial e ECG. - Acidose respiratória: • Investigar causas suspeitadas quando apropriado • Verificar hemograma completo, eletrólitos, gasometria arterial, exame de urina • TC da cabeça geralmente indicada se o pcte apresentar estado mental alterado. EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 9 Tratamento - Alcalose respiratória • Tratar a causa subjacente; manter um ↑ grau de suspeita quando a transtornos potencialmente fatais • Respiração por máscara facial é recomendada para aumentar a pCO2 • Alguns pctes podem precisar de intubação para manipular a frequência ventilatória sem causar hipoxemia - Acidose respiratória • ↑ a ventilação minuto (frequência e/ou volume corrente) para eliminar o excesso de CO2 • Muitos pctes necessitam de assistência ventilatória por intubação ou ventilação não invasiva com pressão positiva • Pctes em alcalose respiratória crônica necessitam de uma redução gradual da pCO2 para evitar alcalose metabólica e respiratória combinada e arritmias cardíacas subsequentes • Tratar a causa subjacente. Conduta - Alcalose respiratória: dar alta a pctes com causas benignas e àqueles com resolução dos sinais e sintomas; outros necessitam de internação - Acidose respiratória: a conduta depende da etiologia subjacente e da cronicidade dos sinais e sintomas; muitos pctes evoluem para a insuficiência respiratória - Uma pCO2 normal em alguns pctes pode refletir acidose respiratória e insuficiência respiratória iminentes. - CO2 se difunde melhor através da barreira hematoencefálica que o HCO3-, provocando uma acidose cerebral maior que a acidose sérica – preponderância dos sintomas referentes ao SNC na acidose respiratória. IECA (Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina) - Mácula densa → detecta diminuição PA → converte pró-renina em renina nas células justaglomerulares → angiotensinogênio em angiotensina I → nos pulmões e rins → angiotensina I é convertida em angiotensina II (catalisada pela ECA). - Angiotensina II - estimula a síntese de aldosterona (aumenta a reabsorção de Na+ e o VEC) - Atua nas arteríolas, causando vasoconstrição e aumentando a resistência vascular periférica e a PA. - Tem ação direta no rim, estimula a troca de Na/H+ no túbulo proximal do rim e aumenta a reabsorção de Na+ e de HCO3-. - Ela aumenta a sede e estimula a secreção de antidiurético, que aumenta a reabsorção de H2O nos ductos coletores. - O IECA inibe a conversão da ATI em ATII. - A ECA é uma enzima com muitos substratos, então, sua inibição pode induzir efeitos não relacionados com a diminuição dos níveis de angiotensina II. - Os inibidores da ECA elevam os níveis de bradicinina → estimula a biossíntese de prostaglandinas → contribuem para os efeitos farmacológicos dos IECA. - O bloqueio dos receptores de bradicinina nos seres humanos atenua a diminuição da PA induzida pelo IECA. - Os IECA interferem na retroalimentação negativa na liberação de renina. - Aumentam a liberação de renina e a velocidade de formação da angiotensina I. Mas como não é transformada em II, a angiotensina I é desviada para vias metabólicas alternativas, causando aumento na produção de peptídeos como angiotensina. Farmacologia Clínica - Classificados em 3 grandes grupos, com base na estrutura clínica: - IECA que contém sulfidrila – captopril - IECA que contém dicarboxila – enalapril - IECA que contém fósforo – fosinopril - Os IECA são principalmente depurados pelos rins, então, se tem comprometimento da função renal não tem muita depuração plasmática, logo, se diminui a dose em pctes com comprometimento renal. - Como os pctes tem uma maior atividade da renina plasmática, quando se dá o IECA, há uma hiper- responsividade à hipotensão induzida. Então, as doses têm que ser diminuídas em pctes com maior nível plasmático de renina. - O IECA diminui a resistência vascular sistêmica e, nos rins, faz a vasodilatação e aumenta o fluxo sanguíneo renal. Ele diminui as PAM, diastólica e sistólica. - É possível que eles diminuam a incidência de cardiopatias mais do que os outros anti-HAS. Ele diminui Captopril Meia-vida: 2h Dose oral: 6,25 - 150mg – 2-3x/dia Eliminação: pela urina (40-50%) e 50-60% como dímero de dissulfeto de captopril Enalapril Meia-vida: 1 – 3h Dose oral: 2,5 – 40mg/dia (dose única ou fracionada) Eliminação: pela urina EMANUELA HANNOFF P ILON – MEDIC INA 202 10 a pré e pós-carga e a tensão na parede e aumenta o DC, assim como o trabalho e o volume sistólico. Em geral, ocorre diminuição da FC. - Ocorre aumento do fluxo sanguíneo renal, sem aumento da taxa de filtração glomerular. Na verdade, a fração de filtração está diminuída. - Ocorre natriurese devido à melhora da hemodinâmica renal, do menor estímulo de aldosterona e dos menores efeitos diretos da angiotensina II. - O IECA diminui a PA e dilata as artérias eferentes renais, não deixando ocorrer um aumento da pressão capilar glomerular que causaria a lesão glomerular. - Eles também aumentam a seletividade da permeabilidade da membrana de filtração, diminuindo a exposição do mesângio aos fatores proteináceos que estimulam a proliferação das células mesangiais e produção da matriz. - Tem contração do volume de líquidos corporais em excesso, diminuindo o retorno venoso ao coração direito. Uso terapêutico - Papel importante no tratamento das doenças CV. - Eles, quando usados sozinhos, normalizam 50% dos pctes com HAS leve a moderada. - Em 90% dos pctes com HAS leve a moderada, se tem um controle pela combinação de um IECA com um bloqueador do canal de Ca, bloqueador β adrenérgicos ou diuréticos. - Uso do IECA em pcte com disfunção sistólica impede ou retarda a progressão da ICC, diminuindo a incidência de morte súbita e infarto do miocárdio e diminuindo o tempo de hospitalização e melhora a qualidade de vida. - Seu uso na DRC impede a progressão da doença. - Também pode diminuir a progressão da retinopatia em pctes com diabetes tipo I. Efeitos adversos - IECA são bem tolerados, em geral, não tem reações adversas graves. - Hipotensão – após a 1ª dose, pode ter uma queda abrupta da PA. - Tosse – 5-20% dos pctes induzem tosse seca incômoda. Ocorre mais em mulheres. Esse efeito pode ser mediado pelo acúmulo de bradicinina, substância P e/ou prostaglandina nos pulmões. - O antagonismo do tromboxano diminui a tosse induzida por IECA. -Hiperpotassemia – em pctes com insuficiência renal e naqueles com uso de poupadores de potássio, suplementos de potássio, AINEs ou bloqueadores do receptor β-adrenérgico. - IRA – a angiotensina II faz a constrição da eferente e ajuda a manter a filtração glomerular. Então, o IECA pode causar IRA em pctes com estenose bilateral da artéria renal, ICC ou desidratação por diarreia ou diuréticos. Ocorre principalmente em idosos - Potencial Fetopático – se usado durante o 2º e 3º trimestre, pode causarproblemas ao feto. - Exantema cutâneo – pode desaparecer espontaneamente ou responder a uma menor dose. - Proteinúria – não se sabe a relação causal - Edema Angioneurótico - edema no nariz, boca, garganta, glote, laringe, lábios, língua. Pode levar a morte - Disgeusia – alteração ou perda do paladar. É reversível. - Glicosúria – raro, reversível Interação Farmacológica - Antiácidos podem diminuir a biodisponibilidade do IECA. - Capsaicina – agrava a tosse induzida pelo IECA. - AINEs – pode diminuir a resposta anti-HAS aos IECA - Diuréticos poupadores de potássio – podem exacerbar a hiperpotassemia induzida pelos IECA.
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